Você já recebeu algum daqueles emails terríveis contando que os desodorantes causam câncer de mama? Esses rumores se baseiam em alguns produtos que contém químicas conservantes que agem como o hormônio estrógeno. Esse hormônio é conhecido por provocar alguns cânceres de mama, principalmente aqueles perto das axilas, onde os antitranspirantes são aplicados.
Agora, um novo estudo diz que sim, há evidências de presença desses químicos em 99% das amostras de tecidos cancerígenos de mulheres com câncer de mama, mas muitas delas não usavam desodorantes. Muitas das marcas nem contém mais os químicos apontados como possíveis cancerígenos.
Os químicos inimigos são os do tipo parabenos, muito utilizados em cosméticos. Eles estão também nas maquiagens, cremes hidratantes e produtos de cabelo.
O estudo incluiu 40 mulheres com câncer de mama que escolheram fazer mastectomia. Os pesquisadores analisaram quatro amostras do tecido retirado de cada mulher. Elas vieram de várias regiões do peito, incluindo a da axila.
99% das amostras tinham evidências de pelo menos um parabeno, com 60% revelando cinco. Não houve evidência de que os parabenos tiveram algum papel na localização do câncer ou se o estrógeno foi o causador.
Você deveria então tentar produtos livres de parabenos? O novo estudo não comprova que produtos de beleza causam câncer de mama. Mas, “o fato de que os parabenos estavam presentes em tantos tecidos cancerígenos justifica investigações posteriores”, afirma Philippa Darbre, da Universidade de Reading.
“Apesar da exposição aos parabenos como causa de câncer de mama ser uma possibilidade, não há informação suficiente para concluirmos isso como um fato”, comenta a médica Katherine B. Lee. “O estudo sugere que se há uma relação entre os parabenos e o câncer de mama, é uma complexa”.
Mas ela sugere que você não tenha medo dos seus cosméticos. “Mais pesquisas são necessárias, mas se você está preocupada, existem produtos naturais sem parabenos”.
Marisa Weiss não acha que se deveria arriscar quando o assunto é câncer de mama. Ela, que é presidente e fundadora da breatcancer.org, é uma sobrevivente do câncer. “Existem parabenos em muitos produtos de uso pessoal que podem agir no corpo de diferentes maneiras e ficar lá”, comenta. “Nossos tecidos podem ser reservas de químicos como esses”.
“Antes a salvo do que preocupada”, ela afirma. “Evite produtos que contém ingredientes que ativam hormônios, como os parabenos. Eu uso coisas que são boas o suficiente para comer”.
Mas alguns críticos do novo estudo não pensam da mesma maneira. Linda Loretz, que é diretora de um conselho que representa algumas indústrias mundiais de produtos pessoais e de beleza nas questões toxicológicas e de saúde, revisou o estudo. “Os níveis de parabenos não estão correlacionados com a localização o tumor, estrógeno, ou qualquer atributo do câncer de mama, então é difícil encontrar algo com sentido real nessas descobertas”.
“Esse estudo enfatiza a tolice de querer culpar um consumidor específico não apenas pela exposição a certos químicos, mas por essa exposição ser responsável por uma doença específica”, afirma Jess Stier, do Centro Nacional por Políticas Públicas de Pesquisas, dos Estados Unidos. De acordo com ele, a pesquisa não apresenta nenhuma ligação entre os desodorantes e o câncer de mama.
Dana Mirick, do Centro Fred Hutchinson de Pesquisas do Câncer, em Seattle, concorda. Mirick e seus colegas publicaram um estudo em 2002 em que analisaram o uso de antitranspirantes e o risco de câncer de mama.
“O estudo presente, em que níveis de parabenos foram encontrados mesmo sem o uso de produtos nas axilas, parece estar de acordo nossos resultados antigos, principalmente o fato de que o uso de produtos nas axilas não parece ter uma contribuição significante para o desenvolvimento de câncer de mama”, afirma Mirick.
Mas Sharima Rasanayagam não está tão certa. Ela é diretora de ciência na Fundação do Câncer de Mama, em São Francisco, Califórnia. “Esse estudo oferece outra peça no quebra-cabeça entre os parabenos e sua ligação com o câncer de mama”.
“Nós sabemos que os parabenos são mímicos do estrógeno, e por isso continuamos preocupados com nossa exposição através de produtos como os cosméticos”, finaliza Rasanayagam. [WebMD]
Fonte: HYPESCIENCE.
