quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Novos Depoimentos - Minha História

Superar o câncer de mama é possível. Nestes depoimentos, mulheres contam como venceram o câncer de mama com o suporte da família, a ajuda dos amigos, o acesso ao tratamento adequado e força de vontade.

Sandra Maria Salton do Prado - 48 anos.
Aos 38 anos de idade descobri um nódulo na mama esquerda, no auto exame , logo fiz os exames e o diagnostico foi câncer de mama ,no decorrer de 1 ano fiz cirurgia de quadrante, radioterapia, quimioterapia, depois de quase 5 anos veio um novo diagnostico de câncer na mama direita , novamente radioterapia e cirurgia , não precisei fazer quimioterapia, só medicamentos por 5 anos , hoje estou curada, um pouco mais gordinha , engordei 20 kg, mas mesmo me sinto bem. Procurei fazer os tratamentos corretamente e com positividade . Um abraço, Sandra.

Marleide Barbosa da Mota - 36 anos.
Gente hoje estou muito feliz! Depois do meu tratamento do câncer de mama com menos de 2 anos fiquei gravida! Minha filha se chama Alice e já está com 3 meses mas continuo fazendo acompanhamento de 3 em 3 meses.

Osmarina Garcia - 45 anos.
Com 34 anos descobri um carcinoma em uma das mamas, meu mundo desabou ao receber a notícia, e eu tinha que fazer a cirurgia com urgência, pois ele estava só localizado e corria o risco de se espalhar para outras regiões do corpo, foi uma loucura, em outro exame descobri uma lesão na outra mama e tive que retirar as duas mamas, fiz reconstrução com o musculo abdominal e 7 anos depois coloquei silicone, foi um momento muito difícil da minha vida, com dois filhos pequenos eu só imaginava o pior, mas meu marido, meu grande companheiro esteve comigo em todos os momentos, nunca me deixou abalar e sempre me colocou pra cima, foi meu enfermeiro, amigo, meu maior suporte. Hoje já se passaram 11 anos e eu estou curada e muito feliz, pois consegui vencer esta etapa da minha vida. Meu sonho é que um dia nenhuma mulher morra de câncer.

Marizélia Ferraz - 49 anos.
Olá, me chamo Marizélia. No ano de 2011 no mês de novembro, minha ginecologista passou uma mamografia, ultrassonografia e demais exames ginecológicos. Quando levei os resultados para ela (a doutora) ver, vi que algo estava errado com minha mama, quando me encaminhou para o mastologista. O mastologista passou mais exames e uma biopsia. Meu marido me perguntou: Por que tantos exames? Eu disse a ele: é normal, sempre faço todos esses exames tendo em vista a dermatopolimiosite, mas eu sabia que não era por causa da dermatopolimiosite, tinha quase certeza que estava com câncer de mama, mas como falar para todos faltando poucos meses para o casamento de minha filha? Quando recebi o diagnóstico não falei para ninguém, iria falar somente depois do casamento, e antes de minha filha ir para a casa dela com meu genro na Suíça. Mas num belo domingo no mês fevereiro de 2012, quando cheguei da igreja com meu marido, meus filhos e minha nora me disseram que eu poderia contar com eles, pois somos uma família e eles já sabiam que eu estava com câncer, pois o meu marido pediu a eles para ler os exames, pois não tinha como me falar que já sabia que eu tinha câncer de mama, me conhecendo como conhece. E foi assim que me senti amparada e feliz por minha família saber e contar com o amor e a força de todos. Mas somente depois do casamento, em abril de 2012, ou seja, na mesma semana, fiz quadrantectomia, logo depois, quimioterapia, radioterapia, mas como o câncer que tive era agressivo, tive que tomar mais um medicamento, mas não pude fazer todas as seções, pois me deu insuficiência cardíaca, mas meu coração já está quase normal e tomo um medicamento que vou tomar por 5 anos. Deu tudo certo minha filha casou, hoje mora na Suíça, meu filho em Campos dos Goytacazes. E estou com meu marido que é o meu amor, que Deus colocou em minha vida há 31 anos. Sempre me apoiando e dizendo que estou linda, não se importando assim com a mama que está diferente e isso faz com que eu me sinta uma mulher feliz e completa.

