sábado, 3 de março de 2012

Mulheres que venceram o câncer de mama

Sonia G. P. Cecatti, 57, São Paulo, São Paulo
Presidente do portalMAMAinfo

"Fui diagnosticada com câncer de mama aos 50 anos de idade. Em apenas 15 dias, fiz a cirurgia de retirada de um segmento da mama e logo iniciei os tratamentos de quimio, radio e hormonioterapia. Durante todo o processo, busquei diversas informações sobre o assunto na internet para me ajudar a enfrentar a doença. Percebi que a maioria das mulheres fazia o mesmo quando era diagnosticada com câncer de mama. Em conversa com algumas amigas, que também passaram pela doença, a ideia de criar um site informativo começou a amadurecer. Foi assim que o portal MAMAinfo foi ao ar em 2006. Hoje, somos um grupo de 18 voluntários, com formação profissional em diferentes áreas, que empenham esforços para promover a melhoria da qualidade de vida dos pacientes com câncer e seus familiares. Para as mulheres que hoje se encontram diante do mesmo diagnóstico cito a nossa missão na MAMAinfo: “Existe vida durante e depois do câncer de mama.”

Milena Buson Gomes, 43 anos, Fortaleza, Ceará

“Aos 38 anos, durante o autoexame, percebi um nódulo doloroso na mama direita. Passei por diversos exames e, finalmente, fui diagnosticada com câncer. Superei a doença por meio do autoconhecimento, apoio do meu marido e envolvimento em trabalhos voluntários que acolhem mulheres com a doença no Ceará. Colaboro com a luta contra o câncer de mama. Tenho 43 anos e, atualmente, dedico meu tempo apenas ao que me proporciona qualidade de vida. As mulheres que enfrentam a doença não podem se isolar; devem buscar ajuda profissional e grupos de apoio para facilitar o processo. Apesar de tudo, é preciso saber brincar de viver e experimentar a vida.”

Vera Emilia Chiavelle Teruel, 60 anos, Santo André, São Paulo
Fundadora do grupo de apoio VIVA MELHOR

“Descobri que tinha câncer de mama aos 40 anos, quando fiz minha primeira mamografia. Há vinte anos, ‘câncer’ era um assunto proibido; ninguém falava sobre o assunto, não havia informações e eu não sabia a quem recorrer. Me senti muito sozinha, com medo de morrer. Chegueià conclusão que precisava buscar coragem para enfrentar a doença. Adquiri uma força muito grande dentro de mim, muita fé. Percebi o quanto minha família precisava de mim e por isso busquei ajuda e extrai a mama direita. Decidi não fazer a reconstrução e até hoje uso uma proteste externa. O tratamento não foi fácil mas me envolvi em diversas atividades para ocupar minha mente e não pensar muito na doença. As pessoas precisam enxergar que não estão sozinhas. Há quem possa ajudar.

Senti a necessidade de dividir com outras mulheres toda a minha história, estender a minha mão. Dessa forma, nasceu o sonho de levar conhecimento, esclarecimento e dar esperança para essas mulheres. Fundei, com uma grande amiga, a associação ‘Viva Melhor’, que hoje conta com 160 voluntários. O câncer de mama me mudou para melhor: aprendi a dar valor às coisas simples e a mim mesma. Hoje me respeito, sou otimista e feliz. Me tornei uma mulher diferente. Vivo em paz.”


Maria Angélica Linden, 49 anos, Taquara, Rio Grande do Sul

“Com apenas 43 anos, descobri que tinha câncer na mama esquerda. Quando recebi o diagnóstico, fiquei em choque. Era como se estivesse recebendo minha sentença de morte. Como detectei o câncer no inicio, o tumor ainda era pequeno e não precisei retirar toda a mama. Passei pela quimioterapia e radioterapia. Depois da minha primeira aplicação de quimio, decidi raspar todo o cabelo. Durante o tratamento, tive o apoio total da família e dos amigos, que me incentivaram e me deram coragem com palavras de amor de carinho. Conversar bastante sobre a doença me ajudou muito a vencê-la. Falei sobre meus medos, minhas dúvidas e minhas fraquezas. Mas também considero fundamental ter feito me consultado com uma psicóloga, que me ajudou a compreender e aceitar melhor.

Hoje, aos 49 anos, estou curada. Aprendi que a saúde é o bem mais valioso que possuímos. Sou voluntária do Instituto da Mama (Imama) e luto pelo Diagnóstico Precoce do Câncer de Mama. A mensagem que deixo para quem estiver enfrentando o câncer de mama é que tenha paciência, viva um momento de cada vez, fale bastante com seu médico e profissionais da área da saúde, eles são as pessoas certas para esclarecer tudo a respeito da doença. Saúde e Felicidades..."

Tania Mary Gomez, 60 anos, Curitiba, Paraná

"No começo de 2001, detectei um pequeno nódulo na minha mama direita e retornei ao médico antes da data prevista, já que a última mamografia tinha sido feita dez meses antes. Quatro dias depois da confirmação da doença eu já estava na mesa de cirurgia para retirada do tumor com a idade de 52 anos.
Por ironia do destino ou graça de Deus, um dos membros da equipe de oncologistas do hospital em que fiz a cirurgia era meu próprio marido. Ele foi um dos ombros fortes que me apoiaram durante o tratamento. Mesmo careca pelo efeito da quimioterapia, minha família foi minha motivação para seguir em frente.
A experiência da doença fez com que minha vida ganhasse um significado especial. Depois dela, passei a me dedicar ao voluntariado e, com isso, desenvolvi o “Chaveiro da Vida - Prevenção ao Alcance das Mãos” para alertar outras mulheres sobre a importância da detecção precoce da doença.
Para quem vive uma situação parecida com a minha, entenda que esse é o momento para provarmos nosso valor como mulheres corajosas, batalhadoras e vitoriosas. O caminho da cura começa na nossa mente e se materializa se a gente viver cada minuto com muita garra."

Olivia Francisca de Lima, 58 anos, Santo André, São Paulo

“A primeira vez que fiz o autoexame foi depois de assistir a um capítulo da novela "Mulheres Apaixonadas", exibida pela Rede Globo em 2003. Uma das personagens tinha câncer de mama e a novela incentivava a prevenção. Eu não tinha interesse no assunto e jamais imaginei que pudesse acontecer comigo. Por curiosidade, resolvi fazer o exame e percebi um nódulo pequeno,menor que 1 cm. Fiquei duas noites sem dormir, minha cabeça deu um nó. Passei a me perguntar ‘por que eu?’. Rezei muito e decidi que iria enfrentar o câncer com muita força e fé. Por ter descoberto o nódulo no inicio, fiz apenas radioterapia e não precisei tirar a mama. Ainda assim, o desafio foi árduo, mas consegui superar com o apoio da minha família. Nós sempre imaginamos que doenças como esta estão bem longe da gente - mas não é bem assim. Se não fosse o autoexame, a minha história poderia ter sido pior.

Com a minha recuperação, nasceu o desejo de ajudar outras mulheres e mostrar a elas que estou bem, que venci. Hoje, cinco anos depois, minha vida mudou completamente. Sou mais espontânea, paciente e dou valor à vida, às pessoas e à família. Sou mais ousada: consigo sair de casa e deixar louça na pia. Consigo expressar melhor meus sentimentos e aprendi a dizer ‘não’ quando é preciso. Mulheres, não percam a fé. A doença é uma oportunidade para mudanças. Não abandonem o tratamento e acreditem: existe luz no fim do túnel.”

Fonte: Oncoguia

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