sábado, 6 de janeiro de 2018

Uma luz é capaz de vencer as trevas e lhe dar forças para continuar



Para a maioria, a cicatriz é apenas um acidente causal, outros pensam em uma fonte de orgulho, mas para alguns, as cicatrizes podem simbolizar memórias dolorosas.

Para os sobreviventes do câncer de mama, o tipo mais frequente em mulheres em todo o mundo, as opções de tratamento são limitadas. A remoção de um peito inteiro, é uma solução comum para deter a doença, mas a cicatriz deixada depois cria um novo problema.

"As cicatrizes são algo que muitas pessoas adoram, especialmente se representa algo que o traumatizou", disse Diana Pirez, uma tatuadora da Cidade do México especializada em aquarela.

A tatuagem, apresenta uma solução nova e não convencional para sobreviventes do câncer de mama, de pessoas que escolheram cobrir a cicatriz com um mamilo tatuado ou uma arte colorida, foi popularizada pela Vinnie Meyers no início dos anos 2000, foi recentemente praticada por Diana Pirez.

"Consulte seu médico se tem ou não alguma restrição de fazer uma tatuagem"

Crescendo em uma casa católica, Pirez foi impedida de ter piercings, pintar o cabelo e fazer tatuagens.

"Tatuagens eram para ‘abandonados’, eram para criminosos. As mulheres não conseguiam nada tendo tatuagens ", disse Pirez. "Minha tia sempre me apoiou na arte, e percebi que as tatuagens podem ser tantas coisas diferentes para tantas pessoas".

Alguns anos atrás, a tia de Pirez morreu de câncer de mama, despertando seu interesse em tatuar não apenas como uma forma de arte, mas um alívio e recomeço para muitas outras mulheres. Pirez fundou a organização sem fins lucrativos, Recognize You (ou Recognize Yourself), em 2014 com um grupo de colegas de trabalho e amigos. Depois de ser entrevistada por uma estação de notícias local na Cidade do México, Pirez começou a receber telefonemas e e-mails de mulheres que estavam no processo de cirurgia de câncer de mama.
Uma tatuagem com Pirez não é tão simples como entrar em um estúdio comum ou fazer uma consulta com um artista habitual de tatuagem. Pirez constrói relações com seus clientes, atendendo eles através do processo de inspeção inicial do tecido cicatrizado, para acompanhar a forma como a pele vai se comportar com a tatuagem.

"Isso os faz sentir mais confortáveis ​​e acolhidos", disse Pirez. "Sempre pensei que nem sempre é sobre a cicatriz, porque você está envergonhado disso, mas sobre torná-la mais bonita e assumir o controle de algo que aconteceu com você que você não teve controle".

A sensibilidade é importante quando se trata de tatuagens de mama, porque elas são feitas em uma área delicada e representam um lembrete indesejável. Pirez viu vários casos em que os mamilos tatuados foram desproporcionais em tamanho ou não combinavam com o tom da pele.

"As cicatrizes de tatuagem são diferentes da tatuagem regular da pele", disse Pirez. "Ele apresenta um novo desafio; você tem que ser macio e fiel, tem que parecer ter nascido com a pessoa. Normalmente, a pele em torno dos seios após um implante é muito mais fina, então você deve ter cuidado para não se afundar ou danificar a pele, ou mesmo machucar e traumatizar ainda mais a mulher que está apostando nessa ideia".

Quando se trata de fazer essas tatuagens difíceis, Pirez é completamente autodidata. Um aprendizado é a maneira comum de se tatuar, mas depois de ser negado por todos os estúdios conhecidos da Cidade do México, Pirez decidiu praticar em qualquer pessoa que lhe “emprestava” a pele. Sua perseverança valeu a pena. No ano passado, quando Pirez visitou Austin, ela trabalhou com o lendário artista Shanghai Kate em seu estúdio antes que seu visto acabasse.
"Quando eu tentei voltar (para os EUA), eles disseram: 'você está tentando voltar tão rápido, então vamos cancelar seu visto'", disse Pirez.

Atualmente, Pirez ainda está na Cidade do México e espera estar de volta a Austin no próximo ano após um processo de imigração extenuante. Ela disse que seu objetivo é continuar seu trabalho sem fins lucrativos nos EUA, mudando de vida um mamilo de cada vez.

"Isso faz você perceber que não é tão forte como se sentia", disse Pirez. "Eu apoio a imigração legal, penso que é importante fazer as coisas certas".
Entretanto, enquanto Pirez está aguardando a aprovação de seu visto, ela continua seu trabalho no México, defendendo o poder das tatuagens.

Fonte: Jornale

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