Sergio Utimura - 56 anos.                                                                                                             Nós, maridos, também somos duramente atingidos quando nossa esposa recebe o terrível diagnóstico. Estar sempre ao lado da nossa alma gêmea, apoiando-a, informando-se sobre os procedimentos médicos, fazê-la sentir-se mais amada, compreendendo todas as dificuldades que se apresentarem. Só quem passou pela experiência sabe o quanto é difícil e quantas vezes choramos sozinhos, longe do olhar da nossa esposa. Minha esposa, Marcia, lutou bravamente sem nunca perder a esperança na cura e nem a fé em Deus. Com o apoio da família e amigos, venceu a guerra contra um inimigo sorrateiro, cruel e silencioso. Neste ano completamos 12 anos desde o diagnóstico precoce, que certamente aumentou as chances de vitória. Quando digo completamos é porque, desde aquela consulta no médico, que também realizara o parto da nossa filha Carolina, eu também me senti atingido pelo câncer.
Naquela noite esperei pacientemente até que a Má conseguisse dormir, apesar do mundo estar de ponta-cabeça em nossas mentes, e entrei na Internet, "naveguei" durante toda a madrugada, pesquisando e conhecendo o que enfrentaríamos a partir daquele dia. Mastectomia, quimioterapia e radioterapia, a cada dia uma batalha a vencer. Na saúde e na doença... Nunca uma frase fez tanto sentido para nós. Minha "baixinha" "rodou a baiana" na Sul América Saúde para que liberassem exames e procedimentos, seguiu rigorosamente as orientações do oncologista nos cinco anos seguintes e, graças a Deus, está saudável, curtindo a segunda chance que recebeu para viver e fazendo o que mais gosta: cuidar dos dois maiores amores da vida dela - a Cau e eu rsrsrs.
Se você tem um(a) amigo(a) ou parente querido(a) que está lutando contra o câncer, não fique parado(a)! Junte-se a ele(a)! Acompanhe-o(a) nos procedimentos médicos, reanime-o(a) quando "bater" aquela depressão, encoraje-o(a), mostre que ele(a) não está só, cobre dele(a) a obediência às orientações e medicamentos prescritos pelos profissionais da saúde e, principalmente, ore com fé, independentemente da sua opção religiosa, e tenha a certeza de que as orações têm uma força incrível, além da nossa limitada compreensão humana. Obrigado meu Deus por tudo que recebemos.
Edneia da Cruz - 38 anos.
Tudo começou em outubro 2011, quando, deitada na cama, senti um nódulo no meu seio direito. Como toda mulher, fiquei na dúvida e procurei um ginecologista, que foi marcado para novembro. A médica me pediu um ultrassom, o que fiz, mas apareceu nada. Isso já era dezembro. Passaram as festas de fim de ano, marquei novamente uma consulta porque eu sentia o nódulo, mas não acreditava que podia ser algo. A essa altura era janeiro de 2012, quando minha consulta foi marcada para fevereiro. Pedi para a médica uma mamografia. Fiz o exame e, novamente, não apareceu nada. Por persistência minha, falei que queria ser encaminhada para um especialista - no caso, um mastologista. Sem receber a guia com urgência, só consegui marcar a consulta para o dia 27 de agosto de 2012. Meu desespero começou quando a mastologista me disse, só em me examinar, que havia 75% de chances de ser um câncer. Aí tudo começou. Fiz a biopsia e foi confirmado um carcinoma ductal CO II.

