domingo, 30 de setembro de 2012

Para 20% das mulheres, diagnóstico de câncer de mama é sentença de morte

Embora a chance de cura do câncer de mama chega a 95% caso a detecção seja precoce, uma parcela das mulheres brasileiras ainda vê a doença como incurável. Para 20% das mulheres, o diagnóstico do câncer de mama é praticamente uma sentença de morte. Essa é uma das conclusões de um levantamento inédito feito a pedido do Instituto Avon pelo Data Popular, que colheu as percepções sobre o câncer de mama de 1.752 pessoas de 50 cidades das cinco regiões do País.

Foram entrevistadas 1.000 mulheres saudáveis, 240 mulheres que têm ou tiveram câncer de mama, 400 homens, além de médicos, gestores de saúde e profissionais de ONGs ligadas ao tema. A amostra incluiu pessoas de todas as classes sociais.

Palavras como medo, pavor, morte e desespero são as primeiras a vir à mente das brasileiras quando a doença é mencionada.

E o pior de tudo é que o medo surge como um obstáculo que afasta as mulheres do único exame que poderia garantir o diagnóstico precoce e um tratamento mais bem-sucedido: 50% das mulheres opinam que é o medo de descobrir a doença que faz com que muitas evitem fazer a mamografia.

Para a mastologista Maira Caleffi, presidente da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), inconscientemente, a mulher ainda associa o câncer à tragédia. “No momento em que ela começar a se dar conta de que tem tantas pessoas curadas, o medo vai diminuir.”

A pesquisa confirma a visão trágica: 60% das mulheres e 56% dos homens apontam o câncer como a pior doença que se pode ter, à frente de enfarte, derrame, depressão e aids. Os motivos mencionados por mulheres e homens são os mesmos – a doença mataria rápido, não teria cura e causaria muita dor física.

O médico Max Mano, chefe do Grupo de Câncer de Mama do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), observa que essa reação ao câncer é generalizada. “Essa palavra causa um pânico em todas as classes sociais e níveis culturais.”

Outro aspecto destacado pelo estudo é que, entre as mulheres que têm ou tiveram câncer de mama, 54% acreditam que sentimentos como tristeza, depressão e mágoa podem ter contribuído para o aparecimento da doença, apesar de nenhuma evidência científica corroborar essa ideia.

“Uma queda brutal, e por longos períodos de tempo, da imunidade pode contribuir para que um câncer preexistente se estabeleça. Mas não que isso seja a causa do câncer”, diz Maira.

De acordo com a médica Rita Dardes, diretora médica do Instituto Avon, é esse aspecto psicológico do câncer que torna importante que a doença seja tratada não apenas pelo mastologista, mas por uma equipe multidisciplinar envolvendo outras especialidades, como psicólogos e fisioterapeutas. “A mulher tem que ser tratada como um todo.”

Mais um motivo que pode levar as mulheres a não se submeterem à mamografia, de acordo com o levantamento, é a crença de que são imunes ao câncer. Entre as mulheres ouvidas, 31% declarou que não poderia vir a ter a doença, já que nenhum parente a desenvolveu. Na realidade, apenas de 5% a 10% dos casos estão relacionados à hereditariedade.

A pesquisa deve orientar a ação de ONGs, de acordo com Maira. “O estudo é relevante para desenhar estratégias de atuação de uma organização como a Femama, que procura identificar os gargalos que fazem com que pacientes continuem morrendo de câncer de mama.”

Fonte: Estadão.

Estudo reclassifica câncer de mama e pode modificar tratamento

Um estudo publicado neste domingo, dia 23, no site da revista Nature, reclassifica o câncer de mama em quatro classes principais. Os pesquisadores encontraram mutações genéticas que podem, por exemplo, aproximar um determinado tumor a outros tipos, como o que ocorre no ovário. As descobertas permitirão uma nova maneira de ver a doença, que pode passar a ser definida não apenas pelo órgão que ele afeta.

Essas descobertas deverão levar a novos tratamentos com drogas já aprovadas para os casos de câncer em outras partes do corpo, além de novos tratamentos mais precisos no combate a anomalias genéticas que hoje não têm tratamento. O estudo é a primeira análise genética ampla do câncer de mama, que mata 35 mil mulheres ao ano nos Estados Unidos e quase 12 mil no Brasil. "É a indicação do caminho para uma cura do câncer no futuro", disse Matthew Ellis, da Universidade de Washington, um dos envolvidos na pesquisa.

A pesquisa é parte de um amplo projeto federal americano, o Atlas do Genoma do Câncer, destinado a criar mapas de mudanças genéticas em cânceres comuns. O levantamento sobre o câncer de mama foi baseado numa análise de tumores em 825 pacientes.

A investigação identificou pelo menos 40 alterações genéticas que podem ser atacadas por medicamentos. Muitos já foram desenvolvidos para outros tipos de câncer que têm as mesmas mutações. "Nós agora temos uma boa perspectiva do que está errado no câncer de mama", disse Joe Gray, especialista em genética na Universidade de Ciência e Saúde do Oregon, que não participou do estudo.

