terça-feira, 27 de novembro de 2012

Alimentação tem papel fundamental na prevenção de vários tipos de tumores

Neste Dia Nacional de Combate ao Câncer (27 de novembro), o programa “Meu Prato Saudável”, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e do Incor, unidades da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, mostra que a alimentação tem papel fundamental na prevenção de vários tipos de tumores.
 
Hábitos saudáveis ajudam a evitar vários tipos de câncer; veja dicas
 
1. Pratique 30 minutos de atividade física cinco dias por semana;
 
2. Evite ou modere o consumo de bebidas alcoólicas;
 
3. Evite o consumo de alimentos em salmoura, curados, em conservas e defumados;
 
4. Limite o consumo de carnes vermelhas para menos de três vezes por semana e dê sempre preferência a carnes magras;
 
5. Reduza o consumo de gorduras, dando preferência a preparações naturais, assados,
grelhados ou cozidos;
 
6. Aumente o consumo de fibras para 25g a 35g por dia. O consumo de seis porções
diárias de grãos integrais e pães e cereais ricos em fibras ajudará a atingir este objetivo;
 
7. Aumente o consumo de alimentos preventivos do câncer, como brócolis, pimentão,
cebola, alho, chá verde e rabanete;
 
8. Aumente o consumo de frutas e vegetais para pelo menos cinco porções ao dia. Esses
alimentos proporcionam diversos componentes preventivos, incluindo fibras, antioxidantes (betacaroteno, vitaminas A, C e E), e uma variedade de fitoquímicos (em alimentos como o alho, cebola, soja, chá verde e gengibre).

Alguns alimentos como frutas, legumes e verduras, auxiliam na prevenção do câncer, pois são fontes de fibras, vitaminas e minerais, contendo antioxidantes.

As vitaminas, fibras e outras substâncias ajudam as defesas naturais do corpo a destruirem agentes cancerígenos antes que eles causem danos graves às células. Esses tipos de alimentos também podem bloquear ou reverter os estágios iniciais da formação de um tumor.

Outras substâncias anticancerígenas são encontradas em alimentos como brócolis, tomate e soja, que devem ser consumidos de forma moderada.

Existem três hábitos fundamentais para levar uma vida saudável e prevenir-se contra o câncer: ter uma alimentação equilibrada, manter um peso adequado e praticar atividades físicas, explica Elisabete Almeida, diretora-executiva do programa “Meu Prato Saudável”.

Ela lembra, ainda, que a redução do consumo de sal, bebidas alcoólicas, carnes gordurosas ou processadas (embutidos, enlatados, defumados) e alimentos ricos em açúcares também ajuda a evitar a doença.

Para aumentar a ingestão dos alimentos ricos em substâncias protetoras, a especialista recomenda preencher metade do prato com verduras e legumes (crus e cozidos), variando bastante a qualidade dos legumes e verduras, ingerindo alimentos de cores diferentes.

Para a outra metade, coloque 1/4 de alimento rico em proteínas (carne de boi, frango, peixe, ovos, com pouca gordura), que pode ser complementada com leguminosas (feijão, grão de bico, soja, lentilha); e o outro 1/4 com alimentos ricos em carboidratos, de preferência em sua forma integral, rico em fibras (arroz, massas, batatas, mandioca, mandioquinha, farinhas).

Fonte: UOL Saúde.

Tricô ajuda mulher a vencer câncer; veja como superar dificuldades

 

 Foto: Getty Images Acredita-se que as ações repetitivas desativam o caminho da raiva do cérebro


Em março de 2007, Tessa Cunningham recebeu o diagnóstico de câncer de mama. Os problemas físicos causados pela doença e o tratamento eram muitos, mas sua angústia mental era a pior barreira e, por isso, ela vivia atormentada com visões de morte. Mas um hobby da adolescência a ajudou a superar o momento complicado: o tricô. Os dados são do jornal Daily Mail.
 
“O movimento rítmico dos meus dedos embalava meu cérebro e comecei a me sentir em paz”, disse. “Enquanto estava concentrada no padrão, as visões aterrorizantes de morrer desapareciam gradualmente. Enquanto meu cérebro estava ocupado contando pontos, não tinha tempo para pensar em mais nada.”

Laurence Gonzales, autor de Surviving Survival: The Art And Science Of Resilience, passou sua carreira estudando como as pessoas sobrevivem a desastres, doenças e sofrimento. Ele acredita que atividades simples e repetitivas, como o tricô, arrumar o jardim e correr, podem ajudar as pessoas a sobreviverem. “Na sequência de um trauma grave, você pode sentir como se algo físico e completamente fora de seu controle tomasse conta de você. Não pode pensar direito. Está ansioso e obcecado com os mesmos pensamentos terríveis. Precisa se aprofundar no cérebro e acalmá-lo”, explicou Gonzales.

Acredita-se que as ações repetitivas desativam o “caminho da raiva” do cérebro, a área que se torna ativa quando se está sob ataque. Assim renova o sentido de controle e torna a pessoa mais calma e a deixa mais em paz. “É impossível dizer se, sem tricô, a quimioterapia teria funcionado tão bem. Mas o tricô me obrigou a desviar minha energia longe da raiva, para ajudar meu corpo a se curar”, finalizou Tessa.

Abaixo, veja atitudes que ajudam a superar momentos difíceis, como doença, desemprego, morte de um ente querido, segundo Gonzales.

Faça alguma coisa: não importa se faz tricô, joga cartas, pinta ou pratica ioga, o que interessa é fazer com que seu cérebro e corpo se empenhem em uma tarefa simples e repetitiva. Assim, se sente mais calmo e sob controle.

Pense nos outros: as pessoas que transformam sua tragédia em uma oportunidade de ajudar os outros se saem melhor do que os que pensam apenas em si mesmos. Trocam o papel de vítima pelo de salvador.

Busque seus amigos: mantenha boas pessoas ao seu redor. Participe de um grupo de apoio, por exemplo. Falar sobre o seu sofrimento ajuda.

Sorria: aja como se você estivesse melhor. A pesquisa de Gonzales mostrou que o que você faz com o seu corpo influencia o que você faz com sua mente. Para muitas mulheres entevistadas pelo profissional, um simples sorriso ajudou a elevar o humor.

Sorria ainda mais: ria do mundo. Estudos têm mostrado que as pessoas enlutadas, que podem recordar momentos cômicos com entes queridos, gastam menos tempo com o luto.

domingo, 4 de novembro de 2012

Novo alvo para enfrentar o câncer de mama

O câncer de mama é um dos tumores mais heterogêneos em relação às suas características fisiológica, celular e molecular. O tumor é constituído pelo componente epitelial maligno e pelo estroma, que compreende a matriz extracelular e células mesenquimais adjacentes, incluindo principalmente os fibroblastos, que compõem de 20% a 80% da massa tumoral.

Evidências na literatura científica mostram que células estromais associadas ao tumor podem influenciar o comportamento do câncer, daí a estratégia do grupo de pesquisadores de colocar o estroma como alvo.

A pesquisa sobre a anatomia molecular do estroma – associada ao câncer de mama e seus aspectos funcionais e resposta à droga – é o objetivo de um Projeto Temático financiado pela FAPESP.

De acordo com a professora Mitzi Brentani, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), que coordena a pesquisa, a importância de colocar o estroma como alvo se deve ao fato de esse ser um elemento importante não somente no processo de invasão tumoral, como também para a metástase (formação de uma nova lesão tumoral a partir de outra).

O Temático, iniciado há três anos, envolve pesquisadores do Departamento de Radiologia da FMUSP, do Hospital A.C. Camargo, do Hospital do Câncer de Barretos, do Instituto Brasileiro de Controle do Câncer e do Hospital Pérola Byington e poderá vir a ter impacto clínico no tratamento do câncer de mama pela identificação da contribuição dos genes estromais com sensibilidade a drogas.

Os pesquisadores verificaram inicialmente que os fibroblastos apresentam perfil gênico diferente dos fibroblastos encontrados em mama normal, obtidos de pacientes que realizaram a mamoplastia por motivos estéticos. Também confirmaram que uma das suas características é a expressão da proteína S100A4 relacionada à metástase.

Em função disso, o grupo estudou primeiramente a diferença da expressão gênica por sequenciamento entre fibroblastos – obtidos de diferentes subtipos dos tumores de mama.

Os pesquisadores tentam responder a uma pergunta fundamental: quais são as mudanças que ocorrem paralelamente nesses fibroblastos com a perda da sensibilidade hormonal nas células epiteliais tumorais correspondentes. A pesquisa continua com a determinação dos microRNAs desses fibroblastos.