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
Pesquisa -> Células que revestem os vasos sanguíneos impedem que o câncer se espalhe
Estudo sugere que certas drogas usadas contra o câncer podem destruir estas células e aumentar as chances de metástase
Pesquisadores dos Estados Unidos descobriram uma célula capaz de prevenir que o câncer se espalhe pelo corpo.
O estudo sugere que certas drogas usadas contra o câncer podem destruir estas células e aumentar as chances de metástase.
Para a pesquisa, cientistas da Harvard Medical School estudaram células chamadas pericitos, que revestem os vasos sanguíneos e apoiam seu crescimento. Eles removeram as células de tumores de mama de camundongos.
O tamanho dos tumores diminuiu em 30% em 25 dias, mas houve também um aumento de três vezes no número de tumores que se espalharam para os pulmões dos animais. " Se analisarmos apenas o crescimento do tumor, os resultados foram bons, mas quando olhamos para o quadro inteiro, o câncer se espalhou consideravelmente" , observa o líder da pesquisa, Raghu Kalluri.
Um olhar mais profundo revelou um aumento nas áreas em necessidade de oxigênio nos tumores com falta de pericitos. Kalluri sugere que as células cancerosas usam táticas de sobrevivência genética para responder a uma falta de oxigênio, tornando-se mais móveis e movendo-se através das paredes dos vasos sanguíneos.
Os pesquisadores então realizaram experimentos com imatinib (Glivec) e sunitinib (Sutent). Ambas podem impedir o crescimento de novos vasos sanguíneos em alguns tipos de câncer. E ambas também são conhecidas por diminuir o número de pericitos em tumores.
Testes em camundongos mostraram que ambos os medicamentos reduziram o número de pericitos em 70%, enquanto a taxa de propagação do câncer triplicou.
Para testar se as descobertas podem ser relevantes para os pacientes, os cientistas examinaram 130 amostras de câncer de mama humano. Aquelas com o menor número de pericitos tinham maior probabilidade de ter vindo de cânceres agressivos que haviam se espalhado.
Apesar dos resultados, especialistas da Cancer Research UK afirmam que é muito cedo para dizer se os resultados laboratoriais podem ser aplicáveis aos pacientes. "Este trabalho baseia-se no que já sabemos sobre esses medicamentos, que podem ser muito eficazes na redução de tumores, mas que é preciso acompanhar atentamente como eles afetam a metástase do câncer" , afirma o professor Kairbaan Hodivala-Dilke.
Segundo os pesquisadores do Cancer Research UK, todas as evidências sobre a metástase até agora, incluindo esta última pesquisa, são derivadas de experimentos de laboratório, e os efeitos sobre a propagação do câncer não têm sido relatados em pacientes que estão sendo tratados com drogas anti-angiogênicas.
No entanto, a equipe afirma que trabalhos como este são essenciais para compreender a complexidade da resposta do tumor ao tratamento e são fundamentais para ajudar a antecipar efeitos clínicos indesejáveis.
Fonte: ISaúde.
Pesquisadores dos Estados Unidos descobriram uma célula capaz de prevenir que o câncer se espalhe pelo corpo.
O estudo sugere que certas drogas usadas contra o câncer podem destruir estas células e aumentar as chances de metástase.
Para a pesquisa, cientistas da Harvard Medical School estudaram células chamadas pericitos, que revestem os vasos sanguíneos e apoiam seu crescimento. Eles removeram as células de tumores de mama de camundongos.
O tamanho dos tumores diminuiu em 30% em 25 dias, mas houve também um aumento de três vezes no número de tumores que se espalharam para os pulmões dos animais. " Se analisarmos apenas o crescimento do tumor, os resultados foram bons, mas quando olhamos para o quadro inteiro, o câncer se espalhou consideravelmente" , observa o líder da pesquisa, Raghu Kalluri.
Um olhar mais profundo revelou um aumento nas áreas em necessidade de oxigênio nos tumores com falta de pericitos. Kalluri sugere que as células cancerosas usam táticas de sobrevivência genética para responder a uma falta de oxigênio, tornando-se mais móveis e movendo-se através das paredes dos vasos sanguíneos.
