quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Tecnologia de Portugal ajuda em tratamento de câncer de mama

Pesquisadores da Universidade de Coimbra criaram nanopartícula para levar o medicamento diretamente às células cancerígenas, aumentando eficácia do tratamento.

Por causa de sua composição, a nanopartícula consegue chegar com mais facilidade às células doentes e, ao encontrá-las, libera o medicamento de tratamento.

Lisboa – Pesquisadores portugueses desenvolveram uma nanotecnologia que aumenta a eficácia terapêutica da quimioterapia para pacientes com câncer de mama, além de evitar alguns efeitos colateiras provocados pelo tratamento.

A nanopartícula usada para levar o medicamento às células cancerígenas foi desenvolvida no Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) e da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra. Na semana passada, a Universidade de Coimbra conseguiu reconhecer nos Estados Unidos a patente da nanopartícula registrada com o nome de Pegasemp™.

Segundo a universidade, a tecnologia transporta o medicamento que mata as células cancerígenas e destrói os vasos sanguíneos que alimentam o tumor – o que impede o câncer de se alastrar no organismo e diminui riscos de reincidência. Por causa de sua composição, a nanopartícula consegue chegar com mais facilidade às células doentes e, ao encontrá-las, libera o medicamento de tratamento.

A nanotecnologia é uma das áreas em que o Brasil tem interesse em manter um programa de cooperação com Portugal. Conforme divulgado em setembro passado pelo Itamaraty, uma comissão mista de ciência, tecnologia e inovação entre os dois países irá discutir cooperação nas áreas de nanotecnologia assim como biotecnologia e biocombustíveis.

A Universidade de Coimbra é o principal local de acolhimento de estudantes brasileiros que participam do Programa Ciência sem Fronteira em Portugal, e o CNC tem reconhecimento internacional.

Recentemente o centro anunciou o desenvolvimento de uma vacina oral contra a Hepatite B, considerada a mais perigosa das hepatites – segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 600 mil pessoas morrem anualmente em todo o mundo por causa da doença.

Fonte: Exame - Gilberto Costa da Agência Brasil.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Substância de frutas e vegetais pode reduzir risco de câncer de mama


Especula-se que os carotenoides podem ter efeitos anticâncer porque alfa-caroteno, beta-caroteno e beta-criptoxantina, em particular, são metabolizados e transformados em vitamina A, que regula o crescimento, o desenvolvimento e a morte das células Foto: Getty Images
Especula-se que os carotenoides podem ter efeitos anticâncer porque alfa-caroteno, beta-caroteno e beta-criptoxantina, em particular, são metabolizados e transformados em vitamina A, que regula o crescimento, o desenvolvimento e a morte das células
Carotenoides encontrados em frutas e vegetais podem reduzir risco de câncer de mama. Essa é a conclusão de uma revisão de oito estudos, realizada pelo Hospital Brigham & Women e pela Escola de Medicina de Harvard, ambos nos Estados Unidos. Os dados são do jornal Huffington Post
Os cientistas analisaram dados de 3055 mulheres com câncer de mama e 3956 sem o problema (grupo controle). Descobriram que as chances menores de desenvolver a doença estavam relacionadas a altos níveis de alfa-caroteno, beta-caroteno, licopeno, luteína e zeaxantina, bem como níveis de carotenoides totais. 
Especula-se que os carotenoides podem ter efeitos anticâncer porque alfa-caroteno, beta-caroteno e beta-criptoxantina, em particular, são metabolizados e transformados em vitamina A, que regula o crescimento, o desenvolvimento e a morte das células. “Também podem ser diretamente anticancerígenos por vários outros mecanismos, incluindo a melhoria da comunicação entre as células, o aumento do funcionamento do sistema imune ou eliminação de espécies reativas de oxigênio, o que pode inibir a desregulação celular ou danos no DNA”, escreveram os autores.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Alimentação tem papel fundamental na prevenção de vários tipos de tumores

Neste Dia Nacional de Combate ao Câncer (27 de novembro), o programa “Meu Prato Saudável”, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e do Incor, unidades da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, mostra que a alimentação tem papel fundamental na prevenção de vários tipos de tumores.
 
Hábitos saudáveis ajudam a evitar vários tipos de câncer; veja dicas
 
1. Pratique 30 minutos de atividade física cinco dias por semana;
 
2. Evite ou modere o consumo de bebidas alcoólicas;
 
3. Evite o consumo de alimentos em salmoura, curados, em conservas e defumados;
 
4. Limite o consumo de carnes vermelhas para menos de três vezes por semana e dê sempre preferência a carnes magras;
 
5. Reduza o consumo de gorduras, dando preferência a preparações naturais, assados,
grelhados ou cozidos;
 
6. Aumente o consumo de fibras para 25g a 35g por dia. O consumo de seis porções
diárias de grãos integrais e pães e cereais ricos em fibras ajudará a atingir este objetivo;
 
7. Aumente o consumo de alimentos preventivos do câncer, como brócolis, pimentão,
cebola, alho, chá verde e rabanete;
 
8. Aumente o consumo de frutas e vegetais para pelo menos cinco porções ao dia. Esses
alimentos proporcionam diversos componentes preventivos, incluindo fibras, antioxidantes (betacaroteno, vitaminas A, C e E), e uma variedade de fitoquímicos (em alimentos como o alho, cebola, soja, chá verde e gengibre).

Alguns alimentos como frutas, legumes e verduras, auxiliam na prevenção do câncer, pois são fontes de fibras, vitaminas e minerais, contendo antioxidantes.

As vitaminas, fibras e outras substâncias ajudam as defesas naturais do corpo a destruirem agentes cancerígenos antes que eles causem danos graves às células. Esses tipos de alimentos também podem bloquear ou reverter os estágios iniciais da formação de um tumor.

Outras substâncias anticancerígenas são encontradas em alimentos como brócolis, tomate e soja, que devem ser consumidos de forma moderada.

Existem três hábitos fundamentais para levar uma vida saudável e prevenir-se contra o câncer: ter uma alimentação equilibrada, manter um peso adequado e praticar atividades físicas, explica Elisabete Almeida, diretora-executiva do programa “Meu Prato Saudável”.

Ela lembra, ainda, que a redução do consumo de sal, bebidas alcoólicas, carnes gordurosas ou processadas (embutidos, enlatados, defumados) e alimentos ricos em açúcares também ajuda a evitar a doença.

Para aumentar a ingestão dos alimentos ricos em substâncias protetoras, a especialista recomenda preencher metade do prato com verduras e legumes (crus e cozidos), variando bastante a qualidade dos legumes e verduras, ingerindo alimentos de cores diferentes.

Para a outra metade, coloque 1/4 de alimento rico em proteínas (carne de boi, frango, peixe, ovos, com pouca gordura), que pode ser complementada com leguminosas (feijão, grão de bico, soja, lentilha); e o outro 1/4 com alimentos ricos em carboidratos, de preferência em sua forma integral, rico em fibras (arroz, massas, batatas, mandioca, mandioquinha, farinhas).

Fonte: UOL Saúde.

Tricô ajuda mulher a vencer câncer; veja como superar dificuldades

 

 Foto: Getty Images Acredita-se que as ações repetitivas desativam o caminho da raiva do cérebro


Em março de 2007, Tessa Cunningham recebeu o diagnóstico de câncer de mama. Os problemas físicos causados pela doença e o tratamento eram muitos, mas sua angústia mental era a pior barreira e, por isso, ela vivia atormentada com visões de morte. Mas um hobby da adolescência a ajudou a superar o momento complicado: o tricô. Os dados são do jornal Daily Mail.
 
“O movimento rítmico dos meus dedos embalava meu cérebro e comecei a me sentir em paz”, disse. “Enquanto estava concentrada no padrão, as visões aterrorizantes de morrer desapareciam gradualmente. Enquanto meu cérebro estava ocupado contando pontos, não tinha tempo para pensar em mais nada.”

Laurence Gonzales, autor de Surviving Survival: The Art And Science Of Resilience, passou sua carreira estudando como as pessoas sobrevivem a desastres, doenças e sofrimento. Ele acredita que atividades simples e repetitivas, como o tricô, arrumar o jardim e correr, podem ajudar as pessoas a sobreviverem. “Na sequência de um trauma grave, você pode sentir como se algo físico e completamente fora de seu controle tomasse conta de você. Não pode pensar direito. Está ansioso e obcecado com os mesmos pensamentos terríveis. Precisa se aprofundar no cérebro e acalmá-lo”, explicou Gonzales.

Acredita-se que as ações repetitivas desativam o “caminho da raiva” do cérebro, a área que se torna ativa quando se está sob ataque. Assim renova o sentido de controle e torna a pessoa mais calma e a deixa mais em paz. “É impossível dizer se, sem tricô, a quimioterapia teria funcionado tão bem. Mas o tricô me obrigou a desviar minha energia longe da raiva, para ajudar meu corpo a se curar”, finalizou Tessa.

Abaixo, veja atitudes que ajudam a superar momentos difíceis, como doença, desemprego, morte de um ente querido, segundo Gonzales.

Faça alguma coisa: não importa se faz tricô, joga cartas, pinta ou pratica ioga, o que interessa é fazer com que seu cérebro e corpo se empenhem em uma tarefa simples e repetitiva. Assim, se sente mais calmo e sob controle.

Pense nos outros: as pessoas que transformam sua tragédia em uma oportunidade de ajudar os outros se saem melhor do que os que pensam apenas em si mesmos. Trocam o papel de vítima pelo de salvador.

Busque seus amigos: mantenha boas pessoas ao seu redor. Participe de um grupo de apoio, por exemplo. Falar sobre o seu sofrimento ajuda.

Sorria: aja como se você estivesse melhor. A pesquisa de Gonzales mostrou que o que você faz com o seu corpo influencia o que você faz com sua mente. Para muitas mulheres entevistadas pelo profissional, um simples sorriso ajudou a elevar o humor.

