segunda-feira, 3 de julho de 2017

Técnica de meditação para o tratamento do câncer


Meditação Terapêutica

Se fizermos um vôo ao passado da humanidade, encontraremos em quase todas as civilizações, um conjunto de práticas amplamente utilizadas, genericamente agrupadas sob a denominação de “Meditações”. Existem referências a isso no Egito antigo, na tradicional medicina chinesa, na sabedoria hermética dos cabalistas e até mesmo na bíblia, onde freqüentemente se diz que “um profeta ou autoridade espiritual subia a montanha e se retirava para meditar…”.

Normalmente se costuma associar a idéia de meditar a uma finalidade espiritual, filosófica ou mental. Um esforço para, de alguma forma, evoluir ou aprimorar-se como ser humano.

Tudo isso é verdade. No entanto, olhos atentos da ciência moderna, começam a perceber que as práticas meditativas contém uma sabedoria ainda mais ampla que contempla não apenas as finalidades evolutivas e espirituais do homem, mas que também exercem uma influência importantíssima no seu corpo e na sua saúde. Parece que os antigos já sabiam disso: a meditação também pode ser usada de forma muito eficiente como terapêutica do corpo físico.

O mundo cotidiano e seus problemas

O cotidiano da vida nos dá um certo ritmo e sensação de estarmos engajados no movimento dos fatos. No entanto, ele nos “reveste” e nos faz viver papéis, personagens. Somos ao mesmo tempo: pai…mãe…profissional…cidadão….eleitor…consumidor….

Cada um desses personagens tem voz própria, seus próprios desejos anseios, problemas. O resultado disso é esse matraquear contínuo na nossa mente, dia e noite. Pensamentos densos, pesados, preocupados, ansiosos.

São as vozes das nossas funções cotidianas.

Na linguagem moderna, isso é o que se chama “Stress” com todas as suas conseqüências físicas e emocionais. Pensamentos e tensões em presença permanente na nossa cabeça.

Além disso, o cotidiano estabelece em nós uma doentia ligação com o passado e com o futuro .
  • Arrependimentos, mágoas, lembranças e saudade em relação ao que já passou.
  • Ansiedades, temores, preocupações e expectativas em relação ao que ainda virá.
Com isso, somos afastados do único tempo que realmente nos pertence: o instante presente. Somos praticamente inabilitados para permanecer plenamente presentes no aqui e no agora.

No entanto, é no presente que tudo pode acontecer. Ele é tudo o que realmente possuímos. É no presente que praticamos a arte de viver e de modificar as coisas. 

Em resumo, o cotidiano, apesar de necessário, deve ser vivido com cautela, uma vez que possui alto potencial de desequilibrar nossa energia originando doenças físicas e emocionais.


O que é meditar?

Podemos chamar de meditação, a qualquer prática capaz de “silenciar” por algum tempo a nossa mente de todas as preocupações e pensamentos advindos do mundo quotidiano. Propiciar o estado de “mente vazia”, altamente benéfico para o organismo e para a clareza mental. O estado mental assim gerado pode ser usado com finalidades diversas.

Suas emoções agradecidas poderão usufruir a oportunidade de se reorganizar com clareza. O silenciar da racionalidade intelectual torna tudo mais claro e simples.

Desvencilhado temporariamente dos seus papéis e das vozes dos personagens, o ser humano tem uma percepção mais clara de si mesmo como personagem central e mais importante da sua própria vida.

Nesse estado de serenidade, possibilidades inéditas poderão aflorar. Isso diz respeito a todos os âmbitos da realidade: 
  • realidade intelectual
  • realidade emocional
  • realidade afetiva
  • realidade física-corporal
  • e, se você assim se dispuser, realidade espiritual.
A mente vazia passa a ter uma visão de totalidade sistêmica da vida e de você mesmo.

Isso pode ativar mecanismos de saúde e criatividade, inéditos e surpreendentes para uma mente antes sobrecarregada e fragmentada pelos múltiplos papéis e funções da vida cotidiana.

Outro efeito fundamental é a abertura para o momento presente.
A sensação de tempo se modifica.

O “agora” surge vitorioso desvinculado da contaminação danosa e angustiante do passado e do futuro. Você se torna inteiramente “presente no agora”.

