segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Por que sou uma pessoa mais feliz depois do câncer


As pessoas mais bonitas que eu conheci são aquelas que sofreram, perderam, sabem o que é a derrota, a luta e conseguiram se levantar. Estas pessoas têm uma apreciação, uma sensibilidade e uma compreensão que as enche de compaixão, gentileza e uma preocupação profunda pela vida. Pessoas bonitas não acontecem. Se tornam.
O budismo diz que a felicidade e o sofrimento andam juntos. Eu concordo. Afinal, nunca saberíamos reconhecer a verdadeira felicidade se não tivéssemos sofrido um dia.

Há quatro anos atrás eu fui diagnosticada com câncer de tireóide, que resultou em uma cirurgia de remoção do tumor e tratamento de radioterapia. Eu tinha 21 anos. Há dois anos atrás eu fui diagnosticada com cisto no ovário e endometriose, o que resultou em mais uma cirurgia para removê-lo. Eu tinha sido recém começado no Programa Trainee da última empresa que eu trabalhei.

Se eu sofri? Sim… Se eu reclamei? Não muito… Levei tudo numa boa, as pessoas nem acreditavam que eu estava com câncer de tão tranquila que eu estava. Lembro desta última cirurgia do cisto, era em pleno carnaval e eu estava no hospital enquanto meus amigos estavam viajando e se divertindo.

Foi quando entendi que eu deveria usar aquele sofrimento para aprender alguma coisa. Foi por causa desse sofrimento que eu valorizo cada dia que eu tenho saúde. Que  agradeço todos os  dias por estar viva. Que meus sonhos ainda existem mas eles podem acabar de um dia para outro.


Hoje eu valorizo as coisas simples da vida. Amo sem medo de perder, porque a maior perda é a do amor que eu não demonstro. Eu cuido da minha saúde e a não me estresso pelo que está fora do meu controle. Entendo que eu sou a responsável pelo meu destino e por tudo o que acontece comigo, seja bom ou ruim. Aprendi a não guardar rancor. E aprendi a ter gratidão todos os dias,  o que me fez uma pessoa mais feliz.

Ser feliz não significa que tudo é perfeito. Significa que eu decidi olhar além, apesar das imperfeições da vida.

“A cada dia que vivo mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade. A dor é inevitável. O sofrimento é opcional.”
– Carlos Drummond de Andrade

Fonte: Jornada Kamoi

As informações e sugestões contidas neste blog são meramente informativas e não devem substituir consultas com médicos especialistas.

É muito importante (sempre) procurar mais informações sobre os assuntos

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