Diagnósticos mais precisos e novos tratamentos aumentam, cada vez mais, a expectativa de vida de mulheres - e homens - com câncer de mama. Maria Fernanda Vomero / Alessandra Kalko
A mão da mulher desliza sobre o seio, durante o banho. Ela percebe um
pequeno caroço na altura da axila. O nódulo parece ter o tamanho de um
grão de feijão. “Será câncer?” A hipótese a deixa tão assustada que ela
evita tocar na mama novamente. Pensa na família, na turma do escritório,
nos projetos para o futuro. Lembra-se dos momentos de tristeza pelos
quais já passou. “Vou morrer? Terei de tirar meu seio? Por que isso está
acontecendo comigo?”, angustia-se. Marca uma consulta com um
mastologista, o médico especialista em doenças de mama, mas se vê
tentada a esconder o caroço de si mesma e dos demais. “É tão pequeno”,
consola-se. “Talvez seja apenas um cisto.”
Não se trata de uma cena incomum. Anualmente, cerca de um milhão de
mulheres em todo o mundo descobre que está com câncer de mama, segundo a
Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, a cada ano são
diagnosticados, em média, 31 500 novos casos da doença, de acordo com o
Instituto Nacional de Câncer (Inca). Parte deles, felizmente, ainda em
estágio inicial. Como o caso da atriz Patrícia Pillar, que viveu, no
final do ano passado, uma situação parecida àquela descrita no parágrafo
anterior. Patrícia descobriu um tumor de 1,5 centímetro. Teve de passar
por uma cirurgia, retirando cerca de um quarto do seio esquerdo, além
de se submeter a sessões de quimioterapia para evitar que células
malignas se espalhassem pelo corpo.
Um dos principais responsáveis pela mortalidade feminina, em especial no
meio urbano, o câncer de mama hoje é visto como um inimigo que pode ser
vencido, graças ao aprimoramento dos diagnósticos e aos tratamentos
menos agressivos. “Durante décadas, o tempo de vida de uma mulher com
câncer de mama não passava de dez anos. Atualmente, mesmo que tenha
ocorrido metástase, as pacientes vivem mais e melhor”, diz a
mastologista Maria Elisabeth de Mesquita, do Hospital das Clínicas de
São Paulo. “Câncer de mama não é mais sinônimo de sentença de morte.” Os
hábitos preventivos, como o auto-exame dos seios, aos poucos se
difundem entre as mulheres e ajudam na detecção precoce do câncer.
“Quanto mais cedo o tumor for encontrado, maiores as possibilidades de
um tratamento eficaz”, diz o mastologista Mário Mourão Netto, do
Hospital do Câncer A.C. Camargo, em São Paulo.
O mal
As causas para o aparecimento do câncer no seio ainda não são totalmente
conhecidas. Sabe-se que a combinação de mutações genéticas, estilo de
vida e influência ambiental pode levar, sem uma razão específica, a
mudanças no funcionamento dos genes das células mamárias. Com isso, a
dinâmica dessas células é alterada e elas passam a se multiplicar de
maneira descontrolada. “Em média, são necessárias quatro ou cinco
mutações em nossos genes para transformar uma célula mamária benigna e
normal em câncer”, diz a oncologista Julie Gralow, da Universidade de
Washington, nos Estados Unidos.
Você pode passar a vida inteira com uma mutação genética sem,
necessariamente, desenvolver um tumor. O problema é quando ela ocorre em
duas categorias específicas de genes: nos oncogenes, que são causadores
de câncer, ou nos genes supressores de tumor, responsáveis por prevenir
qualquer alteração no DNA e conter o crescimento celular descontrolado.
(Em abril deste ano, cientistas identificaram um novo gene supressor
relacionado ao câncer de mama, o CHEK2, cujas mutações causam 1% dos
casos.) O organismo se mantém sadio se os genes supressores de tumor
vencem a batalha contra os oncogenes. O câncer é, justamente, a inversão
dos resultados dessa guerra.
