Muitas instituições mundo afora estão estudando formas de fazer com que nosso sistema imunológico seja capaz de reconhecer e atacar células cancerígenas, o que poderia reduzir em muito o sofrimento dos pacientes. No caso de hoje Pesquisadores da Universidade da Georgia desenvolveram uma nova técnica, utilizando nanopartículas e lasers para conseguir os resultados esperados.
Funciona assim: em situações normais nosso sistema imunológico é incapaz de detectar as células erráticas, deixando-as livres para crescerem, produzirem tumores e realizar o estrago que já conhecemos de cor e salteado. O que a equipe de Shanta Dhar, co-autora do estudo e professora adjunta do Departamento de Artes e Ciências pretende é dar um “se liga” no sistema, informando a ele o que deve procurar.
A pesquisa é uma continuação de resultados divulgados em novembro último, onde eles trataram células cancerígenas com nanopartículas compostas por um polímero biodegradável, este contendo lonidamina, medicamento voltado para inibir a produção de energia por parte das mitocôndrias. Ao ser estimulado com um laser, a eficácia se mostrou até 100 vezes superior do que administrar o remédio de forma normal.
As células cancerosas mortas foram então coletadas e expostas a células dendríticas, componentes do sistema imunológico. O resultado foi animador: elas reconheceram o câncer como um elemento intruso ao organismo e produziram altos níveis de sinais químicos, alertando o sistema inteiro. “Basicamente nós usamos o câncer contra ele mesmo”, disse Dhar.
A doutora alerta que o estudo é bem preliminar, mas não custa nada pensar que no futuro um médico poderá realizar um biópsia, matar as células laboratório e cultivar uma colônia de células dendríticas capazes de detectar o tumor, as injetando de volta e deixando o corpo humano fazer o resto.
A pesquisa de Shanta Dhar também mostrou resultados em outras áreas: injetando curcumina nas nanopartículas sua equipe foi capaz de impedir a formação das placas amiloides causadoras do Mal de Alzheimer (quase 100% dos neurônios submetidos ao teste sobreviveram); em outro caso, utilizando o remédio contra a obesidade 2,4-DNP, a taxa de produção de gordura por células chmadas pré-adipócitos caiu em 67%.
Ainda estamos engatinhando, mas aos poucos estamos saindo da Idade das Trevas.
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