sábado, 24 de março de 2018

EM QUANTO TEMPO A QUIMIOTERAPIA SAI DO CORPO E MELHORAM OS EFEITOS COLATERAIS?

Durante um tratamento contra o câncer podemos utilizar diversos recursos como tratamento. Os principais são a cirurgia, a radioterapia e o tratamento com medicamentos, conhecido como quimioterapia.

A quimioterapia é um nome genérico dado ao conjunto dos medicamentos que agem contra o câncer (veja aqui uma matéria sobre os tipos de medicamentos). Existem diversos tipos de medicamentos que agem de maneira diferente. A escolha do tratamento depende do tipo da doença, suas mutações ou pontos fracos ( mutações em câncer de pulmãosobre como detectar as mutaçõescâncer de mama HER2 positivo, biópsia líquidaimunoterapia para câncer com mutação de msi), do tamanho da doença e do estado geral da pessoa que vai ser tratada (veja aqui uma matéria sobre o grau de agressividade do câncer).

Um dos momentos que gera mais ansiedade durante o tratamento é o início do uso de medicamentos. Muitos questionamentos ocorrem, como quais serão os efeitos benéficos, quais serão os efeitos colaterais e como será a qualidade de vida durante este momento (veja aqui uma matéria sobre como se preparar para o tratamento e sobre detalhes do ciclo de quimioterapia).

Uma dúvida também bastante frequente é quanto ao tempo em que os medicamentos ficam no corpo. Em geral este tempo é bastante curto. Para os medicamentos da classe dos citotóxicos, o tempo varia de horas a poucos dias. Para outros medicamentos, como os anticorpos, este tempo é mais longo, variando de muitos dias a meses. Para os medicamentos em comprimidos, como os bloqueadores hormonais e inibidores de replicação este tempo é, em geral, de poucos dias.


Veja nessa lista alguns exemplos destes medicamentos: Alectinib em câncer de pulmão com translocação do ALK (vídeo), Olaparib em câncer de mama triplo negativo com mutação de BRCA (vídeo), Niraparib em câncer de ovário com mutação do BRCA (leia mais), Vemurafenib + cobimetinib e dabrafenib + trametinib em melanoma com mutação BRAF (leia mais).

Os citotóxicos agem atacando as células que se replicam rapidamente, portanto são bastante efetivos contra as células cancerígenas. No entanto, os medicamentos também atuam sobre células normais do corpo que se multiplicam rapidamente, como as células da imunidade, peles de boca, estômago e intestino e cabelos. Por isso estes medicamentos podem causar baixa da imunidade, queda de cabelo (leia mais sobre queda de cabelo e como prevenir), diarreia e enjôo.

Apesar dos medicamentos saírem do corpo em horas a dias, os efeitos podem se prolongar por mais tempo, se não forem tratados. Isto ocorre porque os medicamentos agem rapidamente depois de serem aplicados e o corpo pode demorar alguns dias para recuperar as células normais que foram danificadas pelo tratamento. Por isto é sempre importante conversar com sua equipe médica para se antecipar a estes efeitos e tratá-los rapidamente, caso eles aconteçam.

Outros medicamentos, como os bloqueadores hormonais, têm efeitos diferentes. Apesar dos efeitos colaterais destes medicamentos serem menores, o fato do tratamento ser longo pode ser uma complicação. Como a pessoa deve tomá-los continuamente, ou por vários anos, os efeitos podem permanecer durante todo este período, sendo extremamente importante a avaliação e tratamento, com o objetivo de não comprometer a qualidade de vida. Algumas complicações comuns são as ondas de calor (também conhecidas como fogachos), alteração sexual e da libido, redução da massa óssea e alteração do colesterol.

Cada medicamento pode causar um tipo específico de efeito colateral e é importante conversar com seu médico para saber tudo sobre o seu caso em particular.

Anticorpos e inibidores do crescimento (TKI) têm efeitos colaterais muito específicos, dependendo do alvo de tratamento. Para estes medicamentos não existe uma regra geral e cada caso deve ser conversado individualmente.

Veja abaixo uma lista do tempo médio para a saída dos medicamentos do corpo.



Fonte: DrFelipeAdes

As informações e sugestões contidas neste blog são meramente informativas e não devem substituir consultas com médicos especialistas.

É muito importante (sempre) procurar mais informações sobre os assuntos

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