Os compostos prometem ser mais eficazes que a quimioterapia
Publicada no periódico Nature na quarta-feira (1), a pesquisa mostra que esses novos compostos impedem que as células cancerígenas se dividam e se espalhem, dificultando o crescimento do tumor. "As células não estão mortas", esclarece Anne Voss, uma das autoras do estudo, "mas não podem mais se dividir e proliferar. Sem essa capacidade, as células cancerígenas são efetivamente paradas".
Voss e sua equipe também acreditam que o efeito dos novos compostos nas células cancerígenas poderia ajudar as pessoas que passam pela terapia do câncer a evitar uma reincidência da doença.
Focado nas proteínas do câncer
Os novos compostos inibem duas proteínas associadas a diferentes tipos de câncer: KAT6A e KAT6B. Os genes que codificam essas proteínas têm sido considerados "indestrutíveis" --isto é, não respondem ao tratamento do câncer baseado em drogas.
"Houve muitos obstáculos a superar com este projeto", observa o coautor do estudo, Jonathan Baell, ressaltando que o desenvolvimento da nova classe de compostos exigiu os esforços conjuntos de numerosos especialistas em várias disciplinas. "Mas com perseverança e comprometimento, estamos entusiasmados por termos desenvolvido um composto potente, preciso e limpo que parece ser seguro e eficaz em nossos modelos pré-clínicos", acrescenta.
Embora Voss admita que a nova pesquisa é apenas o primeiro passo de um processo muito mais longo de testar e aprimorar esta nova classe de medicamentos em humanos, ela está esperançosa de que a descoberta possa ter um impacto positivo importante na eficácia e qualidade dos tratamentos contra o câncer. "Nossa descoberta sugere que essas drogas podem ser particularmente eficazes como um tipo de terapia de consolidação que retarda ou previne a recaída após o tratamento inicial".
Os pesquisadores agora estão trabalhando para aprimorar os inibidores recém-descobertos em um produto que pode ser testado em testes clínicos em humanos o mais rápido possível.
Fonte: BOL Notícias
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