quarta-feira, 6 de maio de 2015

CASO DE SUPERAÇÃO: A HISTÓRIA DE QUEM VENCEU O CÂNCER DE MAMA


A carioca Sheila Prado, de 42 anos, é gerente da área Tecnologia da Informação da Fundação do Câncer, onde trabalha desde 2001. Ela não imaginava que, depois de anos de dedicação na instituição que atua na prevenção e controle do câncer, passaria a conviver intimamente com a doença um dia.
Em janeiro do ano passado, Sheila recebeu o diagnóstico de câncer de mama. A primeira reação foi de desespero: o tumor já tinha 12 centímetros de diâmetro, com risco de se espalhar para outras partes do corpo. A vontade de viver e a esperança da cura, que foram fundamentais para a superação da doença, permitem que a história dela sirva de inspiração para outras pacientes neste Outubro Rosa.

NÃO ME IMPORTEI NEM ME ENTRISTECI POR FICAR CARECA OU SEM UMA MAMA. MINHA VIDA É MUITO MAIS DO QUE ISSO. O CABELO CRESCE E A MAMA PODE SER RECONSTRUÍDA” – SHEILA PRADO, FUNCIONÁRIA DA FUNDAÇÃO DO CÂNCER.


Como você descobriu que estava com câncer de mama?
Eu já fazia mamografia anualmente. Havia feito em maio de 2012, mas nenhuma alteração foi encontrada. Em novembro do mesmo ano, tomando banho, senti um caroço na minha axila e, na hora, me ocorreu a possibilidade de ser um câncer. Procurei um médico, mas ele disse que não era nada demais, resposta que eu queria ouvir. Com o tempo, fui percebendo mudanças na minha mama e procurei outro médico que já conhecia há mais tempo. Este, quando viu, alertou que eu deveria me preocupar, sim, e solicitou todos os exames necessários, que confirmaram a existência do câncer.

Qual foi sua primeira reação ao receber o diagnóstico?
Foi de desespero. Achei que era minha sentença de morte, pois o tumor já tomava conta da minha mama, tinha 12 cm, e a preocupação com uma metástase era grande devido a esse crescimento acelerado. Eu inspecionava todo o meu corpo em busca de caroços.

Passado o susto da notícia, como passou a lidar com a doença?
Primeiro convivi com o desespero, mas depois me agarrei à vontade de viver e à confiança em Deus. Durante o tratamento, boas notícias sempre renovam as nossas forças. No início, fiz um exame PET-Scan que mostrou que não havia metástase, primeira grande vitória. Iniciei o tratamento de quimioterapia para diminuir o tamanho do tumor e assim poder fazer a mastectomia (cirurgia de retirada da mama). A médica media o tumor antes de cada sessão e víamos que estava diminuindo. No final da quimioterapia, fiz uma nova ressonância, que mostrou que já não havia mais tumor. Nesse momento, já me considerei curada, mesmo tendo que fazer a mastectomia.

E como reagiu aos desafios do tratamento?
Eu passei por 14 sessões de quimioterapia antes da cirurgia e depois fiz mais 25 sessões de radioterapia. Reagi muito bem a todo o tratamento. Não me importei nem me entristeci por ficar careca ou sem uma mama. Minha vida é muito mais do que isso. O cabelo cresce e a mama pode ser reconstruída. Além disso, pude contar muito com o apoio da minha família e de alguns amigos médicos para nunca perder a esperança de ficar curada.

Como você está se sentindo agora, passada a cirurgia de reconstrução da mama?
Quando fiz a mastectomia, já colocaram uma prótese expansora que seria temporária. Essa prótese diminuiu muito o impacto de me ver sem uma mama, porque ela já tinha um volume. Coloquei a prótese definitiva recentemente, o que me deu mais segurança e a sensação de uma fase finalizada.

Trabalhar na Fundação do Câncer te ajudou a enfrentar a doença?
Ajudou muito. Não parei de trabalhar durante o tratamento e acredito que isso tenha me ajudado bastante a não ficar pensando bobagens. O fato de trabalhar na luta contra o câncer já me fazia muito bem, porque é uma missão muito bonita. Depois de ter um câncer, minha vontade de lutar só aumentou.


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