sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Alimentação equilibrada faz a diferença no tratamento de pacientes com câncer



Os cuidados com a alimentação e a prática de atividades físicas regulares são orientações que médicos e nutricionistas repetem a inúmeras pessoas que buscam um estilo de vida mais saudável. Mas, para os pacientes oncológicos, além da atenção redobrada com refeições, é importante se ater a grupos de alimentos que podem auxiliar na diminuição dos sintomas causados pelo tratamento, dar mais energia e fornecer os nutrientes necessários para elevar o bem estar do mesmo.
De acordo com a Dra. Camila Dutra, nutricionista oncológica do Instituto Onco-vida/Oncoclínicas, as estratégias nutricionais devem se pautar no estado funcional de cada paciente, visando o seu conforto e satisfação. “Esses pacientes necessitam de uma alimentação baseada no consumo de alimentos anticarcinogênicos, como: frutas, verduras, grãos vegetais e alimentos integrais, pois estes diminuem o impacto da doença pela presença de agentes quimiopreventivos, os quais são encontrados em sua composição, em diferentes concentrações e tipos”, explica a nutricionista. Alimentos doces, gordurosos e industrializados devem ser evitados, pois se relacionam com uma incidência maior de câncer.
Durante a quimioterapia, o metabolismo do paciente é muito afetado, principalmente na produção de proteínas, o que resulta em um acometimento de células em divisão, tanto as doentes quanto as saudáveis, como explica a Dra. Camila: ” Esse tratamento pode afetar todos os tecidos em graus diferentes, elevando a depleção do estado nutricional, além de provocar efeitos colaterais.
Entre estes efeitos colaterais: os enjoos, náuseas e a falta de apetite. Mas, até para estes momentos, a estratégia alimentar adotada pode melhorar e muito este quadro. A Dra.Camila informa que alguns alimentos e maneiras de ingeri-los podem “contornar” a incidência do mal-estar. “A inserção de suplementos alimentares ou comidas com alto valor calórico nos casos de falta de apetite. Já nos casos de náuseas, evitar a ingestão de alimentos condimentados e com cheiro forte, preferindo ingerir alimentos mais secos como biscoitos e torradas e alimentos frios como, sucos, picolés e água de coco, comer devagar, sempre mastigando bem os alimentos, evitar deitar por aproximadamente 2 horas após as refeições”.
A nutricionista tem uma dica também para evitar vômitos. “O paciente precisa tomar pequenas quantidades de líquidos para hidratação e restabelecer a alimentação normal de forma gradativa com refeições fracionadas e em pequenos volumes”, orienta.  Mas e o sal e o açúcar? Reduz ou não reduz na alimentação? De acordo com a nutricionista oncológica do Instituto Onco-vida, deve-se reduzir o consumo dos dois. “Todas as células do nosso corpo, incluindo as cancerígenas precisam de açúcar (glicose) da nossa corrente sanguínea como fonte de energia. Porém o excesso de açúcar pode significar mais calorias do que o necessário, o que leva ao aumento do peso e gordura corporal. E segundo o American Institute for Cancer Research, é o excesso de gordura corporal que aumenta o risco de desenvolvimento do câncer”, esclarece a nutricionista.
O sal está presente naturalmente nos alimentos que comemos, e é muito importante para uma dieta saudável, porém, em pequenas quantidades! “A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que sejam consumidos no máximo cinco gramas de sal por dia. Sendo que 2g estejam presentes naturalmente nos alimentos e apenas 3g (duas colheres de chá rasas) sejam acrescentados no preparo das refeições em um dia”, informa da Dra. Camila Dutra.
A elaboração de uma dieta bem estruturada é fundamental para garantir a melhora no bem estar do paciente oncológico. O câncer, como diz a Dra. Camila, é uma doença catabólica, que pode causar diversos efeitos adversos. Desde a desnutrição, até a um grande aumento de peso, o que pode comprometer o resultado do tratamento a longo prazo. “Por isso a nutrição é uma das especialidades essenciais no enfrentamento do câncer, e o profissional nutricionista capacitado irá identificar o risco nutricional do paciente e a partir daí irá desenvolver um plano terapêutico para manutenção ou recuperação do estado nutricional e da qualidade de vida”, conclui a nutricionista.
Fonte: Instituto Oncovida

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