segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Salmonela (bactéria do ovo estragado) é nova arma contra o câncer

Esse micro-organismo mata 380 pessoas por ano só nos Estados Unidos. Mas um tipo dele pode salvar vidas de pessoas com tumores malignos.

 

 

A salmonela, bactéria encontrada em ovos estragados, pode ajudar a combater tumores. (Foto: Alex Silva)

Ela pode estar presente em ovos malcozidos e causar uma intoxicação terrível – só nos Estados Unidos, mata 380 pessoas por ano. Mas também pode ajudar a enfrentar o câncer. Um estudo publicado na revista Science Translational Medicine mostra que a salmonela, essa grande vilã da alimentação faz o sistema imunológico combater as células cancerígenas – pelo menos, em ratos. 

Não era salmonela comum. Era uma versão modificada em laboratório para produzir uma proteína chamada flagelina B (FlaB). Os cientistas injetaram essa bactéria em ratinhos com câncer. Ela provocou dois efeitos. Primeiro, infectou os tumores. Depois, irritou e ‘acordou’ o sistema imunológico das cobaias – que começou a atacar os tumores. Deu muito certo. Em 11 dos 20 ratos testados, os tumores encolheram até se tornarem indetectáveis.

Mais surpreendente ainda, a ‘salmonela do bem’ não intoxicou os ratos. “Acreditamos que a nossa estirpe bacteriana é segura e pode ser usada como tratamento”, afirmou Joon Haeg Rhee, um dos autores do estudo.

 É claro que mais pesquisas vão ser realizadas antes que as bactérias possam ser experimentadas em humanos. Mas os resultados são promissores e devem entrar para a lista de possíveis tratamentos. 

Apesar de causar furor entre os especialistas, a técnica de usar bactérias para estimular uma resposta imune não é nova. No século 19, o cirurgião americano William Coley observou que alguns de seus pacientes tinham uma ligeira melhora depois de contraírem infecções após cirurgias de remoção de tumor. 

Ele começou, então, a injetar alguns tipos de bactéria em mais de 1 mil pessoas com a doença. Mas o método recebeu críticas da comunidade científica da época e o tratamento acabou desacreditado antes mesmo de ter a eficácia comprovada. 

Agora, quase cem anos depois, o método de Coley volta à tona com pesquisas cada vez mais avançadas no campo de imunoterapia. Esse tipo de tratamento ganha força porque consegue direcionar seus efeitos apenas às células cancerígenas – diferentemente da radioterapia e da quimioterapia, que prejudicam as células saudáveis. 

Esta matéria foi publicada originalmente no site da Superinteressante.

Fonte: Saúde Abril.

 

Imunoterapia: o maior avanço do ano contra o câncer

Essa classe de remédios foi eleita como o maior progresso contra tumores pela Sociedade Americana de Oncologia Clínica. Conheça essa arma revolucionária.


Se 2016 não foi um ano bom sob vários aspecto, para os tratamentos contra o câncer esteve entre os mais frutíferos. A FDA (agência que regula os medicamentos nos Estados Unidos) aprovou oito novas terapias contra a doença e 12 novos usos para outras já existentes.
Nessa avalanche de novidades, destaca-se a imunoterapia, considerada a mais promissora em 2016 pela Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco, na sigla em inglês). Em resumo, trata-se de um grupo de drogas que, ao invés de mirar o câncer, ajuda as nossas defesas a detectá-lo e agredi-lo.
Curiosamente, os primeiros estudos sobre o tema foram feitos há mais de um século: em 1881, cientistas usaram bactérias para impulsionar a resposta do sistema imunológico contra tumores malignos. Mas só em 1980 que uma medicação que se vale dessa lógica foi aprovada — e era bastante agressiva.
Hoje, as drogas imunoterápicas agem de diferentes maneiras —  a principal envolve os chamados inibidores de pontos de verificação imunológicos. Esses “pontos” na verdade são moléculas especializadas que agem como freios no sistema imune, assegurando que as células de proteção sejam utilizadas apenas quando necessário. O mecanismo é extremamente importante, porque tropas de defesa descontroladas, que entram em cena sem a presença de um inimigo, podem causar inflamações e doenças autoimunes.
O problema é que as células cancerosas conseguem enganar esses pontos de verificação. Nesse contexto, o sistema imunológico não percebe a doença como uma ameaça e a deixa evoluir. E é aí que entra a imunoterapia: ao bloquear esse sistema, ela faz o próprio corpo consegue combater o tumor.
O que anima a comunidade científica é que, só no ano passado, foram descobertos cinco novos usos para os inibidores de pontos de verificação imunológicos. São eles: câncer de cabeça e pescoço, bexiga e pulmão e linfoma de Hodgkin. Aliás, esse é o primeiro tratamento que surge contra nódulos malignos originados na bexiga em três décadas.
Apesar disso, não são todas as pessoas com esses tumores que se beneficiam dos medicamentos. Os estudos estão focados justamente em identificar quem pode tirar mais proveito da imunoterapia, poupando os pacientes dos custos altos e dos efeitos colaterais. Mas isso não é motivo para desanimar: a Asco liberou um relatório com várias terapias que ganharam destaque em 2016. Você pode fazer o download do arquivo (em inglês) aqui.

