segunda-feira, 21 de maio de 2018

Depressão - Opinião de Andrew Solomon


Na opinião de Solomon:
“Os tratamentos que temos para a depressão são terríveis. Não são muito eficazes. São extremamente caros. Têm inumeráveis efeitos secundários. São um desastre. Mas sinto-me muito grato de viver hoje, e não há 50 anos, quando não havia quase nada a fazer.”
Hoje em dia, diz Solomon, há um falso imperativo moral que diz que o tratamento da depressão, a medicação e todo o resto são um artifício, e que não é natural.
Realmente, muitas pessoas são temerosas acerca dos tratamentos disponíveis para a depressão. Elas têm medo de que medicamentos, por exemplo, alterem a forma como se age e pensa, e receiam que tais remédios as transformem em um ser desconhecido. Contudo, a maioria dessas mesmas pessoas se automedica regularmente contra todo um azar de dores e problemas; usam drogas lícitas ou ilícitas e não se preocupam com os efeitos colaterais. Trata-se de uma contradição.
Segundo Solomon, embora não previna contra a depressão, o amor é o que tranquiliza a mente e a protege de si mesma. Medicamentos e psicoterapia podem renovar essa proteção, tornando mais fácil amar e ser amado, e é por isso que funcionam.
Para o autor, ter a capacidade de estar triste e de ter medo, de estar alegre e de ter prazer, e de todos os outros sentimentos que temos, é incrivelmente valioso. Uma grande depressão acontece quando esse sistema emocional se avaria, portanto, trata-se de uma deficiência de adaptação.
Bem, como podemos viver melhor com a depressão?
Solomon lembra que as pessoas que desejam esquecer sua depressão e obliterar seus episódios depressivos são aquelas que mais se sentem aprisionadas por esse mal. Ele recomenda que as pessoas aceitem a depressão como parte de si mesmas:
“Valorizar a nossa depressão não impede uma recaída, mas pode alertar para uma recaída, e até mesmo tornar a recaída em si mais fácil de tolerar. Eu aprendi com a minha depressão o quão grande pode ser uma emoção, e descobri que aquela experiência me permitiu experimentar emoções positivas de uma forma mais intensa e focada. Acho que, apesar de odiar ter estado deprimido, encontrei uma forma de gostar da minha depressão. Gosto dela porque me obrigou a encontrar e agarrar-me à alegria.”
Fonte: Conti Outra (Texto completo)


As informações e sugestões contidas neste blog são meramente informativas e não devem 
substituir consultas com médicos especialistas.

É muito importante (sempre) procurar mais informações sobre os assuntos

Nenhum comentário:

Postar um comentário