domingo, 20 de novembro de 2016

Entendendo o Linfedema


O linfedema é um tipo de contenção de substâncias causado pelo acúmulo anormal de proteínas e líquidos nos tecidos; costuma ser resultante da falha de drenagem no sistema linfático, que vem a ser manifestada por inchaço, principalmente nas extremidades dos membros superiores e inferiores.

A função de nossas artérias é transportar o sangue para nutrir as células e os tecidos. Após o aporte de nutrientes, o sangue pobre em oxigênio retorna pelas veias em direção aos pulmões para que a oxigenação seja renovada.

Os líquidos e substâncias que as veias não retiram dos tecidos formam a linfa, composta por água, proteínas e outras substâncias. Entretanto, pode ocorrer falha nesse sistema de drenagem, causando o linfedema, ou acúmulo dessas substâncias.

Quando o linfedema não é tratado rapidamente, torna-se uma doença crônica causando o inchaço da área afetada, aumento de volume, sensação de peso, desconforto, perda parcial de mobilidade, deformações estéticas e dor.

O linfedema pode ser consequência de uma cirurgia, como no caso de câncer de mama, remoção de gânglios axilares, radioterapia, quimioterapia e, como é o óbvio na maioria dos casos, onde houve uma interrupção do sistema linfático.

Nessas situações a drenagem linfática é altamente eficaz, já que não só ajuda a diminuir o líquido linfático acumulado no membro afetado, como também encontra percursos colaterais que ajudam a drenar ou reduzir o edema.

O linfedema pode ser desencadeado logo após a cirurgia, semanas, ou até mesmo anos mais tarde. A probabilidade de desenvolver após a cirurgia de mastectomia, depende do número de gânglios removidos, da quantidade de radiação recebida e na capacidade que as funcionalidades restantes ainda tiverem para compensar a perda.

A prevenção e redução é o principal objetivo no tratamento do linfedema, muito embora, as medidas com esse objetivo sejam paliativas e muitas vezes criticadas na literatura. Na fase precoce, quando os tecidos ainda estão relativamente preservados, pode-se reduzir o membro ao seu tamanho inicial.

As medidas terapêuticas utilizadas para a redução do edema são várias e podem ser empregadas individualmente ou em conjunto. A elevação das extremidades é um método simples e efetivo de reduzir o edema. Em virtude da ação da gravidade, o volume dos membros diminui com o repouso continuado no leito.

A drenagem linfática se inicia  com uma massagem que estimula o fluxo nos vasos linfáticos normais, preparando-os para receber o fluido do lado doente. O objetivo dessa massagem é o de empurrar o fluido para as veias, os vasos linfáticos profundos ou para as colaterais.

O tratamento clínico consiste no uso de medicação adequada, fisioterapia especializada e atividade física regular, e todas as providências devem iniciar o mais breve possível, uma vez que o linfedema tende a aumentar com o tempo, tornando o tecido mais fibroso e o organismo propenso a infecções graves. Os tecidos não voltam à normalidade, mesmo com todas as medidas para tentar reduzir o volume, aceitando-se então, certo grau de edema residual.

O prognóstico tende a ser difícil devido à multiplicidade de causas. Há pacientes que são consideradas de bom prognóstico com evolução lenta do edema e raras complicações. No entanto, a progressão para um edema severo é rápida e com complicações (tais como a erisipela), a despeito do tratamento bem instituído.

A melhor forma de lidar com o linfedema é tentar evitá-lo.  Abaixo um resumo dos cuidados que devem ser tomados para evitar o surgimento de linfedema em pacientes submetidas à dissecação axilar:


  • Não ignorar qualquer edema de braço, pescoço e parede torácica.
  • Hidratar o braço e o local cirúrgico sempre que necessário.
  • Nunca permitir a aplicação de injeção, vacinas, coleta de sangue, acupuntura, medição de pressão e até mesmo a quimioterapia no braço do lado operado.
  • Evitar movimentos repetitivos, vigorosos contra resistência.
  • Evitar carregar peso com o membro afetado.
  • Não usar joias justas no antebraço ou nos dedos do lado afetado.
  • Manter o membro protegido do sol.
  • Evitar qualquer tipo de trauma e cortes.
  • Usar luvas de proteção ao manipular produtos químicos e durante os trabalhos de casa e jardinagem.
  • Evitar cortar as cutículas.
  • Fazer exercícios como caminhadas, natação, aeróbica, ciclismo, balé e ioga.
  • Usar luvas compressivas durante as caminhadas.
  • Evitar o uso de sutiã apertado e sem aro metálico.
  • Não depilar a axila afetada com gilete.
  • Usar manga comprida e repelente no braço afetado em regiões de mosquitos.
  • Manter o peso ideal e beber muita água.
  • Evitar o uso de desodorante com álcool e os com ação antitranspirante.
  • Utilizar água morna e sabonete neutro no banho.
  • Evitar dormir sobre o braço do lado operado, para não comprometer a circulação sanguínea do mesmo.
  • Usar tecidos de algodão durante o processo de cicatrização e de aplicações de radioterapia evitando o uso de tecidos sintéticos.
  • Evitar o uso de vestimentas apertadas na região do tronco e do braço do lado operado.



Fonte: Oncoguia.


Nenhum comentário:

Postar um comentário