Tania Cabral - 40 anos.
Aos 39 anos de idade, depois de amamentar minha filha por seis meses, fui diagnosticada com câncer de mama. O que é pior: em estágio avançado (13 centímetros). Meu mundo quase caiu, mas não deixei! Afinal de contas, tinha um anjinho para criar, uma família que me deu todo apoio e muita, muita fé em Deus. Fiz quimioterapia de março a agosto de 2011 para diminuir o tamanho do tumor e fiz cirurgia (mastectomia radical) em 21 de setembro daquele ano. Hoje, um ano depois, estou muito bem, graças a Deus, que enviou um anjo para me salvar. Agora faço exames periódicos para controlar a situação. Posso dizer que nasci de novo!

Marleide Barbosa da Mota - 35 anos.
Em 27 de dezembro de 2010, descobri o câncer de mama. Como sofri, Jesus! Iniciei o tratamento em janeiro de 2011, fiz seis meses de quimioterapia e cirurgia TRAM mastectomia radical. Depois de dois meses de recuperação, fiz 37 sessões de radioterapia. Depois de seis meses da cirurgia, refiz o mamilo e agora estou fazendo acompanhamento de três em três meses. Não desejo isso para ninguém. Iniciei o tratamento quando faltava um mês para meu aniversario de 34 anos. Foi triste, doloroso, sofrido. Mas hoje estou bem.

Anônimo.
Através dos exames preventivos de mamografia e ultrassonografia das mamas, foram encontradas microcalcificações agrupadas em uma das mamas. Fui encaminhada ao mastologista que através de uma biópsia, constatou uma lesão papilífera. Passei por dois mastologistas que não me esclareceram exatamente o que era a lesão. Fiquei muito preocupada. Ainda insegura, procurei um terceiro mastologista, que esclareceu todas as minhas dúvidas com relação a lesão e como tratá-la, orientando, no meu caso, apenas fazer o controle através dos exames de mamografia e ultrassongrafia, me deixando muito mais tranquila. Os exames eram semestrais, passaram a anuais e hoje, depois de um ano e meio, não apresenta mais a lesão. Ainda assim, continuo com as consultas e exames preventivos.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Estudo identifica mutações que dão origem a câncer

Cientistas anunciaram o que dizem ser um novo marco na pesquisa do câncer, após identificarem 21 mutações que estariam por trás da maioria dos tumores.

O estudo, que foi divulgado na revista Nature, afirma que estas modificações do código genético são responsáveis por 97% dos 30 tipos mais comuns de câncer.
Descobrir o que causa as mutações pode levar à criação de novos tratamentos.
Algumas dessas causas, como o hábito de fumar, já são conhecidas, mas mais da metade delas ainda são um mistério.
Durante o período de uma vida, células desenvolvem uma série de mutações que podem vir a transformá-las em tumores letais que crescem incontrolavelmente.

Origens do câncer

A equipe internacional de pesquisadores estava procurando as causas das mutações como parte da maior análise já feita sobre o genoma do câncer.
As causas mais conhecidas de mudanças no DNA, como a superexposição aos raios UV e o hábito de fumar, aumentam as chances de desenvolver a doença.
Mas cada uma delas deixa também uma marca única ─ um a espécie de assiantura ─ que mostra se foi o fumo ou a radiação UV, por exemplo, o responsável pela mutação.
Os pesquisadores, liderados pelo Instituto Sanger, do Reino Unido, procuraram por mais exemplos destas "assinaturas" em 7.042 amostras tiradas dos 30 tipos mais comuns de câncer.
Eles descobriram que 21 marcas diferentes eram responsáveis por 97% das mutações que causavam os tumores.
"Estou muito animado. Esses padrões, essas assinaturas, estão escondidos no genoma do câncer e nos dizem o que está realmente causando o câncer em primeiro lugar ─ é uma compreensão muito importante", disse Sir Mike Stratton, diretor do Instituto Sanger, à BBC.
"É uma conquista significativa para a pesquisa sobre câncer, é bastante profundo. Está nos levando a áreas do desconhecido que não sabíamos que existiam. Acho que este é um grande marco."

