segunda-feira, 28 de julho de 2014

Teste de sangue e o risco de câncer de mama

exame de sangue

Pesquisadores da University College London (UCL) identificaram uma assinatura epigenética que pode ser detectada no sangue de mulheres que têm a mutação genética hereditária BRCA1 que predispõe ao câncer de mama. A mutação ocorre em cerca de 10% dos casos da doença. O objetivo da UCL é investigar agora a metilação do DNA (DNAme) para verificar se é possível identificar uma assinatura genética por trás dos outros 90% de casos de câncer. Martin Widschwendter e colegas analisaram amostras de sangue de dois grandes grupos de mulheres do Reino Unido. As amostras foram retiradas antes que qualquer mulher tenha desenvolvido câncer. Comparando-se as assinaturas de metilação do DNA no sangue, a equipe descobriu que as mulheres que desenvolveram câncer de mama, tanto a forma hereditária quanto a não hereditária, compartilharam a mesma assinatura.

"Portadores da mutação BRCA1 têm um risco de 85% de desenvolver câncer de mama, mas o risco de desenvolver o câncer não-hereditário é difícil de avaliar. Nosso objetivo é testar se uma assinatura de metilação do DNA derivado de portadores da mutação BRCA1 é capaz de prever o câncer de mama não-hereditária”, explica Widschwendter.

Os resultados dessa investigação mostram que sim.

Os dados foram publicados no periódico Genome Medicine, de acesso livre, e surpreendentemente indicam que a mesma assinatura foi capaz de prever o risco de câncer de mama em grandes grupos de mulheres sem a mutação BRCA1, vários anos antes do diagnóstico.

Para os investigadores, essa assinatura epigenética pode ser responsável por silenciar os genes em células do sistema imunológico. Com os genes silenciados, o sistema imune estaria menos apto a prevenir o desenvolvimento do câncer de mama.

Fonte: OncoNews

Revolução no câncer de mama HER2 positivo

A Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o início da comercialização do medicamento Kadcyla (nome comercial do TDM1, o Trastuzumab emtansine), aprovado em fevereiro desse ano para o tratamento do câncer de mama avançado HER2 positivo. 

mama

A nova droga, uma associação de um anticorpo carregado com um quimioterápico, é injetada na circulação sanguínea a cada 21 dias, se fixa na célula alvo e, quando entra no tumor, libera a quimioterapia dentro dele. O efeito sobre o organismo acaba sendo menor e, no interior da célula, 80 vezes mais potente que uma droga taxano, usada no tratamento quimioterápico do câncer de mama. "É a própria molécula do trastuzumabe onde se conseguiu, com um método de engenharia genética, acoplá-lo a um pequeno agente quimioterápico. O emtansine era muito tóxico quando aplicado sozinho mas acoplado ao trastuzumabe ele age especificamente na célula tumoral”, explica Max Mano, oncologista clínico do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo.



O medicamento, considerado o maior avanço no tratamento químico para câncer dos últimos 40 anos, foi apresentado pela primeira vez por Sunil Verna, no estudo EMILIA, e vem aumentando a sobrevida das mulheres com câncer de mama metastático HER2 positivo, que equivale a 32% dos casos totais.



"O tratamento com o Kadcyla é mais rápido, o que acaba sendo bem tolerável, apresentando maior eficácia, sem queda dos cabelos”, afirma José Pedrini, mastologista e vice-presidente da Região Sul da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM). Além de não haver queda de cabelo, um dos principais efeitos colaterais da quimioterapia, as pacientes portadoras da doença enfrentam um número bem menor de náuseas, diarréia ou vômitos, e muitas mulheres poderão prescindir também da mastectomia.



Pedrini conta que algumas de suas pacientes fazem uso da droga há quase cinco anos. "De outra forma já teriam morrido. Tenho uma paciente que fez sete linhas de tratamento, agora faz tratamento com o kadcyla e está assintomática. A doença está, presente mas estável”, comemora.

Custo

O custo da droga depende do peso da paciente. A dose recomendada é de 3,6 mg por quilo, ou seja, quanto maior o peso da paciente, maior o custo do tratamento. "Em média o preço é 10 mil reais a cada 21 dias”, explica Pedrini.



A droga ainda não está disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a não ser em casos de demanda judicial. "Tenho várias pacientes que já entraram com pedidos judiciais e estão usando a droga. As pacientes que já falharam com outras drogas e justificarem a necessidade têm o direito de usar o kadcyla”, diz.

Fonte: Onconews.


