45% das pacientes relatam grande sofrimento com as dificuldades colaterais do tratamento, indica estudo norte-americano. Estudo apontou sete efeitos colaterais comuns: náuseas, vômitos, diarreia, constipação, dor, inchaço do braço, falta de ar e irritação da pele do peito. Especialistas dão orientações para tornar essa etapa menos traumática.
A equipe liderada por Katz trabalhou com oito efeitos colaterais comuns: náuseas, vômitos, diarreia, constipação, dor, inchaço do braço, falta de ar e irritação da pele do peito. No geral, 93% das mulheres avaliadas afirmaram ter experienciado pelo menos um deles, sendo que 45% delas classificaram a condição como grave ou gravíssima. As participantes tinham sido diagnosticadas com câncer de mama invasivo em estágio inicial havia pelo menos sete meses e responderam ao questionário dois meses depois de ser submetidas ao tratamento: procedimento cirúrgico, quimioterapia e/ou radioterapia.
Depois de analisar o questionário com a frequência e a severidade dos efeitos colaterais causados pela abordagem médica, os investigadores relacionaram as respostas com a saúde física e a frequência do atendimento médico das pacientes. Consideram também as condições do tumor e os fatores do tratamento associados com os efeitos colaterais tachados como severo s e muito severos. Essa segunda etapa do trabalho, publicado recentemente na revista Câncer, permitiu resultados mais detalhados sobre o efeito de cada tratamento na rotina das mulheres.
Por exemplo, um terço das que não receberam quimioterapia experimentou efeitos colaterais graves. As submetidas a dois tipos de tratamento (quimioterapia e radioterapia) estavam 30% mais suscetíveis a reportar efeitos colaterais sérios, em comparação às que enfrentaram apenas um dos procedimentos. As pacientes submetidas à mastectomia dupla foram classificadas duas vezes mais suscetíveis a relatar dor severa ou muito severa, comparadas às que tiveram remoção cirúrgica de uma pequena parte da mama.
Segundo Katz, boa parte dos efeitos colaterais desse tratamento é normalmente identificada por testes clínicos e/ou avaliação de especialistas. Existem poucas informações que avaliam os efeitos colaterais dos tratamentos de câncer de mama pela visão da paciente. Por isso, o também professor de medicina e de gestão de saúde na universidade norte americana ressalta a importância de as mulheres diagnosticadas com a doença entenderem melhor sobre efeitos colaterais para conseguir evitá-los ou não ficar muito afetadas pelo surgimento deles.
Quanto à prevenção, o pesquisador diz que a mulher precisa se certificar de que está recebendo apenas a quantidade de tratamento necessária. “Médicos nos Estados Unidos estão ficando atentos ao potencial de tratamento excessivo: como cirurgia mais extensa do que é necessário e o uso de quimioterapia quando o benefício é quase nulo”, afirma.
Daniele Assad, oncologista do Centro de Oncologia do Hospital Sírio- Libanês, unidade de Brasília, também chama a atenção para a importância de abordar os impactos dos efeitos colaterais, a fim de que sejam tomadas medidas que possam reduzir as toxicidades. “Quanto mais ciente dos efeitos colaterais, maior a adesão ao tratamento e maiores as possibilidades de se tomarem ações preventivas. Por exemplo, se sabemos que a radioterapia pode levar à irritação da pele da mama, uma atitude de prevenção é a não exposição ao sol, andar com a pele protegida. Dessa forma, evita-se piorar a irritação da pele”, ilustra.
LONGO PRAZO Katz também chama a atenção para as
consequências a longo prazo dos efeitos colaterais da terapia. A fadiga
geralmente faz com que as pacientes deixem de trabalhar enquanto
batalham contra o câncer. E as complicações seguintes podem tirá-las do
mercado de trabalho. “É importante minimizar os efeitos colaterais dos
tratamentos. A comunicação eficaz paciente/médico é essencial”, defende.
Nesse sentido, para prevenir a deterioração física e mental da paciente é aconselhável o acompanhamento psicológico. O diagnóstico e o tratamento envolvem muitas mudanças. Com isso, a ansiedade, o estresse e a depressão, que podem surgir nesse processo, podem piorar a qualidade de vida e intensificar os efeitos colaterais relacionados aos procedimentos de cura.
Patrícia Werlang Schorn, oncologista e coordenadora do Centro de Oncologia do Hospital Santa Lúcia, em Brasília, chama a atenção para uma abordagem ainda mais completa. Segundo ela, os acompanhamentos psicológico, fisioterápico e nutricional são importantíssimos para a condução do paciente com câncer de mama. “Há a necessidade de apoio em um momento em que o medo da morte e do sofrimento são reais. O alívio da ansiedade e do medo torna mais fácil a condução e a aceitação da doença e do tratamento.”
Nesse sentido, para prevenir a deterioração física e mental da paciente é aconselhável o acompanhamento psicológico. O diagnóstico e o tratamento envolvem muitas mudanças. Com isso, a ansiedade, o estresse e a depressão, que podem surgir nesse processo, podem piorar a qualidade de vida e intensificar os efeitos colaterais relacionados aos procedimentos de cura.
Patrícia Werlang Schorn, oncologista e coordenadora do Centro de Oncologia do Hospital Santa Lúcia, em Brasília, chama a atenção para uma abordagem ainda mais completa. Segundo ela, os acompanhamentos psicológico, fisioterápico e nutricional são importantíssimos para a condução do paciente com câncer de mama. “Há a necessidade de apoio em um momento em que o medo da morte e do sofrimento são reais. O alívio da ansiedade e do medo torna mais fácil a condução e a aceitação da doença e do tratamento.”
Fonte: UAI Saúde.
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