quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Novidades no Tratamento do Câncer de Mama

Muitas pesquisas sobre câncer de mama estão em desenvolvimento em diversos centros médicos no mundo inteiro, promovendo grandes avanços em prevenção, detecção precoce e tratamentos:
Causas do Câncer de Mama
Os estudos continuam mostrando fatores e hábitos do estilo de vida que alteram o risco de câncer de mama. Estudos em andamento estão avaliando o efeito dos exercícios, ganho ou perda de peso e dieta no risco de câncer de mama.
Estudos sobre o melhor uso dos exames genéticos para mutações no BRCA1 e BRCA2 continuam em um ritmo rápido. Os pesquisadores também estão explorando como as variações comuns do gene podem afetar o risco de câncer de mama. Cada variante do gene tem apenas um efeito modesto no risco (10 – 20%), mas quando tomados em conjunto podem potencialmente ter um grande impacto.
As possíveis causas ambientais do câncer de mama também têm recebido mais atenção nos últimos anos. Embora grande parte da ciência sobre o assunto ainda está em estágios iniciais, esta é uma área de pesquisa ativa.
Quimioprevenção
O fenretinide, um retinóide, também está sendo estudado como uma forma de reduzir o risco de câncer de mama. Em um pequeno estudo, reduziu o risco da doença, tanto quanto o tamoxifeno. Outros medicamentos, como os inibidores de aromatase, também estão sendo estudados para reduzir o risco de câncer de mama.
Carcinoma Ductal In Situ
Em algumas mulheres, o carcinoma ductal in situ se transforma em câncer de mama invasivo e, às vezes, uma área do carcinoma ductal in situ contém um câncer invasivo. Em algumas mulheres, no entanto, as células podem permanecer localizadas dentro dos dutos. A incerteza sobre como a doença vai evoluir, torna difícil as pacientes tomarem decisões sobre o tratamento. Os pesquisadores estão procurando maneiras de ajudar nesses desafios. 
Os pesquisadores estão avaliando novos métodos estatísticos para estimar as chances de um carcinoma ductal in situ se tornar invasivo. Alguns desses métodos estão baseados em informações clínicas disponíveis rotineiramente sobre a paciente e seu diagnóstico, enquanto outros também incluem informações sobre alterações nos genes do tumor. 
Outra área de pesquisa em debate entre os pesquisadores é se alterar o nome do carcinoma ductal in situ para algo que enfatize que este não é um câncer invasivo possa evitar o tratamento agressivo em algumas mulheres. 
Exames de Laboratório
  • Células Tumorais Circulantes
Pesquisadores descobriram que em muitas mulheres com câncer de mama, as células do tumor podem se romper e entrar na corrente sanguínea. Estas células tumorais circulantes podem ser detectadas por meio de exames de laboratório sensíveis. Esses exames ainda não estão disponíveis para uso geral, mas podem, eventualmente, ser úteis para determinar se o tratamento está funcionando em pacientes com câncer de mama metastático.
Exames de Imagem
Novas técnicas de imagem estão sendo estudadas para avaliar anormalidades provenientes do câncer de mama.
  • Cintilomamografia (Imagem Molecular da Mama)
Na cintilomamografia, o radiofármaco tecnécio sestamibi é injetado na veia, que se liga às células do câncer de mama e é detectado por uma gama câmara.
Esta técnica é recente e ainda se encontra em estudos para avaliar sua eficácia para uso na detecção do câncer de mama. Alguns radiologistas acreditam que esta técnica será muito útil na identificação de áreas suspeitas encontradas nas mamografias regulares. A pesquisa atual visa melhorar a tecnologia e avaliar sua utilização em situações específicas, como em mamas densas de mulheres mais jovens. Alguns estudos já sugerem que esta técnica pode ser quase tão precisa quanto a ressonância magnética. No entanto, este exame não irá substituir a mamografia.
  • Tomossíntese
Esta tecnologia é basicamente uma extensão da mamografia digital. Neste exame, a mama é comprimida enquanto o equipamento libera doses baixas de Raios X e se move sobre a mesma. As imagens obtidas podem ser combinadas tridimensionalmente. Esta técnica permite uma visualização mais clara das áreas com alterações, diminuindo a chance do paciente ter que retornar para repetir as imagens. Entretanto, o papel dessa nova tecnologia ainda não está claro para uso no rastreamento e diagnóstico.