Sorria ainda mais: ria do mundo. Estudos têm mostrado que as pessoas enlutadas, que podem recordar momentos cômicos com entes queridos, gastam menos tempo com o luto.

domingo, 4 de novembro de 2012

Novo alvo para enfrentar o câncer de mama

O câncer de mama é um dos tumores mais heterogêneos em relação às suas características fisiológica, celular e molecular. O tumor é constituído pelo componente epitelial maligno e pelo estroma, que compreende a matriz extracelular e células mesenquimais adjacentes, incluindo principalmente os fibroblastos, que compõem de 20% a 80% da massa tumoral.

Evidências na literatura científica mostram que células estromais associadas ao tumor podem influenciar o comportamento do câncer, daí a estratégia do grupo de pesquisadores de colocar o estroma como alvo.

A pesquisa sobre a anatomia molecular do estroma – associada ao câncer de mama e seus aspectos funcionais e resposta à droga – é o objetivo de um Projeto Temático financiado pela FAPESP.

De acordo com a professora Mitzi Brentani, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), que coordena a pesquisa, a importância de colocar o estroma como alvo se deve ao fato de esse ser um elemento importante não somente no processo de invasão tumoral, como também para a metástase (formação de uma nova lesão tumoral a partir de outra).

O Temático, iniciado há três anos, envolve pesquisadores do Departamento de Radiologia da FMUSP, do Hospital A.C. Camargo, do Hospital do Câncer de Barretos, do Instituto Brasileiro de Controle do Câncer e do Hospital Pérola Byington e poderá vir a ter impacto clínico no tratamento do câncer de mama pela identificação da contribuição dos genes estromais com sensibilidade a drogas.

Os pesquisadores verificaram inicialmente que os fibroblastos apresentam perfil gênico diferente dos fibroblastos encontrados em mama normal, obtidos de pacientes que realizaram a mamoplastia por motivos estéticos. Também confirmaram que uma das suas características é a expressão da proteína S100A4 relacionada à metástase.

Em função disso, o grupo estudou primeiramente a diferença da expressão gênica por sequenciamento entre fibroblastos – obtidos de diferentes subtipos dos tumores de mama.

Os pesquisadores tentam responder a uma pergunta fundamental: quais são as mudanças que ocorrem paralelamente nesses fibroblastos com a perda da sensibilidade hormonal nas células epiteliais tumorais correspondentes. A pesquisa continua com a determinação dos microRNAs desses fibroblastos.

“Existem vários trabalhos publicados sobre a ação antiproliferativa e anti-inflamatória da vitamina D na célula epitelial do câncer de mama. Por isso, nos interessamos pelo tratamento de fibroblastos com vitamina D, já que observamos que esses são peças-chave no desenvolvimento do tumor”, disse Mitzi Brentani à Agência FAPESP. “Verificamos que nos fibroblastos a vitamina D tem uma ação anti-inflamatória.”

O grupo também averiguou a ação da rapamicina como inibidor da via pAKT/TOR, via de proliferação muito comum nesse tipo de tumor.

“Devido à heterogeneidade do tumor, composto por células epiteliais transformadas e estroma, um dos nossos objetivos foi verificar se agentes quimioterápicos, cuja finalidade é diminuir o número de células epiteliais, também poderiam agir sobre o estroma”, disse Mitzi Brentani.

Terapia neoadjuvante

Em um projeto anterior, também financiado pela FAPESP, o grupo de pesquisadores identificou padrões de expressão gênica em células epiteliais tumorais que permitiram classificar tumores de acordo com a resposta à quimioterapia.

A partir daí, com o objetivo de testar a hipótese de que quimioterápicos podem agir sobre o estroma, os pesquisadores realizaram uma terapia neoadjuvante – feita antes da cirurgia com a função de reduzir a dimensão tumoral e permitir a ressecção dos tumores –, utilizando quimioterápicos.

Os quimioterápicos empregados foram doxorubicina, ciclofosfamida e paclitaxel, que são agentes inibidores tumorais comprovados. O objetivo foi buscar correlacionar a resposta ao tratamento com as análises do perfil gênico dos fibroblastos.

Mitzi Brentani aponta que esse subprojeto, que inclui aproximadamente 70 pacientes advindos do Hospital de Câncer de Barretos, poderá levar à identificação de novos alvos teraupêuticos e contribuir para o estabelecimento de uma quimioterapia personalizada baseada em fatores preditivos de resposta.

A pesquisadora apresentou o trabalho no 6º Simpósio de Oncobiologia, realizado pelo Instituto de Bioquímica Médica da Universidade Federal do Rio de Janeiro no fim de setembro.

Fonte: JornalBrasil / Agência FAPESP.

As boas notícias sobre o câncer

Drogas que previnem o câncer de mama, exames que diagnosticam precocemente tumores no pulmão e tratamentos cada vez mais específicos para linfoma. Conheça as pesquisas recentes que chegam recheadas de esperança.

Evitando o câncer de mama

Mais do que diagnosticados precocemente, alguns tipos de câncer podem ser evitados. Esse é o caso dos tumores de mama em mulheres na pós-menopausa. "Isso porque o hormônio estrógeno estimula o crescimento de tumores na região mamária. Seus níveis diminuem após a menopausa, mas, quando essa fase é tardia, a mulher acaba permanecendo exposta a sua ação por mais tempo", explica Roberto Uehara, oncologista e gerente médico da Pfizer. Até aproximadamente os 50 anos de idade, 95% do estrógeno produzido pela mulher vêm do funcionamento do seu ovário. Com a chegada da menopausa, o jogo vira e uma enzima chamada aromatase se torna a produtora oficial do hormônio. Assim, drogas que inibem essa enzima - como tamoxifeno e raloxifeno - conseguem reduzir as chances de o câncer de mama dar as caras.

A boa-nova - após muita pesquisa, descobriu-se uma terceira droga da mesma família (o exemestane) que também possui ação preventiva frente aos tumores mamários. Mas agora, com a promessa são menos efeitos colaterais que suas primas, que podem provocar trombose e até câncer de endométrio.

Rádio contra a reincidência

Em linhas gerais, um câncer reincidente costuma ser mais resistente. Por esse motivo, prevenir a volta de tumores foi o foco de diversas pesquisas no último ano.

A boa-nova - um estudo com radioterapia chamou atenção por impedir o retorno do câncer de mama. "Os vasos linfáticos da mama são compostos por um tubinho com um filtro, que é o linfonodo. Um tumor, quando sai da mama, geralmente para no linfonodo e passa a crescer ali: são os chamados linfonodos positivos", explica Ricardo Coponero, A dúvida é se as mulheres com linfonodos negativos estavam sendo tratadas de forma exagerada. A resposta foi que não: o uso de radioterapia na região resultou em uma prevenção real.
 
 
Parceiro antigo, ação inédita

Todo tumor precisa de alimento para crescer. Entretanto, o vilão consegue isso de uma forma traiçoeira: ele escraviza a circulação normal e estimula a criação de novos vaso O bevacizumabe, por exemplo, é utilizado há anos para bloquear o crescimento de tumores no cólon e no pulmão. Mas seria ele também eficiente contra outros tipos da doença?
 
A boa-nova - no caso do câncer de ovário, a resposta se revelou positiva. Em comparação ao tratamento apenas com a quimioterapia, o medicamento aumentou o tempo de sobrevida sem progressão da doença em quatro meses. Apesar de parecer uma descoberta tímida, os resultados sugerem que o câncer de ovário está no caminho para se tornar uma doença controlável, com tratamento em longo prazo. Um passo pequeno, porém significativo.

UM NOVO CHECK-UP PARA O PULMÃO

Diagnosticar o câncer de pulmão em estágio inicial sempre foi um desafio: a doença é silenciosa e não raro os tumores crescem camuflados. Apesar de o perfil de paciente com predisposição ao problema ser pra lá de conhecido (homens, fumantes e na sexta década de vida), passaram-se anos sem surgir uma forma eficiente de rastrear os tumores nos grupos de risco. A radiografia anual do tórax era uma cartada de sorte, já que o tumor cresce rápido e poderia se desenvolver no intervalo de 12 meses. Em contrapartida, aumentar sua frequência exporia o paciente a mais radiação.
 
A boa-nova - uso de tomografias com baixas doses de radioatividade. Com isso, o risco de morte foi reduzido em 20% quando comparado ao rastreamento feito com três raios X convencionais por ano. "Mais do que diagnosticar precocemente a doença, o estudo revelou que houve o benefício da sobrevida", comemora o médico Caponero.

Tratamento sob medida

Uma camiseta de tamanho único não cairá bem em todas as pessoas de um grupo, certo? Princípio similar acontece no tratamento anticâncer: um mesmo tipo de tumor pode ter características genéticas diferenciadas, o que vai interferir tanto na eficiência da terapêutica quanto na evolução da doença. Em outras palavras, quanto mais específico for o alvo, mais certeira será a arma usada contra ele. Na busca por decifrar as particularidades do tumor, quem faz às vezes de bússola são os chamados biomarcadores, moléculas encontradas em diversas partes do corpo. "Biomarcador é uma substância ou fator biológico que pode ditar o tratamento ou o prognóstico de uma doença", resume Caponero. O câncer de pulmão possui alguns biomarcadores importantíssimos, como uma alteração genética chamada EML4-ALK, que atinge principalmente pacientes jovens e não fumantes. "É como se duas letras de uma palavra fossem trocadas e, a partir daí ela passasse a ter um novo significado", exemplifica o oncologista Katz.

A boa-nova - uma droga denominada crizotinibe consegue inibir o gene que provocou essa alteração. O resultado foi que quase 95% dos pacientes testados apresentaram redução em seus tumores, motivando as autoridades dos Estados Unidos a liberarem seu uso antes mesmo que todas as pesquisas fossem finalizadas.