Os pesquisadores então realizaram experimentos com imatinib (Glivec) e sunitinib (Sutent). Ambas podem impedir o crescimento de novos vasos sanguíneos em alguns tipos de câncer. E ambas também são conhecidas por diminuir o número de pericitos em tumores.
Testes em camundongos mostraram que ambos os medicamentos reduziram o número de pericitos em 70%, enquanto a taxa de propagação do câncer triplicou.
Para testar se as descobertas podem ser relevantes para os pacientes, os cientistas examinaram 130 amostras de câncer de mama humano. Aquelas com o menor número de pericitos tinham maior probabilidade de ter vindo de cânceres agressivos que haviam se espalhado.
Apesar dos resultados, especialistas da Cancer Research UK afirmam que é muito cedo para dizer se os resultados laboratoriais podem ser aplicáveis aos pacientes. "Este trabalho baseia-se no que já sabemos sobre esses medicamentos, que podem ser muito eficazes na redução de tumores, mas que é preciso acompanhar atentamente como eles afetam a metástase do câncer" , afirma o professor Kairbaan Hodivala-Dilke.
Segundo os pesquisadores do Cancer Research UK, todas as evidências sobre a metástase até agora, incluindo esta última pesquisa, são derivadas de experimentos de laboratório, e os efeitos sobre a propagação do câncer não têm sido relatados em pacientes que estão sendo tratados com drogas anti-angiogênicas.
No entanto, a equipe afirma que trabalhos como este são essenciais para compreender a complexidade da resposta do tumor ao tratamento e são fundamentais para ajudar a antecipar efeitos clínicos indesejáveis.
Fonte: ISaúde.
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
CÂNCER DE MAMA - O QUE MUDOU DEZ ANOS DEPOIS?
Por Sylvia Leal
É lógico, o impacto emocional que a notícia da doença costuma trazer não muda com o passar dos tempos. A reação varia de mulher para mulher. Entretanto, apesar dos admiráveis avanços científicos, ao encarar tamanho desafio, é de esperar o medo do desconhecido, do perigo e um terrível desamparo, diante da sensação de finitude.
A partir daí, tudo pode ser remexido, abalado. Em geral, questionamos valores, revemos preconceitos, percebemos o que importa, quais as nossas reais prioridades, tentamos descobrir o que (e quem) nos faz verdadeiramente felizes e o que precisa ser afastado, jogado fora... Enfim, sob o impacto de um câncer pode renascer uma nova mulher. Espero que mais forte e crescida, disposta a lutar por seus sonhos e seus amores. Enfim, para ter uma vida que valha a pena ser vivida. Quer saber? Foi o que aconteceu comigo.
__________________________________________________________________________
O que mudou dez anos depois?
Depois dele vieram mais três, o último para crianças, ou melhor, para os meus netos. O primeiro livro, porém, pelo qual tenho o maior carinho, nasceu e foi criado a partir de um câncer de mama, diagnosticado, enfrentado (com muita dificuldade, é claro) e bem tratado, em 1994. Sou jornalista e depois de muita pesquisa e entrevistas Brasil afora, várias idas e vindas e algumas desistências, “Por uma vida inteira”, enfim, foi lançado pela Editora Record, em julho de 2000.
Dois anos antes, quando me apaixonei pela ideia e comecei a trabalhar nele, a estimativa para o ano de 1998 era sombria: 32.695 novos casos de câncer de mama. A maior parte em estágios avançados, o que resultava em um número descabido de mortes, reconhecidamente evitáveis para o arsenal científico de então. Aí cabe uma dúvida. Será que neste ponto, de 2000 para cá, alguma coisa mudou?
Falava-se ainda no número reduzidíssimo de mamógrafos em todo o país (cerca de 600) e na baixa capacitação do pessoal para lidar com os aparelhos. E uma notícia surpreendente ocupava os jornais: o surgimento da doença em mulheres cada vez mais jovens.
Recordo que fiquei impressionada, já naquela época, com os resultados de certas reconstruções mamárias. Ontem, hoje e sempre que ganho incrível para nós, mulheres! Parecia algo mágico a reposição do volume e da estética da mama perdida. E tudo por conta do domínio de uma técnica chamada TRAM (Transverse Rectus Abdominal Musculocutaneous), que consiste em fazer migrar do abdome para a mama uma espécie de ilha de tecido, levando junto músculo e gordura.
