As agências reguladoras de remédios nos EUA e na Europa acabam de aprovar o uso do medicamento everolimo (Afinitor) para mulheres na pós-menopausa com câncer de mama avançado e hormônio-dependente (RH+). Há 15 anos não havia nenhuma novidade para pacientes com esse perfil.
A Novartis, responsável pela droga, diz que não há previsão para que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprove o tratamento, mas espera que isso ocorra no primeiro semestre do ano que vem.
Estudos mostraram que, em combinação com outra droga, um inibidor da aromatase, o everolimo é capaz de prolongar em mais de duas vezes o tempo de sobrevida livre de progressão da doença.
O everolimo já é aprovado no Brasil para câncer renal em estágio avançado, para um tipo raro de tumor cerebral em crianças e para tumores neuroendócrinos avançados.
De acordo com o oncologista canadense Sunil Verma, que esteve semana passada no Brasil, a nova opção é importante porque envolve um número grande de pacientes - 60% dos casos de câncer de mama são hormônio-dependentes.
O câncer de mama metastático RH+ é o tipo de mais comum do tumor em estágio avançado e afeta cerca de 220 mil mulheres em todo mundo.
Pacientes com esse tipo de câncer recebem tratamento hormonal, com medicamentos como tamoxifeno ou inibidores da aromatase. Mas, em muitos casos, a célula adquire a capacidade de crescer sem necessidade de hormônio e o tumor se torna resistente ao tratamento.
O everolimo ajuda a “romper” com essa resistência, pois atua na inibição de uma proteína chamada mTOR, que atua como reguladora na divisão das células tumorais. “O benefício é poder adiar a necessidade de quimioterapia, o que ajuda a melhorar a qualidade de vida das pacientes”, ressalta o oncologista.
Os principais efeitos colaterais mais comuns, segundo ele, são estomatite e aumento do nível de glicose no sangue
Fonte: UOL Saúde.
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