domingo, 22 de abril de 2018

Pacientes com dor crônica são mais propensos a um quadro de depressão?



Problemas crônicos que cursam com dor se associam bastante à depressão, de modo que tanto eles podem contribuir para desencadear o transtorno mental, quanto este pode resultar em dores crônicas. Cientificamente, ainda não se sabe ao certo a razão para que isso aconteça. A influência comportamental é apontada como crucial para se entender o processo.  
“De acordo com estudos e mesmo a prática médica diária, dor e depressão estão diretamente relacionadas. Ainda não se tem uma explicação conclusiva sobre qual a relação, mas os estudos apontam que pacientes deprimidos sentem mais dor (de 30 a 100%) e pacientes com dor ficam mais deprimidos, variando de 22 a 78%”, informa a psiquiatra Júlia Trindade. 

Fatores que explicam associação entre depressão e dor crônica

A questão comportamental ajuda a entender a relação entre dor crônica e depressão pelo seguinte: a dor gera imobilidade, que resulta em fraqueza muscular, tensão nervosa e diminuição da atividade funcional. A falta de estímulo corporal e mental facilita a depressão, já que ocorre a supressão de hormônios ligados ao prazer, fundamentais para o bem estar.  
“A diminuição da atividade funcional também pode resultar em outros problemas, como dificuldade financeira, o que tende a gerar diminuição da autoestima, isolamento e, por fim, depressão. Não é à toa que os transtornos depressivos são, após a insônia, a segunda anormalidade mais freqüentes em pacientes com dor”, completa Júlia. 

Tratamento de depressão associada à dor crônica

A maioria dos pacientes com dor crônica passa por diversos especialistas sem resultado,  chegando a acreditar que seu caso não tem solução. O médico deve estar preparado para ouvir as queixas, as dores e estar interessado na relação da dor com o humor do paciente. “Se colocar no lugar do paciente é algo que funciona sempre. O tratamento deve englobar estímulo à atividade física, fisioterapia, reabilitação funcional, acompanhamento psicoterápico, psicoeducação e medicamentos antidepressivos com poder analgésico”, conclui a psiquiatra.

Dra. Júlia Pinto Trindade é psiquiatra formada em medicina pela Universidade Federal de Pelotas/RS, com residência em psiquiatria pela Universidade Federal de Santa Maria/RS. CRM: 24363

Fonte: Cuidados pela Vida

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