quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Câncer de mama: novos tratamentos podem adiar a quimioterapia

Por Gilberto Amorim


Outros dois estudos, voltados para câncer de mama, se destacaram na European Society for Medical Oncology (ESMO 2019), realizado nos últimos dias, em Barcelona, Espanha. E como estamos no Outubro Rosa, não poderíamos deixar de discutir sobre o tema.
As pesquisas utilizaram os medicamentos da Novartis Kisqali® e da Lilly Verzenios ® associados ao fulvestranto e tiveram resultados surpreendentes. Estes fármacos fazem parte dos inibidores de ciclina, que bloqueiam o ciclo celular impedimento a duplicação das células tumorais, revertendo a resistência endócrina em muitos casos.

ESMO 2019: estudos para tratamento do câncer de mama

O primeiro estudo, apresentado na ESMO 2019, foi o Monaleesa-3, que mostrou redução do risco de morte em 28% com o uso de ribociclibe junto ao tratamento endócrino convencional, conseguindo também adiar a progressão da doença em mais de oito meses. O efeito permitiu ainda adiar a quimioterapia em muitos meses.
Somado ao Monaleesa-7, apresentado em Chicago, nos Estados Unidos, também este ano, passa de 2 mil o número de pacientes estudadas. Em ambos os estudos a adição do medicamento aumentou a sobrevida em média 30%.
O segundo estudo apresentado no congresso, Monarch-2, focou em tumores mais resistentes, que falharam precocemente após o câncer inicial ou progrediram após uma primeira tentativa de tratamento. Para estes casos, o uso do abemaciclibe reduziu o risco de morte em 25% e aumentou a sobrevida global em quase 10 meses. Além disso, o desempenho foi particularmente bom nos casos metastáticos com doença visceral (fígado e pulmão).
Em média os pacientes fazendo uso do medicamento demoraram 50 meses para fazer a primeira quimioterapia e, no grupo controle, esse tempo foi de 22 meses.
Conclusões
As duas drogas utilizadas nos estudos Monaleesa-3 (ribociclibe) e Monarch-2 (abemaciclibe) estão aprovadas pelo Ministério da Saúde e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e são comercializadas no Brasil. O problema é que, por não estarem no Rol de Procedimentos e Evento em Saúde da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), as pacientes com convênios de saúde estão com dificuldade de conseguir a medicação, que também ainda não está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).
O tratamento dessas pacientes não será mais o mesmo, elas estão vivendo mais e melhor, adiando significativamente o início da quimioterapia nesses casos. Mas ainda é preciso lutar para que mais brasileiras tenham acesso a esses e outros tratamentos que podem ser tão impactantes na vida delas.
Fonte: Pebmed


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É muito importante (sempre) procurar mais informações sobre os assuntos.

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