Tão incrível era, que nada de verdadeiramente revolucionário parece ter surgido na área reconstrutora nos últimos anos. O que se viu foi uma espécie de aprimoramento dos materiais e técnicas sofisticadíssimos já existentes.
Mas e os planos de saúde que continuam relutando em pagar pelo que consideram “supérfluo”? Como se fosse uma heresia desejar reconstruir o seio, sinal visível de nossa feminilidade. Onde foi parar também a lei que assegura a todas as mulheres o direito (sagrado, eu aposto!) de ter sua mama reconstruída cirurgicamente pelo SUS? Estas perguntas continuam sem resposta. E a gente se questiona até quando.
Bem, estamos em pleno 2010. Evoluíram os quimioterápicos e a hormonioterapia. Conhecemos melhor o perfil genético de cada tumor, aumentando assim as chances de cura. A retirada total dos linfonodos axilares é substituída, sem prejuízo, pelo rastreamento de somente um linfonodo, conhecido como “sentinela”. Lucramos bastante, sem aqueles dolorosos edemas no braço.
Agora, os mamógrafos dispõem de tecnologia digital. Isto possibilita avaliar com mais apuro as mamas densas de pacientes jovens. Atualmente, existem 4.000 mamógrafos em todo o país, sendo 1.656 pertencentes ao Sistema Único de Saúde. Além disto, todas nós, depois dos 40 anos, mesmo sem sintomas, temos direito (Lei 11.664) a uma mamografia anual gratuita. .
Uma grande vitória. O avanço pelo qual tanto sonhamos. Não mais detectar tumores e, sim, um certo tipo de microcalcificações que os precedem. Ou seja, descobrir os tumores em estágios iniciais, ainda impalpáveis pelas mãos. Trata-se de um enorme passo para reverter a nossa triste realidade do diagnóstico tardio.
Mais uma vez, se preciso, vamos à luta. Não se pode aceitar que, mesmo alegando uma economia de milhões e outras justificativas, o direito à mamografia gratuita passe a vigorar só após os 50 anos ou que seja feita de dois em dois anos como querem alguns, a exemplo dos Estados Unidos. Convenhamos, lá como em tantos outros lugares, a realidade da Saúde é outra. No Brasil, se quisermos poupar milhares de vidas, não há outra solução: a idade limite é de 40 anos e vale brigar por isto.
Em 2000, dava para concluir com segurança: as campanhas de prevenção provaram-se eficientes e alcançavam a maturidade no alcance de seus objetivos. Sempre encabeçadas por atrizes famosas representaram o primeiro esforço massificado de conscientização da mulher brasileira quanto à importância do auto-exame e da detecção da doença em fases, nas quais se pode falar em cura na quase totalidade dos casos.
A pioneira Cássia Kiss tocou com naturalidade os seios, os meios de comunicação se incumbiram de divulgar amplamente a imagem. Isto era 1988. Você se lembra? Em outros momentos foi a vez de Juliana Paes, Ana Maria Braga, Lília Cabral, etc. Este ano, brilha nas camisetas da campanha a bela Giovanna Antonelli. A fórmula ganhou as ruas, o respeito e a simpatia da população. Sucesso total!
Às campanhas somaram-se outro fator fundamental. Não só as televisivas, mas muitas outras mulheres assumiram com sinceridade, ao vivo e a cores, de forma valente e digna sua luta contra o câncer. Temos muito que agradecer pela derrubada de um tabu. Agora, seguindo seus passos, é possível revelar abertamente: “estou com câncer, mas vou me curar”. Acreditando nisto, de verdade.
Minha admiração e agradecimentos aos amigos e consultores científicos que, com suas valiosas informações, tornam possível o meu trabalho: Jacirema Cléia Ferreira, psicanalista; Dr. Antonio Nisida, mastologista; Dr. Mauro Speranzini, cirurgião plástico.
Fonte: NASPEC.
É lógico, o impacto emocional que a notícia da doença costuma trazer não muda com o passar dos tempos. A reação varia de mulher para mulher. Entretanto, apesar dos admiráveis avanços científicos, ao encarar tamanho desafio, é de esperar o medo do desconhecido, do perigo e um terrível desamparo, diante da sensação de finitude.