Tratamento
  • Cirurgia Oncoplástica
A cirurgia conservadora da mama (mastectomia ou mastectomia parcial) é muitas vezes usada para o câncer de mama em estágio inicial. Mas em algumas mulheres, isso pode resultar em mamas de tamanhos e formas diferentes. Para tumores maiores, ela pode até não ser possível, e a mastectomia pode ser realizada. Alguns médicos utilizam uma combinação de cirurgia oncológica com técnicas de cirurgia plástica, conhecida como cirurgia oncoplástica. Isto envolve tipicamente a remodelação da mama, no momento da cirurgia conservadora inicial, e pode envolver a cirurgia da outra mama para torná-las simétricas. Esta abordagem é ainda bastante nova, e nem todos os médicos estão satisfeitos com ela.
  • Quimioterapia
O câncer de mama avançado é muitas vezes difícil de tratar, por isso os pesquisadores estão sempre buscando novos medicamentos.
Estão em fase de testes medicamentos para cânceres causados pelas mutações dos genes BRCA. Estes medicamentos chamados inibidores de PARP têm se mostrado promissores nos estudos clínicos para os cânceres de mama, ovário e metástases de próstata. Novos estudos estão em andamento para avaliar se esses medicamentos podem ajudar os pacientes sem mutações dos genes BRCA.
  • Terapia Alvo
As terapias alvo são um grupo de novos medicamentos que especificamente tiram vantagem das alterações genéticas nas células que causam o câncer:
  1. Drogas que tem como alvo o HER2 - Atualmente, estão em uso uma série de medicamentos que têm como alvo a proteína HER2, incluindo o trastuzumab, pertuzumabe, ado-trastuzumab emtansina e lapatinib. Outras drogas estão sendo desenvolvidas e testadas. Os pesquisadores também estão pesquisando e testando outros medicamentos.
  2. Medicamentos anti-angiogênicos - Para que o câncer cresça, os vasos sanguíneos devem se desenvolver para nutrir as células cancerígenas. Este processo é chamado de angiogênese. Alguns estudos detectaram que o câncer de mama cercado por muitos vasos sanguíneos tende a ser mais agressivo. Entretanto, mais pesquisas são necessárias para confirmar isso.
  3. Bevacizumab - É um exemplo de medicamento anti-angiogênese. Embora se tenha constatado que o bevacizumab não é muito útil no tratamento do câncer de mama avançado, esta abordagem ainda pode ser aplicável no tratamento da doença. Várias outras drogas anti-angiogênicas estão sendo testadas em estudos clínicos.
  4. Outros medicamentos alvo - O everolimus é um medicamento que torna mais eficaz a terapia hormonal, aprovada para ser administrado com o exemestano no tratamento do câncer de mama avançado com receptores hormonais positivos em mulheres menopausadas. Em um estudo, o uso do letrozol com everolimus mostrou-se mais eficaz que o letrozol usado isoladamente para diminuir o tamanho dos tumores de mama antes da cirurgia. Ele também ajuda no tratamento do câncer de mama avançado com receptores hormonais positivo, quando adicionado ao tamoxifeno. O everolimus também está em estudo em combinação com a quimioterapia e trastuzumabe. Estudos com outros medicamentos similares ao everolimus também estão em andamento.
Muitos outros alvos potenciais para novos medicamentos contra o câncer de mama foram identificados nos últimos anos. Medicamentos baseados nesses alvos estão sendo estudados, mas a maioria ainda em estágios iniciais dos estudos clínicos.
  • Bisfosfonatos
Os bisfosfonatos são medicamentos usados para fortalecer e reduzir o risco de fraturas em ossos enfraquecidos pelo câncer de mama metastático. Entre os bisfosfonatos usados estão o pamidronato e o ácido zoledrônico.
Alguns estudos sugerem que o ácido zoledrônico pode ajudar outras terapias sistêmicas, como o tratamento hormonal e a quimioterapia a terem um efeito mais eficaz. Em um estudo, as mulheres que receberam ácido zoledrônico com quimioterapia tiveram seus tumores reduzidos mais do que às tratadas apenas com quimioterapia. 
Em outros estudos, a administração do ácido zoledrônico com outro tratamento adjuvante reduziu o risco de recidiva. Alguns estudos mostraram que o uso desses medicamentos com a quimioterapia adjuvante aumentou o risco de recidiva do câncer de mama em mulheres mais jovens. Em geral, os bisfosfonatos não devem ser usados como parte do tratamento padrão para o câncer de mama em estágio inicial.
Denosumabe
O denosumabe também pode ser usado para ajudar a fortalecer e reduzir o risco de fraturas ósseas por metástases. Atualmente, ele está sendo estudado para verificar se pode ajudar aos tratamentos adjuvantes a funcionarem melhor.
Vitamina D
Um estudo recente detectou que mulheres com câncer de mama em estágio inicial, com deficiência de vitamina D tinham uma maior probabilidade de ter metáteses. Entretanto, mais pesquisas são necessárias para confirmar esta conclusão, e ainda não está claro se a ingestão de suplementos de vitamina D pode ser útil.

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