Depoimentos

TAISA DIAS

Em 2013 tive um diagnóstico de câncer de mama, fiz o quadrante, e 16 sessões de quimioterapia, e 33 de radio, sempre tive a certeza da minha cura, sabia que iria vencer a doença, o tratamento, com muita fé em Deus, ajuda da minha família, amigos mais chegado que irmãos, e uma fé inabalável em Deus, mesmo nos dias mais difíceis, não olhando as circunstâncias, eu conseguir vencer o câncer !

 

GERALDA DANTAS

Minhas Promessas são maiores que minha luta!!

No mês de julho de 2012 fiquei sabendo que estava com câncer de mama (direita).
Aquela notícia feito bomba em minha vida porém sirvo um Deus maravilhoso,acreditei na minha cura .
tive fé em Deus, por sabia que ele tava no controle, fui forte e segui todas as orientações médicas, submeti-me as quimioierapias e a cirurgia, e com apoio da família e amigos, encarei o problema com coragem e fé por saber que pra Deus tudo e possível.
Tive uma recuperação ótima e rápida, em janeiro(2013) fiz a mastectomia radical, em abril(2013) com três meses da cirurgia,e muito feliz e grata ao meu Senhor Jesus Cristo pela vitória maravilhosa.
Por isso falo pra vc que esta passando por este problema, tenha Fé, e faça o tratamento certinho com a certeza que ficará curada em nome de Jesus assim como eu, contará sua história pra glória do nome de Jesus e conforto para outras pessoas.
Sou grata ao meu Deus que glorifico e exalto a ele cada instante e agradeço por mim e por todos que se tiverem tiverem fé irão ficar Curada.
Estou firme e forte, porque sempre tive a certeza que nada pra Deus é Impossível.
Diante de Deus não há nenhum problema que não possamos Vencer.

 

 ZIMBRÃO

Recebi o diagnóstico de câncer em um dos testículos numa segunda-feira e na quarta-feira seguinte já estava na mesa de cirurgia. Foi tudo muito rápido, mal deu tempo de assimilar, mas logo em seguida percebi o peso do estigma da doença. Dez dias depois de operado retomei ao trabalho, mas poucas pessoas sabiam da doença. As pessoas chegam quase pedindo desculpas. Existe um certo preconceito e elas sentem pena. Isso cria um ambiente completamente desfavorável do ponto de vista psicológico para a recuperação. Para combater isso, decidi falar abertamente e tentar ajudar a quebrar o tabu. A reação de um amigo e aluno de spinning foi motivadora. Ele disse que iria pedalar na rua em minha homenagem. Eu respondi que, então, iríamos pedalar juntos após o tratamento e ali surgiu uma inspiração. Durante minha primeira sessão de quimioterapia, postei uma foto tornando público que estava em tratamento. Pedi aos meus seguidores que treinassem por mim, já que eu não poderia fazê-lo. Em poucas horas foram mais de 1.300 curtidas e 700 comentários de apoio e solidariedade. Vi que poderia utilizar o desafio para me jogar para cima e minimizar qualquer efeito negativo gerado pela doença. Assim nasceu o #desafiodozimbrao, uma corrente que está estimulando atletas e alunos a uma pedalada ou corrida comemorativa no dia 7 de fevereiro. Estou feliz por ter motivado algumas pessoas que não praticavam atividades físicas antes do desafio e passaram a se exercitar e publicar fotos dos treinos na rede. Finalizei a quimio, estou muito bem e acho que o meu bom condicionamento físico e hábitos saudáveis, cultivados ao longo da minha vida, contribuíram para minimizar efeitos colaterais do tratamento. Deixo aqui um apelo, galera, comecem a se exercitar e todos no meu desafio! Vamos pedalar ou correr do Horto à Mesa do Imperador, numa subida de 5 km sem parar pela Floresta da Tijuca.

