domingo, 13 de janeiro de 2019

LÍDIA VASCONCELLOS


Essa entrevista foi preenchida em 25/10/2018

·         Instituto Oncoguia - Quem é você? (idade, profissão, tem filhos, casada, cidade e estado?)
     Lídia - Meu nome é Lídia, tenho 50 anos, hoje sou técnica em prótese dentária, atualmente estou em uma relação estável, tive duas gravidez, porém só uma filha, moro em Itapevi São Paulo

·         Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer?
     Lídia - Em 2012, ao fazer auto exame, percebi um caroço hoje tô tamanho de um feijão, não doía, fui no ginecologista, o qual me falou que era gordura, precisaria emagrecer.

·         Instituto Oncoguia - Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais?
    Lídia - Em fim de 2012, emagreci muito, cerca de uns 10 kg, achei q era devido a correria e muito nervoso que passava no serviço, e sentia muito cansaço.

·         Instituto Oncoguia - Quais dificuldades você enfrentou para fechar o seu diagnóstico?
    Lídia - Meu Ginecologista, na época não deu a mínima importância, só em 2013 após as férias dele, ele me passou mamografia, pq insisti muito, porém só consegui fazer após meses de espera.

·         Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu? No que pensou?
    Lídia - Ao fazer a mamografia, fui imediatamente, encaminhada para ultrassonografia, e encaminhada, para Dr. Juliana Fernandes, a qual me explicou suas suspeitas, foi feito biópsia, e ela me ligou para ir urgente no hospital, estava na Lapa , fiquei sem chão, imaginava, quanto tempo de vida teria, e o que havia vivido de importância, quantas corridas com todos para tratarem a saúde, e negligenciado a minha, e agora, sozinha iria morrer por não me cuidar.

·         Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento?
    Lídia - O que poderia fazer para ter um fim feliz.

·         Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos?
    Lídia - Em 10/09/2013 comecei quimioterapia, o nódulo estava muito grande, carcinoma evasiva, grau 3, 27/02/2014 fiz cirurgia, retirada total de mama e glândulas linfáticas, 15/5/2014 a 26/06/2014 fiz radioterapia 27/08/2015 colocação de expansor 03/03/2016 colocação de prótese mamária. Hoje faço acompanhamento do tratamento. Ano que vem terei alta, se Deus permitir. Infelizmente, minha família me abandonou, depois que meu cabelo caiu, parece que tinha uma doença super contagiosa, meus colegas de classe ( na época estava terminando meu segundo grau) me ajudaram e me deram muita força, foi vem difícil chorava muito, pela solidão dentro de mim, e me perguntava, porque me importava tanto com outros, que havia abandonado a mim mesma, oque havia válido, se na hora que precisava de apoio, estava sozinha, o pré conceito, havia afastado todos e estava só, foi então que resolvi fazer uma pesquisa sobre o câncer, e fiz uma palestra na sala de aula, foi então que todos da sala, começaram a me enxergar, sem pré conceito, e com olhar de apoio e não de dó, foi um diferencial, que mudou em minha vida, comecei a lutar pela minha dignidade e vida.

·         Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por quê?
    Lídia - Sem dúvida todo o tratamento foi difícil, mas entre quimioterapia e as seções de análise com pisicologo e pisiquiatria, me entender, e aceitar meus defeitos, foi a pior parte,

·         Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral diante ao tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou?
    Lídia - Não tive fortes reações durante o tratamento, só no mês de janeiro, na última quimioterapia, passei maus bocados, fiquei com os pés bem inchados, desmaios constante, muita falta de ar e vários dias de internação.

·         Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista?
     Lídia - Dr. Juliana me apoiou muito, pacientemente, me ouvir, me incentivava a sair, foi então que descobri museu, lugares turísticos, viagens constante, principalmente antes de cada sessão de quimioterapia, foi a forma que me encontrava comigo mesma, comecei a fazer mais por mim, sem esperar por outros, e com ajuda de minha oncologista, que também passou por um câncer, me entendia e me apoiava.

·         Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê?
    Lídia - Psicólogo e psiquiatra, porque ouvia muito que se estava com câncer, é porque havia feito algo no passado que estava colhendo oque plantei.

·         Instituto Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida.
    Lídia - Muitas pessoas tem um conceito que psicólogo é Deus e somente Deus, e quem vai ao psicólogo humano é fraco na fé em Deus. Estava necessitando urgente de alguma pessoa que me ouvisse sem críticas, a minha oncologista me encaminhou, e foi minha salvação emocional, tive ótimas terapias, me deu força p todo o tratamento, lógico e houve muita altas e baixas, mas foi fundamental, para minha recuperação no tratamento, descobri que fé temos, mas o psicólogo, é um médico como outros, e é necessário e todo ser humano independente de saúde ou não deveria passar por eles.

·         Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje?
     Lídia - Hoje estou feliz, tive sucesso no tratamento, no psicologo tive alta, minha auto estima melhorou, estou contente com as mudanças que fiz e hoje consigo dizer não ao que não quero, estou com uma pessoa que me deu apoio durante o tratamento, o único que me apoiou, e que resolvi dar uma chance na minha vida de ser feliz.

·         Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer?
    Lídia - Após sair da caixa fui mandada embora, a empresa alegou termino de contrato, falta de setor para trabalhar.

·         Instituto Oncoguia - Você buscou seus direitos? Se sim, quais?
     Lídia - Sim ainda está em andamento meu processo, a empresa não compareceu nas audiências, mas não desisti.

·         Instituto Oncoguia - Quais são seus projetos para o futuro?
     Lídia - Uma das coisas que fiz durante o tratamento, foi continuar meus estudos, talvez na época seria uma fuga da solidão, hoje sou formada em técnica de prótese dentária, meu projeto é continuar estudando sempre, e me dedicar a ajudar mulheres que fizeram, tratamento contra câncer, e ajudar voluntariamente, a recuperar o sorriso, físico e emocional, físico doando próteses dentárias e aparelhos dentários, e emocionante, dando apoio.

·         Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje?
     Lídia - Rever seu conceitos, não se culpar por estar doente, apesar da fé de cada um, buscar apoio humano através de amigos, psicólogos, abrir o coração e descobrir o que cada um quer para si (viver da melhor maneira e feliz, mesmo na dor, vendo o lado ótimo de cada momento). Curtir cada momento, tirei fotos de todas as fases e ver que a beleza não está no externo, mas no íntimo de cada pessoa, durante o tratamento. Ser como as orquídeas, ela fica sem folhas sem flor, para alguns ela já morreu, mas para quem cuida, sabe que é o momento em que ela está recuperando suas forças para florir novamente, e as flores vem, mais lindas cada ano, ao cair meu cabelo, dentes, sobrancelhas, fiquei triste, mas me descobri, me desnudei de tudo que foi. E me redescobri, hoje me acho mais linda que antes, tenho amor a tudo que faço, e amo a todos que de mim se aproxima, e sou feliz, morrer todos um dia morrerão, mas viver, somente eu possa fazer de maneira plena.

·         Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia?
      Lídia - Através de um panfleto no hospital.


·         Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros!
     Lídia - Obrigatoriedade de exames de mamografia e ultrassonografia, e exames para prevenção do câncer. Tratamento imediato, assim que descoberto o diagnóstico, sem fila de espera, correndo multa diária, para cada dia de atraso no tratamento, podendo ser responsabilizado a perda de CRO do médico que não se dedicar ao seu paciente.

Fonte: Oncoguia

As informações e sugestões contidas neste blog são meramente informativas e não devem substituir consultas com médicos especialistas.

É muito importante (sempre) procurar mais informações sobre os assuntos 

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