terça-feira, 15 de setembro de 2015

Estudo sugere que azeite de oliva diminui riscos desenvolvimento de câncer de mama

Istock
Mulheres que consomem uma grande quantidade de azeite de oliva extravirgem, como parte de uma dieta mediterrânea, têm menos chance de desenvolver câncer de mama em cinco anos. O estudo, feito na Espanha e publicado nesta segunda-feira (14) no portal de medicina JAMA Internal Medicine, mulheres com este costume às que estão em uma dieta com baixo consumo de gordura.
Pesquisas anteriores já sugeriam uma incidência menor de câncer no Mediterrâneo, mas não era claro como a dieta poderia interferir no risco de manifestação de câncer de mama. Agora, além das vantagens já conhecidas da dieta – como benefícios cardiovasculares, metabólicos e cognitivos -, ela também pode ser associada à prevenção desta doença.
O estudo analisou 4.300 mulheres que já passaram pela menopausa. Elas foram instruídas a comer refeições tradicionais mediterrâneas, que geralmente consistem em muitas frutas e vegetais, grãos integrais, peixe, azeite e vinho vermelho. A dieta tem baixo teor de açúcar, pouca comida processada, carne vermelha e derivados do leite. Parte dessas mulheres recebeu um litro a mais de azeite de oliva extravirgem por semana para elas e suas famílias. Enquanto isso, outro grupo recebeu 30 gramas de castanhas diferentes, como amêndoas, avelãs e nozes. Um grupo de controle seguiu uma dieta com baixo teor de gordura no lugar da mediterrânea.
Depois de cinco anos, as mulheres das duas dietas foram consideradas com menos chance de serem diagnosticadas com câncer de mama do que as mulheres na dieta de baixa gordura. Aquelas que suplementaram suas refeições com azeite de oliva reduziram em 68% o risco de manifestar a doença. O grupo de pesquisa calculou que a cada 5% de calorias adicionais que vinham do azeite de oliva, mulheres poderiam reduzir suas chances de ter câncer de mama em cerca de 28%.
Aquelas que comeram as castanhas mostraram uma redução de 41%, mas isso não foi estaticamente significante – o que significa que pode ter ocorrido apenas por acaso.
No entanto, há algumas advertências em relação ao estudo. O maior é que houveram apenas 35 casos de câncer de mama em todo o grupo, o que é pouco. E, apesar dos resultados significativos, pode não ser o suficiente para tirar conclusões finais.
Além disso, o estudo original não estava procurando especificamente por câncer de mama – no começo ia estudar vantagens cardiovasculares na dieta – então não houve uma triagem uniforme para câncer de mama.
Fonte: Forbes.

Novo exame de sangue detecta retorno de câncer de mama

Um novo exame de sangue, ainda em fase experimental, pode salvar a vida de quem está lutando contra o retorno do câncer de mama.
Cientistas da organização britânica Institute of Cancer Research encontraram traços de câncer de mama em um grupo de mulheres oito meses antes do provável período em que ele normalmente seria detectado.
O estudo acompanhou 55 mulheres que já tinham tido esse tipo de câncer. Dessas, 15 enfrentaram retornos dos tumores, e 12 foram diagnosticadas pelo novo teste muito antes, segundo o estudo divulgado na publicação Science Translational Medicine.
A vantagem de se detectar a reincidência antes significa que tratamentos como quimioterapia podem ser administrados mais cedo, aumentando a chance de sobrevida do paciente.
A recidiva pode ocorrer quando uma cirurgia não consegue retirar todo o tumor ou se ele já tiver se espalhado para outras partes do corpo.
Sobre as três mulheres que não tiveram o retorno detectado pelo exame de sangue, os cientistas acham que isso ocorreu porque o câncer se espalhou para o cérebro, onde um mecanismo de proteção impediu que os traços de câncer chegassem à corrente sanguínea.

Esperança

Apesar de os cientistas dizerem que pode demorar anos para esse exame ficar disponível ao público, eles estão esperançosos de que o teste possa ajudar a aprimorar tratamentos personalizados contra o tumor e ajudar na busca da cura do câncer.
No teste, é analisado o DNA que sofreu mutação do tumor; em seguida, traços dessa mutação são rastreados no sangue.
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Image captionExame ainda está em fase de testes e pode demorar anos para esse exame ficar disponível ao público
Co-responsável pela pesquisa, Nicolas Turner disse à BBC: "A questão-chave é: estamos identificando essas mulheres sob risco de recidiva cedo o suficiente para lhes dar a chance de um tratamento que evite a volta do câncer?"
"Nossa proposta é tratar disso em estudos futuros. Mas agora estamos falando sobre um princípio que pode ser aplicado a qualquer tipo de câncer que foi vencido em um tratamento inicial mas que pode retornar no futuro."
Um exame de sangue é relativamente barato, mas investigar o DNA de um tumor ainda é bastante caro. No entanto, esse procedimento está ficando cada vez mais barato à medida que cada vez mais a medicina está procurando tratar tumores com medicamentos que miram especificamente mutações específicas.
Para o oncologista Nick Peel, da instituição Cancer Research UK, "encontrar maneiras menos invasivas de diagnosticar e monitorar o câncer é crucial e amostras sanguíneos estão surgindo como um caminho possível para reunir informações cruciais sobre a doença, pescando fragmentos do DNA do tumor ou células cancerosas que passaram para a corrente sanguíneo".