 

SUZANA GONÇALVES DE OLIVEIRA

Sou mais uma vitoriosa na luta contra o câncer, a 1 ano e 08 meses descobri um câncer de mama, passei por quimioterapia, radioterapia e até chegar a uma mastectomia radical a 9 meses, mas aqui estou agradecida a Deus por tudo que passei porque sou prova viva da vontade de DEUS. EU VENCI UM CÂNCER COM A AJUDA DE DEUS.

 

LAUDICÉIA PAULINO

Olá guerreiros!!
Em 04/10/2007 foi descoberto um câncer no meu intestino (Adenocarcinoma), passei por cirurgia de 8 horas, com essa cirurgia foi retirado meu intestino grosso,todo o colo,útero,ovário e trompas,também usar bolsa de colostomia, no meu fígado. Metástase Hepática,hoje estou aqui sem bolsinha e curada e digo a vcs “não desista porque Deus esta sempre do nosso lado porque somos especiais .

 

PAULO HENRIQUE QUINTINO

Tenho 18 anos, aos 2 anos de idade, fui diagnosticado com leucemia. Depois disso fiquei internado 6 meses tomando bolsas de sangue que meu pai doava a cada 15 dias, e só ele poderia doar para mim. passou esses 6 meses voltei pra casa, mas ai tive problemas novamente como bronquite, anemia e fiquei internado mais 3 meses, tomando cada vez mais o sangue de meu pai. Graças a ele estou bem hoje ! 

 

ALZIRA MARIA DE OLIVEIRA RIOS

Com 54 anos de idade,descobri através de exames um câncer de mama, no primeiro momento fiquei sem chão, sem esperança,depois com o apoio de minha família, fui encontrando ânimo para começar a luta. No dia 09/08/13 fiz a mastectomia radical da mama esquerda,esvaziamento axilar,08 quimioterapia vermelha, queda de cabelo,enjoos,desânimo metástase na coluna e no fígado,radioterapia, enfim hoje curada.

 

RODRIGO BUCCINI DE OLIVEIRA

Olá pessoal meu nome é Rodrigo, tenho 30 anos de idade, casado há 2 anos com a esposa perfeita e um filho de 4 meses (meu príncipe Luigi).
Na primeira semana de Setembro, durante meu expediente comecei a sentir dores nas costas e urinar sangue, logo imaginei crise de cálculo renal. No hospital o médico me pediu uma tomografia para detectar onde estava o cálculo (pedra no rim), foi ai que começou o pesadelo, além da pedra que estava causando a dor foi detectado um cisto complexo no rim direto com 3 cm. Até ai achei que o cisto fosse algo simples sem problemas maiores. Passei em uma nova consulta com o medico que me pediu dessa vez uma Ressonância Magnética para investigar o cisto, ai durante a avaliação do resultado o médico falou: “pela localização do tumor daria para retirá-lo sem remover totalmente o rim” e que já estaria me encaminhando com urgência para um oncologista…. como assim?? estávamos eu e minha esposa no consultório, fiquei sem reação nenhuma… na semana anterior eu tinha um cisto e de repente estou com um tumor? a partir dai só pensava na minha esposa e no meu filho (com 2 meses na época)… na presença da minha família me mantia forte, mas quando estava sozinho era difícil segurar as lágrimas…
Depois do diagnostico, fiz a cirurgia de remoção do tumor no rim no dia 30/10/16.
Duas semanas depois saiu a confirmação do médico, Câncer…
Em Janeiro voltarei a fazer exames para verificar se possui alguma metástase, as chances são pequenas mas só quem passa por isso para saber como ficamos ansiosos.
Tudo isso me mostrou como Deus é perfeito, pois ele me mandou uma mensagem através da pedra no rim que algo estava errado comigo, sem aquele exame inicial não saberia o que se passava com meu corpo, pois o Câncer foi detectado no estágio inicial.
Algo que acredito que incomode a todos que têm ou tiveram Câncer, é quando uma pessoa vem e te diz: “ainda bem que esse câncer é fraquinho”…
Não importe qual tipo seja as marcas físicas e psicológicas ficarão para sempre.
Pra vc que esteja lendo essa mensagem, não tente ser durão diante desse diagnostico, pois as vezes é bom chorarmos para tirarmos um pouco do peso…
Lembre-se que o diagnóstico de Câncer não é uma sentença de morte, aproveite e viva cada momento…


