terça-feira, 25 de agosto de 2020

Quimioterapia: o que é, como é feita e efeitos colaterais

O que é quimioterapia

Quimioterapia é um tipo de tratamento que utiliza substâncias para combater células doentes no organismo. No meio oncológico, refere-se à aplicação de drogas anticancerígenas que interferem no ciclo da células tumorais, eliminando-as. Ou seja, simplificadamente, a quimioterapia é o uso de medicamentos para o tratamento do câncer.

Atualmente, quando se fala em tratamento sistêmico (medicamentoso) do câncer ou antineoplásico, é importante esclarecer que existem a quimioterapia, a hormonioterapia, a terapia alvo e a imunoterapia.

Segundo Sergio Serrano, especialista da Sociedade Brasileira de Oncologia, todos esses tratamentos usam medicamentos que podem, eventualmente, ser chamados de substâncias químicas. No entanto, quase sempre a palavra quimioterapia se refere às drogas citotóxicas clássicas (que agem no extermínio de células cancerígenas).

Muitas vezes, o tratamento pode ser usado de forma adjuvante, no estágio pós-cirúrgico, a fim de eliminar as células que tenham permanecido no organismo. Assim, o paciente tem mais chances de permanecer curado da neoplasia. Quando utilizada simultaneamente com a radioterapia, a intenção é que uma potencialize a outra para o tratamento de uma doença localizada.

O oncologista Pedro De Marchi explica que, além disso, a quimioterapia também pode ser utilizada para tratar uma doença avançada, em estado metastática. O objetivo do tratamento, nesses casos, é controlar a doença pelo maior prazo possível, aumentando o tempo e a qualidade de vida do paciente.

Diferença entre a quimioterapia e radioterapia

A quimioterapia atua em todos as células do organismo de uma forma geral, com exceção do cérebro, por conta da barreira hematoencefálica. Já a radioterapia é um tratamento no qual se utilizam radiações ionizantes para destruir um tumor ou impedir que suas células aumentem de forma localizada - ou seja, ela atua apenas em uma região determinada.

Tipos de quimioterapia

Os tipos de quimioterapia variam de acordo com a fase do ciclo celular que ela atua ou nas estruturas que participam do ciclo celular. Elas podem ser diferenciadas pelo tipo de finalidade:

  • Quimioterapia curativa: casos em que se espera que o câncer do paciente possui grande sensibilidade ao tratamento e que a doença pode ser totalmente eliminada pela terapia
  • Quimioterapia adjuvante: realizada após a cirurgia para prevenção de metástases ou reincidência do tumor
  • Quimioterapia neoadjuvante: realizada antes da cirurgia ou da radioterapia para diminuir o tamanho do tumor
  • Quimioterapia paliativa: quando o objetivo é controlar a doença, aumentando a qualidade de vida e a sobrevida do paciente

Outras nomenclaturas

Quimioterapia vermelha

Existe uma classe de quimioterápicos, chamados de antracíclicos, que, ao ser diluída, apresenta determinada coloração no frasco de infusão endovenosa. Um dos antracíclicos mais usados é a doxorrubicina, que apresenta coloração avermelhada.

Por ser uma droga muito utilizada em diversos tipos de câncer, principalmente no câncer de mama, e possuir efeitos colaterais típicos, passou a ser conhecida popularmente como "quimioterapia vermelha". Porém, existem outros medicamentos que também são avermelhados (como a epirrubicina).

Quimioterapia branca

A maioria dos quimioterápicos é incolor e transparente após a diluição. Na verdade, não existe nenhuma droga que apresenta tom branco de fato. Popularmente, todas as drogas que não são vermelhas são consideradas brancas - daí o uso da expressão "quimioterapia branca".

