Estudos com altas doses de vitamina C
Em 1959, um estudo sugeriu que o cancro podia estar relacionado com alterações no tecido conjuntivo, o que poderia ser uma deficiência em vitamina C. Mais tarde, em 1974, um trabalho de revisão concluiu que a administração de altas doses desta vitamina podiam aumentar a resistência do doente oncológico, podendo ser benéfica na terapêutica contra o cancro. Desde a década de 70 do século passado que surgiram vários estudos de caso e observacionais, em que os doentes submetidos a altas doses de vitamina C, quer por via oral quer por intravenosa, apresentaram ter algum benefício clínico.
Contudo, dois estudos randomizados controlados por placebo, os quais usaram altas doses de vitamina C (10g/dia), não mostraram diferenças significativas entre os dois grupos de doentes, tanto a nível de sintomatologia, como no estado funcional e na sobrevivência.
Os estudos laboratoriais sugeriram que altas doses de vitamina C diminuíram a proliferação das linhas celulares do cancro da próstata, pâncreas, fígado, cólon, do mesotelioma e do neuroblastoma. Todavia, em modelos animais e quando combinada com outros fármacos, não houve consistência nos resultados. No que diz respeito a estudos em humanos, dois deles reportaram melhoria da qualidade de vida e redução dos efeitos secundários relacionados com o cancro, com a administração de elevadas doses de vitamina C.
Embora as conclusões de estudos pré-clínicos e clínicos com altas doses de vitamina C, com ou sem terapêutica oncológica associada, pareça ser promissora e bem tolerada, os estudos apresentam várias limitações, devido à falta de rigor na metodologia.
Segurança e vias de administração de vitamina C
Os trabalhos efetuados têm demonstrado que a administração de vitamina C pode ser segura em pessoas saudáveis ou em doentes oncológicos em doses até 1,5g/kg, à exceção de indivíduos com fatores de risco para a toxicidade (ex: deficiência em glucose-6-fosfato desidrogenase, doenças renais, cálculos renais ou hemocromatose). Relativamente às vias de administração, a via intravenosa contribui para concentrações sanguíneas mais elevadas, comparativamente à administração por via oral. Para além disso, tem sido bem tolerada, nos estudos clínicos já efetuados, sendo o seu efeito mantido por mais de 4 horas.Vitamina C e interações com outros fármacos
Um dos aspetos importantes a ter em conta na administração de altas doses de vitamina C é que a mesma pode ter interações adversas com alguns fármacos usados no tratamento do cancro.
Vários estudos têm sido desenvolvidos para avaliar a capacidade da vitamina C em potenciar ou inibir o efeito de fármacos usados em quimioterapia, tendo as conclusões sido muito variáveis. Grande parte dos trabalhos in vitro e in vivo tem mostrado que, quando dada em doses elevadas, o ácido dehidroascórbico (uma forma de vitamina C) pode interferir com os efeitos citotóxicos de vários fármacos. Contudo, este está geralmente presente em baixas concentrações nos suplementos alimentares e nos alimentos.
Vários estudos têm sido desenvolvidos para avaliar a capacidade da vitamina C em potenciar ou inibir o efeito de fármacos usados em quimioterapia, tendo as conclusões sido muito variáveis. Grande parte dos trabalhos in vitro e in vivo tem mostrado que, quando dada em doses elevadas, o ácido dehidroascórbico (uma forma de vitamina C) pode interferir com os efeitos citotóxicos de vários fármacos. Contudo, este está geralmente presente em baixas concentrações nos suplementos alimentares e nos alimentos.
Face à inconsistência dos resultados e de acordo com o Infarmed, não existe informação suficiente sobre os efeitos de altas doses de suplementação com vitamina C, pelo que ainda não está recomendado o seu uso no tratamento do cancro.
Fonte: StopCancerPortugual
As informações e sugestões contidas neste blog são meramente informativas e não devem substituir consultas com médicos especialistas.
É muito importante (sempre) procurar mais informações sobre os assuntos
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