“Quando os oncogenes são ativados de maneira inapropriada ou quando os
genes supressores são incorretamente desligados, a célula maligna começa
a crescer, a se multiplicar e a se espalhar”, afirma Julie. Aparece,
então, um tumor. Os especialistas se perguntam que fatores poderiam
disparar essa alteração de comando. Eles já sabem que algumas
características favorecem o aparecimento de um tumor no seio. “Existem
estudos que indicam que o câncer de mama apresenta forte dependência
hormonal e que o estrógeno, o hormônio sexual feminino, em grandes
quantidades poderia ser tóxico para os genes”, diz a mastologista Carmen
Molina Wolgien, pesquisadora da Universidade Federal de São Paulo.
Por isso, fazem parte do grupo de risco mulheres que estão sob uma
exposição mais longa à ação do estrógeno: aquelas que tiveram sua
primeira menstruação muito cedo e entram tardiamente na menopausa, as
que engravidaram pela primeira vez depois dos 30 anos ou, ainda, as que
chegam à meia-idade sem filhos. “O amadurecimento total das células
mamárias só ocorre com as mudanças orgânicas trazidas pela gravidez e
pela amamentação”, diz Elisabeth de Mesquita.
O estilo de vida também desempenha um papel importante. Alimentação com
base em comidas gordurosas e carnes vermelhas e sedentarismo também
propiciam o aparecimento do câncer. Mas as células malignas não escolhem
este ou aquele organismo para aparecer e se alastrar. “Mesmo mulheres
com risco zero podem desenvolver câncer de mama”, diz Elisabeth. Uma das
explicações para isso seria a herança familiar: genes modificados que
passam de pais para filhos.
Entre 5% e 10% dos casos são hereditários. Aqui cabe uma ressalva:
apesar de ser considerado uma doença tipicamente feminina, o câncer de
mama atinge cerca de 1% de todos os homens do planeta. Outros tantos,
mesmo sem apresentar a doença, são portadores de mutações nos genes que
levam ao câncer e podem passá-los aos filhos e filhas. No início da
década de 1990, os cientistas identificaram dois desses genes: o BRCA 1 e
o BRCA 2 (a sigla vem de breast cancer, que quer dizer “câncer de
mama”, em inglês). Ambos atuam como supressores de tumor, consertando
alterações no DNA. “São dois dos maiores genes do genoma humano e as
proteínas que fabricam interagem com vários outros produtos da célula”,
diz o geneticista Carlos Moreira Filho, da Universidade de São Paulo.
Com a ajuda de técnicas de biologia molecular, Carlos estuda as
alterações no BRCA1 e no BRCA 2 – no total, são mais de 1 000 mutações
possíveis em cada um deles. Ele e sua equipe, em parceria com o Hospital
Israelita Albert Einstein, em São Paulo, realizam exames para confirmar
a predisposição ao câncer de mama em homens e mulheres que vêm de
famílias com histórico da doença e buscam aconselhamento genético.
Todo ser humano traz, nas células somáticas, duas cópias de cada um dos
genes BRCA. Se você já nasce com uma cópia modificada, qualquer mutação
ao acaso na cópia sadia poderá levar ao câncer. “Se a mulher nasce com
uma cópia alterada de um desses genes, tem 82% de chances de desenvolver
a doença até os 70 anos”, diz Carlos. “Mas isso pode acontecer bem
antes, porque uma das características do câncer de mama hereditário é a
precocidade.”
Em geral, os tumores malignos aparecem a partir dos 50 anos de idade,
embora a incidência em mulheres mais jovens esteja aumentando. E podem
ser de vários tipos. Os carcinomas se originam das células do tecido
epitelial, que reveste os lóbulos (as glândulas encarregadas da produção
de leite) e os ductos mamários (canais que ligam os lóbulos aos
mamilos). São responsáveis por 99% dos casos. E existem os sarcomas,
formados a partir das células dos tecidos fibroso e muscular. “Os
sarcomas são mais raros, porém mais agressivos, porque aparecem numa
área vascularizada, o que facilita a metástase”, diz o mastologista
Pedro Aurélio Ormonde, do Inca, no Rio de Janeiro (veja o infográfico na
página ao lado).