A partir daí, tudo pode ser remexido, abalado. Em geral, questionamos valores, revemos preconceitos, percebemos o que importa, quais as nossas reais prioridades, tentamos descobrir o que (e quem) nos faz verdadeiramente felizes e o que precisa ser afastado, jogado fora... Enfim, sob o impacto de um câncer pode renascer uma nova mulher. Espero que mais forte e crescida, disposta a lutar por seus sonhos e seus amores. Enfim, para ter uma vida que valha a pena ser vivida. Quer saber? Foi o que aconteceu comigo.
__________________________________________________________________________
O que mudou dez anos depois?
Depois dele vieram mais três, o último para crianças, ou melhor, para os meus netos. O primeiro livro, porém, pelo qual tenho o maior carinho, nasceu e foi criado a partir de um câncer de mama, diagnosticado, enfrentado (com muita dificuldade, é claro) e bem tratado, em 1994. Sou jornalista e depois de muita pesquisa e entrevistas Brasil afora, várias idas e vindas e algumas desistências, “Por uma vida inteira”, enfim, foi lançado pela Editora Record, em julho de 2000.
Dois anos antes, quando me apaixonei pela ideia e comecei a trabalhar nele, a estimativa para o ano de 1998 era sombria: 32.695 novos casos de câncer de mama. A maior parte em estágios avançados, o que resultava em um número descabido de mortes, reconhecidamente evitáveis para o arsenal científico de então. Aí cabe uma dúvida. Será que neste ponto, de 2000 para cá, alguma coisa mudou?
Falava-se ainda no número reduzidíssimo de mamógrafos em todo o país (cerca de 600) e na baixa capacitação do pessoal para lidar com os aparelhos. E uma notícia surpreendente ocupava os jornais: o surgimento da doença em mulheres cada vez mais jovens.
Recordo que fiquei impressionada, já naquela época, com os resultados de certas reconstruções mamárias. Ontem, hoje e sempre que ganho incrível para nós, mulheres! Parecia algo mágico a reposição do volume e da estética da mama perdida. E tudo por conta do domínio de uma técnica chamada TRAM (Transverse Rectus Abdominal Musculocutaneous), que consiste em fazer migrar do abdome para a mama uma espécie de ilha de tecido, levando junto músculo e gordura.
Tão incrível era, que nada de verdadeiramente revolucionário parece ter surgido na área reconstrutora nos últimos anos. O que se viu foi uma espécie de aprimoramento dos materiais e técnicas sofisticadíssimos já existentes.
Mas e os planos de saúde que continuam relutando em pagar pelo que consideram “supérfluo”? Como se fosse uma heresia desejar reconstruir o seio, sinal visível de nossa feminilidade. Onde foi parar também a lei que assegura a todas as mulheres o direito (sagrado, eu aposto!) de ter sua mama reconstruída cirurgicamente pelo SUS? Estas perguntas continuam sem resposta. E a gente se questiona até quando.
Bem, estamos em pleno 2010. Evoluíram os quimioterápicos e a hormonioterapia. Conhecemos melhor o perfil genético de cada tumor, aumentando assim as chances de cura. A retirada total dos linfonodos axilares é substituída, sem prejuízo, pelo rastreamento de somente um linfonodo, conhecido como “sentinela”. Lucramos bastante, sem aqueles dolorosos edemas no braço.
Agora, os mamógrafos dispõem de tecnologia digital. Isto possibilita avaliar com mais apuro as mamas densas de pacientes jovens. Atualmente, existem 4.000 mamógrafos em todo o país, sendo 1.656 pertencentes ao Sistema Único de Saúde. Além disto, todas nós, depois dos 40 anos, mesmo sem sintomas, temos direito (Lei 11.664) a uma mamografia anual gratuita. .
Uma grande vitória. O avanço pelo qual tanto sonhamos. Não mais detectar tumores e, sim, um certo tipo de microcalcificações que os precedem. Ou seja, descobrir os tumores em estágios iniciais, ainda impalpáveis pelas mãos. Trata-se de um enorme passo para reverter a nossa triste realidade do diagnóstico tardio.
Mais uma vez, se preciso, vamos à luta. Não se pode aceitar que, mesmo alegando uma economia de milhões e outras justificativas, o direito à mamografia gratuita passe a vigorar só após os 50 anos ou que seja feita de dois em dois anos como querem alguns, a exemplo dos Estados Unidos. Convenhamos, lá como em tantos outros lugares, a realidade da Saúde é outra. No Brasil, se quisermos poupar milhares de vidas, não há outra solução: a idade limite é de 40 anos e vale brigar por isto.
