Por: Tatiana Pimenta
O outubro rosa é um movimento voltado para a conscientização de mulheres sobre a prevenção do câncer de mama. Durante todo este mês, atividades para conscientizar e incentivar a realização de exames de rotina e do autoexame são feitas ao redor do Brasil.
Além das complicações físicas, o câncer de mama afeta em demasiado a saúde mental. A ansiedade, medo, preocupação, tristeza e até depressão podem perdurar desde o diagnóstico até o fim do tratamento.
Quando ocorre a queda de cabelo ou remoção das mamas, sobretudo, a mulher pode sentir que a sua feminilidade está sobre ataque.
Por conta disso, neste mês de conscientização é igualmente fundamental abordar como preservar a saúde mental das mulheres acometidas pelo câncer.
Qual é a importância do Outubro Rosa?
Com o passar dos anos, o outubro rosa ganhou grande notoriedade, levando conhecimento e despertando a atenção de muitas mulheres em locais de difícil acesso para o câncer de mama.
Quando feita anualmente, a mamografia pode detectar a doença em seus estágios iniciais, elevando as probabilidades de cura.
Outro benefício do outubro rosa é a união de mulheres que têm ou já tiveram câncer de mama. A diversidade de experiências e testemunhos acalma e pode levar à criação de redes de apoio, essenciais para o suporte emocional e psicólogo da mulher durante sua jornada contra o câncer de mama.
Recebendo o diagnóstico
Para muitas mulheres, o diagnóstico de câncer de mama é muito impactante. Assim que a notícia é recebida, a mente já começa a criar múltiplos cenários possíveis.
Pensamentos sobre as dificuldades físicas, modificações no estilo de vida e na aparência, dependência do tratamento e incerteza da cura circulam a toda velocidade.
As mamas são, para muitas, as características definidoras de sua feminilidade. Essas mulheres não conseguem se imaginar vivendo sem elas ou enfrentando problemas relacionados ao atributo físico que as definem como femininas.
Sendo assim, o diagnóstico positivo pode elevar a crises de ansiedade e até causar depressão.
Neste momento de fragilidade emocional, iniciar uma jornada para o encontro da autoestima em sua plenitude é essencial. Os seios não são as únicas características atraentes nem determinantes da feminilidade.
Além disso, a escolha do médico pode fazer significativa diferença na qualidade do tratamento. O profissional deve ser cuidadoso ao se dirigir ao estado emocional da mulher e responsável para que a intervenção médica seja feita adequadamente.
Tenho medo de fazer o exame e receber um diagnóstico positivo
O câncer de mama costuma acometer mulheres acima dos 55 anos. O acompanhamento anual através da mamografia se inicia a partir dos 35 anos.
É comum ficar apreensiva com a possibilidade do diagnóstico positivo. No entanto, quando ele é feito precocemente, o tratamento é mais eficaz.
Apesar da maioria dos nódulos encontrados nos seios tenderem a ser benignos, não vale a pena ignorá-los e correr o risco de a doença evoluir silenciosamente, certo?
Não tenho casos na família, então não corro o risco de ter câncer de mama!
Errado!
Cerca de 85% das mulheres com câncer de mama não têm histórico familiar da patologia. Sendo assim, é indispensável fazer a mamografia.
Convivendo com o câncer de mama
A maneira como a mulher convive com o câncer é fator decisório para a deterioração ou não da saúde mental.
O medo e a incerteza tendem a ser frequentes após a confirmação do diagnóstico. Há mulheres que temem deixar a família sem amparo caso o câncer se agrave ou temem não ter a oportunidade de viver conforme o desejado, ou, ainda, temem não conseguir um tratamento eficaz.
A mulher pode responder às modificações corporais com desespero e sentir vergonha das reações das pessoas. Esses sentimentos podem impedi-la de compartilhar o diagnóstico com entes queridos.
Embora pareça impossível conservar a saúde mental nessas circunstâncias, é preciso se lembrar de que o momento presente é o mais importante. Ele determina a qualidade do futuro. Então, para que a doença não ganhe proporções insuportáveis, o ideal é viver um dia após o outro.
Abaixo, vamos ver algumas formas de cuidar da saúde mental enquanto se convive com a doença.
Busque apoio de outras mulheres
As declarações e histórias de mulheres podem se tornar fonte de apoio para milhares de outras, além de reduzirem estigmas sobre a patologia. Por isso, procure por grupos de apoio, presenciais e virtuais, criados e desenvolvidos especialmente para mulheres nesta situação.
Aceite a sua condição de saúde
Lidar com uma condição de saúde grave é muito mais fácil quando se aceita conviver com ela. A aceitação liberta porque é o encontro com a verdade.