OPÇÃO PARA O CÂNCER GASTROINTESTINAL Estudos contra a reincidência do câncer gastrointestinal saíram igualmente vitoriosos em 2011. Uma pesquisa com pacientes que já haviam passado pela cirurgia de retirada de tumor mostrou que três anos de tratamento com o medicamento Imatinib Mesylate, foram mais eficientes que apenas um ano de tratamento (padrão atual nos Estados Unidos). "O Imatinib inibe a ação de um receptor da membrana celular chamado c-KIT. Quando está ativado, o c-KIT deflagra uma proliferação desordenada das células presentes no sistema gastrointestinal", destaca o especialistaTeixeira.

Fonte: Viva Saude.

Cuidado paliativo, qualidade de vida
Centenas de pessoas são diagnosticadas com metástase todos os anos, caracterizada pela disseminação de tumores em outros órgãos do corpo. Nos casos em que a cura não é possível, a prioridade é aumentar a qualidade de vida do paciente. E é aí que entram os cuidados paliativos, que visam aliviar a dor e oferecer suporte para que eles vivam ativamente até o final da jornada. Em 2011, duas pesquisas significativas sobre o assunto foram categóricas: doentes terminais que passaram suas últimas semanas em casa tiveram menos dor e mais tranquilidade do que aqueles internados em hospitais. "Os aspectos emocionais podem influenciar drasticamente nos sintomas", reitera o oncologista Caponero. O suporte domiciliar atuou positivamente na sobrevida e ainda diminuiu o impacto da perda na família.

domingo, 28 de outubro de 2012

Feijão, morango e outros 12 alimentos na prevenção ao câncer de mama

Dieta saudável e exercício físico evitariam 14 mil casos de câncer de mama por no no Brasil. Veja quais alimentos priorizar na dieta.

Outubro foi escolhido como o mês de conscientização sobre o câncer de mama, uma das doenças mais letais entre as mulheres. Para os oncologistas, a primeira mudança indicada para o chamado “Outubro Rosa” está na alimentação.

Outubro rosa alerta sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama

As pesquisas sobre os efeitos da dieta saudável na prevenção dos tumores já estão consolidadas. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca) o controle do peso e a substituição dos industrializados por alimentos saudáveis são capazes de reduzir em 28% os casos de câncer de mama. Fazendo as contas isso indica que, apenas em 2012, 14 mil novos casos da doença seriam evitados, já que são esperados 52 mil novos registros no ano.

Alimentação e exercícios: controle da obesidade reduz em 28% câncer de mama

A nutricionista da Clínica Mayo da Flórida (EUA), Sonia Murgueytio Jurado, elencou quais são os alimentos mais protetores contra o câncer de mama. Segundo ela, esses ingredientes são ricos em ligninas, flavonoides e licopenos. Além disso, ela orienta a reduzir o consumo de carne vermelha para apenas duas vezes por semana, utilizar o azeite de oliva no cozimento dos produtos e apostar nas comidas frescas e não industrializadas. Outra dica é colocar frutas em todas as refeições, seja na salada ou sobremesa.

Fonte: IG Saúde.

Vitaminas na prevenção do câncer

Estudo que durou uma década e envolveu 15 mil pessoas revela que suplementos oferecem uma redução de 8% nos riscos.
 
Depois de uma série de estudos conflitantes sobre a eficácia dos suplementos vitamínicos na prevenção de doenças crônicas, pesquisadores anunciaram nesta quarta-feira que um teste clínico de larga escala — envolvendo cerca de 15 mil médicos acompanhados ao longo de mais de uma década —, revelou que aqueles que tomavam um multivitamínico (cápsula composta de diversas vitaminas e minerais) por dia tiveram um risco de desenvolver câncer 8% menor do que os que ingeriram placebo. O estudo aleatório e duplo-cego (em que os participantes não sabem se estão tomando a substância em teste ou placebo), padrão ouro da medicina em matéria de pesquisa, é considerado o maior e mais longo dos esforços já feitos para responder a questões sobre o uso de vitaminas.

Outras ações são mais eficazes

A redução no total de cânceres é pequena, mas estatisticamente significante, afirmou o principal autor do estudo, J. Michael Gaziano, cardiologista do Hospital Feminino de Brigham, dos Estados Unidos. Embora a primeira razão que leve as pessoas a tomar multivitamínicos seja a tentativa de prevenir deficiências nutricionais, “há uma redução modesta no risco de desenvolvimento de câncer com o uso de um multivitamínico comum”, disse Gaziano, ressaltando, no entanto, que outras medidas podem ser mais eficazes na prevenção da doença .

— Seria um grande erro se as pessoas começassem a tomar multivitamínicos em vez de parar de fumar ou fazer qualquer outra coisa que sabemos ter um papel muito maior na prevenção, como uma boa alimentação e a prática de exercícios físicos — afirmou Gaziano. — E temos de continuar usando filtro solar.

As descobertas foram apresentadas na Associação Americana para Pesquisa do Câncer, durante uma conferência sobre a prevenção da doença, e o estudo foi publicado na prestigiada “Journal of the American Medical Association”. Com o apoio do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos e uma doação do laboratório químico Basf Corporation, o estudo usou os multivitamínicos da Pfizer, mas os patrocinadores não tiveram participação no modelo, na análise de dados ou ainda na preparação dos manuscritos, garantiram os autores do estudo.

Cerca de metade dos norte-americanos toma algum tipo de suplemento vitamínico e pelo menos um terço, um multivitamínico. No entanto, as Diretrizes Alimentares para os Americanos de 2010 asseguram que não há provas para se recomendar o uso diário de multivitamínicos ou minerais na prevenção de doenças crônicas.

No Brasil, as vitaminas são isentas de prescrição médica e por isso não há um controle de venda ou consumo por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Para o presidente da Sociedade Brasileira de Oncologioa Clínica (SBOC), Anderson Arantes Silvestrini, a relação entre vitamina e redução do risco de câncer deve ocorrer devido aos antioxidantes:

— A produção de radicais livres está ligada à lesão celular, o que leva ao câncer. Os antioxidantes das vitaminas combatem os radicais livres e, dessa forma, protegeriam o organismo de tumores — explicou.

Ele acredita ainda que pessoas que tomam vitaminas todos os dias já são mais preocupadas com hábitos saudáveis, estes sim, preconizados como a maior arma contra a doença.

A Sociedade Americana do Câncer estimula uma dieta balanceada e, para os que tomam multivitamínicos, que não ultrapassem 100% do valor diário recomendado dos nutrientes.

— É um efeito pequeno, mas, além de parar de fumar, não há nada que reduza os riscos de câncer em 10% — afirmou Robert Greenberg, do Centro de Pesquisas em Câncer Fred Hutchinson, em Seattle. — Os multivitamínicos não tiveram efeito contra o câncer de próstata, o mais comum entre os pacientes estudados.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Pensamentos

 
Procuro semear otimismo e plantar sementes de paz e justiça. Digo o que penso, com esperança. Penso no que faço, com fé. Faço o que devo fazer, com amor. Eu me esforço para ser cada dia melhor, pois bondade também se aprende. Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar; porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir.
Cora Coralina

 
Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele possa ser realizado.
Roberto Shinyashiki

Senhor!Dá-me a esperança, leva de mim a tristeza e não a entrega a ninguém.
Senhor! Planta em meu coração a sementeira do amor e arranca de minha alma as rugas do ódio.
Ajuda-me a transformar meus rivais em companheiros, meus companheiros em entes queridos.
Dá-me a razão para vencer minhas ilusões.
Deus! Conceda-me a força para dominar meus desejos.
Fortifica meu olhar para que veja os defeitos de minha alma e venda meus olhos para que eu não cometa os defeitos alheios.
Dá-me o sabor de saber perdoar e afasta de mim os desejos de vingança.
Ajuda-me a fazer feliz o maior número de possível de seres humanos, para ampliar seus dias risonhos e diminuir suas noites tristonhas.
Não me deixe ser um cordeiro perante os fortes e nem um leão diante dos fracos.
Imprime em meu coração a tolerância e o perdão e afasta de minha alma o orgulho e a presunção.
Deus! Encha meu coração com a divina fé...Faz-me uma mulher realmente justa.
Tagore

Gostaria que você soubesse que existe dentro de sí uma força capaz de mudar sua vida, basta que lute e aguarde um novo amanhecer.
Margaret Thatcher

Desejo que você
Não tenha medo da vida, tenha medo de não vivê-la.
Não há céu sem tempestades, nem caminhos sem acidentes.
Só é digno do pódio quem usa as derrotas para alcançá-lo.
Só é digno da sabedoria quem usa as lágrimas para irrigá-la.
Os frágeis usam a força; os fortes, a inteligência.
Seja um sonhador, mas una seus sonhos com disciplina,
Pois sonhos sem disciplina produzem pessoas frustradas.
Seja um debatedor de idéias. Lute pelo que você ama.
Augusto Cury

Podemos passar inúmeras dificuldades, e ter de batalhar muito para alcançar certos objetivos e, ainda assim, morrermos na praia.
Podemos deixarmo-nos consumir pelo trabalho, e perder noites de sono ou deixar de passar finais de semana com a família apenas por que temos extrema necessidade de conseguir recursos para mantermos uma vida digna, ou amargarmos um período obscuro de desemprego.
Podemos assistir a injustiça bater à nossa porta e perceber, infelizmente, que em algumas ocasiões não há absolutamente nada a fazer.
Podemos chorar com o coração partido a perda da pessoa amada ou de um ente querido.
Podemos, por tanta coisa negativa que aconteça, julgarmos que tudo sempre dar errado conosco e maldizermos nossa sorte.
Depois de tudo isto até podemos deixar passar pela cabeça a estúpida idéia de fazer uma grande besteira consigo mesmo, desde que seja exatamente assim:que tal idéia passe – e nunca mais volte, por que a Vida é Superação!
Nós não nascemos andando, não nascemos falando, nem pensando tanta bobagem - e o que não podemos em hipótese alguma é perdermos o ânimo, o espírito, e nossa capacidade de amar, de se superar e de viver!
Augusto Branco

Só há duas maneiras de viver a vida: a primeira é vivê-la como se os milagres não existissem. A segunda é vivê-la como se tudo fosse milagre.
Albert Einstein

Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe.
Oscar Wilde

Bom mesmo é ir à luta com determinação,
abraçar a vida com paixão,
perder com classe
e vencer com ousadia,
porque o mundo pertence a quem se atreve
e a vida é "muito" para ser insignificante.
Augusto Branco

Fonte: várias.

domingo, 30 de setembro de 2012

Para 20% das mulheres, diagnóstico de câncer de mama é sentença de morte

Embora a chance de cura do câncer de mama chega a 95% caso a detecção seja precoce, uma parcela das mulheres brasileiras ainda vê a doença como incurável. Para 20% das mulheres, o diagnóstico do câncer de mama é praticamente uma sentença de morte. Essa é uma das conclusões de um levantamento inédito feito a pedido do Instituto Avon pelo Data Popular, que colheu as percepções sobre o câncer de mama de 1.752 pessoas de 50 cidades das cinco regiões do País.