Em 2000, dava para concluir com segurança: as campanhas de prevenção provaram-se eficientes e alcançavam a maturidade no alcance de seus objetivos. Sempre encabeçadas por atrizes famosas representaram o primeiro esforço massificado de conscientização da mulher brasileira quanto à importância do auto-exame e da detecção da doença em fases, nas quais se pode falar em cura na quase totalidade dos casos.
A pioneira Cássia Kiss tocou com naturalidade os seios, os meios de comunicação se incumbiram de divulgar amplamente a imagem. Isto era 1988. Você se lembra? Em outros momentos foi a vez de Juliana Paes, Ana Maria Braga, Lília Cabral, etc. Este ano, brilha nas camisetas da campanha a bela Giovanna Antonelli. A fórmula ganhou as ruas, o respeito e a simpatia da população. Sucesso total!
Às campanhas somaram-se outro fator fundamental. Não só as televisivas, mas muitas outras mulheres assumiram com sinceridade, ao vivo e a cores, de forma valente e digna sua luta contra o câncer. Temos muito que agradecer pela derrubada de um tabu. Agora, seguindo seus passos, é possível revelar abertamente: “estou com câncer, mas vou me curar”. Acreditando nisto, de verdade.
Minha admiração e agradecimentos aos amigos e consultores científicos que, com suas valiosas informações, tornam possível o meu trabalho: Jacirema Cléia Ferreira, psicanalista; Dr. Antonio Nisida, mastologista; Dr. Mauro Speranzini, cirurgião plástico.
Fonte: NASPEC.
Radioterapia contra câncer de mama pode aumentar risco de doenças cardíacas - Parte II
Efeitos adversos do tratamento do câncer de mama
É difícil limitar os efeitos do tratamento do câncer apenas às células cancerosas que são retiradas ou destruídas. Como as células e tecidos sadios também podem ser afetados, o tratamento frequentemente causa efeitos adversos, que variam para cada indivíduo e para cada tipo de tratamento. A seguir, o ginecologista e mastologista Roberto Hegg fala mais sobre eles:
Cirurgia: causa dor e uma maior sensibilidade no local da operação. A retirada de uma mama pode eventualmente causar um desvio de peso da mulher com conseqüente desbalanço especialmente se a mulher tem mamas grandes que pode causar desconforto no pescoço e na região dorsal da mulher. Após uma mastectomia, algumas mulheres apresentam alguma redução na força e na limitação dos movimentos transitoriamente.
Radioterapia: o efeito adverso mais comum é a fadiga e que na região tratada a pele se torne vermelha, seca, sensível e pigmentada. Ao final do tratamento a pele poderá se tornar úmida e com drenagem de secreção. É indicado que por um período a paciente vista roupas de algodão mais largas e consulte seu médico antes de utilizar qualquer produto sobre a área tratada.
Quimioterapia: normalmente neste tratamento as drogas afetam as células sanguíneas. Perda de apetite, náusea e vômitos ou ulcerações na boca também podem ocorrer. Como resultado da quimioterapia, os pacientes também podem apresentar perda de cabelo. Esses efeitos adversos geralmente desaparecem durante o período de recuperação ou após a suspensão do tratamento. Com a quimioterapia moderna, raramente os efeitos adversos duram muito tempo.
Terapia hormonal: pode causar vários efeitos adversos, que dependem em grande parte da droga específica ou do tipo de tratamento, podendo variar de paciente para paciente. O tamoxifeno é o tratamento hormonal mais frequente, e pode causar acessos de calor, secreção ou irritação vaginal e ciclos irregulares, portanto mulheres que fazem uso deste hormônio devem discutir com seu médico sobre métodos de controle.
Fonte: Minha Vida.
É difícil limitar os efeitos do tratamento do câncer apenas às células cancerosas que são retiradas ou destruídas. Como as células e tecidos sadios também podem ser afetados, o tratamento frequentemente causa efeitos adversos, que variam para cada indivíduo e para cada tipo de tratamento. A seguir, o ginecologista e mastologista Roberto Hegg fala mais sobre eles:
Cirurgia: causa dor e uma maior sensibilidade no local da operação. A retirada de uma mama pode eventualmente causar um desvio de peso da mulher com conseqüente desbalanço especialmente se a mulher tem mamas grandes que pode causar desconforto no pescoço e na região dorsal da mulher. Após uma mastectomia, algumas mulheres apresentam alguma redução na força e na limitação dos movimentos transitoriamente.