Mistérios

Outras marcas encontradas no genoma do câncer estavam relacionadas com o processo de envelhecimento e com o sistema imunológico do corpo.
As células respondem a infecções virais ativando uma classe se enzimas que modificam os vírus até que eles não funcionem mais.
"Acreditamos que quando ela (a célula) faz isso, há efeitos colaterais ─ seu próprio genoma se modifica também e ela fica muito mais propensa a se tornar uma célula cancerígena, já que tem uma série de mutações ─ é uma espada de dois gumes", diz Stratton.
No entanto, doze dessas marcas genéticas encontradas no genoma do câncer ainda estão sem explicação.
Espera-se que se algumas delas puderem ser atribuídas a fatores ambientais, novas formas de prevenir a doença possam ser desenvolvidas.
As dúvidas também podem fomentar novas pesquisas. Uma das causas desconhecidas das mutações cancerígenas acontece no neuroblastoma, um câncer em células nervosas que normalmente afeta crianças.
"Sabemos que fatores ambientais como o fumo e a superexposição aos raios UV podem causar modificações no DNA que podem levar ao câncer, mas em muitos casos nós não sabemos o que provoca as falhas no DNA", afirmou o professor Nic Jones, da instituição britânica voltada para pesquisa do câncer Cancer Research UK.
"As marcas genéticas encontradas nesse estudo fascinante e importante identificam muitos processos novos por trás do desenvolvimento do câncer."
De acordo com Jones, entender o que causa esses processos pode levar a novas maneiras de prevenir e tratar a doença.

Cientistas querem provocar sistema imunológico a atacar câncer

Uma equipe de cientistas americanos do Hospital Infantil da Filadélfia descobriu uma forma de provocar o sistema imunológico a atacar células de tecidos do corpo e ajudar no combate ao câncer.

O sistema imunológico é delicadamente equilibrado para atacar invasores e não combater os próprios tecidos do corpo Assim, existem muitas doenças autoimunes, tais como a diabetes do tipo 1 e a esclerose múltipla, que ocorrem quando o sistema imunológico ataca e destrói tecidos saudáveis do corpo por engano.

Imunoterapia

Pesquisas feitas com células T, que ajudam na produção de anticorpos no organismo, têm sido bastante populares na área de estudos do câncer e de doenças autoimunes.
As células T fazem parte do sistema imunológico, e ajudam a equilibrá-lo impedindo que ataque o próprio corpo.
Os pesquisadores procuraram interromper a função da célula T, com a intenção de deixar o sistema imunológico atacar células cancerígenas.
Wayne Hancock, um dos pesquisadores envolvidos no estudo, disse: "Nós precisamos encontrar uma maneira de reduzir a função da célula T de forma que ela permita uma atividade antitumoral, mas sem reações autoimunes."

Pesquisa promissora

Os pesquisadores criaram camundongos que não tinham a química necessária para fazer as células T trabalharem de forma eficaz - e por isso elas não impediam um ataque do sistema imunológico a tecidos do corpo.
Para confirmar o experimento, os cientistas usaram uma droga que produziu o mesmo efeito em ratos normais.
Em ambos os testes, a mudança no sistema imunológico restringiu o crescimento de um tipo de câncer de pulmão.
"O estudo abre as portas para uma nova forma de imunoterapia para o combate ao câncer", disse Hancock.
No entanto, ainda há um longo caminho a ser percorrido para o tratamento de pacientes com câncer. Outros testes serão necessários para ver se os mesmos procedimentos podem ser usados no sistema imunológico humano, antes de testes clínicos.
Emma Smith, do Cancer Research UK, disse: "Colocar o poder do nosso sistema imunológico contra o câncer é um campo promissor de pesquisa, e algo que cientistas do mundo todos estão estudando."
"Estes resultados são mais um passo para o desenvolvimento de novos tratamentos que agem dessa forma, mas a pesquisa ainda está em fase inicial, e ainda não sabemos se essa abordagem será segura ou eficaz em humanos," concluiu Smith.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Ter fé é o melhor remédio para viver melhor

