segunda-feira, 18 de março de 2019

10 livros essenciais para conhecer Jorge Luis Borges


Jorge Luis Borges foi escritor argentino e um dos maiores nomes da literatura do século XX. Escreveu principalmente contos, ensaios e poemas e foi um um dos pioneiros do realismo fantástico. 
Universo de seres imaginários, filosofia, poesia e outras características se misturam na obra do renomado autor. Selecionamos os 10 livros essenciais para conhecer a sua literatura.

1. O Livro de Areia (1975) 



Começamos pelo final: O Livro de Areia reúne os últimos contos publicados pelo autor.São 13 histórias que, ao contrário do que é costumeiro na obra de Borges, não são tão intelectualmente densas e inteligentes. 
Os temas borgeanos estão todos lá: monstros, sociedades secretas, bibliotecas, memória, e mais. É uma forma de começar a ler Jorge Luis Borges de forma mais leve e compreensível.
Os anos passam, e eu contei a história tantas vezes que não tenho mais certeza se realmente me lembro ou se apenas me lembro das palavras com as quais conto.
Jorge Luis Borges (O Livro de Areia)
A cegueira gradual não é uma coisa trágica. É como um lento pôr do sol de verão. 
Jorge Luis Borges (O Livro de Areia)

2. O Livro dos Seres Imaginários (1957)



Um mergulho nos mundos fantásticos que tanto fizeram o nome do escritor argentino. Neste livro, ele apresenta ao leitor mais de 100 criaturas mágicas, lendárias, religiosas. 
Através de pequenas fábulas, Jorge desperta o interesse através de textos curtos que vão até a origem desses seres, suas etimologias, autores. Uma obra borgeana minuciosa e linda de imaginar junto.
Somos tão ignorantes quanto ao significado de dragões quanto somos sobre o significado do universo.
Jorge Luis Borges ( O Livro dos Seres Imaginários)
Chang Tzu nos fala de um homem perseverante que, após três anos laboriosos, dominou a arte de matar dragões. Durante o resto de seus dias, ele não teve uma única oportunidade para testar suas habilidades.
Jorge Luis Borges ( O Livro dos Seres Imaginários) 

3. Borges Oral e Sete Noites (1980)



Uma coletânea de discursos memoráveis de Borges, que fazem do livro ser ao mesmo tempo interessante e educacional. 
São pouco mais de 200 páginas que permitem ao leitor uma viagem pela genialidade oral do escritor cego, sábio e irônico. São temas diversos: tempo, morte, poesia, cabala. Se você está procurando por romance, este não é o livro para você, mas se está procurando entender porque Borges é um dos escritores mais renomados do século XX, este é o título certo
Pessoalmente, sou um leitor hedonista. Eu nunca li um livro apenas porque ele era antigo. Eu leio livros pelas emoções estéticas que eles me oferecem, e ignoro os comentários e críticas. 
Jorge Luis Borges (Borges Oral e Sete Noites) 
Eu sempre soube que meu destino era, acima de tudo, um destino literário - que coisas ruins e algumas coisas boas aconteceriam comigo, mas que, a longo prazo, tudo isso seria convertido em palavras. Particularmente as coisas ruins, já que a felicidade não precisa ser transformada: a felicidade é o seu próprio fim. 
Jorge Luis Borges (Borges Oral e Sete Noites)  

4. O Outro, O Mesmo (1964) 



Um bom motivo para ter esse livro de Jorge Luis Borges na estante é: o próprio autor o considera o seu predileto. 
Trata-se de uma compilação de seus principais poemas, e os temas principais de sua obra aparecem nos versos. Seus hábitos como autor são expostos, e ele reflete sobre a questão do duplo, do tempo e dos reflexos. Para quem já é apaixonado pelo autor, é uma obra obrigatória: uma espécie de testamento. 
Respondi que o sobrenatural, se acontece duas vezes, deixa de ser aterrador.
Jorge Luis Borges (O Outro, O Mesmo) 
Não sei quantos livros você vai escrever, mas sei que são muitos. Escreverá poesias que lhe darão um prazer não compartilhado e contos de caráter fantástico. Dará aulas como seu pai e como tantos outros de nosso sangue. 
Jorge Luis Borges (O Outro, O Mesmo)  

5. O Informe de Brodie (1970) 



Alguns dos contos mais clássicos de Jorge Luis Borges estão nesta coletânea. É um livro bom para ter na estante pois mostra um estilo mais direto e pragmático do autor, contrastando com seu habitual feitio imaginativo. 
Atenção para “A Intrusa” e “O Evangelho segundo São Marcos", duas pérolas borgeanas. Desses livros que até o prólogo é uma obra de arte. 
Acredito que com o tempo teremos atingido o ponto em que mereceremos estar livres do governo.
Jorge Luis Borges (O Informe de Brodie) 
O sono, como você sabe, é o mais secreto de nossas ações. Dedicamos um terço da nossa vida a ele e não o entendemos. Para alguns, nada mais é do que o eclipse de nossa vigília; para outros, um estado mais complexo, que inclui ontem, agora e amanhã. 
Jorge Luis Borges (O Informe de Brodie)  