MARIA BETÂNIA DOURADO BERNARDINO

Fui diagnosticada com Ca De Mama no mês de agosto de 2015. Quando recebi esse diagnóstico perdi o chão no momento, pensei em meus filhos. Sou mãe de um menino de 10 anos e de uma menina de 04 aninhos.
Quando o mastologista me deu 100% de chance de ter que fazer a mastectomia, senti meu mundo desabar. Tive medo no começo por ouvir muitas histórias, por ter vivido de perto e por ter perdido minha mãe quando ela ainda tinha 59 anos. Isso ocorreu a 15 anos atras. Pensei em minha mãe, mas não tive a mesma falta de coragem que minha mãe teve. Ela se debilitou, se entregou a doença se isolado de todos.
Pedi força a Deus quando eu passei pelas 08 quimios e com o companheirismo de meu esposo, filhos,venci cada etapa de quimioterapias. Hoje to tomando o herceptin, tomando as quimios oralmente com uma convicção que tudo isso vai passar e eu vou em nome de Jesus cuidar de meus filhos viver minha vida com minhas limitações, mas viver feliz.
Isso tudo serviu de base para o meu crescimento espiritual. Aprendi a ver a vida de uma forma mais positiva. Até aqui o Senhor me sustentou e sei que com ele no barco vou vencer essa tempestade…


MARCIA CASABURI

Olá, sou Marcia! No dia 13 de junho deste ano, recebi, ou melhor, confirmei a suspeita que havia aparecido em uma tomografia, recebi o diagnóstico de um melanoma de coroide (câncer no olho) de tamanho médio em meu olho esquerdo, perto da cavidade nasal. Confesso que não tive reação. Não consegui pensar em nada, nada mesmo. Passado alguns minutos, eu e minha filha (principalmente minha filha), bombardeamos o médico de perguntas e descobrimos que havia a possibilidade de uma braqueterapia. Então, começamos nossa busca. A braqueterapia foi realizada com sucesso no dia 27 de julho no Hospital do Câncer de Passos-MG. Estou bem, perdi um pouco da visão periférica, mas, estou bem. Descobri o quanto é bom VIVER e o quanto é importante sermos fortes, termos fé em algo (pode ser uma religião, um santo, um objetivo, uma crença, etc). Não se deixe abater, eu sei, não é fácil, sim há momentos de revolta, medo, questionamentos, mas seja forte. Lute como um “Dom Quixote” e seus moinhos de vento. Seja um exemplo para você mesma. Lembre-se sempre, sempre. O melhor presente de Deus…é a nossa vida. Beijo.

 

GISELLE RIBEIRO

Sempre levei uma vida agitada e priorizando o trabalho, a saúde sempre ficava de lado…em 2015 depois de um sangramento descobri o câncer no colo do útero. Os primeiros quinze minutos foram de falta de chão…eu andava pela estrada e pensava em me jogar na frente de um caminhão…resisti pela minha filha..decidi encarar e só tinha um pensamento: VENCER! Depois das quimios, radios e braquiterapias o resultado esperado: VITÓRIA! o caminho pode ter sido árduo mas no final tudo valeu a pena…minha fortaleza foi em Deus, minha família e amigos que não me abandonaram. Independente da sua religião não perca a fé nunca!!!
Pra quem vai iniciar essa jornada fica a dica: se informe bastante sobre tudo o que você tem e pelo que vai passar, tente ficar perto daqueles que te faça bem, aproveite pra fazer uma faxina em tudo o que faz mal (relações, trabalho, mágoas essa última então é veneno puro!), mantenha o bom humor, boa alimentação e a mente ocupada!! Força, persistência e fé!!!