Foram entrevistadas 1.000 mulheres saudáveis, 240 mulheres que têm ou tiveram câncer de mama, 400 homens, além de médicos, gestores de saúde e profissionais de ONGs ligadas ao tema. A amostra incluiu pessoas de todas as classes sociais.

Palavras como medo, pavor, morte e desespero são as primeiras a vir à mente das brasileiras quando a doença é mencionada.

E o pior de tudo é que o medo surge como um obstáculo que afasta as mulheres do único exame que poderia garantir o diagnóstico precoce e um tratamento mais bem-sucedido: 50% das mulheres opinam que é o medo de descobrir a doença que faz com que muitas evitem fazer a mamografia.

Para a mastologista Maira Caleffi, presidente da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), inconscientemente, a mulher ainda associa o câncer à tragédia. “No momento em que ela começar a se dar conta de que tem tantas pessoas curadas, o medo vai diminuir.”

A pesquisa confirma a visão trágica: 60% das mulheres e 56% dos homens apontam o câncer como a pior doença que se pode ter, à frente de enfarte, derrame, depressão e aids. Os motivos mencionados por mulheres e homens são os mesmos – a doença mataria rápido, não teria cura e causaria muita dor física.

O médico Max Mano, chefe do Grupo de Câncer de Mama do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), observa que essa reação ao câncer é generalizada. “Essa palavra causa um pânico em todas as classes sociais e níveis culturais.”

Outro aspecto destacado pelo estudo é que, entre as mulheres que têm ou tiveram câncer de mama, 54% acreditam que sentimentos como tristeza, depressão e mágoa podem ter contribuído para o aparecimento da doença, apesar de nenhuma evidência científica corroborar essa ideia.

“Uma queda brutal, e por longos períodos de tempo, da imunidade pode contribuir para que um câncer preexistente se estabeleça. Mas não que isso seja a causa do câncer”, diz Maira.

De acordo com a médica Rita Dardes, diretora médica do Instituto Avon, é esse aspecto psicológico do câncer que torna importante que a doença seja tratada não apenas pelo mastologista, mas por uma equipe multidisciplinar envolvendo outras especialidades, como psicólogos e fisioterapeutas. “A mulher tem que ser tratada como um todo.”

Mais um motivo que pode levar as mulheres a não se submeterem à mamografia, de acordo com o levantamento, é a crença de que são imunes ao câncer. Entre as mulheres ouvidas, 31% declarou que não poderia vir a ter a doença, já que nenhum parente a desenvolveu. Na realidade, apenas de 5% a 10% dos casos estão relacionados à hereditariedade.

A pesquisa deve orientar a ação de ONGs, de acordo com Maira. “O estudo é relevante para desenhar estratégias de atuação de uma organização como a Femama, que procura identificar os gargalos que fazem com que pacientes continuem morrendo de câncer de mama.”

Fonte: Estadão.

Estudo reclassifica câncer de mama e pode modificar tratamento

Um estudo publicado neste domingo, dia 23, no site da revista Nature, reclassifica o câncer de mama em quatro classes principais. Os pesquisadores encontraram mutações genéticas que podem, por exemplo, aproximar um determinado tumor a outros tipos, como o que ocorre no ovário. As descobertas permitirão uma nova maneira de ver a doença, que pode passar a ser definida não apenas pelo órgão que ele afeta.

Essas descobertas deverão levar a novos tratamentos com drogas já aprovadas para os casos de câncer em outras partes do corpo, além de novos tratamentos mais precisos no combate a anomalias genéticas que hoje não têm tratamento. O estudo é a primeira análise genética ampla do câncer de mama, que mata 35 mil mulheres ao ano nos Estados Unidos e quase 12 mil no Brasil. "É a indicação do caminho para uma cura do câncer no futuro", disse Matthew Ellis, da Universidade de Washington, um dos envolvidos na pesquisa.

A pesquisa é parte de um amplo projeto federal americano, o Atlas do Genoma do Câncer, destinado a criar mapas de mudanças genéticas em cânceres comuns. O levantamento sobre o câncer de mama foi baseado numa análise de tumores em 825 pacientes.

A investigação identificou pelo menos 40 alterações genéticas que podem ser atacadas por medicamentos. Muitos já foram desenvolvidos para outros tipos de câncer que têm as mesmas mutações. "Nós agora temos uma boa perspectiva do que está errado no câncer de mama", disse Joe Gray, especialista em genética na Universidade de Ciência e Saúde do Oregon, que não participou do estudo.

A nova classificação divide o câncer de mama nas seguintes classes: HER2 amplificado, Luminal A, Luminal B e basal. Essa divisão foi feita com base em dados antes não disponíveis, que identificaram novos caminhos de atuação do tumor, possibilitando aos pesquisadores novos alvos para combater a doença.

A maior surpresa do estudo envolveu um tipo de câncer atualmente conhecido como triplo negativo, mais frequente em mulheres mais jovens, em negras e em mulheres com genes cancerígenos BRCA1 e BRCA2. Segundo os pesquisadores, os distúrbios genéticos tornam esse tipo de câncer mais similar ao do ovário do que outros cânceres de mama. Suas células também se assemelham às células escamosas do câncer de pulmão.

O estudo dá uma razão biológica para se tentar os tratamentos de rotina para câncer de ovário neste tipo de câncer de mama. E uma classe comum de drogas usadas no câncer de mama, das antraciclinas, podem ser descartadas, já que não ajudaram muito no câncer ovariano.

As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Fonte: Terra Ciência.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Cientistas controlam proteína que desenvolve o câncer de mama

Responsável pela propagação das células danificadas para os vasos linfáticos, HIF-1 pode ser controlado, o que interrompe a metástase
Através de testes realizados com ratos, cientistas da Universidade John Hopkins, nos Estados Unidos, conseguiram controlar a proteína HIF-1, apontada como a responsável pela propagação do câncer de mama para os vasos linfáticos.

Nos animais foram injetadas células cancerosas do seio, que logo se espalhavam para os pulmões. A equipe descobriu, porém, que, ao bloquear a HIF-1, através de modificações genéticos no corpo inserido, o crescimento do tumor é afetado e a metástase interrompida.

Os cientistas já sabiam que as células danificadas poderiam crescer tão densamente que sentiriam a falta de oxigênio. Para sobreviver, portanto, seria necessário provocar o crescimento de novos vasos sanguíneos, que se dá, revela a pesquisa, através da HIF-1.

A multiplicação das células cancerosas para o sistema linfático é o primeiro passo para a disseminação da doença em todo o corpo. Controlar a ação da substância pode se tornar um importante método para combater o mal.

— Nós descobrimos que o aumento dos níveis desta proteínas está associado ao crescimentos dos vasos tumorais e com a mortalidade do paciente. É diretamente responsável, portanto, pela propagação do câncer de mama para os vasos linfáticos — diz Gregg Semenza, um dos autores do estudo

Fonte: Globo Saúde.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Suíça homologa medicamento contra câncer de mama

O grupo farmacêutico suíço Roche recebeu a aprovação das autoridades do país para comercializar o medicamento Perjeta contra alguns tipos de câncer de mama, anunciou a empresa. Em associação com outro remédio, o Herceptin, o Perjeta é uma quimioterapia com docetaxel, que permite tratar as pacientes com câncer de mama HER2-positivo metastático ou localmente reincidente, informou a Roche.

Esta nova combinação permite às mulheres submetidas a tratamento viver até seis meses sem o agravamento do tumor cancerígeno. "Graças ao Herceptin e à quimioterapia muitas pacientes com câncer de mama HER2-positivo metastático estão vivendo mais de dois anos sem que a doença avance", afirma o diretor médico da Roche, Titus Gylvin, citado no comunicado.

A Roche também fez um pedido de homologação do Perjeta, autorizado em junho nos Estados Unidos, à Agência Europeia de Medicamentos (EMA), que está examinando a solicitação

Fonte: Terra Ciência.

EUA e Europa aprovam novo tratamento para câncer de mama avançado

As agências reguladoras de remédios nos EUA e na Europa acabam de aprovar o uso do medicamento everolimo (Afinitor) para mulheres na pós-menopausa com câncer de mama avançado e hormônio-dependente (RH+). Há 15 anos não havia nenhuma novidade para pacientes com esse perfil.

A Novartis, responsável pela droga, diz que não há previsão para que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprove o tratamento, mas espera que isso ocorra no primeiro semestre do ano que vem.

Estudos mostraram que, em combinação com outra droga, um inibidor da aromatase, o everolimo é capaz de prolongar em mais de duas vezes o tempo de sobrevida livre de progressão da doença.

O everolimo já é aprovado no Brasil para câncer renal em estágio avançado, para um tipo raro de tumor cerebral em crianças e para tumores neuroendócrinos avançados.

De acordo com o oncologista canadense Sunil Verma, que esteve semana passada no Brasil, a nova opção é importante porque envolve um número grande de pacientes - 60% dos casos de câncer de mama são hormônio-dependentes.

O câncer de mama metastático RH+ é o tipo de mais comum do tumor em estágio avançado e afeta cerca de 220 mil mulheres em todo mundo.

