Essa entrevista foi preenchida em
25/10/2018
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Instituto
Oncoguia - Quem é você? (idade, profissão, tem filhos, casada, cidade e
estado?)
Lídia
- Meu nome é Lídia, tenho 50 anos, hoje
sou técnica em prótese dentária, atualmente estou em uma relação estável, tive
duas gravidez, porém só uma filha, moro em Itapevi São Paulo
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Instituto
Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer?
Lídia - Em 2012, ao fazer auto exame, percebi um caroço
hoje tô tamanho de um feijão, não doía, fui no ginecologista, o qual me falou
que era gordura, precisaria emagrecer.
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Instituto
Oncoguia - Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais?
Lídia - Em fim de 2012, emagreci muito, cerca de uns 10 kg,
achei q era devido a correria e muito nervoso que passava no serviço, e sentia
muito cansaço.
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Instituto
Oncoguia - Quais dificuldades você enfrentou para fechar o seu diagnóstico?
Lídia - Meu Ginecologista, na época não deu a mínima
importância, só em 2013 após as férias dele, ele me passou mamografia, pq
insisti muito, porém só consegui fazer após meses de espera.
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Instituto
Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu? No que
pensou?
Lídia
- Ao fazer a mamografia, fui
imediatamente, encaminhada para ultrassonografia, e encaminhada, para Dr.
Juliana Fernandes, a qual me explicou suas suspeitas, foi feito biópsia, e ela
me ligou para ir urgente no hospital, estava na Lapa , fiquei sem chão,
imaginava, quanto tempo de vida teria, e o que havia vivido de importância,
quantas corridas com todos para tratarem a saúde, e negligenciado a minha, e
agora, sozinha iria morrer por não me cuidar.
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Instituto
Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento?
Lídia - O que poderia fazer para ter um fim feliz.
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Instituto
Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se
encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi
enfrentar todos os tratamentos?
Lídia - Em
10/09/2013 comecei quimioterapia, o nódulo estava muito grande, carcinoma
evasiva, grau 3, 27/02/2014 fiz cirurgia, retirada total de mama e glândulas
linfáticas, 15/5/2014 a 26/06/2014 fiz radioterapia 27/08/2015 colocação de
expansor 03/03/2016 colocação de prótese mamária. Hoje faço acompanhamento do
tratamento. Ano que vem terei alta, se Deus permitir. Infelizmente, minha
família me abandonou, depois que meu cabelo caiu, parece que tinha uma doença
super contagiosa, meus colegas de classe ( na época estava terminando meu
segundo grau) me ajudaram e me deram muita força, foi vem difícil chorava
muito, pela solidão dentro de mim, e me perguntava, porque me importava tanto
com outros, que havia abandonado a mim mesma, oque havia válido, se na hora que
precisava de apoio, estava sozinha, o pré conceito, havia afastado todos e
estava só, foi então que resolvi fazer uma pesquisa sobre o câncer, e fiz uma
palestra na sala de aula, foi então que todos da sala, começaram a me enxergar,
sem pré conceito, e com olhar de apoio e não de dó, foi um diferencial, que
mudou em minha vida, comecei a lutar pela minha dignidade e vida.
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Instituto
Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por quê?
Lídia - Sem dúvida todo o tratamento foi difícil, mas entre
quimioterapia e as seções de análise com pisicologo e pisiquiatria, me
entender, e aceitar meus defeitos, foi a pior parte,
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Instituto
Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral diante ao tratamento? Como lidou
com isso? O que te ajudou?
Lídia - Não
tive fortes reações durante o tratamento, só no mês de janeiro, na última
quimioterapia, passei maus bocados, fiquei com os pés bem inchados, desmaios
constante, muita falta de ar e vários dias de internação.
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Instituto
Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista?
Lídia - Dr. Juliana me apoiou muito, pacientemente, me
ouvir, me incentivava a sair, foi então que descobri museu, lugares turísticos,
viagens constante, principalmente antes de cada sessão de quimioterapia, foi a
forma que me encontrava comigo mesma, comecei a fazer mais por mim, sem esperar
por outros, e com ajuda de minha oncologista, que também passou por um câncer,
me entendia e me apoiava.