Não se trata de religião nem de acreditar em milagre. Cultivar o otimismo e a fé na vida ajuda a prevenir doenças, acelera a cura e é garantia de viver melhor. A medicina assina embaixo

Por Marcia Kedouk Fotos Ilustração Marília dos Santos Reis

Deus, energia, otimismo, força do pensamento, esperança. Não importa que nome você dá àquilo que traz conforto, disposição, alegria e segurança nos momentos difíceis. O fato é que quem consegue mentalizar o bem mesmo quando as coisas vão mal e acredita que, no fim, tudo vai dar certo vive melhor. Não se trata de autoajuda barata nem de discurso de Poliana; a ciência e a medicina assinam embaixo e cada vez mais se debruçam sobre o assunto.

O maior estudo já realizado sobre a influência das emoções na saúde saiu da Escola de Saúde Pública da Universidade Harvard, nos Estados Unidos. Para os pesquisadores, satisfação e felicidade teriam a mesma relevância na prevenção de ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais (os derrames) do que fatores como idade, peso, tabagismo e condição socioeconômica. Trocando em miúdos, os riscos de alguém que tem fé na vida desenvolver doenças são muito menores do que quem não crê que tudo pode acabar bem. Tem mais: a progressão de uma doença já instalada é mais lenta em quem encara a vida pelo lado bom. Uma das explicações dos cientistas é que indivíduos positivos e comprometidos com o bem-estar costumam ter hábitos mais saudáveis e, por isso, tendem a apresentar pressão sanguínea mais baixa e menos gordura no sangue.

Outra pesquisa, da Universidade de Kentucky, também nos Estados Unidos, chegou a uma conclusão semelhante. Nela, os participantes responderam um questionário para mensurar o grau de otimismo e, na etapa seguinte, receberam uma injeção com antígenos (moléculas que estimulam uma resposta das células do sistema imune). O resultado? Aqueles que apresentaram a pior reação imunológica foram justamente os que avaliaram a si mesmos como pessimistas diante da vida.

A nova saúde


A ciência tem se dedicado tanto a estudar a influência das emoções e das crenças na vida das pessoas que a medicina vem adaptando suas práticas na prevenção e no tratamento de doenças. Desde a década de 1970, importantes hospitais e centros médicos nos Estados Unidos, no Canadá, na Europa e em Israel começaram a criar departamentos que colocam em prática ações que consideram o indivíduo como ser integral, a chamada medicina integrativa. Por exemplo, quando se trata a obesidade, não é apenas o sistema endócrino ou o estômago que estão em questão, mas o ser humano por trás deles, seus medos e anseios, suas dúvidas e certezas. O foco deixa de ser a doença e passa a ser o paciente. “O sintoma é só a ponta do iceberg, são os 10% que ficam para fora da água que encobre algo bem maior”, define o endocrinologista Filippo Pedrinola, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e certificado pelo programa Harvard Body & Mind.

Desde 2006, a medicina integrativa está presente nos hospitais públicos e privados brasileiros incentivando o uso de técnicas como acupuntura, ioga, meditação, exercícios de respiração e massagem como tratamentos paralelos para diversos problemas de saúde. O médico Paulo de Tarso Lima, autor do livro Medicina Integrativa – A Cura pelo Equilíbrio, e responsável pelo grupo de medicina integrativa do Instituto de Oncologia e Hematologia do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, comenta que o país é líder na presença de terapias integrativas no sistema público, mas ainda precisa avançar para conectá- las à medicina tradicional, isto é, saber aplicá-las a fim de tornar o tratamento médico mais suave e confortável para o paciente. Na universidade americana Stanford, que também tem um centro de medicina integrativa, 90% dos mais de 6 mil pacientes com câncer que passaram por sessões de ioga, massagem e outras terapias relataram melhora na disposição e no sono, redução da dor e do stress.