Pacientes com esse tipo de câncer recebem tratamento hormonal, com medicamentos como tamoxifeno ou inibidores da aromatase. Mas, em muitos casos, a célula adquire a capacidade de crescer sem necessidade de hormônio e o tumor se torna resistente ao tratamento.

O everolimo ajuda a “romper” com essa resistência, pois atua na inibição de uma proteína chamada mTOR, que atua como reguladora na divisão das células tumorais. “O benefício é poder adiar a necessidade de quimioterapia, o que ajuda a melhorar a qualidade de vida das pacientes”, ressalta o oncologista.

Os principais efeitos colaterais mais comuns, segundo ele, são estomatite e aumento do nível de glicose no sangue

Fonte: UOL Saúde.

"Mulheres devem ter consciência de que o câncer de mama pode ocorrer em qualquer idade", diz oncologista

Médicos de diferentes países ainda discutem sobre os riscos e benefícios de se pedir mamografias regulares a mulheres com idade entre 40 e 49 anos, já que o risco de ter a doença nessa faixa etária é menor que o da população acima dos 50. E como diagnosticar o câncer de mama precocemente antes dos 40, então?

A resposta para essa questão não é fácil, mas pode ser resumida em duas palavras: informação e autoconhecimento. A opinião é do oncologista canadense Sunil Verma, professor assistente da Universidade de Toronto e integrante do movimento Rethink Breast Cancer (rethinkbreastcancer.com). O projeto é voltado para mulheres jovens diagnosticadas com câncer de mama ou simplesmente preocupadas com a doença.

“As mulheres devem ter consciência de que o câncer de mama pode ocorrer em qualquer idade”, afirma o oncologista, que esteve semana passada em São Paulo. O objetivo do médico não é criar pânico – afinal, o câncer em mulheres jovens (com menos de 40 anos) é pouco comum. Segundo Verma, representa cerca de 15% do total de casos.

Mas ter essa noção pode ser fundamental para tratar a doença a tempo, caso ela aconteça. "As mulheres precisam de empoderamento - ter informação, educação e saber que é preciso fazer exames de prevenção", acredita. "Costumo dizer às pacientes que ninguém conhece melhor o corpo delas do que elas próprias."

O principal conselho do oncologista é olhar-se no espelho, conhecer os próprios seios e prestar atenção não apenas em possíveis caroços, mas também mudanças na cor ou no formato nos mamilos, secreções ou qualquer outra alteração. Essa autoconsciência é o que muitas vezes leva alguém a detectar a doença em estágios precoces, quando há mais opções de tratamento e chances de sucesso.

Quem possui casos da doença na família deve ter atenção redobrada, mas a proporção de mulheres que desenvolvem câncer por causa de uma mutação genética herdada é muito pequena.

O movimento Rethink Breast Cancer tem usado campanhas criativas para conscientizar mulheres jovens da importância de conhecer o próprio peito, observá-lo e tocá-lo com frequência. No ano passado, por exemplo, lançou um aplicativo para iPhone e Android que faz rapazes bonitões e sem camisa pipocarem na tela regularmente, lembrando a usuária de checar os seios.

O movimento Rethink Breast Cancer lançou no ano passado um aplicativo para celular que faz homens bonitões lembrarem a usuária de tocar nos seios o observá-los com regularidade

Números

De acordo com Verma, os casos de câncer de mama em jovens não têm aumentado. “Mas eles ocorrem e é preciso ter consciência disso”, enfatiza.

No Brasil, não existem estatísticas que indiquem o número de mulheres afetadas pela doença antes dos 40 anos. Mas o médico Ronaldo Corrêa da Silva, técnico da divisão de detecção precoce do Instituto Nacional de Câncer (Inca), também afirma que não há aumento de casos nessa população.

Mas então por que as pessoas, e mesmo alguns oncologistas, têm a sensação de que hoje é mais fácil encontrar mulheres na faixa dos 30 anos com a doença? O técnico explica que, se nos países desenvolvidos 80% dos casos ocorrem após os 50 anos, em países em desenvolvimento essa proporção pode ser um pouco diferente, já que o percentual de jovens é bem maior.

“O levantamento de um hospital pode indicar que houve mais atendimentos a pacientes jovens, mas esse dado não pode ser aplicado à população daquela cidade ou Estado”, acrescenta, também.

Além disso, ele lembra que mulheres em idade fértil em geral são mais ativas em relação à prevenção de doenças; elas vão mais ao médico e fazem mais exames. “O que se vê é que mulheres mais velhas, que são as que têm mais risco, são as que menos fazem mamografias”, observa.

O técnico do Inca explica que a indicação de exames para prevenção do câncer antes dos 40 em geral ocorre apenas para aquela parcela pequena de pacientes que têm histórico familiar. “Mesmo para essas mulheres, no entanto, ainda não existe consenso sobre qual o tipo de exame mais indicado.”

Silva esclarece que evitar exames desnecessários não é só uma questão de economia. “Há risco de falsos positivos, de encontrar tumores que jamais cresceriam e mesmo o risco de se induzir um câncer pela exposição à radiação”, diz.

Praticar 40 minutos de atividade física quatro vezes por semana previne o câncer e ajuda a evitar a recorrência do tumor em quem já teve a doença

Acima de tudo, é importante que as mulheres visitem o ginecologista anualmente para fazer o exame clínico das mamas. A partir da análise do histórico da paciente e dos fatores de risco, o médico pode decidir qual exame pedir e quando. E, como o oncologista canadense, o médico do Inca destaca a importância do autocuidado ("que não deve ser confundido com autoexame").

Prevenção

Assim como a atenção a possíveis alterações nos seios, é importante que as mulheres conheçam os fatores de risco para o câncer, como o sedentarismo.

“Quarenta minutos de atividade física quatro vezes por semana ajuda a prevenir a doença e, em
mulheres que já tiveram câncer, evitar a recorrência”, informa Verma.

Evitar o excesso de álcool, limitando o consumo a no máximo quatro doses por semana, é outra medida citada pelo oncologista.

Quanto à dieta, Verma acredita que a moderação é a palavra de ordem. É recomendável evitar o excesso de carne vermelha, por exemplo, mas não é preciso cortar o alimento do cardápio.

O único alerta que o médico faz para mulheres que já foram diagnosticadas, ou que têm risco alto de ter a doença, é evitar produtos à base de soja, que são ricos em fitoestrógenos.

Fonte: UOL Saúde.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Planta medicinal destrói células do câncer de mama

Manto da Virgem

O extrato de uma planta comum em várias regiões desérticas ao redor do mundo pode ajudar a curar o câncer de mama.

A planta, Fagonia cretica, conhecida popularmente como Manto da Virgem, normalmente é usada para fazer chás.

Ela chamou a atenção dos cientistas porque tem sido usada como planta medicinal no Paquistão, para tratar mulheres com câncer de mama, sobretudo residentes na área rural.

Além disso, as pacientes que tomaram o extrato de Manto da Virgem têm relatado que a planta medicinal não gera quaisquer dos sérios efeitos colaterais mais comuns associados com a quimioterapia, tais como perda de cabelo, queda na contagem sanguínea ou diarreia.

Extrato natural

Agora, cientistas da Universidade de Aston e do Hospital Hall Russells (Reino Unido) realizaram testes do extrato da planta e provaram que ela mata células do câncer de mama sem danificar as células normais da mama em condições de laboratório.

O próximo passo da pesquisa será identificar qual elemento da planta - o chamado composto ativo - é responsável por matar as células cancerosas, com vista a começar testes in vivo.

"Mais estudos serão necessários para estabelecer o papel do extrato no tratamento do câncer, e agora precisa ser demonstrado que este extrato é tão eficaz para matar as células cancerosas dentro do corpo como ele é dentro do laboratório," disse a Dra. Helen Griffith, que fez o estudo com sua colega Amutul Carmichael.

A julgar pelos relatos de quem utilizou a planta medicinal em condições reais de tratamento, as perspectivas são muito otimistas.

A planta Manto da Virgem é encontrada em zonas áridas ou desérticas do Paquistão, Índia, África e partes da Europa.

Fonte: Diário da Saude.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Chega ao país máquina que 'vê' câncer de mama em ação

Um novo aparelho que promete melhorar o diagnóstico de câncer de mama acaba de chegar ao país.

Trata-se do PEM (mamógrafo por emissão de pósitrons), uma espécie de PET-CT (aparelho de tomografia computadorizada usado no corpo todo) desenhado para examinar as mamas.

Diferentemente da mamografia e da ressonância magnética, esse tipo de aparelho mostra, além da localização de nódulos, a atividade metabólica das lesões, o que pode ajudar a distinguir as benignas das malignas.

O aparelho faz isso por meio da análise do metabolismo de glicose, que é injetada na paciente. Tumores precisam de mais energia para se multiplicar rapidamente, consomem mais açúcar e, portanto, aparecem com destaque no exame.

Com um PET específico para as mamas, espera-se poder identificar de forma mais precisa as mulheres que precisam de uma biópsia para saber se o nódulo é canceroso.

"A mamografia enxerga uma série de lesões, a ressonância vê outras, mas não se sabe se se trata ou não de doença maligna. Isso faz com que a paciente faça uma biópsia, mas em 50% das vezes não é câncer", diz Eduardo Nóbrega Lima, diretor de Medicina Nuclear do Hospital A.C. Camargo, em São Paulo, onde está a máquina.

Segundo ele, o ideal seria decidir de forma mais precisa quem vai ter de passar por esse procedimento agressivo. Casos duvidosos, portanto, fariam o exame como uma espécie de "tira-teima".

"O PET de corpo inteiro é ótimo, mas não mostra detalhes anatômicos e tão sutis."

Outra vantagem é a melhor visualização de mamas de mulheres mais jovens, que são mais densas. O exame poderia ser especialmente importante para quem tem mutações no DNA da família.

Se o câncer já foi confirmado, as imagens também permitem acompanhar a lesão e ver a resposta ao tratamento.

