quinta-feira, 18 de maio de 2017

Tenacidade Mental: Tornar-se forte deve ser a nossa meta principal?

AGRADECIMENTO À VIDA
Querida vida…
Obrigado pela adversidade, pois descobri a coragem;
Obrigado pelos medos, pois descobri que enfrentá-los me capacita;
Obrigado pelas desilusões, pois descobri que nem tudo acontece como quero e ainda assim me supero;

Obrigado pelas derrotas, pois descobri que me ajudaram a vencer;
Obrigado pelas paixões, pois descobri a luz e as trevas e que ambas me trazem valor;
Obrigado pelos sorrisos dos outros, pois descobri que são um bálsamo;
Obrigado pelas tristezas, pois descobri que se referem a coisas boas que vivi;
Obrigado pelas experiências em geral, pois descobri que são minhas e interpreto-as como eu quero.
Obrigado vida, tu fazes-me viver
- Miguel Lucas
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As informações e sugestões contidas neste site são meramente informativas e não devem substituir consultas com médicos especialistas.

A humanidade chegou aos dias de hoje através de muitas provações aos longos dos milhares de anos que constituem a historia deste planeta. Eras glaciares, frio, calor, desnutrição, doenças, intempéries, tsunamis, guerras, diluvios, doenças, precariedade de vida, muitas são as razões geradoras de sofrimento. Do sofrimento podem emergir muitos sentimentos negativos e com isso cada um de nós gerar uma perceção individual acerca de si mesmo e da sua vida. A ideia daquilo que nos aconteceu, cruzada com a noção que temos acerca do quão combativos e determinados somos perante a adversidade, influencia drasticamente a atitude que vamos construindo acerca de como levamos a nossa vida adiante.

Todos estamos familiarizados com as histórias de pessoas que lutam com uma variedade de doenças, por exemplo, de resfriados menores ao risco de vida com uma doença debilitante. E, embora a maioria dessas pessoas acabem por encontrar alívio para os seus sofrimentos, o sofrimento de alguns deles é desconcertante. A mãe que morreu de um tumor raro sabendo que iria deixar três filhos pequenos para trás sem parentes para cuidar deles, o homem idoso que doou um rim para seu filho e depois o viu morrer de SIDA (AIDS).

Ao relembrarmos histórias de pessoas que viveram momentos de aflição, de sofrimento e de provação, certamente conseguimos retirar uma lição importante:

Que a nossa capacidade para o sofrimento pode ser imensa, assim como é imensa a nossa habilidade para suportá-la se dermos passos eficazes para desenvolver a nossa tenacidade mental.


As coisas que podemos ter que fazer podem não ser fáceis, podem não ser o que nós queremos fazer, ou podem até não fazer muita diferença. Mas se nós ativamente nos prepararmos para suportar a adversidade, há sempre um caminho para a vitória sobre o sofrimento.

SUPORTAR A DOR

Às vezes uma vitória requer uma única intervenção dramática repleta de riscos, em outros momentos, uma série de pequenas intervenções múltiplas, cujos efeitos individuais podem ser menores, mas cujo poder coletivo é muito grande. Essa última, de fato, é o que eu mais tenho observado em ambiente de consulta e na minha experiência de vida. Aprender a aceitar a dor, por exemplo, realmente faz a dor ser mais facilmente aceite, mas às vezes só um pouco. Mas, quando adicionado a uma determinação tenaz (forte) para realizar um objetivo, desafio ou sonho importante, bem como para a expetativa de que a concretização do objetivo irá gerar mais dor, essa força (tenacidade mental) faz com que muitas vezes grandes problemas pareçam abruptamente pequenos. Embora o esforço necessário para manter uma elevada condição de vida muitas vezes pareça ser grande, na realidade, ele só precisa ser sábio.

Por exemplo, a ansiedade incapacitante que um dos meus clientes estava experimentando foi favoravelmente resolvida no momento em que ele descobriu que conseguir suportar os níveis de ansiedade e, depois canalizar a sua atenção para o objetivo utilizando essa energia a seu favor, era aquilo que ele mais procurava na sua vida.  Às vezes só precisamos de aprender a aceitar o incómodo que nos é natural sentir e orientar a nossa atenção para o nosso objetivo para mover as nossas vidas numa direção radicalmente satisfatória. É importante perceber que mesmo perante a adversidade existe um mundo de possibilidades, e entre elas, as positivas.