6. História Universal da Infâmia (1935) 



Outro livro de contos que quase chega a ser um romance, de tão bem costurado. Nele, Borges radiografa vilões e suas histórias em diversas formas. São personagens divertidos, interessante, inesquecíveis. 
Jorge se dá ao trabalho de reescrever histórias de outros autores e o resultado é uma salada que trata o mal de forma que vai fazer você sorrir. 
Por vezes creio que os bons leitores são cisnes ainda mais tenebrosos e singulares que os bons autores.
Jorge Luis Borges (História Universal da Infâmia) 
Este é o fim da história dos quarenta e sete homens leais - exceto que não tem fim, porque os outros homens, que talvez não sejam leais, mas que nunca perderão toda a esperança de serem verdadeiros, continuarão a honrá-los com palavras.
Jorge Luis Borges (História Universal da Infâmia) 

7. O Fazedor (1960) 



Um dos cânones da literatura ocidental, segundo críticos, o livro mistura contos, ensaios e poemas. Mistura mesmo: os pequenos textos são intercalados, de grande complexidade e com a velha e boa imaginação característica de Borges. 
Segundo o próprio autor, é seu livro mais pessoal, porque nasceu de uma necessidade interior. No conto que dá título à obra, por exemplo, conhecemos lados do Borges cego. Fascinante em cada página! 
Que homem nosso nunca sentiu, andando pelo crepúsculo ou escrevendo uma data do seu passado, que ele perdeu algo infinito?
Jorge Luis Borges (O Fazedor) 
O maquinário do mundo é complexo demais para a simplicidade dos homens. 
Jorge Luis Borges (O Fazedor)  
Entre os livros de minha biblioteca (posso vê-los agora)
há um que não mais abrirei.
Neste verão farei cinquenta anos;
a morte me desgasta, incessante.
Jorge Luis Borges (O Fazedor) 

8. Atlas (1985)




O último livro em vida publicado pelo autor relata algumas de suas andanças pelo mundo. Borges nos leva através de suas viagens: ele, um homem cego, é acompanhado por Maria Kodama, a fotógrafa que assina as imagens do livro. 
Sons, línguas, texturas, memória e imaginação são o forte dele. Imagens, luz, paisagens é o forte dela. A junção das duas coisas faz da obra um exemplar único de força imaginativa e sensibilidade. 
Eu confirmo o fato - com uma certa melancolia agridoce - que tudo no mundo me traz de volta a uma citação ou um livro. 
Jorge Luis Borges (Atlas) 
Entretanto eu percorro aplicadamente os dias, os países, as pessoas, cada instante que me aproximará de si, até que se cumpram todas essas coisas que são necessárias para que de novo se unam as nossas mãos. Quando isso acontecer, seremos outra vez Paolo e Francesca, Hengist e Horsa, Ulrica e Javier Otárola, Borges e Maria, Próspero e Ariel, definitivamente juntos, apenas luz para a eternidade.
Jorge Luis Borges (Atlas) 

9. O Aleph (1949) 



Um título que figura sempre nas listas das obras essenciais de Jorge Luis Borges. Em Aleph, conhecemos a narrativa ficcional do autor, através de contos, mais uma vez cobertos por temas como o infinito, a imortalidade, o tempo, a metafísica. 
Toda a realidade do universo cabe no Aleph, e ao mesmo tempo ele é tão cheio de reflexões e ideias diferentes, que a possibilidade de uma explicação lógica é mínima. O real e o fantástico se encontram em contextos malucos nesta que, segundo muitos, é a obra mais borgeana de sua carreira. 
Há quem busque o amor de uma mulher para esquecê-la, para não pensar nela.
Jorge Luis Borges (O Aleph) 
Eu vi todos os espelhos na terra e nenhum deles me refletiu.
Jorge Luis Borges (O Aleph) 
Qualquer destino, por mais longo e complicado que seja, é a realidade de apenas um momento: aquele em que o homem sabe quem é para sempre.  
Jorge Luis Borges (O Aleph)  

10. Ficções (1944) 




O livro de contos mais famoso do autor, que o tornou conhecido internacionalmente. Em 1961, recebeu o Prêmio Internacional de Literatura.
A Biblioteca de Babel e Funes, o Memorioso, são dois dos contos em que o leitor se depara com um Borges profundo, infinito, fantástico. Reflexões filosóficas e analogias simbólicas típicas da escrita borgeana estão nesta obra à todo vapor. Simplesmente indispensável.  
Um livro não é um ser isolado: é um relacionamento, um eixo de inúmeros relacionamentos.
Jorge Luis Borges (Ficções)
A fama é uma forma, talvez a pior forma, de incompreensão.
Jorge Luis Borges (Ficções)
Fonte: Pensador

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