A cura
Existe um consenso entre os especialistas de que a mulher não morre de
câncer de mama, mas com câncer de mama. A causa da morte é a metástase,
que leva a doença aos órgãos vitais, como o fígado, o pulmão, a coluna e
o cérebro. Como os seios são uma região muito vascularizada, as células
malignas podem seguir pelos vasos sangüíneos ou linfáticos para outras
partes do corpo. Se o tumor for identificado precocemente, as chances de
essas células malignas se espalharem diminui. E pode-se falar até em
cura, quando o tratamento consegue afastar de vez o risco de recidiva (a
volta da doença) ou de metástase. Com a precisão cada vez maior das
técnicas de diagnóstico e procedimentos mais efetivos e menos
mutilantes, já é possível, sim, vencer o câncer no seio.
“Uma célula maligna leva de sete a dez anos para se tornar um carcinoma
com 1 centímetro de diâmetro”, diz o mastologista Mário Mourão Netto.
Esse é o tamanho mínimo do tumor que o auto-exame das mamas ou o exame
clínico, realizado pelo médico, consegue detectar. Para encontrar
tumores menores, que ainda não são palpáveis e, assim, evitar o perigo
de metástase (mesmo em pequena escala), os especialistas optam pela
mamografia, que consegue identificar nódulos malignos do tamanho de uma
ervilha, com 5 milímetros. Trata-se de um exame recomendado para
mulheres com mais idade, cujas mamas já apresentam um volume
considerável de gordura, o que facilita a visualização do tumor. Para as
mais jovens, que ainda não chegaram aos 40 anos, os médicos indicam a
ultra-sonografia.
Estudos recentes realizados nos Estados Unidos demonstraram que a
mamografia apresenta uma margem de até 15% de erro e pode acusar um
falso resultado positivo para alterações mamárias benignas, como os
cistos. “Mesmo assim, continua sendo o melhor exame para rastrear o
câncer de mama em seus estágios iniciais”, diz Carmen Wolgien. Com a
tecnologia de alta resolução, fica ainda mais fácil reconhecer tumores
minúsculos. A OMS divulgou, no início de 2002, um comunicado atestando
que a mamografia realmente pode ter prevenido 35% dos casos de morte por
câncer de mama em mulheres com idades entre 50 e 69 anos
Outro avanço nos campos do diagnóstico e do tratamento vem com a
pesquisa do chamado “linfonodo sentinela”. Até meados da década passada,
nas cirurgias, além da retirada do tumor maligno, os médicos faziam o
“esvaziamento da axila”, ou seja, tiravam também todos os gânglios
linfáticos (ou linfonodos) da região da axila. “As complicações e a
baixa na qualidade de vida da paciente com tumor de mama não vinham da
mastectomia em si, mas da retirada de todos os linfonodos e, com eles,
de toda a defesa do braço para o resto da vida”, diz Pedro Aurélio. “Era
comum, depois de analisar o material, o patologista dizer que os
nódulos linfáticos não estavam afetados.”
A nova técnica para evitar uma mutilação desnecessária é simples. O
oncologista injeta um corante no tumor, antes da cirurgia, e a
substância migra para o primeiro linfonodo da axila. Esse linfonodo é
retirado. Se estiver livre de comprometimento, não há necessidade de
esvaziar a axila. “Hoje a extensão anatômica de uma mastectomia é
menor”, diz Mourão Netto. “A cirurgia foi aprimorada e os médicos
procuram conservar estruturas móveis da axila, como os nervos sensitivos
e motores.”
A tendência é justamente oferecer às pacientes tratamentos menos
agressivos, tanto do ponto de vista físico quanto emocional. A
reconstrução da mama, que, em determinados casos, pode ser feita
imediatamente depois da mastectomia, tem apresentado resultados
excelentes. Estão em estudo, também, novas drogas, com efeitos
colaterais mais suaves. O objetivo, a curto prazo, é cuidar de cada
mulher de acordo com as características do seu tumor. Para isso, os
cientistas buscam saber mais sobre as alterações genéticas que
transformam uma célula normal em uma maligna.
