quinta-feira, 6 de abril de 2017
Quando adotar práticas integrativas?
O paciente com câncer não tem só um problema físico para resolver; além de buscar cura para a doença, ele vai inevitavelmente se olhar no espelho e procurar por si mesmo e por sua história, que já não é a mesma.
A partir do diagnóstico
A necessidade de cuidados começa no diagnóstico, o melhor momento para iniciar o tratamento integrativo. Corpo, mente, emoções, vida familiar, social e financeira poderão ser afetados em alguma medida pela notícia. Nesse momento, o ideal é que a equipe primária (oncologistas, clínicos, cirurgiões etc.) inclua a equipe integrativa no relacionamento com o paciente e a família. No espírito integrativo, profissionais da área da psicologia podem trazer grande contribuição ao paciente e à equipe.
Ao longo do tratamento médico
Durante o tratamento, o paciente poderá apresentar sintomas como fadiga, dor, ansiedade, depressão e náusea, decorrentes da doença ou do tratamento, com os quais ele vai ter de aprender a lidar. O tratamento integrativo, em geral, é um suporte que pode aliviar esses sintomas, gerar bem-estar e qualidade de vida, trazer insights significativos, e mesmo diminuir a necessidade de tratamentos medicamentosos que, em alguns casos, podem causar efeitos colaterais. Durante o período do tratamento médico, o paciente pode se educar para participar ativamente de seu cuidado, aprendendo técnicas de relaxamento, Pranayama (técnicas de respiração), Reiki, ioga e meditação, entre outros.
Depois do tratamento
Quando o tratamento médico termina, alguns sintomas podem persistir, às vezes por um longo período. É justamente nesse momento, na “volta para casa”, que o paciente começa a se fazer perguntas como: Que mudanças preciso fazer? Estarei mesmo curado? O que ainda é importante para mim? Em meio a essas inquietações, ele – e mesmo seus familiares – poderão se beneficiar com o aprendizado de práticas que ensinam o silêncio, a respiração lenta e profunda, o toque energético, o apaziguamento da mente e o relaxamento.
Cuidados paliativos
Na prática, os cuidados paliativos começam quando não se tem mais a intenção de curar a doença, e sim cuidar para que o paciente e seus familiares tenham conforto, bem-estar, qualidade de vida e mesmo apoio espiritual. Em oncologia, cuidados integrativos e paliativos são inseparáveis na humanização do tratamento das fases mais avançadas da doença.
Estilo de vida e sentido de via
O estilo de vida é um reflexo do sentido que damos a ela. Se não fosse assim, seríamos capazes de mudá-lo de um dia para outro: comeríamos de forma mais saudável, criaríamos mais tempo livre dentro do cotidiano, faríamos mais exercícios, iríamos mais à natureza, espremeríamos mais sucos e abriríamos menos garrafas. Não é o que acontece. De fato, como deixar de fumar se valorizamos mais esse prazer do que a saúde? Como incluir a meditação no dia a dia se não damos valor ao silêncio? Como praticar ioga ou Tai Chi Chuan sem o interesse em se conhecer profundamente se não buscamos paz e harmonia?
Fonte: Estadao
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário