Evitando o câncer de mama
Mais do que diagnosticados precocemente, alguns tipos de câncer podem ser evitados. Esse é o caso dos tumores de mama em mulheres na pós-menopausa. "Isso porque o hormônio estrógeno estimula o crescimento de tumores na região mamária. Seus níveis diminuem após a menopausa, mas, quando essa fase é tardia, a mulher acaba permanecendo exposta a sua ação por mais tempo", explica Roberto Uehara, oncologista e gerente médico da Pfizer. Até aproximadamente os 50 anos de idade, 95% do estrógeno produzido pela mulher vêm do funcionamento do seu ovário. Com a chegada da menopausa, o jogo vira e uma enzima chamada aromatase se torna a produtora oficial do hormônio. Assim, drogas que inibem essa enzima - como tamoxifeno e raloxifeno - conseguem reduzir as chances de o câncer de mama dar as caras.
A boa-nova - após muita pesquisa, descobriu-se uma terceira droga da mesma família (o exemestane) que também possui ação preventiva frente aos tumores mamários. Mas agora, com a promessa são menos efeitos colaterais que suas primas, que podem provocar trombose e até câncer de endométrio.
Rádio contra a reincidência
Em linhas gerais, um câncer reincidente costuma ser mais resistente. Por esse motivo, prevenir a volta de tumores foi o foco de diversas pesquisas no último ano.
A boa-nova - um estudo com radioterapia chamou atenção por impedir o retorno do câncer de mama. "Os vasos linfáticos da mama são compostos por um tubinho com um filtro, que é o linfonodo. Um tumor, quando sai da mama, geralmente para no linfonodo e passa a crescer ali: são os chamados linfonodos positivos", explica Ricardo Coponero, A dúvida é se as mulheres com linfonodos negativos estavam sendo tratadas de forma exagerada. A resposta foi que não: o uso de radioterapia na região resultou em uma prevenção real.
Parceiro antigo, ação inédita
Todo tumor precisa de alimento para crescer. Entretanto, o vilão consegue isso de uma forma traiçoeira: ele escraviza a circulação normal e estimula a criação de novos vaso O bevacizumabe, por exemplo, é utilizado há anos para bloquear o crescimento de tumores no cólon e no pulmão. Mas seria ele também eficiente contra outros tipos da doença?
A boa-nova - no caso do câncer de ovário, a resposta se revelou positiva. Em comparação ao tratamento apenas com a quimioterapia, o medicamento aumentou o tempo de sobrevida sem progressão da doença em quatro meses. Apesar de parecer uma descoberta tímida, os resultados sugerem que o câncer de ovário está no caminho para se tornar uma doença controlável, com tratamento em longo prazo. Um passo pequeno, porém significativo.
UM NOVO CHECK-UP PARA O PULMÃO
UM NOVO CHECK-UP PARA O PULMÃO
Diagnosticar o câncer de pulmão em estágio inicial sempre foi um desafio: a doença é silenciosa e não raro os tumores crescem camuflados. Apesar de o perfil de paciente com predisposição ao problema ser pra lá de conhecido (homens, fumantes e na sexta década de vida), passaram-se anos sem surgir uma forma eficiente de rastrear os tumores nos grupos de risco. A radiografia anual do tórax era uma cartada de sorte, já que o tumor cresce rápido e poderia se desenvolver no intervalo de 12 meses. Em contrapartida, aumentar sua frequência exporia o paciente a mais radiação.
A boa-nova - uso de tomografias com baixas doses de radioatividade. Com isso, o risco de morte foi reduzido em 20% quando comparado ao rastreamento feito com três raios X convencionais por ano. "Mais do que diagnosticar precocemente a doença, o estudo revelou que houve o benefício da sobrevida", comemora o médico Caponero.
Tratamento sob medida
Uma camiseta de tamanho único não cairá bem em todas as pessoas de um grupo, certo? Princípio similar acontece no tratamento anticâncer: um mesmo tipo de tumor pode ter características genéticas diferenciadas, o que vai interferir tanto na eficiência da terapêutica quanto na evolução da doença. Em outras palavras, quanto mais específico for o alvo, mais certeira será a arma usada contra ele. Na busca por decifrar as particularidades do tumor, quem faz às vezes de bússola são os chamados biomarcadores, moléculas encontradas em diversas partes do corpo. "Biomarcador é uma substância ou fator biológico que pode ditar o tratamento ou o prognóstico de uma doença", resume Caponero. O câncer de pulmão possui alguns biomarcadores importantíssimos, como uma alteração genética chamada EML4-ALK, que atinge principalmente pacientes jovens e não fumantes. "É como se duas letras de uma palavra fossem trocadas e, a partir daí ela passasse a ter um novo significado", exemplifica o oncologista Katz.
A boa-nova - uma droga denominada crizotinibe consegue inibir o gene que provocou essa alteração. O resultado foi que quase 95% dos pacientes testados apresentaram redução em seus tumores, motivando as autoridades dos Estados Unidos a liberarem seu uso antes mesmo que todas as pesquisas fossem finalizadas.
OPÇÃO PARA O CÂNCER GASTROINTESTINAL Estudos contra a reincidência do câncer gastrointestinal saíram igualmente vitoriosos em 2011. Uma pesquisa com pacientes que já haviam passado pela cirurgia de retirada de tumor mostrou que três anos de tratamento com o medicamento Imatinib Mesylate, foram mais eficientes que apenas um ano de tratamento (padrão atual nos Estados Unidos). "O Imatinib inibe a ação de um receptor da membrana celular chamado c-KIT. Quando está ativado, o c-KIT deflagra uma proliferação desordenada das células presentes no sistema gastrointestinal", destaca o especialistaTeixeira.
Fonte: Viva Saude.
| Cuidado paliativo, qualidade de vida Centenas de pessoas são diagnosticadas com metástase todos os anos, caracterizada pela disseminação de tumores em outros órgãos do corpo. Nos casos em que a cura não é possível, a prioridade é aumentar a qualidade de vida do paciente. E é aí que entram os cuidados paliativos, que visam aliviar a dor e oferecer suporte para que eles vivam ativamente até o final da jornada. Em 2011, duas pesquisas significativas sobre o assunto foram categóricas: doentes terminais que passaram suas últimas semanas em casa tiveram menos dor e mais tranquilidade do que aqueles internados em hospitais. "Os aspectos emocionais podem influenciar drasticamente nos sintomas", reitera o oncologista Caponero. O suporte domiciliar atuou positivamente na sobrevida e ainda diminuiu o impacto da perda na família. |
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