Uma das pesquisas que ganha força atualmente em laboratórios da
Europa, dos Estados Unidos e também do Brasil é o teste que revela o
perfil molecular dos tumores de mama, isto é, que indica quais genes
estão em atividade e quais aqueles que, por uma razão ou por outra,
encontram-se “desligados”. Os cientistas usam a técnica dos microarrays,
que são lâminas de vidro com o DNA de milhares de genes vindos de
tecidos normais e cancerosos. São genes de pacientes que têm um pequeno
tumor, mas que ainda não apresentaram metástase. As seqüências de DNA
são marcadas por fluorescência, com cores diferentes para células
normais e malignas, o que ajuda a identificar os genes ativos e
inativos.
Os resultados são comparados com o auxílio de métodos estatísticos. A partir daí, é possível determinar o padrão de cada tumor, saber se está relacionado a determinada manifestação do câncer e se responde aos tratamentos conhecidos. Pesquisadores dos Estados Unidos e da Holanda divulgaram, no início do ano, a conclusão preliminar de um estudo que identificou 70 genes relacionados aos tumores de mama e ao processo de evolução das células malignas. “Assim, será possível dizer à mulher se haverá metástase, se o tumor vai crescer e qual a melhor droga a ser administrada, por exemplo”, diz Sérgio Verjovski-Almeida, da USP, que coordena um dos centros de seqüenciamento de DNA ligados ao Projeto Genoma do Câncer Humano e também trabalha com microarrays.
A prevenção
As novidades no diagnóstico e na terapêutica não excluem a prevenção – que se estende a todas as mulheres, mesmo aquelas que não estão no grupo de risco, e aos homens também. A ciência faz a parte que lhe cabe. Estão em pesquisa, por exemplo, drogas que simulam organicamente uma gestação, sem que a mulher precise engravidar de fato. Dessa maneira, o corpo equilibra os níveis de estrógeno e as células mamárias amadurecem por completo.
Para mulheres de alto risco, que têm parentes de primeiro grau com câncer no seio mas ainda não apresentam tumor, já existe o tratamento com o tamoxifeno, droga que imita os hormônios naturais, reduz em 52% a incidência de câncer no seio e também evita recidivas. Outra opção, mais radical e menos difundida no Brasil, é a mastectomia total para aquelas mulheres cujos exames genéticos indicam uma probabilidade muito alta de ocorrência de câncer. Com a retirada cirúrgica das mamas, há 99% de segurança de manter a doença bem longe. O problema aqui são as seqüelas psicológicas dessa medida e o seu impacto na qualidade de vida da paciente.
No dia-a-dia, vale a pena incluir alguns hábitos preventivos, além do auto-exame das mamas, recomendado para mulheres a partir dos 20 anos. “Existe uma boa evidência de que exercícios físicos e a manutenção do peso reduzem o risco de câncer de mama e que a ingestão excessiva de álcool aumenta as chances de ter a doença”, afirma Julie Gralow. A alimentação também merece atenção especial. Já foi comprovado que uma dieta rica em fibras e com pouca gordura pode reduzir as taxas hormonais em até 20%.
Além dos cuidados físicos, a mulher também deve prestar atenção nas próprias emoções. Está cada vez mais evidente que o câncer de mama tem um componente psicológico bastante forte, presente tanto na facilitação do aparecimento do tumor quanto na resposta ao tratamento. “As emoções têm ligação direta com o sistema imunológico”, diz a psicóloga Marisa Campio Müller, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), em Porto Alegre. “Estudos mostram que a persistência de sentimentos negativos, como depressão, angústia e melancolia, podem baixar as defesas naturais do corpo, propiciando que células malignas já existentes se desenvolvam.”