A reter: Nada reduz tanto as chances contra você como ignorá-las. Se você não olhar para as possibilidades da vida, para aquilo que você pode transformar em bem-estar, felicidade e realização, você será o seu maior sabotador. Você será o inibidor da sorte e o profeta do azar. Agarre as suas possibilidades, agarre a sua vida.

Se nos expusermos de forma tenaz aos sentimentos e à experiência interna que estamos a viver, fertilizamos o terreno para o desenvolvimento da nossa força emocional. A força só pode ser desenvolvida se nos propusermos à tentativa de suportar o impacto da dor emocional que esses sentimentos possam ter em nós. A capacidade de suportar a dor emocional permite fortalecermos a nossa força emocional como se de um músculo se tratasse.

Certamente algumas lutas são inglórias e as vicissitudes da vida levam a melhor. Às vezes não importa o quanto forçamos o nosso caminho a ir no bom sentido, as nossas vidas parecem não se mover, tal como se tentássemos levantar um peso superior à nossa força física. Algumas lutas, de fato, podem levar anos ou mesmo décadas para sairmos vencedores e alguma vezes nunca vencemos. Mas, enquanto nós nos recusarmos a ceder ao desespero e acionarmos a determinação para continuar a tomar medidas concretas, algum tipo de vitória será sempre possível. Expliquei este assunto de forma mais aprofundada no artigo: 7 segredos das pessoas que triunfam.

HIPERSENSIBILIDADE À DOR

Para trabalharmos a tenacidade mental é importante termos a noção que a população em geral tem vindo a encaminhar-se a passos largos para uma hipersensibilidade à dor emocional, ao sofrimento e aos sentimentos negativos. Esta tendência para uma hipersensibilidade emocional dificulta a aceitação da natureza humana. Na nossa natureza humana comportamos a capacidade de sentir dor, quer física, quer emocional. A dor é por natureza protetora. A dor emocional é percecionada através de sentimentos como a tristeza, melancolia, angústia, mágoa, ressentimento, inveja, ciúme, luto, entre outros. São tudo sentimentos que fazem parte do nosso repertório emocional. São tudo sentimentos bastante úteis, pois transmitem-nos informações acerca das experiências que estamos a viver. Experienciar alguns destes sentimentos por si só não faz de nós pessoas infelizes, sofredoras ou com uma vida insatisfatória.

A avaliação negativa (de dor excessiva e de sofrimento incapacitante) daquilo que estamos a sentir no nosso corpo é que pode levar à criação de pensamentos depreciativos acerca dessas mesmas sensações internas. Se essa avaliação nos conduz ao sentimento de desesperança, provavelmente irá influenciar negativamente a atitude que tomamos face ao acontecimento que enfrentamos ou à vida em geral. Num estado negativo, ou seja, perante uma situação difícil e exigente, se nos percecionamos como vítimas, como incapacitados devido ao impacto negativo dos nossos sentimentos negativos, a nossa atenção fica demasiado focada num cenário catastrófico e com isso ficamos num estado de ser demasiado deprimido, afastando-nos de uma solução que possa minimizar o acontecimento ou superá-lo.

RESILIÊNCIA À DOR

A resiliência à dor pode ser aprendida. Apesar do conceito de “força interior” parecer uma afirmação vulgar, muitas vezes parece, a nossa capacidade de sobreviver e até mesmo prosperar em face da adversidade, a nossa capacidade de prosperarmos através da deceção e desânimo quando surgem obstáculos na busca dos nossos objetivos, é tão mensurável, como é medir a quantidade de força dos nossos bíceps. E, tal como a força dos nossos bíceps, a resiliência à dor pode também ser aumentada. Mas, tal como para aumentar a força dos nossos bíceps, aumentar a nossa capacidade de suportar dificuldades requer um trabalho específico. Requer um treinamento para a sua força emocional.

Ninguém está isento de perda. Ninguém consegue evitar para sempre algum tipo de fracasso ou insucesso na sua vida. Mas mais do que qualquer outra coisa, a forma como nós respondemos a estas coisas é o que determina o quão bem sucedidos e/ou felizes vamos ser na nossa vida. Se quer ser feliz, então, liberte-se da angústias do passado, abra-se à experiência e desfrute das coisas que tem e evite ser derrubado pelas coisas que inevitavelmente perde. Faça do desenvolvimento da sua força interior o seu objetivo principal, tudo o resto se segue.