Como os cientistas esperam curar o câncer de mama?



Durante décadas, governos, entidades e empresas farmacêuticas investiram dezenas de bilhões de dólares em pesquisas sobre o câncer de mama. Ainda assim, todos os anos, cerca de meio milhão de pessoas – a maioria delas mulheres – morrem em decorrência dessa doença.
“Nos Estados Unidos, 41 mil mulheres morrem de câncer de mama todos os anos”, afirma a Dra. Sofia D. Merajver, chefe do programa de oncologia de mama do Centro Geral de Câncer da Universidade de Michigan.
Um método que tem ajudado nessa caminhada é a pesquisa em diagnóstico por meio de exames laboratoriais, com o objetivo de achar sinais de câncer no sangue ou na urina antes que os sintomas apareçam. Essa área de pesquisa é tão promissora que pode vir a se tornar parte de um mercado de US$ 20 bilhões em exames de sangue para detecção de câncer nos próximos cinco anos.
Há algumas semanas, por exemplo, a revista Nature publicou que um exame de sangue foi desenvolvido para detectar câncer de pâncreas, que é um dos mais agressivos. Essa notícia foi recebida com grande entusiasmo por aqueles que buscam erradicar o câncer de pâncreas, mas esse exame também se provou útil na detecção do câncer de mama: biomarcadores no sangue de pacientes com câncer de mama também “acenderam” durante a pesquisa.
Enquanto isso, pesquisadores da Universidade de Freiburg, na Alemanha, desenvolveram um teste para câncer de mama que requer apenas poucos mililitros de urina. Esse exame detecta concentrações de microRNAs que foram transmitidos do sangue do paciente para a urina. Os microRNAs ajudam a regular o metabolismo das células e geralmente apresentam-se de maneira desorganizada em células cancerosas. O teste, que contou com 48 mulheres, procurou encontrar concentrações desses microRNAs e teve uma taxa de 91% de precisão nos resultados, de acordo com os pesquisadores. Entretanto, amostras maiores serão necessárias para provar a sua eficácia.
Enquanto alguns exames laboratoriais ainda precisam ser desenvolvidos, outros já estão apresentando resultados. Um campo conhecido como prática teragnóstica, que examina o sangue de uma pessoa buscando micropedaços de fragmentos de DNA liberados por tumores, pode ajudar os médicos a prescrever medicamentos individualizados que podem ter efeito diretamente contra um tipo específico de tumor.
Isso tem aumentado o desenvolvimento de drogas personalizadas com alvos específicos (de 15 drogas desse tipo em 2008 para 50 nos dias de hoje) e também os próprios testes teragnósticos.
As pesquisas em terapias direcionadas contam com a ajuda dos esforços na área de genoma do câncer. A análise da sequência genética de mais de 2 mil amostras de câncer de mama pelo Centro de Câncer de Cambridge, por exemplo, revelou que há ao menos dez tipos de tumores cancerosos de mama geneticamente distintos.
A compreensão sobre o genoma de tumores pode ajudar no entendimento da terceira e talvez mais importante área da pesquisa do câncer de mama: as metástases do tumor primário. Muito pouco se sabe sobre por que os tumores se espalham para outros órgãos. Isso é um desafio para os pesquisadores porque são as metástases que tendem a causar a morte de pacientes, comenta Dra. Merajver.
A detecção precoce é um foco importante dos grupos de conscientização sobre câncer de mama. Mas não é suficiente, afirma a Dra. Merajver. “A maioria dos casos de câncer nos Estados Unidos é diagnosticada nos estágios 1 ou 2”, diz Merajver.
Ela adverte que o câncer é altamente complicado e que separar a quantia enorme de possíveis mutações em um tumor sólido é a chave para a medicina personalizada e altamente precisa. Ainda, a compreensão da constituição dessas mutações e o uso de plataformas de nanotecnologia para o desenvolvimento de terapias individualizadas e direcionadas podem ser essenciais para a sobrevivência de longo prazo.
Então, isso só nos leva a crer que o próximo grande passo na luta contra o câncer pode muito bem acontecer no âmbito da nanociência.