Radioterapia: o efeito adverso mais comum é a fadiga e que na região tratada a pele se torne vermelha, seca, sensível e pigmentada. Ao final do tratamento a pele poderá se tornar úmida e com drenagem de secreção. É indicado que por um período a paciente vista roupas de algodão mais largas e consulte seu médico antes de utilizar qualquer produto sobre a área tratada.
Quimioterapia: normalmente neste tratamento as drogas afetam as células sanguíneas. Perda de apetite, náusea e vômitos ou ulcerações na boca também podem ocorrer. Como resultado da quimioterapia, os pacientes também podem apresentar perda de cabelo. Esses efeitos adversos geralmente desaparecem durante o período de recuperação ou após a suspensão do tratamento. Com a quimioterapia moderna, raramente os efeitos adversos duram muito tempo.
Terapia hormonal: pode causar vários efeitos adversos, que dependem em grande parte da droga específica ou do tipo de tratamento, podendo variar de paciente para paciente. O tamoxifeno é o tratamento hormonal mais frequente, e pode causar acessos de calor, secreção ou irritação vaginal e ciclos irregulares, portanto mulheres que fazem uso deste hormônio devem discutir com seu médico sobre métodos de controle.
Fonte: Minha Vida.
Mulher que teve câncer de mama terá prioridade no atendimento
Mulheres que tiveram câncer de mama terão prioridade no atendimento para troca das próteses PIP e Rofil. As diretrizes divulgadas ontem pelo Ministério da Saúde, depois de uma reunião com representantes da área médica, mantiveram a determinação de que apenas as mulheres com rompimento das próteses terão direito à troca imediata. No entanto, o histórico de câncer fará que a mulher passe à frente na fila para atendimento desses casos, tanto no Sistema Único de Saúde (SUS) quanto nos planos de saúde.
A decisão foi tomada porque há suspeitas de que alguns implantes podem ter na sua composição materiais cancerígenos. Até que sejam concluídas as perícias feitas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a prioridade será dada. No entanto, mesmo com o antecedente de câncer, mantém-se a decisão de troca apenas em casos de rompimento.
As diretrizes determinam, ainda, que mesmo mulheres sem sintomas, mas que tenham implantes Rofil e PIP, sejam submetidas a exames de imagem para confirmar que não há o rompimento. De acordo com o Ministério da Saúde, o exame preferencial é a ultrassonografia das mamas, capaz de identificar fissuras no material, mesmo que ainda não haja sintomas físicos. Também poderá ser usada uma ressonância magnética, de acordo com a necessidade identificada pelos médicos.
Aquelas que não tenham rompimento das próteses, indica o Ministério, não farão a troca, mas terão que ser acompanhadas a cada três meses - o prazo é o mesmo também para as mulheres com histórico de câncer. Em todos os casos, tanto os planos de saúde quanto o SUS terão que arcar com todos os custos, incluindo exames, retirada das próteses e posterior colocação de outro implante, se for o caso.
Fonte: UOL Notícias - Ciência e Saúde.
A decisão foi tomada porque há suspeitas de que alguns implantes podem ter na sua composição materiais cancerígenos. Até que sejam concluídas as perícias feitas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a prioridade será dada. No entanto, mesmo com o antecedente de câncer, mantém-se a decisão de troca apenas em casos de rompimento.
As diretrizes determinam, ainda, que mesmo mulheres sem sintomas, mas que tenham implantes Rofil e PIP, sejam submetidas a exames de imagem para confirmar que não há o rompimento. De acordo com o Ministério da Saúde, o exame preferencial é a ultrassonografia das mamas, capaz de identificar fissuras no material, mesmo que ainda não haja sintomas físicos. Também poderá ser usada uma ressonância magnética, de acordo com a necessidade identificada pelos médicos.
Aquelas que não tenham rompimento das próteses, indica o Ministério, não farão a troca, mas terão que ser acompanhadas a cada três meses - o prazo é o mesmo também para as mulheres com histórico de câncer. Em todos os casos, tanto os planos de saúde quanto o SUS terão que arcar com todos os custos, incluindo exames, retirada das próteses e posterior colocação de outro implante, se for o caso.
Fonte: UOL Notícias - Ciência e Saúde.
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