terça-feira, 4 de novembro de 2014

HCor Onco pesquisa nova alternativa contra câncer de mama

A eficácia do ginseng vermelho está sendo avaliada em laboratório e será testada no próximo ano em pacientes.

Um novo agente foi testado contra o câncer de mama, o mais incidente entre mulheres no Brasil. A substância é feita a partir da Danshen (salvia miltiorrhiza), uma planta da família da Sálvia, também conhecida como Ginseng Vermelho. A molécula inibe o crescimento de células de câncer de mama, conforme revelam experimentos em laboratório. Agora, estudos complementares são conduzidos em animais para que, em 2015, a substância seja testada em pacientes.
Essa pesquisa está sendo co-liderada pelo oncologista Dr. Gilberto Lopes, responsável pelo HCor Onco e professor da Universidade Johns Hopkins, junto a professora Kathy Luo, da Universidade Nanyang (Cingapura). Os primeiros resultados já foram publicados online no periódico científico Cancer Letters, em que o novo agente tem sua funcionalidade descrita. “Os estudos demonstram que essa molécula derivada de medicina tradicional chinesa tem atividade contra o câncer de mama”, afirma o oncologista.
O câncer de mama é o mais comum entre mulheres, respondendo por 22% dos casos novos a cada ano, segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer). A mortalidade da doença continua elevada no Brasil principalmente porque os diagnósticos são feitos apenas quando o câncer já está avançado. Na população mundial, a sobrevida média após cinco anos é de 61%.
Neste ano, o INCA estima que mais de 57 mil novos casos sejam diagnosticados. Muitas das medidas preventivas, contudo, são simples de serem adotadas e podem trazer benefícios amplos para a saúde, inclusive para o coração. Em pacientes de alto risco, aquelas com história familiar sugestiva ou risco aumentado segundo ferramentas de análise de risco, o tratamento hormonal pode ser uma alternativa de prevenção ao câncer.
“Novos estudos mostraram que não só o tamoxifeno e o raloxifeno podem ajudar, mas também os inibidores da aromatase, como exemestane e o anastrozol. Controle de peso, dieta saudável e exercícios regulares ajudam na prevenção”, afirma Dr. Lopes.
Embora bem estabelecida com resultados positivos mostrando redução do risco de câncer de mama em vários estudos clínicos, a opção de usar medicamentos preventivamente ainda é pouco conhecida e utilizada. Para o Dr. Gilberto, ela pode ser levada em consideração quando fatores de risco são detectados. “Esses incluem a primeira menstruação em idade jovem, menopausa tardia, primeiro filho em idade mais avançada, história familiar, entre outros. Uma avaliação adequada com especialista e o uso de ferramentas de cálculo de risco podem ajudar a escolher pacientes que poderiam se beneficiar desses medicamentos”, esclarece Dr. Gilberto.
Câncer não é uma doença simples. Cada tipo de tumor tem diversas subclassificações, que requerem estratégias terapêuticas distintas. Para ser eficiente, o tratamento envolve profissionais de diferentes áreas da saúde e isso representa hoje um dos maiores desafios da oncologia.
Fonte: Agito SP.

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