domingo, 18 de fevereiro de 2018

Fernando Pessoa - Domínio Público

Fernando António Nogueira Pessoa (Lisboa13 de junho de 1888 — Lisboa30 de novembro de 1935)

foi um poetafilósofodramaturgoensaístatradutorpublicitárioastrólogo, inventor, empresário, correspondente comercial, crítico literário e comentarista político português.

Fernando Pessoa é o mais universal poeta português. Por ter sido educado na África do Sul, numa escola católica irlandesa, chegou a ter maior familiaridade com o idioma inglês do que com o português ao escrever os seus primeiros poemas nesse idioma. O crítico literário Harold Bloomconsiderou Pessoa como "Whitman renascido",[4] e o incluiu no seu cânone entre os 26 melhores escritores da civilização ocidental,[5] não apenas da literatura portuguesa mas também da inglesa.

Não sei quantas almas tenho

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que sogue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.

Clique aqui para lêr Poemas de Fernando Pessoa.


Clique aqui para lêr Fernando Pessoa.


Fonte: Wikipédia


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