terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Hormônios do estresse


Os hormônios do estresse são cruciais para todos os seres vivos. Fugir de perigos, reagir às exigências do ambiente, sermos capazes de solucionar problemas ou simplesmente “fazer despertar” toda a nossa energia mental para fazer uma prova são processos essenciais mediados por essas pequenas, porém poderosas, moléculas.

Contudo, basta ouvirmos a palavra “estresse” para já associá-la a experiências claramente negativas. Todos nós conhecemos seus efeitos. De fato, a maioria de nós já passou por períodos em que as preocupações e a pressão externa acabaram causando dores musculares, alterações digestivas, dores de cabeça, insônia, etc. Os processos fisiológicos que controlam esse grupo de hormônios podem ser muito intensos e desgastantes.

Entretanto, devemos ter clareza sobre um aspecto. Sem essas reações químicas, o ser humano não conseguiria sobreviver. A resposta do estresse nos permite reagir frente às adversidades do dia a dia para conseguirmos nos adaptar a um ambiente cada vez mais complexo. Portanto, por mais que hoje em dia não tenhamos que nos defender dos mesmos perigos dos nossos antepassados pré-históricos, as demandas externas continuam sendo desafiantes.

Compreender como funciona esse emaranhado hormonal associado às nossas respostas emocionais é sempre interessante e útil.


Quais são os hormônios do estresse?

Cada um de nós está programado para reagir a qualquer ameaça, seja ela advinda de um perigo concreto externo, seja de uma preocupação interna. Atualmente, situações vivenciadas em ambientes profissionais, por problemas financeiros ou afetivos, ajudam a desencadear o estresse.

As ameaças, os perigos e os desafios atuais são invisíveis. Não podemos tocá-los ou enxergá-los como faziam nossos antepassados diante de um predador, por exemplo. Essa resposta natural ao estresse nos permite ativar uma infinidade de recursos físicos e psicológicos para enfrentar qualquer perigo, fazendo com que possamos visualizá-los como coisas normais e esperadas.

Entretanto, o verdadeiro problema surge quando o estado de estresse é constante. Quando não conseguimos lidar com os problemas de forma adequada, quando não fazemos uso das medidas adequadas de enfrentamento, os hormônios do estresse continuarão agindo. É aí que chegam os desconfortos físicos e os riscos para a saúde.

Vamos descobrir, portanto, como essa rede hormônios age e trabalha.

Cortisol, o hormônio que nos ativa

O cortisol é um hormônio esteroide que regula uma ampla variedade de processos no corpo. Além de ter uma função decisiva para nos ajudar a responder a situações de estresse, também é a chave de processos metabólicos e imunológicos.

  • A liberação de cortisol é regulada pelo hipotálamo, pela glândula pituitária e pelas glândulas suprarrenais;
  • Quase todas as células contêm receptores de cortisol, o que indica a enorme quantidade de processos nos quais ele participa;
  • Ele é chave no controle dos níveis de açúcar no sangue, por exemplo, além de auxiliar no equilíbrio de sais e açúcares, bem como na pressão arterial;
  • Os níveis de cortisol são mais altos durante o dia para que possamos estar mais ativos no período diurno;
  • Por outro lado, quando enfrentamos longas épocas de estresse e ansiedade, a liberação excessiva de cortisol pode ter efeitos sérios. Entre eles estão a hipertensão, as alterações de humor, as dores musculares, a osteoporose, e também as alterações no peso corporal.

Adrenalina, que permite agir diante dos perigos

Quando você passa por uma situação de estresse, suas mãos suam, seu coração acelera, sua boca fica seca… Estas respostas são controladas por um dos hormônios de estresse mais importantes: a adrenalina, ou epinefrina.

É importante ressaltar que ela também atua como neurotransmissor e é produzida nas glândulas suprarrenais, ou adrenais, e é liberada principalmente em momentos de estresse, perigo e excitação.

Entre as alterações que a adrenalina causa no corpo depois de ter sido liberada na corrente sanguínea, estão as seguintes. Lembrando que todas estas mudanças têm um objetivo: preparar o corpo para a luta ou para a fuga.

  • Aumento dos batimentos cardíacos;
  • Aumento da capacidade do sistema respiratório captar mais ar;
  • Quebra de glicogênio (polissacarídeos de reservas energéticas que se encontram nos músculos e no fígado);
  • Expansão dos vasos para otimização do fluxo sanguíneo;
  • Facilitação da conexão entre as células nervosas para que as informações sejam transmitidas de maneira mais rápida.

A vasopressina, moduladora da resposta ao estresse

A vasopressina é conhecida como o hormônio antidiurético, ou seja, que favorece a retenção de líquidos. Contudo, nos últimos anos tivemos descobertas que a apontam como um importante componente hormonal na resposta ao estresse.

Estudos como os que foram realizados na Universidade de Edimburgo, em 2017, trazem dados que nos ajudam a compreender um pouco mais o seu alcance.

  • A vasopressina tem um efeito modulador na resposta do organismo perante situações causadoras de estresse ou ansiedade;
  • Entre os hormônios do estresse, a vasopressina teria uma função chave para auxiliar na liberação de corticotrofina. O que este elemento biológico faz é facilitar a secreção de corticosteroides como o cortisol;
  • Além disso, há outro aspecto interessante. Este hormônio é produzido em uma série de neurônios hipotalâmicos que regulam as respostas a desafios ambientais estressantes. Isso quer dizer que, quando o cérebro interpreta que existe um desafio diante de nós, ele libera essa substância para que ela inicie toda uma série de trocas bioquímicas essenciais para que possamos agir diante da situação.

Concluindo, como podemos ver, facilitar a tomada de atitude é o propósito de toda sequência que estimula o cérebro a responder diante dos riscos cotidianos. Este é, sem dúvidas, o propósito do estresse: agir diante dos perigos e fazer com que eles desapareçam. Deixar que essas situações preocupantes e angustiantes se prolonguem no tempo é o que nos afeta. Vamos levar isso em conta.

Fonte: Mente Maravilhosa

As informações e sugestões contidas neste blog são meramente informativas e não devem substituir consultas com médicos especialistas.

É muito importante (sempre) procurar mais informações sobre os assuntos


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