Não há nada o que fazer, além de aceitar o que a realidade lhe propõe, correto? Essa atitude pode ser tomada com serenidade, ou abraçada com revolta. Quando o primeiro caso ocorre, contudo, o bem-estar e a resignação são maiores.
Mantenha a sua rotina normal (ou o mais normal possível)
Não deixe de fazer coisas por medo ou vergonha. Se estava para iniciar um curso ou tinha uma viagem programada, não modifique esses planos se não apresentarem riscos à sua saúde.
Converse com seu médico sobre as atividades que podem ser feitas para manter-se na ativa durante o tratamento. Cessar os compromissos abruptamente é como mandar uma mensagem de “desistência” para o cérebro.
Faça o necessário para sentir bem e bonita
Para minimizar o desconforto com a aparência após a quimioterapia ou a cirurgia, busque se sentir bonita à sua maneira.
Por exemplo, perucas e próteses mamárias são formas das mulheres recuperarem a autoestima. Como o outubro rosa quebrou diversos preconceitos e tabus em relação ao câncer de mama, atualmente é mais fácil encontrar informações sobre como conseguir ambos.
Tarefas simples como se vestir e tomar banho podem ser encaradas com estranheza a princípio. Permita-se acostumar com as mudanças calmamente, evitando se pressionar para agir com normalidade logo após a mastectomia ou outras modificações corporais.
Entretanto, não deixe de vestir as peças que você adora nem descarte a sua “marca registrada” ao se arrumar.
Busque apoio de quem está próximo
Se você se sentir menos atraente e encontrar problemas para se relacionar ou ter momentos íntimos com o seu parceiro, converse com ele ou ela para que ambos possam encontrar soluções para o impasse.
Se estiver com dificuldades para expressar como se sente, a terapia de casal pode ajudá-los a restaurar a convivência e a paixão.
Familiares e amigos também podem ser pilares emocionais importantes no decorrer do tratamento. Mantenha pessoas queridas por perto para sentir-se bem consigo mesma e fortalecer laços.
Compartilhe os seus sentimentos
Partilhar os seus sentimentos e emoções é libertador. Se não se sentir confortável expressando-os oralmente logo no início do tratamento, opte por escrevê-los em um diário (uma estratégia bacana utilizada por diversos psicólogos), direcioná-los para atividades artísticas ou compartilhar a sua experiência em grupos nas redes sociais.
Às vezes, pode ser mais fácil conversar com pessoas pouco íntimas.
Já se você tiver uma pessoa de confiança para conversar, compartilhe seus sentimentos, preocupações e pensamentos com ela. Desse modo, o relacionamento pode crescer excepcionalmente durante esse período de confissões.
Como ajudar alguém em tratamento
Assistir uma pessoa querida passar por um momento tão difícil é complicado. É como se nós sofrêssemos com ela. No entanto, a vontade de ajudar pode ser tanta que gera algum incômodo. As suas demonstrações de apoio podem tomar muitas formas e, ainda, serem feitas com respeito ao espaço pessoal da mulher.
Você pode:
Escutar atentamente: enquanto a mulher estiver falando de seus sentimentos e medos, ouça em silêncio. Se ela quiser um conselho ou uma direção sobre como agir, ela pedirá. Então, permaneça na posição de ouvinte atencioso até ser convidado a falar.
Incentivar uma consulta com um psicólogo: caso note que as palavras dela estão mais pessimistas e sem perspectiva de futuro, converse com ela sobre a possibilidade de estar deprimida.
Incentive-a a buscar ajuda profissional para fazer uma averiguação completa de sua saúde mental. Você pode oferecer essa sugestão mesmo se não houver indicativos de transtornos mentais. A terapia vai ajudá-la a enfrentar o momento de adversidade com a cabeça erguida.
Convidá-la para programas: continue-a convidando para passeios e saídas. Convites para programas sociais vão fazer com que ela se sinta incluída e amada, mesmo que decida não aparecer. Não modifique a sua convivência com a pessoa querida por causa da doença.
Ajude com a rotina: o cansaço decorrente da quimioterapia pode transformar afazeres simples, como cozinhar ou varrer o chão, em exercícios de extrema intensidade. Ofereça ajuda ou compartilhe alternativas, como pedir delivery de refeições, para simplificar a rotina diária da mulher.
A Vittude está pronta para ajudar neste outubro rosa!
Fonte: Vittude
As informações e sugestões contidas neste blog são meramente informativas e não devem substituir consultas com médicos especialistas.
É muito importante (sempre) procurar mais informações sobre os assuntos
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