domingo, 22 de abril de 2018

Ex-professora de Blumenau enfrenta doença crônica incurável e se torna triatleta


Ela acorda com o corpo rígido todos os dias e precisa fazer muita força para se movimentar. Ainda assim, não desiste do esporte.




Aos 37 anos, Fernanda Von Der Hayde poderia se aposentar e ficar tranquila em casa. Mas ela não gostou da ideia e preferiu se transformar numa triatleta. Corre, nada e pedala. Não é a primeira a fazer isso, mas o diferencial é que tem quatro parafusos na coluna e já precisou fazer três cirurgias. E é portadora de espondilite anquilosante, doença inflamatória crônica e incurável, que afeta as articulações.

Todos os dias Fernanda, que mora em Blumenau, no Vale do Itajaí, acorda com o corpo rígido e precisa fazer muita força para conseguir se movimentar, o que dura aproximadamente duas horas. "A primeira cirurgia foi com 21 anos, a segunda com 30 e, a terceira, com 31. O médico disse: 'olha, se você não começar a fazer exercício agora, você vai para a quarta cirurgia'", contou ela.

O esporte entrou para valer na vida da Fernanda em 2014, depois das cirurgias. Primeiro ela começou a correr, depois decidiu fazer triathlon. Após três anos, conseguiu completar uma prova de ironman: 42 quilômetros de corrida, quase 4 quilômetros de natação e 180 de bike.

Depois da competição, porém, Fernanda precisou passar por um novo obstáculo, ainda mais alto: o diagnóstico da doença.

"É uma doença inflamatória. Começa no quadril e vai ascendendo pra coluna lombar, dorsal, até a cervical. A evolução natural da doença é uma ossificação da coluna", disse o reumatologista João Elias Moura Júnior.


"Pensei: 'por que mais essa'? Mas no minuto seguinte, eu já estava pensando em como ia enfrentar isso aí. Não tem o que fazer, então tem que encarar da melhor forma", disse Fernanda.



Ela é fisioterapeuta e era professora universitária. Ela falava sobre a doença para os alunos, sem saber que era portadora. Depois que descobriu, trocou a sala de aula pelas pistas e piscinas. Treina três horas por dia, e no fim de semana mais ainda.

"Com ela a gente não tem muito planejamento, porque tem que primeiro ouvir o corpo dela, para como ver está. Às vezes ela sente muita dor, então tem que cortar alguns treinos, tem que readaptar constantemente os treinos dela", disse Edmilson Pereira, treinador dela.

O marido dela, Jean Carlo Von Der Hayde, elogia a força de vontade da mulher. "Tudo que ela quer fazer, ela não se deixa abater, não se deixa cair. E acreditei que ela ia conseguir fazer e está conseguindo dar a volta por cima mais uma vez", declarou.

Treinar até o limite tem um propósito claro pra Fernanda, que é fazer o que mais gosta. Se tiver que ser com a doença, que seja.

"A gente não tem controle sobre nada, a gente só tem controle sobre como que a gente vai reagir. E eu tento me controlar para reagir da melhor forma. Acho que a doença me ensinou muito, que cresci demais com ela. É claro que não é fácil, todos os dias conviver com dor, todos os dias com medicação, tem que passar sempre por médico. Tomo injeção a cada 21 dias, mas eu acho que ela [a doença] me fez muito melhor", disse ela.


Fonte: G1


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