terça-feira, 12 de junho de 2018

Quimioterapia desnecessária para a maioria dos tumores de mama iniciais: TAILORx


CHICAGO, Estados Unidos — A quimioterapia adjuvante não é necessária para uma grande proporção das mulheres com câncer de mama inicial, apontam novos achados que, concordam especialistas, deverão mudar a prática.
Os resultados vêm de um estudo financiado pelo governo federal americano, o Trial Assigning IndividuaLized Options for TReatment (TAILORx), que envolveu mais de 10.000 pacientes e avaliou o teste de expressão de 21 genes (Oncotype Dx, laboratório Genomic Health).
“Este é o maior estudo de terapia adjuvante em câncer de mama realizado até o momento”, disse o autor principal Dr. Joseph A. Sparano, diretor-adjunto para pesquisa clínica no Albert Einstein Cancer Center e Montefiore Health System, na cidade de Nova York e vice-presidente do ECOG-ACRIN Cancer Research Group.
“O que estávamos querendo realizar com este estudo era acertar na mira”, disse ele.
“Em termos de visão geral e impacto no tratamento, a aplicação deste teste na prática clínica irá poupar cerca de 70% das pacientes e limitar a quimioterapia para as 30% que poderão se beneficiar dela”, acrescentou ele.
Os resultados mostraram que cerca de 70% das pacientes com câncer de mama inicial receptor hormonal-positivo, receptor de fator de crescimento epidérmico humano (HER2)-negativo e linfonodos axilares negativos, que receberam um escore intermediário no teste Oncotype Dx, podem ser poupadas da quimioterapia. O estudo não identificou diferença em sobrevida livre de doença quando estas mulheres foram tratadas com terapia endócrina isolada ou com a combinação desta com quimioterapia.
Os resultados foram apresentados na sessão plenária na American Society of Clinical Oncology (ASCO) 2018 e simultaneamente publicados no New England Journal of Medicine.

Benefício indeterminado

Cerca de metade de todos os tumores de mama são receptor hormonal positivos, HER2 negativos e linfonodos axilares negativos (ou seja, esta população do estudo), mas até 30% das pacientes apresentam recidivas incuráveis em 10 anos, explicou o Dr. Sparano.
A quimioterapia adjuvante é tipicamente recomendada para reduzir este risco de recidiva, mas o benefício absoluto é pequeno (de 3% a 5%).
“Isto leva ao sobretratamento de muitas mulheres, pois terapia endócrina isolada seria adequada,” ele explicou.
Oncotype Dx é um teste de expressão genética disponível comercialmente que fornece informação prognóstica em câncer de mama receptor hormonal-positivo, com um escore de recidiva que varia de zero a 100.
Pacientes que recebem um escore alto (definido como 26 ou mais, às vezes 39 ou mais) são consideradas como alto risco de recidiva, e então considera-se que esta parcela irá se beneficiar da quimioterapia.
Pacientes que recebem um escore baixo (de zero a 10) são consideradas como portadoras de risco muito baixo para recidiva à distância (2% em 10 anos) e cuja recidiva provavelmente não irá ser afetada pelo uso de quimioterapia adjuvante. Sendo assim, estas mulheres também podem evitá-la.

Fonte; Medscape

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