A força interior, que eu apelidei de força vital no artigo: Felicidade, construa o seu suporte, definida como uma força viva acima da experiência que acontece dentro de nós. É uma noção construída por nós mesmos de que temos a capacidade de não estarmos satisfeitos com algo, com alguém ou com a nossa vida e ainda assim estarmos conscientes que nós não somos o nosso sentimento de infelicidade, de derrota ou sofrimento, mas somos sim, aquele que tem o poder de voltar a resgatar o sentimento de bem-estar, sempre que isso se justifique. Reforcei esta ideia de nos erguermos acima dos nossos acontecimentos, no artigo: Superar o passado, torne-se mais do que aquilo que você era

TENACIDADE MENTAL

A tenacidade mental não é apenas recuperar-se rapidamente da adversidade ou enfrentá-la com bravura, com confiança, sem ser puxado para baixo para a depressão ou ansiedade, mas também é elevar-se e superar-se dia após dia, semana após semana, mês após mês, ano após ano, década após década, ao longo de toda uma vida, e enfrentar uma e outra vez os obstáculos que surgem pela frente até que eles caiam ou nós os ultrapassemos. Uma mente tenaz não é aquela que nunca se sente desanimada ou desesperada, é aquela que continua, apesar de tudo isso. Mesmo quando não podemos encontrar um sorriso para nos salvar, mesmo quando estamos cansados de resistir e persistir, possuir uma mente tenaz significa nunca esquecer que a derrota não surge das falhas, mas sim da desistência. Uma mente tenaz não se enche de falsa esperança, mas alimenta-se da esperança de encontrar soluções específicas, até mesmo soluções que possa não querer ou não gostar.

A tenacidade mental é por si só o que nos dá acesso à força vital, é a coragem necessária para encontrar soluções construtivas, vendo os obstáculos não como distrações ou desvios fora do caminho principal das nossas vidas, mas como o próprio meio pelo qual podemos alcançar as vidas que queremos. A vitória, a superação ou o sucesso não podem ser prometidos para nenhum de nós, mas quem possui tenacidade mental significa agir como se fosse, como se acreditasse que existe sempre algo que pode fazer para dar a volta por cima, como se tivesse confiança suficiente para criar uma solução ou um vislumbre dos passos a serem dados para alcançar o resultado desejado ou uma solução alternativa. Possuir uma mente tenaz, conduz-nos à ideia que não há nenhum obstáculo do qual não podemos criar algum tipo de valor. Todos, absolutamente todos, temos a capacidade de desenvolver tenacidade mental, e não apenas para resistir aos problemas pessoais, traumas, crises económicas, ou conflitos armados, mas sim para triunfar sobre todos eles.

Atingir este estado pode parecer impossível, uma habilidade que parece estar apenas ao alcance de pessoas extraordinárias e que conseguiram grandes feitos como Viktor Frankl, ou Nelson Mandela. Mas as ferramentas que estas pessoas utilizam para atingir os seus objetivos estão disponíveis para todos nós, em nós mesmos. É possível aprender estratégias que nos permitam desenvolver a tenacidade mental. Basta percebermos a quantidade de pessoas que lutam diariamente com grandes dificuldades e conseguem superá-las, reerguerem-se e voltarem a ter equilíbrio emocional e bem-estar nas suas vidas. Ter uma mente tenaz não é assim tão raro como à primeira vista nos possa parecer.

AGRADECIMENTO À VIDA

Querida vida…
Obrigado pela adversidade, pois descobri a coragem;
Obrigado pelos medos, pois descobri que enfrentá-los me capacita;
Obrigado pelas desilusões, pois descobri que nem tudo acontece como quero e ainda assim me supero;

Obrigado pelas derrotas, pois descobri que me ajudaram a vencer;
Obrigado pelas paixões, pois descobri a luz e as trevas e que ambas me trazem valor;
Obrigado pelos sorrisos dos outros, pois descobri que são um bálsamo;
Obrigado pelas tristezas, pois descobri que se referem a coisas boas que vivi;
Obrigado pelas experiências em geral, pois descobri que são minhas e interpreto-as como eu quero.
Obrigado vida, tu fazes-me viver

- Miguel Lucas

Fonte: Escola Psicologia

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