Isso vale para o processo terapêutico também. “Se você não reage ao câncer, se não acredita na própria melhora, o seu organismo também não reagirá. O paciente é a peça fundamental no processo de cura”, diz Marisa, que trabalha com psico-oncologia, um ramo da Psicologia que busca humanizar o tratamento do câncer. “O amor por si mesma é a melhor prevenção. A mulher precisa conhecer o próprio corpo, valorizar as próprias emoções e buscar qualidade de vida”, afirma a mastologista Carmen Wolgien. A receita pode não ser infalível nem reverter as mutações dos genes. Mas, certamente, vai fazer você viver mais e melhor.
Fonte: Super Interessante.
Os resultados são comparados com o auxílio de métodos estatísticos. A partir daí, é possível determinar o padrão de cada tumor, saber se está relacionado a determinada manifestação do câncer e se responde aos tratamentos conhecidos. Pesquisadores dos Estados Unidos e da Holanda divulgaram, no início do ano, a conclusão preliminar de um estudo que identificou 70 genes relacionados aos tumores de mama e ao processo de evolução das células malignas. “Assim, será possível dizer à mulher se haverá metástase, se o tumor vai crescer e qual a melhor droga a ser administrada, por exemplo”, diz Sérgio Verjovski-Almeida, da USP, que coordena um dos centros de seqüenciamento de DNA ligados ao Projeto Genoma do Câncer Humano e também trabalha com microarrays.
A prevenção
As novidades no diagnóstico e na terapêutica não excluem a prevenção – que se estende a todas as mulheres, mesmo aquelas que não estão no grupo de risco, e aos homens também. A ciência faz a parte que lhe cabe. Estão em pesquisa, por exemplo, drogas que simulam organicamente uma gestação, sem que a mulher precise engravidar de fato. Dessa maneira, o corpo equilibra os níveis de estrógeno e as células mamárias amadurecem por completo.
Para mulheres de alto risco, que têm parentes de primeiro grau com câncer no seio mas ainda não apresentam tumor, já existe o tratamento com o tamoxifeno, droga que imita os hormônios naturais, reduz em 52% a incidência de câncer no seio e também evita recidivas. Outra opção, mais radical e menos difundida no Brasil, é a mastectomia total para aquelas mulheres cujos exames genéticos indicam uma probabilidade muito alta de ocorrência de câncer. Com a retirada cirúrgica das mamas, há 99% de segurança de manter a doença bem longe. O problema aqui são as seqüelas psicológicas dessa medida e o seu impacto na qualidade de vida da paciente.
No dia-a-dia, vale a pena incluir alguns hábitos preventivos, além do auto-exame das mamas, recomendado para mulheres a partir dos 20 anos. “Existe uma boa evidência de que exercícios físicos e a manutenção do peso reduzem o risco de câncer de mama e que a ingestão excessiva de álcool aumenta as chances de ter a doença”, afirma Julie Gralow. A alimentação também merece atenção especial. Já foi comprovado que uma dieta rica em fibras e com pouca gordura pode reduzir as taxas hormonais em até 20%.
Além dos cuidados físicos, a mulher também deve prestar atenção nas próprias emoções. Está cada vez mais evidente que o câncer de mama tem um componente psicológico bastante forte, presente tanto na facilitação do aparecimento do tumor quanto na resposta ao tratamento. “As emoções têm ligação direta com o sistema imunológico”, diz a psicóloga Marisa Campio Müller, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), em Porto Alegre. “Estudos mostram que a persistência de sentimentos negativos, como depressão, angústia e melancolia, podem baixar as defesas naturais do corpo, propiciando que células malignas já existentes se desenvolvam.”
Isso vale para o processo terapêutico também. “Se você não reage ao câncer, se não acredita na própria melhora, o seu organismo também não reagirá. O paciente é a peça fundamental no processo de cura”, diz Marisa, que trabalha com psico-oncologia, um ramo da Psicologia que busca humanizar o tratamento do câncer. “O amor por si mesma é a melhor prevenção. A mulher precisa conhecer o próprio corpo, valorizar as próprias emoções e buscar qualidade de vida”, afirma a mastologista Carmen Wolgien. A receita pode não ser infalível nem reverter as mutações dos genes. Mas, certamente, vai fazer você viver mais e melhor.
Fonte: Super Interessante.
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