Como é feita a quimioterapia

Em geral, a quimioterapia é aplicada por via endovenosa, mas essa não é a única opção de utilização. Segundo Juliana Alvarenga Rocha, oncologista do grupo Cecon-Oncoclínicas, entre as diversas formas de aplicação de quimioterápicos estão:

  • Intravenosa: aplicada diretamente na veia do paciente, essa é a forma mais comum administração da quimioterapia
  • Via oral: os medicamentos são ingeridos pela boca, por meio de cápsulas ou comprimidos
  • Intramuscular: aplicada diretamente no músculo
  • Subcutânea: aplicada abaixo da pele
  • Intratecal: os remédios são administrados na espinha do paciente, diretamente no líquido que circula pelo sistema nervoso central
  • Tópica: por meio de cremes ou pomadas, aplica-se diretamente sobre a região da pele acometida pelo câncer
  • Intra arterial: o quimioterápico é administrado na principal artéria que fornece sangue para o tumor em tratamento
  • Intra peritoneal: por meio de um cateter implantado na parede do abdome, a medicação é administrada na cavidade abdominal
  • Intravesical: a quimioterapia é administrada por uma sonda urinária diretamente dentro da bexiga

O método escolhido vai depender do tumor e da frequência que a aplicação deverá ser realizada. Embora, na maioria das vezes, a quimioterapia é feita por meio de intervenções a cada três semanas, isso não é uma regra. Portanto, a recomendação médica é essencial para esta decisão.

Efeitos colaterais da quimioterapia

Entre os possíveis efeitos provocados pela administração de quimioterápicos, encontram-se:

  • Fraqueza
  • Queda de cabelo
  • Perda de peso
  • Feridas na boca
  • Diarreia
  • Constipação
  • Tontura
  • Formigamento nas mãos e nos pés
  • Perda de sensibilidade nas mãos e pés
  • Diminuição da imunidade
  • Náuseas
  • Vômitos
  • Feridas nas mãos e nos pés
  • Espinhas

Medicamentos usados na quimioterapia

Os principais medicamentos utilizados na quimioterapia consistem em:

  • Doxorrubicina
  • Ciclofosfamida
  • Paclitaxel
  • Carboplatina
  • 5FU
  • Oxaliplatina
  • Cisplatina
  • Gencitabina
  • Vinorelbina
  • Eribulina
  • Metotrexate

Valor da quimioterapia

Na quimioterapia, há diferentes drogas usadas isoladamente ou de forma combinada. Sendo assim, não há como precisar valores do tratamento. O preço vai depender do tumor e do esquema adotado pelo médico.

A maioria dos quimioterápicos está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). Outros não estão disponíveis por conta da quantidade muito baixa das APACs (Autorização de Procedimentos de Alta Complexidade), que pagam por esses tratamentos para pacientes oncológicos.

Os tratamentos mais modernos, com terapia alvo-molecular, anticorpos monoclonais e imunoterapia, não são totalmente oferecidos na rede pública de saúde.

Dúvidas Frequentes

Toda quimioterapia faz cair o cabelo?

Nem toda quimioterapia causa queda capilar, isso depende do tipo de quimioterapia utilizada. Além disso, quando o tratamento provoca este sintoma, não significa que ele seja mais agressivo que outros. Hoje, a tecnologia da crioterapia pode diminuir ou mesmo impedir esse efeito.

Quimioterapia dói?

A aplicação da quimioterapia em si não deve ser dolorosa. Entretanto, alguns quimioterápicos podem causar uma sensação de queimação na região aplicada. Para evitar que isso aconteça, o medicamento costuma ser devidamente diluído.

Quem faz quimioterapia pode comer chocolate?

Não existem contraindicações para ingestão de chocolate por quem passa pela quimioterapia. Os alimentos proibidos, em geral, são carnes, peixes e frangos crus, além de vegetais e legumes crus, sem uma criteriosa higienização.

Quem faz quimioterapia pode manter relações sexuais?

De modo geral, as relações sexuais não são proibidas durante o tratamento de quimioterapia. Em algumas situações, no entanto, a região genital do paciente pode ficar mais sensível, tornando importante conversar com um profissional oncologista sobre o assunto.

Referências

Pedro De Marchi, médico oncologista do Grupo Oncoclínicas - CRM 164717

Juliana Alvarenga Rocha, médico oncologista do Cecon/Oncoclínicas - CRM 10318

Sergio Serrano, médico oncologista da Sociedade Brasileira de Oncologia - CRM 52319 


Fonte: Minha Vida

As informações e sugestões contidas neste blog são meramente informativas e não devem substituir consultas com médicos especialistas.

É muito importante (sempre) procurar mais informações sobre os assuntos


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