Mulheres que foram diagnosticadas a partir da mamografia apresentaram tratamento mais simples, menor chance de a doença reaparecer e um menor índice de mortalidade
A detecção do câncer de mama feita por meio de mamografia traz mais benefícios que a detecção feita pela própria paciente ou pelo médico, afirma estudo publicado na edição de março do periódico científico Radiology. Segundo a pesquisa, as mulheres que foram diagnosticadas a partir da mamografia, em comparação com detecção feita por outros métodos (autoexame feito pela paciente ou exame feito pelo médico) apresentaram um tratamento mais simples e menor propensão a ter recidiva (reaparecimento da doença). Entre essas mulheres também foi registrado menor índice de mortalidade. "Isso ocorreu porque o câncer foi diagnosticado no estágio inicial", disse Judith Malmgren, autora do estudo e presidente do HealthStat Consulting, uma empresa privada que oferece serviços personalizados em prol da saúde. O estudo mostra a importância da realização de exames periódicos.
Para o levantamento, Malmgren revisou os registros de pacientes com câncer do Instituto Sueco de Câncer, em Seattle, nos Estados Unidos. No total, foram analisados os dados de 1.977 pacientes com câncer de mama com idades entre 40 e 49 anos, que foram tratadas entre 1990 e 2008. Depois, os pesquisadores dividiram quem foi responsável pelo diagnóstico da doença: mamógrafo, paciente ou médico. Além disso, foram considerados o estágio do diagnóstico, o tratamento realizado e a recorrência da doença. "Nosso objetivo era avaliar as diferenças entre mamografia e outras formas de detecção para determinar se o diagnóstico precoce traz vantagens em relação ao tratamento e a morbidade da doença", disse Malmgren.
Os dados revelaram um aumento significativo no porcentual de câncer detectado pela mamografia durante 18 anos: foi de 28% em 1990 para 58% em 2008. Já as outras formas de diagnóstico (paciente e médico) tiveram queda de 73% em 1990 para 42% em 2008. Durante o mesmo período, o número de tumores da mama diagnosticado no estágio 0 aumentou 66%, enquanto o total de tumores no estágio III registraram queda de 66%. A maioria dos tumores era um carcinoma ductal in situ - tipo de câncer localizado e precoce que ainda não invadiu e nem se propagou para outros locais.
"O objetivo de fazer a triagem com mamografia é detectar a doença em um estágio precoce, mais tratável", disse Malmgren. No Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer, as taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas, muito provavelmente porque a doença ainda é diagnosticada em estados avançados. No total, foram registradas 12.098 mortes, de acordo com dados de 2008. Estima-se que ocorrerão 52.680 novos casos entre os brasileiros em 2012.
Fonte: Veja.
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