Grã-Bretanha avalia radioterapia de 'única sessão' contra câncer de mama

Câncer de mama | Crédito: Thinkstock
Técnica, chamada radiação intra-operatória, é adequada apenas para pacientes que estão no estágio inicial da doença


Uma nova opção de tratamento contra o câncer de mama que substitui semanas de radioterapia por uma única sessão está sendo avaliada pelo NHS (National Heath Service), o SUS britânico, e pode passar a ser oferecido aos pacientes na Inglaterra até o final do ano.
No procedimento, chamado de radiação intraoperatória, uma dose de radiação é emitida por uma sonda inserida no interior do seio, depois de o tumor ser removido por meio de uma cirurgia.
A sonda emite radiação do exato local da operação por cerca de 30 minutos.
Caso seja aprovada pelo NHS, a novidade pode beneficiar cerca de 36 mil pessoas no Reino Unido, além de ajudar o NHS a economizar dinheiro. Entretanto, o tratamento é adequado apenas para pacientes que estão no estágio inicial da doença.
Atualmente, portadores de câncer se submetem a cirurgias para remover o tumor e depois pelo menos outras 15 sessões de radioterapia para aniquilar a doença, o que amplia os efeitos negativos do tratamento - como náusea, queda de cabelos e perda de peso.

Única sessão

Testes realizados em mais de 2 mil pessoas indicam que a técnica tem um efeito similar à radioterapia convencional. No entanto, como o procedimento foi desenvolvido recentemente, não há dados de longo prazo disponíveis sobre seus efeitos.
Além de poupar visitas ao hospital, a dose única evitaria um dano potencial a órgãos como coração, pulmão e esôfago – um risco que o paciente corre durante a quimioterapia.
O Instituto Nacional de Saúde e Assistência de Excelência (NICE, na sigla em inglês) afirmou que os prós e contras desse novo tratamento devem ser informados aos pacientes.
Segundo Carole Longson, diretora de avaliação de tecnologia aplicada à saúde do instituto, por causa do ineditismo do tratamento, "seu uso deve ser avaliado cuidadosamente".
"Dessa forma, conseguimos conscientizar os pacientes dos riscos e benefícios antes de escolher qual tratamento queiram ter, além de permitir aos médicos reunir mais informações sobre essa nova técnica".
Na Grã-Bretanha, a ala de radioterapia de um hospital gasta cerca de 30% de seu tempo apenas com o tratamento de câncer de mama. Cerca de 12 mil mulheres morrem anualmente por causa da doença.
No Brasil, o número de mortes devido ao câncer de mama supera 13 mil.
Estimativas anteriores sugerem que uma mudança na radiação intraoperatória poderia liberar recursos e poupar 15 milhões de libras (R$ 57 milhões) por ano ao NHS.
Entretanto, o equipamento necessário para executar o procedimento é caro. Cada sonda custa o equivalente a R$ 1,9 milhão.
Em entrevista à BBC, o professor Jeffrey Tobias, o primeiro a usar a técnica nos hospitais da Universidade College London, criticou o atraso da Grã-Bretanha na utilização do novo procedimento.
"Estamos ficando para trás. É uma grande pena. Na Alemanha, por exemplo, há 60 centros capazes de realizar esse tratamento. Aqui, temos apenas um", disse.
Se aprovadas, as novas diretrizes podem passar a valer na Inglaterra até o final deste ano. Outros países que formam o Reino Unido (País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte) têm prazos diferentes para a introdução do procedimento.

Maior sobrevida

Câncer de mama | Crédito: Thinkstock
Especialistas afirmam que nova técnica pode evitar danos ligados à quimioterapia
Para Sally Greenbook, do instituto Breakthrough Breast Cancer, entidade britânica que promove conscientização sobre o câncer de mama, quem tem radioterapia "vai ao hospital todos os dias, cinco dias por semanas por pelo menos três semanas".
"Isso é extremamente inconveniente - é prejudicial para suas vidas, e a de suas famílias", disse ela à BBC.
"Isso [o novo tratamento] significa que eles podem continuar com o resto de seu tratamento muito mais rápido, e ter uma maior sobrevida."
Emma Greenwood, responsável pela Cancer Research UK, ONG que financia pesquisas voltadas para a cura do câncer no Reino Unido, disse: "Essa poderia ser uma boa notícia para pacientes com câncer de mama”.
"Uma única sessão de radioterapia no momento da cirurgia oferece um grande benefício, uma vez que reduz o número de visitas do paciente no hospital".
"É essencial que aqueles que se submetam à radioterapia tenham acompanhamento médico por um longo período. O objetivo é garantir que essa dose única de quimioterapia seja tão eficaz quanto o tratamento padrão".
"A radioterapia é um tratamento que já se comprovou eficaz, e esta técnica poderia oferecer outra opção valiosa para o tratamento de câncer de mama em estágio inicial."