“Existem vários trabalhos publicados sobre a ação antiproliferativa e anti-inflamatória da vitamina D na célula epitelial do câncer de mama. Por isso, nos interessamos pelo tratamento de fibroblastos com vitamina D, já que observamos que esses são peças-chave no desenvolvimento do tumor”, disse Mitzi Brentani à Agência FAPESP. “Verificamos que nos fibroblastos a vitamina D tem uma ação anti-inflamatória.”

O grupo também averiguou a ação da rapamicina como inibidor da via pAKT/TOR, via de proliferação muito comum nesse tipo de tumor.

“Devido à heterogeneidade do tumor, composto por células epiteliais transformadas e estroma, um dos nossos objetivos foi verificar se agentes quimioterápicos, cuja finalidade é diminuir o número de células epiteliais, também poderiam agir sobre o estroma”, disse Mitzi Brentani.

Terapia neoadjuvante

Em um projeto anterior, também financiado pela FAPESP, o grupo de pesquisadores identificou padrões de expressão gênica em células epiteliais tumorais que permitiram classificar tumores de acordo com a resposta à quimioterapia.

A partir daí, com o objetivo de testar a hipótese de que quimioterápicos podem agir sobre o estroma, os pesquisadores realizaram uma terapia neoadjuvante – feita antes da cirurgia com a função de reduzir a dimensão tumoral e permitir a ressecção dos tumores –, utilizando quimioterápicos.

Os quimioterápicos empregados foram doxorubicina, ciclofosfamida e paclitaxel, que são agentes inibidores tumorais comprovados. O objetivo foi buscar correlacionar a resposta ao tratamento com as análises do perfil gênico dos fibroblastos.

Mitzi Brentani aponta que esse subprojeto, que inclui aproximadamente 70 pacientes advindos do Hospital de Câncer de Barretos, poderá levar à identificação de novos alvos teraupêuticos e contribuir para o estabelecimento de uma quimioterapia personalizada baseada em fatores preditivos de resposta.

A pesquisadora apresentou o trabalho no 6º Simpósio de Oncobiologia, realizado pelo Instituto de Bioquímica Médica da Universidade Federal do Rio de Janeiro no fim de setembro.

Fonte: JornalBrasil / Agência FAPESP.

As boas notícias sobre o câncer

Drogas que previnem o câncer de mama, exames que diagnosticam precocemente tumores no pulmão e tratamentos cada vez mais específicos para linfoma. Conheça as pesquisas recentes que chegam recheadas de esperança.

Evitando o câncer de mama

Mais do que diagnosticados precocemente, alguns tipos de câncer podem ser evitados. Esse é o caso dos tumores de mama em mulheres na pós-menopausa. "Isso porque o hormônio estrógeno estimula o crescimento de tumores na região mamária. Seus níveis diminuem após a menopausa, mas, quando essa fase é tardia, a mulher acaba permanecendo exposta a sua ação por mais tempo", explica Roberto Uehara, oncologista e gerente médico da Pfizer. Até aproximadamente os 50 anos de idade, 95% do estrógeno produzido pela mulher vêm do funcionamento do seu ovário. Com a chegada da menopausa, o jogo vira e uma enzima chamada aromatase se torna a produtora oficial do hormônio. Assim, drogas que inibem essa enzima - como tamoxifeno e raloxifeno - conseguem reduzir as chances de o câncer de mama dar as caras.

A boa-nova - após muita pesquisa, descobriu-se uma terceira droga da mesma família (o exemestane) que também possui ação preventiva frente aos tumores mamários. Mas agora, com a promessa são menos efeitos colaterais que suas primas, que podem provocar trombose e até câncer de endométrio.

Rádio contra a reincidência

Em linhas gerais, um câncer reincidente costuma ser mais resistente. Por esse motivo, prevenir a volta de tumores foi o foco de diversas pesquisas no último ano.

A boa-nova - um estudo com radioterapia chamou atenção por impedir o retorno do câncer de mama. "Os vasos linfáticos da mama são compostos por um tubinho com um filtro, que é o linfonodo. Um tumor, quando sai da mama, geralmente para no linfonodo e passa a crescer ali: são os chamados linfonodos positivos", explica Ricardo Coponero, A dúvida é se as mulheres com linfonodos negativos estavam sendo tratadas de forma exagerada. A resposta foi que não: o uso de radioterapia na região resultou em uma prevenção real.
 
 
Parceiro antigo, ação inédita

Todo tumor precisa de alimento para crescer. Entretanto, o vilão consegue isso de uma forma traiçoeira: ele escraviza a circulação normal e estimula a criação de novos vaso O bevacizumabe, por exemplo, é utilizado há anos para bloquear o crescimento de tumores no cólon e no pulmão. Mas seria ele também eficiente contra outros tipos da doença?
 