Além disso, a biópsia pode ser feita durante o exame. "As chances de coletar o material no local exato são maiores", diz Lima.

Editoria de arte/folhapress

FASE DE TESTES

Durante um ano, a máquina será objeto de estudos no A.C. Camargo. Médicos e pesquisadores pretendem avaliar sua eficácia e determinar quem deverá usá-la, quando e como, para só então decidir se vão adquiri-la.

O aparelho já tem a aprovação da FDA (agência que regula medicamentos e alimentos nos EUA) e custa cerca de US$ 850 mil (cerca de R$ 1,7 milhão).
Do protocolo clínico participarão cerca de cem mulheres com lesões suspeitas e candidatas a biópsia. Também farão o exame mulheres jovens com histórico de mutações genéticas na família.

Elisa Ortiz, 69, é uma das pacientes que estreou a máquina. Ela descobriu um nódulo por meio do autoexame e deve fazer uma cirurgia em agosto para retirá-lo.

Segundo Lima, se o aparelho for eficiente e adequado às necessidades do hospital, será incorporado na rotina clínica. "Estamos só começando, mas muito otimistas."

O hospital pretende ainda criar, até o fim do ano, um centro de diagnóstico de oncologia da mulher e, se tudo der certo, o novo PET de mamas fará parte do complexo.

Fonte: UOL - MARIANA VERSOLATO.

Somos fortes

Tudo o que vivemos, mesmo que pareça o pior dos pesadelos, contribui para a nossa experiência de vida. E mesmo os momentos que nos parecem muito maus têm episódios muito bons, que nos servem de lição, nos dão energia e nos fortalecem. O sofrimento (…) transforma-nos em pessoas muito fortes, capazes de rir com o choro, de acalmar com o susto e de sorrir com a tristeza. Um dia que hoje é cinzento amanhã é um claro azul e, no dia seguinte, é Sol radiante. Existe sempre uma solução para o que nos parece ser o pior dos problemas, embora, por vezes, seja difícil de encontrar.
Maria Vitor Campos

Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe.
Oscar Wilde

As pessoas entram em nossa vida por acaso, mas não é por acaso que elas permanecem.
Lilian Tonet

Fortes razões, fazem fortes ações.
William Shakespeare

É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, porque se você parar para pensar, na verdade não há.
Renato Russo

Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,
Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!
Machado de Assis

As pessoas podem ser dividas em três grupos:
Os que fazem as coisas acontecerem;
Os que olham as coisas acontecendo;
e os que ficam se perguntando o que foi que aconteceu.
Nosso caráter é aquilo que fazemos quando achamos que ninguém está olhando.
Nunca deixe de ter dúvidas, quando elas param de existir é porque você parou em sua caminhada.
Antoine de Saint-Exupéry

O medo faz parte da vida da gente. Algumas pessoas não sabem como enfrentá-lo, outras - acho que estou entre elas - aprendem a conviver com ele e o encaram não como uma coisa negativa, mas como um sentimento de autopreservação.
Ayrton Senna

Muitas das falhas da vida acontecem quando as pessoas não percebem o quão perto estão quando desistem.
Thomas Edison

Homens fracos acreditam na sorte. Homens fortes acreditam em causa e efeito.
Ralph Waldo Emerson

As pessoas que sobem neste mundo são as pessoas que se levantam e procuram o que querem, e que, se não o encontrarem, fazem-no.
George Bernard Shaw

segunda-feira, 23 de julho de 2012

SUS vai distribuir novo remédio contra câncer de mama

O remédio de alto custo reduz as chances de reincidência da doença e diminui em 22% o risco de morte das pacientes.

O Ministério da Saúde informou que vai incorporar o medicamento Trastuzumabe, utilizado no combate ao câncer de mama, ao Sistema Único de Saúde (SUS). O remédio de alto custo reduz as chances de reincidência da doença e diminui em 22% o risco de morte das pacientes.

De acordo com a pasta, o medicamento é considerado um dos mais eficientes no combate ao câncer de mama e também um dos mais procurados. Em 2011, o governo federal gastou R$ 4,9 milhões para atender a um total de 61 pedidos judiciais que determinavam a oferta do remédio. Este ano, já foram gastos R$ 12,6 milhões com a compra do Trastuzumabe por ação judicial.

Para disponibilizar o remédio em unidades públicas de saúde, serão necessários R$ 130 milhões ao ano. A incorporação foi aprovada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) para o tratamento de câncer de mama inicial e avançado e integra as ações do Plano Nacional de Prevenção, Diagnóstico e Tratamento do Câncer de Colo do Útero e de Mama, lançado no ano passado.

A partir da publicação no Diário Oficial da União, o SUS tem prazo de 180 dias para iniciar a oferta do medicamento.

Segundo o ministério, o câncer de mama é o segundo tipo mais comum no mundo e o mais frequente entre mulheres, com uma estimativa de mais de 1,15 milhão de novos casos a cada ano. A doença é responsável ainda por 411.093 mortes anualmente.

No Brasil, a estimativa é que 52.680 novos casos sejam detectados de 2012 a 2013. Em 2010, foram notificadas 12.812 mortes por causa da doença no país.

Fonte: Saude Ig.

Filhas de pacientes com câncer de mama podem interferir no curso da doença

O papel das acompanhantes precisa ser mais explorado, diz presidente de entidade de apoio a mulheres com a doença.

Cena 1: Com mão na cintura e testa franzida, disparou bronca para a mãe levantar do sofá. “Já são 14h.” A filha entendia o cansaço, mas não queria desânimo para a sessão de quimioterapia. “Tá acabando...”, pensava. Preparou o lanche para levar ao hospital e separou uma blusa caso o tempo virasse. Em meio à inversão de papéis e ao cuidado do tipo materno, a jovem refletiu: “nunca me senti tão filha”. Corta.

No palco de um teatro no centro paulistano, a atriz Priscilla Squeff interpreta Denise Maria, filha de uma paciente com câncer de mama.

O enredo da peça “Se você me der a mão” faz Priscilla vivenciar na arte o que ensaiou na vida real. A mãe de verdade enfrentou a mesma doença.

“A gente imita um pouco mãe mesmo quando a nossa adoece. Mas a verdade é que o amor é mais compreendido. Eu me descobri mais filha naquela situação”, conta a atriz endossando a sensação da fictícia Denise Maria expressada em cena.

O mesmo enredo é diariamente assistido pelos médicos, seja nos consultórios oncológicos públicos ou nos privados. As filhas adultas, dizem os especialistas, são companheiras mais fiéis das pacientes com câncer de mama. Por isso, precisam começar a ser estudadas em pesquisas científicas, avalia Maira Caleffi, mastologista e presidente da Federação Brasileira de Apoio à Saúde da Mama (Femama).

Segredos de beleza: mulheres contam como encararam o espelho pós câncer de mama
“O que vemos na prática é que esta parceria com a filha pode interferir no curso da doença da mãe e por isso este papel das companheiras das doentes precisa ser mais explorado pela ciência”, completa Maira.

Interferência
Um dos motivos da interferência já foi detectado pelos ensaios clínicos. Uma revisão de 78 estudos realizada pela Universidade do Minho Braga de Portugal, publicada no final do ano passado na Revista Brasileira de Psicologia, ressaltou o alcance do câncer da mãe nas descendentes dela.
As filhas adultas estudadas – com mais de 19 anos – apresentavam níveis de estresse ainda maiores do que os das mães em tratamento contra o câncer

Getty Images
Filhas de pacientes com câncer de mama podem interferir no curso da doença das mães

“O comportamento das acompanhantes pode ser negativo, quando vem acompanhado de superproteção no cuidado, nervosismo extremo ou até negligência ao sofrimento materno. Mas é positivo caso refletido em incentivo à terapêutica e força para superar os efeitos colaterais, o que amplia as chances de recuperação”, diagnostica a presidente da Femama.

O impacto não é apenas na saúde das mulheres com o tumor. As acompanhantes também sentem na pele os efeitos da doença, afirma Adriana Campner, ginecologista, chefe do ambulatório da Santa Casa e professora de Ciências Médicas.

“Muitas filhas são fisgadas por uma cultura de prevenção. Como encaram de perto o sofrimento das mães, não querem passar pela mesma coisa. Passam a fazer mais exames, cuidar da dieta, mudar os hábitos de vida.”

Recorrente
Mabel Simm Milan Bueno, 27 anos, por exemplo diz que a “neoplasia na mama esquerda” modificou o jeito de encarar o mundo, mesmo sem nunca ter recebido das mãos de nenhum médico os exames que mostravam a presença do câncer no organismo.

Em 2001, quando a mãe Leoni a chamou para uma conversa séria, para revelar a doença, muitos episódios marcaram a trajetória das duas. “A formatura no colégio, a minha entrada na faculdade de geografia, a aposentadoria dela, a minha aprovação no concurso, engravidar da Isadora. Eu virei mãe.

Ela avó”, pontua Mabel.

“O curioso é que desde a primeira vez em que fiquei sabendo do câncer, foram recuperações e recaídas da minha mãe. Eram curas e reincidências, já que houve a volta do tumor em 2003, 2005, 2007 e 2009”, lembra.

“Todos estes anos coincidem com os momentos mais importantes da minha trajetória. O câncer permeou todos eles”, conta Mabel.

]Leoni encarou a doença de peito aberto e confirma que nestes anos todos de idas e vindas com a problemática do câncer trocou de lugar com a filha Mabel várias vezes. A relação foi transformada.
“Era uma adolescente rebelde, brigava muito com a minha mãe. Depois, foi ela quem ficou um pouco teimosa no cuidado com a doença”, brinca Mabel.

Nesta troca de personagens que permeou o enfrentamento do câncer na história de Mabel e Leoni, um papel foi descartado. “Nunca olhei minha mãe como vítima. Muito menos como incapaz. Era difícil ver os cabelos caindo, o corpo inchado por causa dos medicamentos, mas ela era linda na sua postura.

