sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Superação: três mulheres contam suas histórias de vitória sobre o câncer de mama

Quando o câncer de mama é diagnosticado no início, existe mais de 80% de chance de cura, diz especialista


Railda alerta que a doença não se restringe a mulheres maiores de 50 anos e que a prevenção é tudo (Foto: Marina Silva/CORREIO)

Em 2013, a funcionária pública Railda Ramos soube, durante a realização dos exames preventivos, que a imagem da sua mama estava irregular. Após uma punção, veio o diagnóstico de câncer de mama. “Aquela notícia chegou como uma sentença de morte”, conta ela que, na época, estava com apenas 30 anos e curtia as travessuras da filhinha de 2 aninhos. “Não imaginava que o câncer seria uma realidade na minha idade”, desabafa. 

Depois do impacto do diagnóstico e com o apoio da família, Railda deixou os receios de lado e partiu para retirada do tumor e o tratamento.


Realizou as quimioterapias vermelha (conhecida pela agressividade) e a branca, fez radioterapia e penou com todas as reações adversas de ambos os tratamentos, inclusive com a queda do cabelo, a perda das unhas e as queimaduras na mama. Hoje, vencidas as etapas mais delicadas, comemora a vida e a vitória sobre a doença. “Tirei várias lições importantes desse meu processo. A primeira é que nenhum obstáculo é grande demais quando se tem fé; segundo que não dá para relaxar quando o assunto é saúde; depois que a prevenção do câncer de mama não é assunto apenas das mulheres maiores de 50 anos, sou uma prova disso”, conta Railda.

A mastologista Carina Britto, do Hapvida, lembra que a faixa etária mais acometida pelo câncer de mama está entre os 50 e os 69 anos, mas destaca que a doença também surge em faixas etárias mais jovens, especialmente pelos fatores ambientais e a vida de hoje. “A obesidade, tabagismo, a alimentação rica em industrializados são fatores de risco, por exemplo, mas a uma parte significativa das mulheres ignora essa condição”, diz a especialista. 
Diagnóstico precoce
De acordo com a oncologista especializada em saúde da mulher do Núcleo de Oncologia da Bahia Luciana Landeiro, quando o câncer é  diagnosticado no início, existe mais de 80% de chance de cura. “Embora o Ministério da Saúde recomende mamografias anuais para mulheres acima dos 50, é importante fazer o acompanhamento da saúde das mamas desde cedo, atentando para qualquer alteração que possa ser percebida”, diz.
Emanuele Cunha
A administradora Emanuele Cunha, 31 anos, descobriu o  câncer em 2012, ainda mais cedo e de modo repentino, enquanto fazia os exames periódicos. “Eu estava para sair de férias e ia viajar, então busquei verificar logo o que eram aqueles cistos”, diz, lembrando que, na época, o mundo pessoal desabou. “Descobrir é o mais difícil, depois, a vontade de ficar boa logo serve como motivação para atravessar o tratamento”, conta. Mesmo tão jovem, ela precisou fazer a retirada total da mama, passou pela radioterapia e a quimioterapia. “Perdi os cabelos (logo eu que sempre fui vaidosa), mas se pudesse dizer algo a quem está vivendo o choque do diagnóstico é que tenha fé no divino e nos médicos e siga o tratamento”, afirma. De licença até janeiro, ela diz que quer viajar um pouco, espairecer da tensão dos dias que precisou enfrentar o tratamento e seguir em frente. 
Com uma postura parecida, a mastologista Carina Britto, do Hapvida, destaca que hoje os tumores não palpáveis, detectados nos exames de imagem, podem ser curados e o tratamento oferece uma resposta mais efetiva e rápida. “As drogas disponíveis estão com respostas muito mais efetivas e o acompanhamento feito por uma equipe multidisciplinar – com cirurgião, oncologista, além do suporte psicológico – possibilita que a mulher consiga retomar sua vida de modo muito mais rápido e positivo”, defende a mastologista. 
Elenita Malta - Fé na cura
No final de 2012, a dona de casa Elenita Malta, 63 anos, sentiu um caroço dolorido na mama enquanto tomava banho. Preocupada e acostumada a realizar o autoexame, mostrou o nódulo para a filha, que é da área de saúde. “Na época, meu marido precisava ser submetido a três cirurgias importantes, então negociei com minha família: ele faria o tratamento primeiro e eu começaria o meu logo em seguida”, conta.  Em outubro do ano seguinte, ela estava operada e fez 19 sessões de radioterapia.  Mas a luta de Elenita ainda teria outras etapas e ela ainda precisou tratar outros três tumores após a descoberta do primeiro. “Sou espírita e sabia que aquela doença era uma forma de expurgar algo que não estava bom. Respirei fundo e me recusei a fraquejar. Sei que a depressão é um fator de agravamento da doença e disse que, por tudo, eu não perderia minha coragem ou meu ânimo”, conta. Esse entusiasmo serviu ainda para motivar outras pessoas que, como ela, venceram o câncer de mama.
Crioterapia minimiza perda de cabelos
Um dos efeitos colaterais mais incômodos da quimioterapia, tratamento mais utilizado no combate à doença, é a queda de cabelos ou alopecia, que já pode ser minimizada por meio de uma técnica chamada crioterapia. Na Bahia, o Núcleo de Oncologia da Bahia (NOB) é pioneiro no serviço, disponibilizado nas clínicas do Grupo Oncoclínicas em nove estados brasileiros. “Além de ajudar a reduzir a queda de cabelos, a tecnologia ajuda a manter a autoestima, que geralmente fica abalada quando os cabelos caem e o paciente passa a usar peruca ou lenço”, declara a oncologista Samira Mascarenhas, da equipe do NOB
A tecnologia é indicada para alguns tratamentos do câncer, inclusive o de mama.  O equipamento inglês, usado para resfriamento do couro cabeludo, já foi utilizado em vários países da Europa, em mais de dois mil pacientes submetidos a diferentes tratamentos quimioterápicos, e a taxa de sucesso variou de 49% a 100% dos casos publicados.“Em geral, o tratamento é bem tolerado, porém, alguns pacientes podem se queixar de dor de cabeça, tontura e sensação de frio, sintomas que são rapidamente superados pelos resultados alcançados”, afirma o oncologista Gilberto Lopes, diretor científico do Grupo Oncoclínicas. A touca gelada, resfriada a menos 4°C, gera uma sensação térmica no couro cabeludo de até 16°C, fazendo com que os vasos sanguíneos se contraiam. Com espaços mais contraídos, a quantidade de medicação que chega até a raiz do cabelo é menor. No próximo dia 24, o NOB realizará a  Oficina De Bem  com Você – A Beleza contra o Câncer. O evento será realizado das 14h às 16h e as inscrições são gratuitas. Vagas limitadas.
Fonte: Correio

As informações e sugestões contidas neste blog são meramente informativas
e não devem substituir consultas com médicos especialistas.


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