A boa-nova - no caso do câncer de ovário, a resposta se revelou positiva. Em comparação ao tratamento apenas com a quimioterapia, o medicamento aumentou o tempo de sobrevida sem progressão da doença em quatro meses. Apesar de parecer uma descoberta tímida, os resultados sugerem que o câncer de ovário está no caminho para se tornar uma doença controlável, com tratamento em longo prazo. Um passo pequeno, porém significativo.

UM NOVO CHECK-UP PARA O PULMÃO

Diagnosticar o câncer de pulmão em estágio inicial sempre foi um desafio: a doença é silenciosa e não raro os tumores crescem camuflados. Apesar de o perfil de paciente com predisposição ao problema ser pra lá de conhecido (homens, fumantes e na sexta década de vida), passaram-se anos sem surgir uma forma eficiente de rastrear os tumores nos grupos de risco. A radiografia anual do tórax era uma cartada de sorte, já que o tumor cresce rápido e poderia se desenvolver no intervalo de 12 meses. Em contrapartida, aumentar sua frequência exporia o paciente a mais radiação.
 
A boa-nova - uso de tomografias com baixas doses de radioatividade. Com isso, o risco de morte foi reduzido em 20% quando comparado ao rastreamento feito com três raios X convencionais por ano. "Mais do que diagnosticar precocemente a doença, o estudo revelou que houve o benefício da sobrevida", comemora o médico Caponero.

Tratamento sob medida

Uma camiseta de tamanho único não cairá bem em todas as pessoas de um grupo, certo? Princípio similar acontece no tratamento anticâncer: um mesmo tipo de tumor pode ter características genéticas diferenciadas, o que vai interferir tanto na eficiência da terapêutica quanto na evolução da doença. Em outras palavras, quanto mais específico for o alvo, mais certeira será a arma usada contra ele. Na busca por decifrar as particularidades do tumor, quem faz às vezes de bússola são os chamados biomarcadores, moléculas encontradas em diversas partes do corpo. "Biomarcador é uma substância ou fator biológico que pode ditar o tratamento ou o prognóstico de uma doença", resume Caponero. O câncer de pulmão possui alguns biomarcadores importantíssimos, como uma alteração genética chamada EML4-ALK, que atinge principalmente pacientes jovens e não fumantes. "É como se duas letras de uma palavra fossem trocadas e, a partir daí ela passasse a ter um novo significado", exemplifica o oncologista Katz.

A boa-nova - uma droga denominada crizotinibe consegue inibir o gene que provocou essa alteração. O resultado foi que quase 95% dos pacientes testados apresentaram redução em seus tumores, motivando as autoridades dos Estados Unidos a liberarem seu uso antes mesmo que todas as pesquisas fossem finalizadas.

OPÇÃO PARA O CÂNCER GASTROINTESTINAL Estudos contra a reincidência do câncer gastrointestinal saíram igualmente vitoriosos em 2011. Uma pesquisa com pacientes que já haviam passado pela cirurgia de retirada de tumor mostrou que três anos de tratamento com o medicamento Imatinib Mesylate, foram mais eficientes que apenas um ano de tratamento (padrão atual nos Estados Unidos). "O Imatinib inibe a ação de um receptor da membrana celular chamado c-KIT. Quando está ativado, o c-KIT deflagra uma proliferação desordenada das células presentes no sistema gastrointestinal", destaca o especialistaTeixeira.

Fonte: Viva Saude.

Cuidado paliativo, qualidade de vida
Centenas de pessoas são diagnosticadas com metástase todos os anos, caracterizada pela disseminação de tumores em outros órgãos do corpo. Nos casos em que a cura não é possível, a prioridade é aumentar a qualidade de vida do paciente. E é aí que entram os cuidados paliativos, que visam aliviar a dor e oferecer suporte para que eles vivam ativamente até o final da jornada. Em 2011, duas pesquisas significativas sobre o assunto foram categóricas: doentes terminais que passaram suas últimas semanas em casa tiveram menos dor e mais tranquilidade do que aqueles internados em hospitais. "Os aspectos emocionais podem influenciar drasticamente nos sintomas", reitera o oncologista Caponero. O suporte domiciliar atuou positivamente na sobrevida e ainda diminuiu o impacto da perda na família.