Efeito placebo


O princípio básico dessa mudança na forma de entender o que é ser saudável está na definição da Organização Mundial da Saúde: saúde não implica só na ausência da doença, mas na presença de bemestar físico, mental e social. “Às vezes, a pessoa tem saúde, mas não bem-estar, enquanto há doentes que se sentem muito bem”, compara Tarso Lima.

Um indicador de que a cura não está só nas mãos dos médicos é o efeito placebo. A maioria dos estudos com pessoas que recebem comprimidos sem substâncias ativas mostra bons resultados. Por acreditarem que aquilo faz bem, conseguem melhorar como se estivessem ingerindo a droga. “Trabalhos com ressonância magnética mostram que a atitude positiva interfere na atividade dos neurotransmissores reduzindo o stress e ajudando o corpo a liberar hormônios do bem-estar”, fala Pedrinola.
 Fonte: Boa Forma.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Mulheres com câncer de mama relatam crescimento diante da adversidade

De dar mais valor à vida a ficar mais próxima da família, pacientes listaram pequenas mudanças com muito significado ocorridas depois do diagnóstico

Embora um diagnóstico de câncer de mama possa ser uma notícia devastadora, algumas mulheres encontram um crescimento pessoal positivo ao passar pela experiência, diz um novo estudo.
A maioria das pessoas já ouviu falar de estresse pós-traumático, mas um novo conceito, conhecido como "crescimento pós-traumático", vem sendo notado: são as mudanças psicológicas positivas de uma pessoa que passa por uma história de superação.
O novo estudo foi feito com cerca de 700 pacientes com câncer de mama. Os pesquisadores descobriram que, em média, as mulheres relataram o crescimento pessoal no próprio ano do diagnóstico ou pouco depois disso. Foram relatados atos que vão de “valorizar mais a vida” a “sentir-se mais próxima da família e de amigos”.
E não foram apenas as mulheres com um temperamento naturalmente otimista que relataram este crescimento pessoal, disse a pesquisadora Suzanne Danhauer, professora no Wake Forest Baptist Medical Center, na Carolina do Norte, EUA. No início, o estudo também mediu a tendência geral das mulheres para ser otimista, e descobriu-se que o traço não está ligado ao objeto do estudo. “Não é apenas otimismo”, disse Suzanne. “Não foram só as mulheres que tendem a ver o copo meio cheio que apresentaram crescimento”.
As mulheres que disseram estar recebendo mais apoio de amigos e família estavam mais propensas a ver o crescimento pessoal em si mesmas. Para Suzanne, é possível que ter mais gente com quem conversar sobre a luta contra a doença aumenta a capacidade de crescer diante da adversidade.
Decisão consciente
Algumas mulheres também podem tomar uma decisão consciente para tirar algo de positivo de uma experiência difícil, disse a médica Mary Jane Massie , psiquiatra do Centro de Câncer Memorial Sloan- Kettering, em Nova York, EUA. Mary Jane não estava envolvida no novo estudo.
“Trabalho com mulheres com câncer de mama há algumas décadas”, disse. “E já ouvi muitas dizerem: ‘Se tiver que passar por isso, vou me certificar de tirar algo de bom da experiência’”.
O estudo, publicado online recentemente na revista Psico-Oncologia , incluiu 653 mulheres com diagnóstico recente de câncer de mama, principalmente de fase 1 ou fase 2 . As mulheres responderam a um questionário padrão sobre o crescimento pós-traumático no prazo de oito meses de seu diagnóstico e, em seguida, depois de mais seis, 12 e 18 meses.
O questionário tem perguntas que aferem a valorização da vida, sentimentos sobre relações pessoais, mudanças na espiritualidade e abertura para novas possibilidades.
Sem regras
Em média, a pontuação dos questionários aumentou durante o primeiro ano após o diagnóstico e depois se estabilizou. Mulheres que relataram aumento de apoio social após o diagnóstico apresentaram maior crescimento pós-traumático.
Mas nem toda mulher quer conversar. “Algumas mulheres não querem dizer a seus amigos que têm câncer”, disse Mary Jane. “E tudo bem. Não há uma regra que diga que você tem que contar a alguém”.
Porém, segundo ela, é importante que os sistemas de saúde tenham grupos de apoio para os pacientes com câncer que querem falar. Mesmo com esse tipo de apoio, no entanto, pacientes com câncer não devem sentir que estão fazendo algo de errado se não sentirem ter crescido diante da adversidade, disse Suzanne. “Não quero dar a impressão de que todas as mulheres devem passar por isso”, disse ela. “Estamos apenas dizendo que algumas mulheres passam”.
Suzanne disse que pessoas com câncer podem se sentir pressionadas a “pensar positivo” e acabam sentindo-se culpadas quando não atendem a essa expectativa.
Para Mary Jane, não existe uma maneira padrão como um paciente com câncer deve se sentir. Ela acrescentou, porém, que o crescimento pessoal não precisa ser uma grande mudança.
“Pode ser que você repense a sua vida em pequenas coisas”, disse. “Talvez você trabalhe um pouco menos ou passe mais tempo com sua filha”.
Quanto a outros tipos de câncer, grande parte da pesquisa sobre o crescimento pós-traumático tem se concentrado no de mama. Mas há alguns estudos - dois mais recentes descobriram que sobreviventes de câncer de pulmão e jovens adultos que tinham sobrevivido ao câncer na infância também relataram crescimento pessoal a partir de sua experiência.
Fonte: Delas.