Foi fundamental na minha carreira e uma avó exemplar.”
A “não-anulação” de quem tem a doença, acredita Maira Callefi, é o segredo para a interferência da filha no curso da doença da mãe ser a melhor possível, com mais resultados positivos.

Foi o que a atriz Pirscilla Squef fez no cotidiano de verdade. Foi o que Denise Maria interpretou no cenário fictício da peça. E é o que Mabel sugere para outras filhas de pacientes com câncer de mama, antes de se prepararem para uma cena da vida real.

Cena real: Isadora, a netinha, está de vestido caipira pronta para dançar na escola. Na plateia Mabel e Leoni. Os exames mostraram que o câncer está inativo após a metástase em 2009. Mabel é só orgulho. Os cabelos de Leoni cresceram ainda mais bonitos. Isadora entra em cena. Corta. FIM.

Fonte: Saúde Ig.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Câncer de mama: legumes ajudam

As mulheres que ingeriram mais legumes crucíferos durante 36 meses após seu diagnóstico tiveram reduzido de 27% a 62% o risco de morrer.

As chinesas que comem repolho, brocoli e legumes folhosos têm taxas de sobrevida após o câncer de mama superiores às daquelas que não ingerem estes crucíferos, destacou um estudo publicado nesta terça-feira. As descobertas foram feitas a partir de dados coletados sobre 4.886 chinesas com idades entre 20 e 75 anos que sobreviveram ao câncer de mama e foram diagnosticadas com a doença nos estágios um a quatro entre 2002 e 2006, participantes do estudo Sobrevivência de Câncer de Mama de Xangai.

As mulheres que ingeriram mais legumes crucíferos durante 36 meses após seu diagnóstico tiveram reduzido de 27% a 62% o risco de morrer por qualquer causa em comparação com aquelas que reportaram comer pouco ou nenhum destes legumes.

O risco de morrer de câncer de mama caiu de 22% para 62% entre as que disseram comer estes legumes e o risco de vivenciar uma recorrência de câncer de mama caiu de 21% a 35% entre elas. Sarah Nechuta, aluno de pós-doutorado da Universidade Vanderbilt, em Nashville, Tennessee, disse que as descobertas sugerem que as sobreviventes de câncer de mama "podem considerar o aumento da ingestão de legumes crucíferos, como os folhosos, o repolho, a couve-flor e o brocoli, como parte de uma dieta saudável".

Nechuta, que apresentou o estudo durante encontro da Associação Americana para a Pesquisa sobre o Câncer, em Chicago, destacou que as dietas costumam variar entre as chinesas e as ocidentais. "Os legumes crucíferos comumente consumidos na China incluem nabo, repolho chinês e folhosos, enquanto o brocoli e a couve de Bruxelas são os crucíferos mais comumente consumidos nos Estados Unidos e em outros países ocidentais", afirmou.

"Em segundo lugar, a quantidade ingerida entre as chinesas é muito maior do que a consumida pelas mulheres americanas", continuou. Nechuta afirmou que mais pesquisas precisam ser feitas com foco no papel dos compostos bioativos encontrados em legumes crucíferos - isocianato e indol - e como variar as doses pode influenciar no câncer.‎

Fonte: Band.

Câncer de mama e exercício

O câncer de mama e exercício tem uma estreita relação. O câncer é uma doença que trás medo, pois é associado à um futuro de dor, sofrimento e morte. Por muito tempo foi tabu, hoje com todo o conhecimento disponível a maioria dos cânceres podem ser curados, quando tratados de forma adequada em sua fase inicial..

O câncer de mama tem efeitos psicológicos devastadores pois mexe com a percepção da sexualidade feminina e com a imagem pessoal. O câncer de mama é o que mais causa mortes de mulheres no Brasil e sua maior incidência ocorre acima dos 35 anos. Apesar disso existem formas de prevenir e o tratamento é bastante eficaz. Com os conhecimentos atuais de oncologia preventiva é possível fazer detecção precoce de câncer de mama, que na maioria das vezes recebe tratamento cirúrgico simples, conservador e exclusivo, sem necessidade de radioterapia ou de quimioterapia, e com grande probabilidade de cura.


Câncer de mama e exercício

O exercício físico tem papel fundamental tanto na prevenção quanto no tratamento do câncer de mama, sendo inclusive indispensável para a plena recuperação no pós operatório.

A prática de atividades físicas e exercícios tem efeito positivo na prevenção do câncer de mama a medida que mulheres obesas estão mais sujeitas à desenvolvê-lo. De acordo com o coordenador do Centro de Mastologia do Hospital das Clínicas de São Paulo, José Roberto Filassi, em declaração dada à revista Veja, na matéria sobre a campanha de incentivo ao exercício como forma de combater o câncer de mama, a gordura possui uma enzima capaz de transformar estrogênio outros hormônios do corpo. Este por sua vez estimula a produção de células no organismo feminino o que aumenta a probabilidade do surgimento de células cancerígenas.

No pós operatório o exercício é que garante a recuperação dos movimentos, a melhora da mobilidade e da força dos membros superiores, ele deve ser feito com a orientação de um fisioterapeuta e pelo resto da vida pois também previnem o lifedema, que pode aparecer a qualquer momento.
Além disso a prática de exercícios pode:
  • Melhorar a qualidade de vida, ajudando a retornar a rotina normal;
  • Resgatar a autoestima;
  • Dar mais disposição para o trabalho e tarefas diárias em função da produção de serotonina e endorfina;
  • Diminuir as dores no braço, já que os músculos responderão aos estímulos dos exercícios;
  • Melhorar a qualidade da relação sexual;
  • Melhorar a relação com familiares, já que a mente está voltada para outras atividade;
  • Prevenir a osteoporose e a osteopenia, com o aumento da massa óssea.

Fonte: Fique Informa.

Exercício pode reduzir risco de câncer de mama em até 30%

Segundo nova pesquisa, no entanto, ganho de peso anula esse benefício inclusive entre mulheres fisicamente ativas

A prática de atividade física, mesmo que em intensidade leve, pode reduzir as chances de uma mulher ter câncer de mama em até 30%. No entanto, esse benefício é anulado se houver ganho de peso substancial. É o que concluiu um novo estudo da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, que foi publicado no site do periódico Cancer.

Segundo os autores, embora outros estudos tenham indicado que os exercícios físicos protegem a mulher contra esse tipo de câncer, eles não determinaram em qual intensidade essa atividade deve ser feita e nem por quanto tempo, por exemplo. Para isso, os pesquisadores da universidade norte-americana analisaram 1.504 mulheres com câncer de mama e as compararam com outras 1.555 que não sofriam da doença. As participantes tinham idades entre 20 e 98 anos.

Os resultados mostraram que as mulheres — tanto aquelas que estavam em idade reprodutiva quanto as que já haviam passado pela menopausa — que praticavam de 10 a 19 horas de atividade física por semana tinham 30% menos riscos de terem câncer de mama do que aquelas que não faziam nenhum tipo de exercício. Esse foi o maior benefício observado pela pesquisa e foi obtido com qualquer intensidade de exercício físico.

Os pesquisadores também indicaram que, mesmo entre mulheres fisicamente ativas, o ganho de peso — especialmente após a menopausa — anula os benefícios da atividade física e ainda aumenta os riscos de câncer de mama. "A conclusão de que fazer atividade física frequentemente, mesmo entre as mulheres que passaram pela menopausa, ajuda a diminuir as chances de câncer de mama é encorajadora para que mulheres de todas as idades passem a praticar mais exercícios", diz a coordenadora do estudo, Lauren McCullough.



Fonte: Veja.

sábado, 9 de junho de 2012

Novo tratamento contra o câncer de mama será testado no Rio Grande do Sul

Estudo com anticorpo está sendo considerado por especialistas como uma grande promessa

Apresentado no último domingo no maior encontro de oncologistas do mundo — o Congresso Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco), em Chicago (EUA) —, o estudo com o anticorpo trastuzumabe emtansine (T-DM1) está sendo considerado por especialistas como uma das maiores promessas para o tratamento do câncer mais agressivo de mama, o metastático HER2-positivo.

Além de impedir a progressão da doença com maior eficácia (as mulheres tratadas com o medicamento não apresentaram progressão da doença por um tempo 35% maior do que o grupo que recebeu outro tipo de medicação), o T-DM1 reduz de forma expressiva os efeitos colaterais, um ganho para as pacientes que estão em tratamento quimioterápico.

Ainda em fase final de testes — segundo especialistas, o medicamento pode começar a ser testado ainda neste ano com pacientes no Rio Grande do Sul, em hospitais como na PUCRS, no Clínicas e no Conceição, entre outros —, o T-DM1 funciona como um "míssil teleguiado", que não ataca as células saudáveis do organismo, explica Stephen Stefani, pesquisador e oncologista do Instituto do Câncer do Hospital Mãe de Deus.

— A novidade é que o medicamento possui a combinação do anticorpo monoclonal (produzido a partir de clones de uma única célula) trastuzumabe e pelo quimioterápico emtansine (DM1). O trastuzumabe já é usado há bastante tempo, mas não em combinação com o DM1. Os dois juntos, além de aumentar a sobrevida dos pacientes, reduzem muito os sintomas, como perda de cabelos e diarreias, comuns na quimioterapia — afirma Stefani.

Segundo o diretor-chefe médico e líder de desenvolvimento de Produto Global da Roche (indústria que que fabrica o medicamento), Hal Barron, a previsão é que, também em 2012, o medicamento seja submetido à aprovação da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e da Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA).

— A eficácia, a segurança e a qualidade de vida apontados pelo estudo levam a nossa crença de que o T-DM1 pode ter um papel importante para as pacientes — afirma.

No Brasil, a expectativa é que a droga esteja disponível nas farmácias entre 2014 e 2015, segundo Adriano Treve, presidente da Roche Farmacêutica do Brasil.


