A pessoa depressiva apresenta tristeza intensa, falta de energia e de interesse por atividades cotidianas e prazerosas.1 Certo? Nem sempre. Em certos casos, o deprimido consegue realizar as tarefas do dia a dia normalmente e até se divertir, mesmo que não se sinta alegre na maior parte do tempo.1
De acordo com a American Psychiatric Association2, a depressão é um transtorno que acontece com muita gente, mas pode ter consequências sérias. A depressão clássica, ou transtorno depressivo maior, causa sintomas graves que afetam a maneira como você se sente, pensa e lida com as atividades diárias, como dormir, comer ou trabalhar.2,3
Quando os sintomas mais famosos, característicos da depressão clássica, não se manifestam, pode ser mais difícil identificar a condição - o que não significa que ela não está presente. Por isso, é importante entender que existem diferentes tipos da doença. Afinal, alguém próximo pode estar tocando a vida normalmente e até rir de uma piada e, mesmo assim, estar deprimido. Veja:
Os tipos de depressão
Depressão clássica ou maior, transtorno depressivo maior
Quem tem este tipo de depressão apresenta os sinais clássicos e comumente associados à doença: humor muito deprimido (tristeza, desânimo e pensamentos negativos), pouco interesse em atividades (mesmos aquelas que geralmente seriam prazerosas), dificuldades para dormir, alterações no apetite ou no peso, perda de energia e sensação de inutilidade. Pensamentos de morte ou suicídio também podem ocorrer.1
Transtorno depressivo persistente
O transtorno depressivo persistente não é tão intenso quanto a depressão clássica, mas é persistente e dura ao menos dois anos. Muitas pessoas com essa condição são capazes de fazer tudo normalmente, mas sentem-se fracas ou sem vontade em boa parte do tempo. Também podem apresentar baixa autoestima, falta de esperança e alterações no peso ou apetite.1
Transtorno Disruptivo de Desregulação do Humor
Sabe aquela criança que faz birra em proporções muito exageradas? Ela pode ter o transtorno disruptivo de desregulação do humor, característico da infância e adolescência. Este tipo de depressão se caracteriza por explosões de temperamento severas e recorrentes. Em média, ocorrem três ou mais vezes por semana durante um ano ou mais.4
Transtorno afetivo sazonal
O transtorno surge à medida que os dias ficam mais curtos no outono e no inverno, e a exposição à luz do sol é reduzida. As mudanças de humor resultam de alterações nos ritmos diários naturais do corpo, da sensibilidade dos olhos à luz ou do funcionamento do neurotransmissor serotonina e do hormônio melatonina.¹ Portanto, se você se sentir mais triste ou “para baixo” no outono ou no inverno, pode ser um transtorno afetivo sazonal.
Depressão pós-parto
A famosa depressão pós-parto ocorre entre mulheres durante a gestação ou em até 12 meses após o nascimento do bebê. Ela inclui episódios depressivos maiores e menores, cujos efeitos podem ser graves e afetar tanto a mulher, quanto o bebê e sua família.1
Desordem disfórica pré-menstrual
Outro tipo de depressão específico do sexo feminino, a desordem disfórica pré-menstrual é, em poucas palavras, uma forma grave de TPM. Os sintomas sofridos no período pré-menstrual são, portanto, mais intensos entre quem tem a doença 1
Transtorno bipolar
O transtorno bipolar é diferente da depressão. Sim, ele também causa episódios de humor extremamente deprimido, característico da depressão clássica. Mas além disso, o indivíduo bipolar também tem momentos no extremo oposto, vivendo explosões de humor extremo, eufórico ou irritável.3
Depressão psicótica
Por fim, pessoas que sofrem com formas extremas de depressão também podem apresentar episódios psicóticos, como ter falsas crenças, ilusões, alucinações, delírios de culpa, pobreza ou doença 3
Por que identificar os diferentes tipos de depressão?
Um dos grandes mitos relacionados à depressão é a crença de que seria uma condição rara e pouco recorrente. Na verdade, mais de 300 milhões de pessoas no mundo sofrem com a doença — cerca de 5% da população global. No caso de mães recentes, os dados são ainda mais altos: entre 10% e 15% delas sofrem de depressão pós-parto.5
Portanto, as chances de que alguém próximo esteja deprimido existem e não são tão pequenas. Além disso, a depressão é mais do que tristeza: pode surgir sem aviso ou lógica, em pessoas que não têm razões aparentes para estarem doentes. Portanto, a "falta de motivo" ou a ausência de sintomas clássicos não são motivos para descartar um possível quadro depressivo5, nem razão para não empatizar com uma pessoa deprimida.
Outro grande mito associado à depressão é que pessoas bem-sucedidas não sofrem com ela. Segundo o World Economic Forum5, muitos empreendedores e donos de startups, por exemplo, têm medo de demonstrar que estão deprimidos, pois isso seria visto como um fracasso. Então, é possível conquistar muito na vida e ainda assim ter depressão.
Agora que você conhece os diferentes tipos de depressão e seus sintomas, é possível que você esteja deprimido ou conhece alguém que precisa de ajuda?
As informações e sugestões contidas neste blog são meramente informativas e não devem substituir consultas com médicos especialistas.
É muito importante (sempre) procurar mais informações sobre os assuntos.
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