O linfedema é um tipo de contenção de substâncias causado pelo acúmulo anormal de proteínas e líquidos nos tecidos; costuma ser resultante da falha de drenagem no sistema linfático, que vem a ser manifestada por inchaço, principalmente nas extremidades dos membros superiores e inferiores.
A função de nossas artérias é transportar o sangue para nutrir as células e os tecidos. Após o aporte de nutrientes, o sangue pobre em oxigênio retorna pelas veias em direção aos pulmões para que a oxigenação seja renovada.
Os líquidos e substâncias que as veias não retiram dos tecidos formam a linfa, composta por água, proteínas e outras substâncias. Entretanto, pode ocorrer falha nesse sistema de drenagem, causando o linfedema, ou acúmulo dessas substâncias.
Quando o linfedema não é tratado rapidamente, torna-se uma doença crônica causando o inchaço da área afetada, aumento de volume, sensação de peso, desconforto, perda parcial de mobilidade, deformações estéticas e dor.
O linfedema pode ser consequência de uma cirurgia, como no caso de câncer de mama, remoção de gânglios axilares, radioterapia, quimioterapia e, como é o óbvio na maioria dos casos, onde houve uma interrupção do sistema linfático.
Nessas situações a drenagem linfática é altamente eficaz, já que não só ajuda a diminuir o líquido linfático acumulado no membro afetado, como também encontra percursos colaterais que ajudam a drenar ou reduzir o edema.
O linfedema pode ser desencadeado logo após a cirurgia, semanas, ou até mesmo anos mais tarde. A probabilidade de desenvolver após a cirurgia de mastectomia, depende do número de gânglios removidos, da quantidade de radiação recebida e na capacidade que as funcionalidades restantes ainda tiverem para compensar a perda.
A prevenção e redução é o principal objetivo no tratamento do linfedema, muito embora, as medidas com esse objetivo sejam paliativas e muitas vezes criticadas na literatura. Na fase precoce, quando os tecidos ainda estão relativamente preservados, pode-se reduzir o membro ao seu tamanho inicial.
As medidas terapêuticas utilizadas para a redução do edema são várias e podem ser empregadas individualmente ou em conjunto. A elevação das extremidades é um método simples e efetivo de reduzir o edema. Em virtude da ação da gravidade, o volume dos membros diminui com o repouso continuado no leito.
A drenagem linfática se inicia com uma massagem que estimula o fluxo nos vasos linfáticos normais, preparando-os para receber o fluido do lado doente. O objetivo dessa massagem é o de empurrar o fluido para as veias, os vasos linfáticos profundos ou para as colaterais.
O tratamento clínico consiste no uso de medicação adequada, fisioterapia especializada e atividade física regular, e todas as providências devem iniciar o mais breve possível, uma vez que o linfedema tende a aumentar com o tempo, tornando o tecido mais fibroso e o organismo propenso a infecções graves. Os tecidos não voltam à normalidade, mesmo com todas as medidas para tentar reduzir o volume, aceitando-se então, certo grau de edema residual.
O prognóstico tende a ser difícil devido à multiplicidade de causas. Há pacientes que são consideradas de bom prognóstico com evolução lenta do edema e raras complicações. No entanto, a progressão para um edema severo é rápida e com complicações (tais como a erisipela), a despeito do tratamento bem instituído.
A melhor forma de lidar com o linfedema é tentar evitá-lo. Abaixo um resumo dos cuidados que devem ser tomados para evitar o surgimento de linfedema em pacientes submetidas à dissecação axilar:
- Não ignorar qualquer edema de braço, pescoço e parede torácica.
- Hidratar o braço e o local cirúrgico sempre que necessário.
- Nunca permitir a aplicação de injeção, vacinas, coleta de sangue, acupuntura, medição de pressão e até mesmo a quimioterapia no braço do lado operado.
- Evitar movimentos repetitivos, vigorosos contra resistência.
- Evitar carregar peso com o membro afetado.
- Não usar joias justas no antebraço ou nos dedos do lado afetado.
- Manter o membro protegido do sol.
- Evitar qualquer tipo de trauma e cortes.
- Usar luvas de proteção ao manipular produtos químicos e durante os trabalhos de casa e jardinagem.
- Evitar cortar as cutículas.
- Fazer exercícios como caminhadas, natação, aeróbica, ciclismo, balé e ioga.
- Usar luvas compressivas durante as caminhadas.
- Evitar o uso de sutiã apertado e sem aro metálico.
- Não depilar a axila afetada com gilete.
- Usar manga comprida e repelente no braço afetado em regiões de mosquitos.
- Manter o peso ideal e beber muita água.
- Evitar o uso de desodorante com álcool e os com ação antitranspirante.
- Utilizar água morna e sabonete neutro no banho.
- Evitar dormir sobre o braço do lado operado, para não comprometer a circulação sanguínea do mesmo.
- Usar tecidos de algodão durante o processo de cicatrização e de aplicações de radioterapia evitando o uso de tecidos sintéticos.
- Evitar o uso de vestimentas apertadas na região do tronco e do braço do lado operado.
Fonte: Oncoguia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário