sexta-feira, 23 de maio de 2014

"O amor dos meus filhos me ajuda a superar o câncer de mama", diz mãe








Desde a descoberta da doença, Geralda recebe cuidados redobrados. União e carinho dos filhos têm sido fundamental no tratamento.
O diagnóstico do câncer de mama é sempre muito traumático e assustador para todas as mulheres que descobrem a doença. Muitas vítimas do câncer são mães de família, cuidam da casa e têm diversas tarefas no dia a dia.  É o caso da dona de casa Geralda Batista dos Santos, de 46 anos, de Suzano (SP). Ela que sempre cuidou da casa, do marido e dos três filhos, inclusive um deles com problemas mentais, no momento da descoberta da doença a história se reverteu. Todo esse apoio tem sido fundamental neste período de tratamento.
Geralda conta que brincava com a filha dela na cama, quando se rompeu uma glândula nos seios. No outro dia, em consulta ao médico, os exames identificaram o nódulo. Assim que descobriu o tumor na mama direita, em agosto do ano passado, os filhos foram os primeiros a saber. “Achei necessário falar primeiro para eles, já que são os que mais precisam de mim, conta ela. “Fiquei deprimida no início, abriu um buraco no chão, foi um baque muito grande. Mas, só pensava em vencer para cuidar do Júlio”, lembra.
Júlio Rosa é o filho mais velho de Geralda. Com 27 anos, é educado em casa e precisa de cuidados especiais de toda a família. Assim que nasceu ele pegou meningite ainda no hospital. A doença deixou sequelas graves, como a perda da fala e da aprendizagem. “Ele foi a minha maior preocupação. Eu amo o Marco e a Cláudia, mas como ele é especial, eu só pensava que tinha que vencer para não deixá-lo sozinho e me apeguei ao tratamento”, conta.
Os dois têm mesmo uma relação muito bonita. Julio dá muita força à mãe de um jeito bem peculiar. Até raspou a cabeça no mesmo dia em que a mãe precisou cortar os cabelos por causa da quimioterapia. “Ele fica horas deitado comigo no sofá, beija a minha careca e brinca com meus lenços, ele é muito carinhoso e o xodó da casa”, diz ela.
Além de Júlio, Ana e Marco, completam o grande alicerce de Geralda. “Assim que contei pra eles, percebi o amor que tinham por mim, nós estamos cada vez mais unidos. A toda hora eles me beijam, me abraçam, eles me dão muita força”, relata.
Ana Cláudia Santos Rosa, de 18 anos, a filha mais nova de Geralda, foi a primeira a saber da doença da mãe. “Ela me ligou e foi um baque, chorei, perdi o chão. Achei que minha mãe ia morrer. Mas, apesar do susto, dei força e disse a ela que estaríamos sempre ao lado dela. É claro que estava abalada, mas procurei não demonstrar”, confessa Ana. “Minha mãe é minha base, o meu exemplo de vida, eu quero ser uma mãe como ela”, revela.
Quando Geralda descobriu a doença, tinha acabado de perder o irmão, há 4 meses, por câncer no esôfago. A cunhada dela também faleceu com câncer no intestino. Foi quando bateu o desespero de Marco Aurélio, o filho do meio de Geralda. “Minha mãe representa o meu viver, como já tivemos históricos da doença na família, ficamos muito preocupados. Eu era mais distante e este problema dela me fez mais carinhoso, passei a demonstrar mais o meu amor por ela. A família ficou mais unida. Hoje está todo mundo bem e feliz”, diz ele.
Todo esse carinho e amor que os filhos demonstram hoje refletem a cada dia na melhora na saúde da mãe. Ela passou pela primeira cirurgia em novembro do ano passado com bons resultados. “Só foi retirado o quadrante, não precisei arrancar toda a mama, isso já foi o primeiro milagre”, conta ela que deve ficar por seis meses em tratamento de quimioterapia e depois radioterapia. “Sou uma mulher realizada, só o fato de eles estarem me acompanhando já me ajuda muito. A maior bênção de Deus na vida da gente são os filhos”, agradece ela.
Fonte: Batalhadoras.     *** Leitor Anônimo ***.

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