Você já sentiu ou sente que o mundo está fora de controle? Já desejou que o mundo parasse por um instante, devido a grande agonia que estava sentindo? Todos já passamos por momentos em que pensamos “não dá mais”. A rotina e o estresse diário não costumam permitir o desenvolvimento da paz interior, dos estados de calma e de tranquilidade.
Quando sentimos que não estamos dando conta da situação, acabamos frustrados e com uma desagradável sensação de medo, que em muitos casos pode chegar a explodir em forma de raiva e desespero. Tudo isso contribui para a geração de uma espécie de neblina nos nossos pensamentos, dificultando a busca por uma saída ou solução adequada para enfrentar a situação que está acontecendo.
Diante desse cenário, é importante entender o que está acontecendo primeiro, antes de agir. Talvez a única coisa que você esteja precisando é respirar e analisar de forma fria como você está agora. Vamos ver nesse artigo que passos podemos seguir quando nos sentimos fora de controle.
Como o medo funciona
O medo é uma emoção que nos invade repentinamente quando estamos diante de uma situação que nosso cérebro considera potencialmente perigosa para o nosso bem-estar. Na verdade, o objetivo não é simplesmente “ficar com medo”, mas sim preparar o corpo para uma ação rápida, seja ela de ataque ou de fuga. O seja, o que seu cérebro quer é protegê-lo.
O mecanismo que desencadeia o medo a nível biológico se encontra no cérebro chamado de reptiliano, aquele que regula as ações essenciais para a sobrevivência da espécie, e no sistema límbico, que regula as emoções e funções de conservação Além disso, nesse último também está a amígdala, a estrutura cerebral encarregada de desencadear os sentimentos de medo e de ansiedade.
Por outro lado, falando puramente da psicologia do medo, o medo é um estado emocional que ajuda na adaptação ao meio e na busca por proteção. Esse estado, porém, muitas vezes surge de maneira desproporcional à situação em que nos encontramos. Pode ser que o sentimento o paralise, ou que você se sinta atordoado, não conseguindo responder de forma adequada.
Além disso, o medo também pode aparecer disfarçado de raiva, tristeza, ou até mesmo de uma alegria descontrolada. Não importa com que máscara ele se apresente. O importante é que para responder de forma assertiva em uma situação de descontrole, primeiro temos que aceitar que estamos sentindo medo, para depois começar a trabalhar mesmo com ele lá, ao nosso lado nos fazendo companhia.
A sensação de que tudo está fora de controle
Quanto você vira uma vítima do medo e sente que nada está ao alcance de suas mãos, que tudo está totalmente fora de controle e que nada pode ser feito diante do que se apresenta, é muito normal que sinta frustração e impotência. O pequeno detalhe é que se o medo está deixando-o paralisado, você continuará pensando que tudo que está por vir será um caos e que nunca poderá fazer nada, o que é traduzido como um sentimento de perda de controle.
Se deixar que a sensação de perda de controle o domine, você acabará paralisado.
Agora, se unirmos o medo à sensação de perda de controle, a situação se converte em um contexto perfeito para desejar que o mundo pare e possamos simplesmente abandoná-lo. A má notícia é que o mundo nunca para, as circunstâncias não podem mudar só pela sua vontade, e muito menos as pessoas. O que fazer então?
Temos uma boa notícia: você mesmo pode acender uma luz para enxergar um caminho. Fazer uma pausa para refletir é um ponto muito importante, que irá ajudá-lo a solucionar o que está acontecendo porque permite uma observação da situação a partir de outro ponto de vista, que busca uma abordagem diferente e muito mais eficaz.
Essa proposta está baseada nos chamados círculos de influência ou de controle. Uma prática muito utilizada por psicólogos humanistas, mas que tem relação especial com o desenvolvimento da teoria de Viktor Frankl, um neurologista e psiquiatra austríaco.
O que são os círculos de influência ou de controle?
Os círculos de controle são uma forma figurativa de ver nosso ambiente, a influência que ele tem sobre nós e também a nossa influência sobre ele. É necessário entender três círculos principais:
- Círculo de atenção: é aquele no qual temos um maior controle. Tem a ver com os nossos pensamentos e atos.
- Círculo de influência: é aquele no qual temos um certo controle, mas não completamente. Tem a ver com nossas relações interpessoais, familiares, de trabalho, e nossa forma de lidar com elas.
- Círculo de preocupação: é aquele sobre o qual não temos nenhuma capacidade de influência. Mas pode ser que ele tenha influência sobre você. O clima, o trânsito, as ações alheias…
Dessa forma, quando você estiver sentindo que está tudo fora de controle e sentir a necessidade de parar o mundo para descer dele porque não consegue mais lidar com sua situação atual, pare por um momento e pense nesses círculos. Procure diferenciar e delimitar as coisas que você está passando dentro de cada um deles, e então pense em soluções realistas.
Toda a energia que você investir em controlar os círculos em que você não tem influência é energia perdida, e um caminho certo para alcançar o medo e a frustração.
Para que servem os círculos de influência?
Se você parar, observar seus círculos e começar a diferenciar ou delimitar até onde você pode chegar com suas ações, a situação começa a se tornar um pouco menos caótica. Automaticamente, a paralisia ou bloqueio produto do medo e da perda de controle também começa a se esvair.
A sensação de estar fora de controle começa a diminuir quando analisamos até onde podemos chegar com nossas ações, e nos damos conta de que só podemos ter total controle sobre nós mesmos.
O mais importante é que você tenha em mente que há certas situações em que até podemos exercer alguma influência, mas o resultado final da mesma pode não depender só de nós. Por isso, devemos sempre colocar a maior parte da nossa energia na forma de agir diante dos fatos, e não na resolução dos fatos em si.
Seu círculo mais próximo, aquele sobre o qual temos o maior controle, é você mesmo. A forma de se libertar de cargas desnecessárias é colocando a maior parte do nosso esforço e energia nas nossas próprias ações. Se você se sente bem com aquilo que fez, ainda que o resultado não saia como você desejava, isso irá afetá-lo muito menos se você entender que fez tudo que podia.
Então, antes de pedir que o mundo pare, pare você mesmo e reflita novamente. Afinal de contas, o mais importante é que você se sinta em paz com aquilo que decidiu e fez. Se você considera que deu o melhor de si, o resultado final se desenrolará por si só.
As circunstâncias em que você está imerso agora podem ser, em sua maioria, independentes do seu desejo de querer mudá-las. Ou seja, você pode não ter controle sobre nada do que está acontecendo. Mesmo se for esse o caso, sempre teremos o controle absoluto sobre a forma como as circunstâncias vão nos afetar. Seus pensamentos e sentimentos sempre vão ser afetados de alguma forma pelo entorno, mas apenas num primeiro momento. Você sempre pode tomar o controle sobre eles, porque eles são seus. É aí que o foco deve estar.
“Se está fora do seu controle mudar uma situação que está lhe causando dor, você sempre poderá escolher a atitude com a qual enfrentará esse sofrimento”.-Viktor Frankl-
Fonte: Mente Maravilhosa
As informações e sugestões contidas neste blog são meramente informativas e não devem substituir consultas com médicos especialistas.
É muito importante (sempre) procurar mais informações sobre os assuntos
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