Mulheres que fizeram mastectomia contam suas histórias e mostram seus corpos sem pudor.
Quando precisou encarar uma mastectomia dupla, Katelyn Carey não tinha ideia do que esperar. Agora, depois de já ter passado pelo procedimento, ela gostaria de poder dizer a todas as mulheres que se encontram na mesma posição que ela estava antes da cirurgia algo bem importante: “Você não está sozinha”.
Katelyn, uma enfermeira mãe de dois filhos, tem histórico de câncer de mama na família, e realizou uma mastectomia preventiva com 29 anos. Inspirada em sua experiência, ela criou um livro de retratos e narrativas chamado Beauty After Breast Cancer (Beleza Após o Câncer de Mama, em tradução livre), em que sobreviventes da doença contam suas histórias e mostram como seus corpos ficaram depois da luta.
— Hoje em dia, quando me sinto insegura, só preciso olhar para o meu marido, ou para as fotos de antigamente. É tudo muito bonito. Ou olho para as mãos de um dos meus filhos, enquanto eles descansam no meu colo ou no meu peito, e sei que estarei aqui para eles enquanto eles precisarem de mim. Fui forte pela minha família antes mesmo de conhecê-la, e eles me acham bonita do jeito que sou. Portanto, como posso evitar de sentir minha própria beleza?
— Antes eu imaginava que colocaria próteses nos seios, e que faria neles lindas tatuagens. Mas agora acho que seios não são essenciais à minha beleza ou à minha feminilidade. Não vale a pena enfrentar outra grande cirurgia só por causa disso. É muito bom e encorajador ver que não tenho nada a esconder, nem motivo para me esconder. Percebo agora que minha beleza vem de saber que eu já sou bonita – não preciso fazer nada além disso
— Sou uma montanha de cicatrizes. Elas contam a história da minha vida: da minha histerectomia, das estrias por causa dos três filhos, à minha cirurgia de vesícula e às cicatrizes dos seios. Mas, se alguém imagina que estas marcas e histórias me fazem uma pessoa menor de alguma maneira, acredito que não haja o menor motivo para eu querer saber sua opinião a meu respeito. Sou uma sobrevivente do câncer de mama, e minha vida é plena e bela
— Eu não suportava a cicatriz. Enquanto algumas mulheres veem suas cicatrizes como símbolo da sua força, a minha me fazia lembrar de tudo que fui forçada a mudar, de como a vida sai dos trilhos mesmo que você tome cuidado, e de como a gente não tem controle sobre nada. A cicatriz era o que tinham feito em mim. Precisei modificar este pensamento e enxergá-la em sua beleza e força, que refletem quem eu me tornei depois de tudo isso.
— O câncer me mostrou a força do meu marido, e a profundida do seu amor. Como meu querido companheiro, Dan tirou com cuidado meus curativos e se certificou de não fazer qualquer expressão de choque, já que sabia que eu estava olhando fixamente para ele naquele momento. Ele cuidou de mim como todo o amor do mundo, durante o câncer e agora, quando não tenho mais seios. Ele me ama do mesmo jeito. Ajudou a esvaziar meus drenos da maneira mais delicada possível. Mesmo agora, ele me prefere sem o sutiã com a prótese. Ele me ama. A mim, e não aos meus seios
Fonte: R7 Notícias.
Foto: Reprodução/huffingtonpost.com
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