Fonte: BBC Brasil.
Atualizado em  25 de julho, 2014 - 17:30 (Brasília) 20:30 GMT

domingo, 6 de julho de 2014

Saiba como prevenir e tratar o câncer de mama fazendo atividade física

Não há dúvida de que suar a camisa auxilia na prevenção e no tratamento da doença. A grande novidade, porém, é que cientistas vêm delimitando a quantidade e o ritmo perfeitos para potencializar o efeito dos exercícios.


A Sociedade Americana de Câncer preconiza, no mínimo, 2h30 de exercício moderado por semana para evitar esse câncer. Foto: Dercílio


Exercícios leves, moderados ou intensos?
Pesquisadores da Universidade de Estetino, na Polônia, revisaram um monte de artigos sobre o impacto dos exercícios na prevenção de diversos cânceres. Com esses dados em mãos, eles apontaram que as mulheres com menor probabilidade de desenvolver um nódulo maligno nos seios dedicavam sete horas ou mais na semana às atividades físicas. Detalhe: elas treinavam em um ritmo de moderado a intenso. "Pelo visto, não é qualquer caminhadinha de final de semana que confere a maior proteção contra esse tumor, embora esse hábito seja bem melhor do que ficar parado", pondera o oncologista Marcelo Rocha de Sousa Cruz, do Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes, em São Paulo.
Mesmo diretrizes mais brandas, como a adotada pela Sociedade Americana de Câncer, que propõe duas horas e meia de ralação vigorosa por semana, exigem bastante do corpo. "Entre outros benefícios, esforços dessa magnitude elevam significativamente o gasto metabólico", informa o professor de educação física Cassiano Merussi Neiva, da Universidade Estadual Paulista, em Bauru. Com isso, cai o risco de a barriga inflar, algo importante, uma vez que a obesidade aumenta a produção de hormônios como estrogênio e insulina, que, em excesso, podem patrocinar o câncer de mama.
Contudo, até tipos dessa doença que não mantêm ligações com hormônios aparecem menos entre quem malha com frequência. "Esse hábito, por si só, controla inflamações pelo organismo, outro fator por trás de tumores", justifica a fisiatra Christina May Moran de Brito, coordenadora do Serviço de Reabilitação do Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista.

A importância dos exercícios em mulheres com câncer
Uma mulher já diagnosticada com câncer de mama também leva vantagem ao se movimentar regularmente. "Os exercícios eliminam o excesso de lipídios que circulam no sangue. Aí, essas moléculas não são tão aproveitadas pelo tumor como substrato para seu desenvolvimento", descreve Merussi Neiva. "A atividade física ainda reduz a formação de vasos ao redor do câncer, que servem para abastecê-lo de sangue", completa Christina. Em outras palavras, é como se corridas e pedaladas auxiliassem a matar o inimigo de fome.
Bom, mas qual a dose ideal de agito para esse grupo de mulheres? A Sociedade Americana de Câncer estipula as mesmas metas que mencionamos anteriormente. Já aquela revisão polonesa também citada destaca que, segundo os estudos avaliados, as pacientes que puseram o próprio corpo para se mexer - em intensidade ao menos moderada - de três a cinco horas por semana eram as com maiores taxas de sobrevivência. Entretanto, antes de correr em busca desses objetivos, quem enfrenta a doença precisa tomar precauções específicas para não ameaçar a sua recuperação. "É absolutamente necessário se submeter a uma avaliação completa com o objetivo de identificar eventuais restrições de movimento ou uma anemia, por exemplo", observa Sousa Cruz.
Mas que fique claro: não é proibido calçar o tênis e dar suas passadas por aí durante o tratamento. Os exercícios atenuam o cansaço e as náuseas, efeitos colaterais decorrentes da própria terapia. Além disso, tirar o corpo do marasmo promove mais autonomia à paciente, melhora seu bem-estar e ainda ajuda a paciente a relaxar e dormir com mais facilidade.


E a musculação?

Verdade que a maioria dos artigos se debruça sobre o potencial das atividades aeróbicas, como caminhada e corrida, contra o tumor de mama. No entanto, levantar peso cerca de duas vezes por semana também deveria integrar o protocolo de treinamento das mulheres acometidas pela doença. "O exercício resistido diminui o linfedema, um inchaço que às vezes aparece nos braços delas", exemplifica Merussi Neiva.