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Instituto
Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por
quê?
Lídia
- Psicólogo e psiquiatra, porque ouvia
muito que se estava com câncer, é porque havia feito algo no passado que estava
colhendo oque plantei.
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Instituto
Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um
pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida.
Lídia - Muitas pessoas tem um conceito que psicólogo é Deus
e somente Deus, e quem vai ao psicólogo humano é fraco na fé em Deus. Estava
necessitando urgente de alguma pessoa que me ouvisse sem críticas, a minha
oncologista me encaminhou, e foi minha salvação emocional, tive ótimas
terapias, me deu força p todo o tratamento, lógico e houve muita altas e
baixas, mas foi fundamental, para minha recuperação no tratamento, descobri que
fé temos, mas o psicólogo, é um médico como outros, e é necessário e todo ser
humano independente de saúde ou não deveria passar por eles.
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Instituto
Oncoguia - Como está a sua vida hoje?
Lídia - Hoje
estou feliz, tive sucesso no tratamento, no psicologo tive alta, minha auto
estima melhorou, estou contente com as mudanças que fiz e hoje consigo dizer
não ao que não quero, estou com uma pessoa que me deu apoio durante o
tratamento, o único que me apoiou, e que resolvi dar uma chance na minha vida
de ser feliz.
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Instituto
Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer?
Lídia - Após sair da caixa fui mandada embora, a empresa
alegou termino de contrato, falta de setor para trabalhar.
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Instituto
Oncoguia - Você buscou seus direitos? Se sim, quais?
Lídia - Sim ainda está em andamento meu processo, a empresa
não compareceu nas audiências, mas não desisti.
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Instituto
Oncoguia - Quais são seus projetos para o futuro?
Lídia - Uma das coisas que fiz durante o tratamento, foi
continuar meus estudos, talvez na época seria uma fuga da solidão, hoje sou
formada em técnica de prótese dentária, meu projeto é continuar estudando
sempre, e me dedicar a ajudar mulheres que fizeram, tratamento contra câncer, e
ajudar voluntariamente, a recuperar o sorriso, físico e emocional, físico
doando próteses dentárias e aparelhos dentários, e emocionante, dando apoio.
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Instituto
Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o
diagnóstico de câncer hoje?
Lídia - Rever
seu conceitos, não se culpar por estar doente, apesar da fé de cada um, buscar
apoio humano através de amigos, psicólogos, abrir o coração e descobrir o que
cada um quer para si (viver da melhor maneira e feliz, mesmo na dor, vendo o
lado ótimo de cada momento). Curtir cada momento, tirei fotos de todas as fases
e ver que a beleza não está no externo, mas no íntimo de cada pessoa, durante o
tratamento. Ser como as orquídeas, ela fica sem folhas sem flor, para alguns
ela já morreu, mas para quem cuida, sabe que é o momento em que ela está
recuperando suas forças para florir novamente, e as flores vem, mais lindas
cada ano, ao cair meu cabelo, dentes, sobrancelhas, fiquei triste, mas me
descobri, me desnudei de tudo que foi. E me redescobri, hoje me acho mais linda
que antes, tenho amor a tudo que faço, e amo a todos que de mim se aproxima, e
sou feliz, morrer todos um dia morrerão, mas viver, somente eu possa fazer de
maneira plena.
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Instituto
Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia?
Lídia - Através de um panfleto no hospital.
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Instituto
Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do
câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros!
Lídia - Obrigatoriedade de exames de mamografia e
ultrassonografia, e exames para prevenção do câncer. Tratamento imediato, assim
que descoberto o diagnóstico, sem fila de espera, correndo multa diária, para
cada dia de atraso no tratamento, podendo ser responsabilizado a perda de CRO
do médico que não se dedicar ao seu paciente.
Fonte: Oncoguia
As informações e sugestões contidas neste blog são meramente informativas e não devem substituir consultas com médicos especialistas.
É muito importante (sempre) procurar mais informações sobre os assuntos
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