Sua presença se amplia.
Sua percepção das situações se alarga.

Por perceber melhor, pode-se atuar de forma mais serena, eficiente e prazerosa.

O âmbito emocional e “motivacional” sofrem, portanto um importante reequilíbrio. É dada a importância correta e justa para cada fato, sem as distorções advindas do envolvimento doentio com os personagens que interpretamos no cotidiano.

Como médicos, nos tornamos muito atentos aos efeitos físicos das práticas meditativas e nesse aspecto em particular, devemos adotar um rigor mais rígido. A nós só interessam os efeitos que possam ser comprovados por critérios cientificamente aceitos.

A nível físico, modificações importantes acontecem quando se pratica regular e sistematicamente a meditação. Dentre elas:

  • A ciência tem mostrado uma diminuição dos níveis sangüíneos de catecolaminas (substâncias sabidamente relacionadas com o Stress).
  • A freqüência cardíaca tende a se reequilibrar.
  • Pesquisas realizadas com pacientes idosos portadores de insuficiência cardíaca, mostraram acentuada melhora dos parâmetros cardiológicos.
  • Observa-se uma tendência à melhora dos níveis de pressão arterial.
  • O ritmo respiratório se equilibra.
  • A hipófise ( glândula que comanda todas as outras e comanda o sistema endócrino) equilibra a produção de todos os hormônios. Portanto quase todas as funções orgânicas tendem a se organizar harmonicamente.
  • Quadros ginecológicos de endometriose, dispareunia, algia pélvica, tensão pré-menstrual , difuções menstruais e síndromes climatéricas apresentaram acentuadas melhoras.
  • Trabalhos realizados com pacientes oncológicos têm mostrado uma melhora acentuada da qualidade de vida e alívio importante da sintomatologia.
  • O sono melhora e, portanto, o desempenho na vigília também.
Toda a qualidade de vida sofre uma importante reformulação harmoniosa.

Como se pratica a meditação?

No decorrer de milênios, muitas técnicas foram descritas. Todas elas convergem para a mesma finalidade básica: esvaziar a mente e propiciar uma visão mais ampla e mais real da vida.

Pode-se silenciar a mente pela concentração do pensamento:

num som , numa frase
numa emoção (amor….paz….felicidade)
num órgão do corpo (muito utilizada em meditação terapêutica),
numa intenção ( saúde…harmonia…prosperidade).
numa impressão (luz….cor….brilho…ruído de água ou de vento)

A meditação pode estar calcada num ritmo respiratório específico ( ex: respirar lenta e profundamente). Existem muitos ritmos respiratórios já estudados, cada um com uma finalidade específica.

Muitos métodos combinam mais de uma prática.

Por exemplo: respirar / visualizando um órgão /com uma certa cor .

Um artifício muito eficiente é a mentalização de um ponto situado pouco abaixo do umbigo (chamado ponto Hara). Ele deve ser visualizado em cor alaranjada. Quente e pesado.

Para ele devem ser “drenados” todos os pensamentos e tensões da vida cotidiana que não têm solução no momento. Tudo aquilo que constitui um problema mas não tem nenhuma ação possível no instante presente.

O pensamento desacoplado da ação é tóxico para a cabeça. Impede a criatividade. Converte-se em ansiedade estagnante.

Dizem os sábios orientais , que os problemas confiados ao ponto HARA, farão surgir na mente, tão logo seja possível, a solução e a oportunidade de uma ação eficaz para que o problema se resolva. Provavelmente, o nosso cérebro agora tranqüilizado se torne mais atento para perceber possibilidades de ação adequada que ele não enxergava antes.

Pedimos a todos que não acreditem nem em nós… nem nos sábios orientais.

Apenas pratiquem, experimentem e tirem suas próprias conclusões.

P.S. (sem dúvida concluirão que os sábios orientais estavam certos).

Boa sorte e felicidades!

Dr. José Antonio Curiati
Médico Geriatra do Hospital das Clínicas da Fac. Medicina USP

Dr.José Octávio Freire
Médico Ginecologista do Hospital das Clínicas da Fac. Medicina da USP 


Fonte: Psicologia Energética 

As informações e sugestões contidas neste blog são meramente informativas e não devem substituir consultas com médicos especialistas


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