O poder da ioga

Na americana Universidade do Estado de Ohio, mulheres com câncer de mama realizaram essa prática duas vezes por semana. Após três meses, elas apresentaram uma menor concentração de substâncias inflamatórias, que colaboram para o tumor. "Afora ser um exercício físico, a ioga, por incluir a meditação, aplaca o estresse, outro fator que gera inflamações", explica a autora do experimento, Janice Kiecolt-Glaser.

Neusa Lenhardt

Meu  nome é Neusa Maria Lenhardt, tenho 45 anos, moro em Passo Fundo/RS, adoro cuidar a minha família  e minha outra paixão é correr longas distâncias.

Meu tipo de câncer é de mama, triplo negativo e descobri fazendo o meu exame de rotina.
Quando recebi o diagnóstico me desesperei porque me lembrei da minha mãe, que morreu de câncer de mama há 6 anos e fui eu que abri o exame. Saber que eu passaria aquilo que ela passou me incomodava e ao mesmo tempo tive a oportunidade de passar por esta prova tão dificil. Viver o que ela passou me deu a dimensão do que é estar com câncer. Eu via muita gente com o mesmo diagnóstico, via que não estava só.

Hoje fiz a última quimioterapia de 16 sessões e vou continuar por 5 dias com as injeções de Filgrastim 300mg. Não vou fazer radioterapia.

Não fiz tratamento psicológico e procurei uma nutricionista funcional. Eu ganhei o livro da minha ginecologista, Anticâncer - Prevenir e vencer usando nossas defesas naturais do David Servan-Schreiber e a nutricionista leu e fez um cardápio especial, ela tirou o leite e derivados do cardápio, o pão branco e açúcar  branco.

Meus médicos foram uns anjos para mim! Respondiam todas as minhas perguntas, eu trocava WatsApp com eles!

Participei de uma Rústica em Erechim/RS em abril e depois fiquei  mal, com febre e diarreia. Vou voltar a correr antes dos Dia dos  Namorados na Serra Gaúcha, no Caminho de Pedras em Bento Gonçalves. Vou sentir falta desse carinhos dos médicos e do Centro de Tratamento de Câncer em Passo Fundo.

No final do mês farei uma biópsia de uma pinta na cabeça e outra na boca e depois disse voltarei a trabalhar, somente 20 horas semanais e continuarei correndo.

Planos: quero correr em agosto a Meia Maratona de Floripa! Vai ser uma superação porque os efeitos das quimioterapias vão permanecer por um tempo no meu corpo.

Conheci o Instituto  Oncoguia e me identifiquei! Assisti na Globo uma reportagem sobre Câncer e guardei fácil o nome, a partir daí sempre olhei a página, o Oncoguia me ajudou na Ação de Precatórios, falei com o meu Advogado e vou ter que fazer novo laudo para anexar  no processo. Dois processos estaduais, levei laudo da doença e o processo está em andamento, estou feliz por isto!

Chorei demais quando recebi o lenço de vocês! Adorei o carinho e fiquei feliz porque têm pessoas preocupadas com os outros, agradeci muito porque vocês existem e fazem toda diferença neste mundo tão apegado aos bens materiais.

Para mim não foi fácil porque tivemos, mesmo com convênio, que pagar a cirurgia, as proteses, a anestesia. Fizemos empréstimos com os amigos, parentes e consignados. Desestruturou nossa vida financeira, estamos devendo ainda, mas vamos pagar. Sinto-me culpada por esta situação toda.

Uma amiga paga a nutricionista para mim, minhas irmãs ajudam nos medicamentos. Não tenho coragem de gastar com nada para mim porque sei que estou devendo. Isto deveria ser obrigação do Estado ou do Governo, mas ficamos tão apavorados que não esperamos nada.

Minha frase que coloquei no espelho do nosso quarto "Isso também passa", me inspirei em Chico Xavier. Dizem que Chico ficou surpreso quando recebeu uma mensagem do além endereçada a ele pela Mãe de Jesus. Mais surpreso ficou quando leu o que havia escrito. Apenas três palavras: "Isso também passa!”. Então, Chico Xavier mais do que depressa escreveu alguns bilhetes com estas três palavras e os espalhou por lugares onde ele sempre estava: próximo ao filtro de água, na mesa de trabalho, em um quadro de avisos... A verdade é que qualquer situação passa. Boa ou ruim, passa.