Carolina Barreiros fala sobre a sua batalha constante e a importância de falar sobre a doença
Por: Erica Marques / Portal ORM
Silenciosa, disfarçada de estresse e cansaço, assim são os primeiros indícios da depressão. Uma doença que atinge 5,8% da população, o que representa cerca de 11,5 milhões de brasileiros, de acordo com dados divulgados este ano pela Organização Mundial de Sáude (OMS).
Apesar de inúmeros textos, matérias, relatos nas redes sociais a respeito do assunto, infelizmente ainda há pessoas que não consideram a depressão como algo grave. Superar a doença e mostrar o que ela acarreta no dia a dia, é uma dupla batalha que muitas pessoas passam.
A publicitária Carolina Barreiros enfrentou algumas dificuldades até as pessoas mais próximas entenderem o que de fato é este mal, porém, ela compreende o quão difícil isso é para os outros . “É bastante comum que os amigos e família não entendam muito bem de início as implicações que a doença tem. Eu demorei muito para fazer com que a família acreditasse que não era uma tristeza comum e sim um problema de saúde”, relata.
Na base de muita conversa, o assunto passou a ser discutido com mais frequência, resultando em um maior conhecimento sobre como a pessoa com depressão se sente em relação as situações diárias que param alguns é normal. “Hoje a relação com a minha família é de muita paciência. Sou muito grata ao apoio que tenho deles. Dos amigos, com o passar dos anos, se tornou um assunto mais fácil de ser debatido, inclusive pela presença maior dele na cultura popular em geral”, comenta a publicitária.
A depressão apresenta sintomas característiscos como tristeza, apatia e insônia. Mas ela surge de diversas formas, pois depende de cada pessoa, como fala a psicóloga Keila Regina Sales. “As pessoas nem sempre conseguem observar quem ou que elas próprias estão com depressão. Quem sofre da doença recebe o diagnóstico com a mesma palavra, mas os sintomas se adaptam de acordo com a história de vida de cada um”, explica.
Os fatores que geram a doença também são diferentes, já que ninguém possui a mesma rotina. “Os motivos causadores da depressão são muitos. Podem ser questões profissionais, afetivas, familiares, entre outros. A partir disso, surgem as dúvidas que a pessoa tem de si mesma, trannsformando-se em insegurança e pensamentos confusos”, continua a psicóloga.
Ainda segundo Keila Sales, quando a pessoa reconhece esses sintomas, deve tomar algumas atitudes, como procurar ajuda médica. Também é fundamental que procurar alguém que consiga conversar tranquilamente sobre o assunto e um meio em que possa falar da importância do tratamento e do debate a respeito da depressão.
Em 2016, Carolina fez um textoem seu perfil nas redes sociais no qual escreveu abertamente sobre a doença, a terapia que começou a fazer em 2007 e a necessidade do diálogo. “Fiz uma postagem no auge da minha crise. O objetivo era de agradecer minha mãe e três amigas que estavam me ajudando demais e alertar da importância do tratamento. Me surpreendi com inúmeras respostas que tive de pessoas que passam por problemas similares e encontraram naquele texto um ombro amigo. Acho que auxiliei algumas delas na busca pelo tratamento e isso me deixa muito bem. Nunca tive medo de falar da questão. Mas nos últimos anos, com a abertura do tema na mídia, parece que se tornou mais fácil”, relata.
É importante mencionar que a eficácia do tratamento depende principalmente do paciente. Atulamente, Keila aponta que a terapia comportamental vem sendo bastante utilizada na área. O tratamento baseia-se na tentativa de mudança de atitudes do paciente diante das situações que ele enfrenta cotidianamente. No entanto, em alguns casos é necessário o uso da medicação. E independente de qual método seja aplicado, deve ser levado a sério.
Hoje, Carolina não gosta de dizer que enfrentou a depressão, pois acredita que os pacientes diagnosticados com a doença vivem uma batalha constante. “Temos sempre que estar de olho e prestar atenção na nossa saúde mental. Hoje a depressão não faz parte da minha vida ativamente, mas eu preciso trabalhar para que continue assim”, diz satisfeita.
Fonte: ORM
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substituir consultas com médicos especialistas.
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É muito importante (sempre) procurar mais informações sobre os assuntos
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