Como lidar com alguns sentimentos

Você não é a única mulher que enfrenta essa situação, inclusive, várias mulheres já conseguiram atravessar os momentos difíceis e retomaram as suas vidas. Algumas sugestões para lidar com alguns sentimentos esperados nesse momento:
Medo da morte: os avanços científicos têm proporcionado resultados promissores com tratamentos eficazes e cada vez menos ‘agressivos’ (efeitos colaterais menos intensos). Várias mulheres retomam suas vidas e relatam rever seus valores atribuindo novas perspectivas de vida após enfrentarem um câncer. A morte é uma certeza na vida de qualquer ser humano!
Medo de abandono e crises nos relacionamentos conjugais: é natural sentir-se insegura, a mama é um órgão que representa a feminilidade e sensualidade da mulher. Você também pode estar preocupada com o tratamento e alguns efeitos colaterais (queda do cabelo e diminuição do desejo sexual). Converse com seu companheiro sobre seus sentimentos, encontrem juntos, alternativas para enfrentarem a situação. Na vida a dois sempre existiram obstáculos, o importante é buscar alternativas para superá-los.
Medo da recidiva: se você recebeu o diagnóstico recentemente, o momento agora é de concentrar toda sua energia no tratamento. Pense na sua capacidade de superação e fortaleça seu sistema imunológico com otimismo e determinação. Caso já tenha superado o câncer, ame a vida intensamente e cuide-se com atitudes preventivas. Quando o medo aparecer encare-o e reflita sobre o seu presente, o seu estado de saúde atual.
Respeite suas emoções e procure formas de enfrentá-las: converse com familiares, amigos e com mulheres que já tiveram câncer de mama. Se não quer receber visitas ou falar sobre o assunto avise e peça para que respeitem seus sentimentos. Leituras, músicas e filmes são algumas opções interessantes para se distrair.
Atitudes e pensamentos otimistas fortalecem seu sistema imunológico. Pratique o autocontrole e procure respirar lenta e profundamente nos momentos de angústia ou de ansiedade.

Procure ajuda de profissionais da área da saúde, o paciente com diagnóstico de câncer necessita de equipe multidisciplinar: médicos, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, dentistas e fisioterapeutas.