A nova droga, uma associação de um anticorpo carregado com um quimioterápico, é injetada na circulação sanguínea a cada 21 dias, se fixa na célula alvo e, quando entra no tumor, libera a quimioterapia dentro dele. O efeito sobre o organismo acaba sendo menor e, no interior da célula, 80 vezes mais potente que uma droga taxano, usada no tratamento quimioterápico do câncer de mama. "É a própria molécula do trastuzumabe onde se conseguiu, com um método de engenharia genética, acoplá-lo a um pequeno agente quimioterápico. O emtansine era muito tóxico quando aplicado sozinho mas acoplado ao trastuzumabe ele age especificamente na célula tumoral”, explica Max Mano, oncologista clínico do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo.
O medicamento, considerado o maior avanço no tratamento químico para câncer dos últimos 40 anos, foi apresentado pela primeira vez por Sunil Verna, no estudo EMILIA, e vem aumentando a sobrevida das mulheres com câncer de mama metastático HER2 positivo, que equivale a 32% dos casos totais.
"O tratamento com o Kadcyla é mais rápido, o que acaba sendo bem tolerável, apresentando maior eficácia, sem queda dos cabelos”, afirma José Pedrini, mastologista e vice-presidente da Região Sul da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM). Além de não haver queda de cabelo, um dos principais efeitos colaterais da quimioterapia, as pacientes portadoras da doença enfrentam um número bem menor de náuseas, diarréia ou vômitos, e muitas mulheres poderão prescindir também da mastectomia.
Pedrini conta que algumas de suas pacientes fazem uso da droga há quase cinco anos. "De outra forma já teriam morrido. Tenho uma paciente que fez sete linhas de tratamento, agora faz tratamento com o kadcyla e está assintomática. A doença está, presente mas estável”, comemora.
Custo
O custo da droga depende do peso da paciente. A dose recomendada é de 3,6 mg por quilo, ou seja, quanto maior o peso da paciente, maior o custo do tratamento. "Em média o preço é 10 mil reais a cada 21 dias”, explica Pedrini.
A droga ainda não está disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a não ser em casos de demanda judicial. "Tenho várias pacientes que já entraram com pedidos judiciais e estão usando a droga. As pacientes que já falharam com outras drogas e justificarem a necessidade têm o direito de usar o kadcyla”, diz.
Fonte: Onconews.
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