Estudo já foi realizado com 991 pacientes

O estudo internacional cujos resultados foram divulgados na Asco, batizado de Emilia, foi realizado com 991 pacientes (cerca de 50 brasileiros), sendo que todas já haviam sido tratadas apenas com trastuzumabe. Metade do grupo recebeu, então, T-DM1, e a outra metade o tratamento padrão com os quimioterápicos lapatinibe e capecitabina. Aquelas que tomaram o medicamento não apresentaram progressão da doença por um tempo 35% maior — ficaram, em média, 9,6 meses sem o avanço da doença, contra 6,4 meses no grupo controle.

Das pacientes que tomaram o T-DM1, 43,6% tiveram os tumores reduzidos, enquanto apenas 30,8% do grupo de controle apresentaram redução. A sobrevida com a nova droga também foi maior. No grupo que recebeu o medicamento, houve um aumento de 7,1 meses na qualidade de vida, sem nenhum sintoma. No grupo que recebeu os quimioterápicos tradicionais, o aumento foi de 4,6 meses.

O presidente da divisão latino-americana da farmacêutica Roche, Jörg-Michael Rupp, afirmou que há possibilidade do novo remédio também ser efetivo nas primeiras fases da doença, inclusive em outros tipos de câncer.

—Se o remédio funciona em uma fase avançada, há uma possibilidade maior de ser efetivo nas primeiras fases — afirmou.


Câncer de mama

O câncer de mama metastático do tipo HER2-positivo acomete de 15% a 20% das pacientes em todo o mundo. Somente em 2010, foram identificados mais de 10 mil casos de câncer deste tipo no Brasil.

Em 2012, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca) esperam-se, para o Brasil, 52.680 casos novos de câncer da mama, com um risco estimado de 52 casos a cada 100 mil mulheres. Sem considerar os tumores da pele não melanoma, esse tipo de câncer também é o mais frequente nas mulheres do Sul (65 para cada 100 mil pessoas).

Apesar de ser considerado um câncer de relativamente bom prognóstico se diagnosticado e tratado oportunamente, as taxas de mortalidade por câncer da mama continuam elevadas no Brasil, muito provavelmente porque a doença ainda é diagnosticada em estágios avançados. A sobrevida média após cinco anos na população de países desenvolvidos tem apresentado um discreto aumento, cerca de 85%. Nos países em desenvolvimento, a sobrevida fica em torno de 60%.

Fonte: Zero Hora.

Nova droga contra o câncer de mama

Medicamento em estudo retarda o agravamento da doença e tem poucos efeitos colaterais

CHICAGO - Uma droga poderosa contra o tumor sem os efeitos colaterais dos tratamentos tradicionais pode retardar a evolução do câncer de mama e ainda aumentar a expectativa de vida dos doentes, segundo estudo publicado no último fim de semana. Além de representar um avanço no tratamento do câncer, o sucesso no ensaio clínico valida a ideia de tratar as células cancerosas e poupar as demais.

— Imaginamos um mundo no qual o tratamento contra o câncer possa matar o tumor sem ferir o paciente e esta droga faz isso — diz Kimberly Blackwell, do Duke Cancer Institute.

A droga, conhecida como T-DM1, foi desenvolvida pela empresa Genentech (do laboratório Roche), que financiou o estudo e planeja a aprovação este ano. Isso significa que o medicamento pode chegar ao mercado em 2013.

T-DM1 e drogas similares em desenvolvimento consistem em toxinas ligadas a anticorpos. Os anticorpos trancam as células cancerosas onde despejam a carga tóxica. Como a toxina não é ativada até atingir o tumor, os efeitos colaterais são reduzidos.

O último estágio de testes da droga envolveu 991 mulheres com metástase com piora apesar do tratamento com a droga herceptin e o medicamento de quimioterapia chamado taxane. Metade das mulheres tomou T-DM1 e a outra metade recebeu duas drogas usadas nesses pacientes — tykerb, também conhecido como lapatinib, e xeloda, também conhecido como capecitabine.

T-DM1 retardou o agravamento da doença em cerca de três meses. Para as mulheres que receberam T-DM1, o tempo médio antes de a doença progredir foi de 9,6 meses, comparados com 6,4 meses para quem tomou outras drogas.

Fonte: O Globo - Saúde.

EUA aprovam novo medicamento contra câncer de mama

Em testes clínicos, o Perjeta, da Roche, estendeu o tempo em que as pacientes passaram sem apresentar progressão da doença

São Paulo - Autoridades de saúde dos Estados Unidos aprovaram nesta sexta-feira um novo remédio contra câncer da empresa farmacêutica Roche, que aposta nele para ser o tratamento de referência para um tipo de câncer de mama bastante agressivo.

A Food and Drug Administration (FDA), órgão do governo americano que regula alimentos e remédios, aprovou na sexta-feira o injetável Perjeta (também conhecido como pertuzumab), para mulheres com um tipo de câncer de mama conhecido como HER2 positivo, que responde por cerca de 25% dos casos da doença e não tem cura.

O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres no Brasil. Estimativas do Inca (Instituto Nacional de Câncer) indicam que serão registrados 52.680 novos casos da doença em 2012 no país.

O Perjeta é um anticorpo monoclonal, medicamento produzido a partir de clones de uma única célula. Ele funciona combinado com o Herceptin (também conhecido como trastuzumab), que também combate o HER2 positivo, e o docetaxel, um tipo de quimioterapia. Em testes clínicos com 880 pacientes, demorou 18,5 meses em média antes que a doença progredisse em pacientes que receberam os dois medicamentos, contra 12,4 meses nas pacientes que receberam apenas Herceptin.

A HER2 é proteína envolvida no crescimento normal das células, mas que, em alguns tipos de câncer, aparece em grande quantidade e favorece o crescimento das células cancerígenas. O Perjeta, administrado de forma intravenosa, inibe a ação da proteína, evitando a proliferação do tumor.

"Desde que o trastuzumab foi aprovado há mais de uma década, pesquisas contínuas nos ajudaram a entender melhor o papel da HER2 no câncer de mama", disse Richard Pazdur, diretor do Escritório de Produtos de Hematologia e Oncologia do Centro de Pesquisa e Análise de Medicamentos do FDA. "Graças a elas agora se sabe que a combinação do trastuzumab com o Perjeta e o docetaxel reduzem a velocidade da progressão do câncer de mama."

Apesar dos bons resultados, o Perjeta em combinação com o docetaxel e o trastuzumab causa sérios efeitos colaterais como diarreia, queda de cabelo, náuseas, fadiga, problemas no sistema imunológico e danos nos nervos.

Esta semana, a Roche apresentou um outro medicamento, o T-DM1, que também age contra a HER2, em fase final de testes.

Fonte: Exame.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Perda de peso, mesmo que pequena, pode reduzir risco de câncer de mama pela metade

Segundo pesquisa, quanto mais uma mulher com excesso de peso emagrece, menores os níveis de hormônios associados ao câncer.


Mesmo moderada, a perda de peso já pode reduzir significativamente os níveis de hormônios associados ao risco de câncer de mama. De acordo com uma nova pesquisa, a diminuição de 5% no peso corporal pode chegar a reduzir pela metade as chances dos tipos mais comuns de tumores de mama. O estudo foi feito no Centro de Pesquisa em Câncer Fred Hutchinson, nos Estados Unidos, e publicado nesta segunda-feira no periódico Journal of Clinical Oncology.


CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Reduced-Calorie Dietary Weight Loss, Exercise, and Sex Hormones in Postmenopausal Women: Randomized Controlled Trial

Onde foi divulgada: periódico Journal of Clinical Oncology

Quem fez: Kristin L. Campbell, Karen E. Foster-Schubert, Catherine M. Alfano e outros

Instituição: Centro de Pesquisa em Câncer Fred Hutchinson, Estados Unidos

Dados de amostragem: 493 mulheres de 50 a 75 anos

Resultado: Mulheres com excesso de peso que perdem 5% do peso corporal já reduzem em até pela metade o risco de câncer de mama. Aliar dieta e atividade física pode diminuir em até 25% níveis de hormônios associados à doença
Esse trabalho é o primeiro ensaio clínico feito para estudar os efeitos do emagrecimento na incidência da doença. Ele se baseou em dados de 493 mulheres com obesidade ou sobrepeso, sedentárias e com idades entre 50 e 75 anos. As participantes foram divididas em quatro grupos de acordo com os hábitos os quais foram designadas a seguirem: somente atividade física (cerca de 20 minutos ao dia de caminhada rápida); exercícios e dieta; somente dieta; e nenhuma intervenção.

Essas mulheres foram acompanhadas durante um ano. Após esse período, a equipe mediu, por meio de exames de sangue, os níveis de alguns tipos de hormônios sexuais que estão relacionados ao risco de câncer de mama, entre eles diferentes tipos de estrogênio e testosterona.

A equipe observou que as mulheres que fizeram tanto dieta quanto atividade física tiveram uma redução de até 25,8% nos níveis desses hormônios, dependendo do tipo. Essa diminuição foi de até 22,.4% entre as mulheres que apenas seguiram uma dieta.

Embora as participantes desses dois grupos tenham perdido, em média, 10% do peso ao longo do estudo, a pesquisa concluiu que uma redução de 5% do peso corporal já é suficiente para haver um impacto benéfico sobre os níveis hormonais, podendo diminuir as chances de câncer de mama em até 50%. Os resultados indicaram que quanto mais peso perdido, maior é o efeito positivo.

Segundo os autores do estudo, essas conclusões somente se aplicam a mulheres com sobrepeso ou obesidade que não estão fazendo reposição hormonal. "A quantidade de peso perdido foi a chave para as mudanças nos níveis hormonais, e o maior efeito foi obtido com uma associação de dieta e atividade física.

Por isso, o ideal é que as mulheres, para emagrecer, incluam esses dois hábitos no dia-a-dia e assim reduzam os níveis de hormônios como o estrogênio", diz Anne McTiernan, coordenadora do estudo.

Fonte: Veja.http://veja.abril.com.br/noticia/saude/perda-de-peso-mesmo-que-pequena-pode-reduzir-risco-de-cancer-de-mama-pela-metade