 

THAIS

Aos 32 anos, no auge da minha felicidade, casada e mãe de um lindo garoto de 2 anos, fui diagnosticada com câncer de mama. Havia perdido minha mãe a 7anos com o mesmo câncer, ela só tinha 52 anos. Então pensei, como eu com 20anos a menos, sobreviveria? Mas Deus foi maravilhoso e mostrou que o amor que eu sentia pelo meu filho era tão verdadeiro e forte que qualquer tempestade se tornaria apenas uma chuva passageira..E assim foi, a chuva foi intensa mas passageira. Fiz 1ano de quimioterapia, 1 mês de rádio, 3 procedimentos cirúrgicos e 6 meses de hormonioterapia, em todas as fases procurei enfrentar da melhor forma possível, otimista sempre! Descobri que quando nos deparamos com a morte, descobrimos a vida nas coisas mais simples e na sua forma mais sublime. 4anos se passaram e Hoje tenho certeza que sou muito mais feliz!

Fonte: Fundação do Câncer.

 

 

 


 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CIENTISTA BRASILEIRO COMPROVA EFICÁCIA DE IMUNOTERAPIA PARA CÂNCER RENAL

Pacientes com tumores agressivos, que matam em poucos meses, ganharam mais tempo
 
Raphael Brandão é especialista em câncer há oito anos – Divulgação

 Pacientes com tumores agressivos, que matam em poucos meses, ganharam mais tempo
SÃO PAULO — Um brasileiro de 34 anos é o pesquisador responsável por um estudo inédito que revelou que a imunoterapia é capaz de tratar a forma mais agressiva de câncer renal. Nesse método, em vez de dar aos doentes drogas capazes de matar tanto o tumor quanto as células saudáveis — como faz a quimioterapia —, o médico “acelera o sistema imunológico dos pacientes”, fazendo com que as células de defesa fiquem mais potentes e ataquem o câncer. Em sua pesquisa, Brandão monitorou, ao longo de um ano, a resposta de 60 pacientes de diferentes nacionalidades. E os resultados foram tão animadores que ele recebeu o prêmio de mérito científico da Sociedade Americana de Oncologia Clínica.
Existem dois tipos de câncer de rim: o de células claras e o de não claras, que é o mais agressivo e letal. Todos os pacientes que participaram da pesquisa sofriam deste último tipo, que costuma não responder a tratamentos mais convencionais e pode levar à morte em apenas três meses.

No entanto, após seis meses de tratamento com imunoterapia, 80% dos pacientes continuavam vivos. Ao final de um ano, 20% deles apresentaram redução dos tumores. O resultado foi surpreendente porque, até então, acreditava-se que apenas os cânceres de células claras poderiam ser tratados com a técnica.

— Mostramos que há um caminho diferente para abordar esses tipos de tumores. Agora, a indústria farmacêutica deve investir mais em drogas para imunoterapia, o que pode popularizar e baratear o tratamento — afirma o pesquisador.

Brandão é pesquisador da universidade americana Harvard e do Grupo Oncoclínicas, que atua em dez estados brasileiros. A pesquisa foi conduzida em parceria com outros pesquisadores nos Estados Unidos, Canadá, Espanha e Coreia do Sul.

TRATAMENTO CARO

No Brasil, o tratamento de imunoterapia para câncer custa, em média, R$ 50 mil por mês, e não está disponível no SUS. A abordagem é relativamente nova no país. A primeira droga do tipo foi aprovada pela Agência de Vigilância Sanitária apenas em 2012, mas o tratamento imunoterápico no Brasil começou a ser adotado com mais frequência a partir de 2015. Ele pode ser usada tanto para tumores de rim, quanto de bexiga e pulmão, além de melanomas e linfomas.

— O tratamento é eficaz para doenças que se desenvolvam por alguma falha do sistema imunológico. Diariamente, desde que somos bebês, nosso corpo produz células pré-cancerígenas. Mas elas são combatidas pelas células de defesa. Se, em algum momento, essa resposta de ataque não ocorre, o câncer se desenvolve — explica Brandão.

Nem todos os tipos de câncer respondem à técnica. Tumores de pâncreas, por exemplo, não regrediram quando tratados com imunoterapia. Mas nos casos em que há a alternativa, existem ganhos importantes para a qualidade de vida do paciente. A imunoterapia apresenta menos efeitos colaterais do que a quimioterapia. E os pacientes tratados com o método não sofrem com a perda de cabelo, a necessidade de isolamento e a fraqueza.

— Em oncologia, a medicina tem mais perguntas do que respostas. Então é uma alegria quando encontramos uma dessas respostas — comemora Brandão, que se tornou especialista em câncer há oito anos, depois de perder uma jovem paciente com câncer de mama, para a qual ele não conseguiu nenhum tratamento que desse resultado.

Fonte: Fundação do Câncer.