A nova classificação divide o câncer de mama nas seguintes classes: HER2 amplificado, Luminal A, Luminal B e basal. Essa divisão foi feita com base em dados antes não disponíveis, que identificaram novos caminhos de atuação do tumor, possibilitando aos pesquisadores novos alvos para combater a doença.

A maior surpresa do estudo envolveu um tipo de câncer atualmente conhecido como triplo negativo, mais frequente em mulheres mais jovens, em negras e em mulheres com genes cancerígenos BRCA1 e BRCA2. Segundo os pesquisadores, os distúrbios genéticos tornam esse tipo de câncer mais similar ao do ovário do que outros cânceres de mama. Suas células também se assemelham às células escamosas do câncer de pulmão.

O estudo dá uma razão biológica para se tentar os tratamentos de rotina para câncer de ovário neste tipo de câncer de mama. E uma classe comum de drogas usadas no câncer de mama, das antraciclinas, podem ser descartadas, já que não ajudaram muito no câncer ovariano.

As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Fonte: Terra Ciência.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Cientistas controlam proteína que desenvolve o câncer de mama

Responsável pela propagação das células danificadas para os vasos linfáticos, HIF-1 pode ser controlado, o que interrompe a metástase
Através de testes realizados com ratos, cientistas da Universidade John Hopkins, nos Estados Unidos, conseguiram controlar a proteína HIF-1, apontada como a responsável pela propagação do câncer de mama para os vasos linfáticos.

Nos animais foram injetadas células cancerosas do seio, que logo se espalhavam para os pulmões. A equipe descobriu, porém, que, ao bloquear a HIF-1, através de modificações genéticos no corpo inserido, o crescimento do tumor é afetado e a metástase interrompida.

Os cientistas já sabiam que as células danificadas poderiam crescer tão densamente que sentiriam a falta de oxigênio. Para sobreviver, portanto, seria necessário provocar o crescimento de novos vasos sanguíneos, que se dá, revela a pesquisa, através da HIF-1.

A multiplicação das células cancerosas para o sistema linfático é o primeiro passo para a disseminação da doença em todo o corpo. Controlar a ação da substância pode se tornar um importante método para combater o mal.

— Nós descobrimos que o aumento dos níveis desta proteínas está associado ao crescimentos dos vasos tumorais e com a mortalidade do paciente. É diretamente responsável, portanto, pela propagação do câncer de mama para os vasos linfáticos — diz Gregg Semenza, um dos autores do estudo

Fonte: Globo Saúde.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Suíça homologa medicamento contra câncer de mama

O grupo farmacêutico suíço Roche recebeu a aprovação das autoridades do país para comercializar o medicamento Perjeta contra alguns tipos de câncer de mama, anunciou a empresa. Em associação com outro remédio, o Herceptin, o Perjeta é uma quimioterapia com docetaxel, que permite tratar as pacientes com câncer de mama HER2-positivo metastático ou localmente reincidente, informou a Roche.

Esta nova combinação permite às mulheres submetidas a tratamento viver até seis meses sem o agravamento do tumor cancerígeno. "Graças ao Herceptin e à quimioterapia muitas pacientes com câncer de mama HER2-positivo metastático estão vivendo mais de dois anos sem que a doença avance", afirma o diretor médico da Roche, Titus Gylvin, citado no comunicado.

A Roche também fez um pedido de homologação do Perjeta, autorizado em junho nos Estados Unidos, à Agência Europeia de Medicamentos (EMA), que está examinando a solicitação

Fonte: Terra Ciência.

EUA e Europa aprovam novo tratamento para câncer de mama avançado

As agências reguladoras de remédios nos EUA e na Europa acabam de aprovar o uso do medicamento everolimo (Afinitor) para mulheres na pós-menopausa com câncer de mama avançado e hormônio-dependente (RH+). Há 15 anos não havia nenhuma novidade para pacientes com esse perfil.

A Novartis, responsável pela droga, diz que não há previsão para que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprove o tratamento, mas espera que isso ocorra no primeiro semestre do ano que vem.

Estudos mostraram que, em combinação com outra droga, um inibidor da aromatase, o everolimo é capaz de prolongar em mais de duas vezes o tempo de sobrevida livre de progressão da doença.

O everolimo já é aprovado no Brasil para câncer renal em estágio avançado, para um tipo raro de tumor cerebral em crianças e para tumores neuroendócrinos avançados.

De acordo com o oncologista canadense Sunil Verma, que esteve semana passada no Brasil, a nova opção é importante porque envolve um número grande de pacientes - 60% dos casos de câncer de mama são hormônio-dependentes.

O câncer de mama metastático RH+ é o tipo de mais comum do tumor em estágio avançado e afeta cerca de 220 mil mulheres em todo mundo.

Pacientes com esse tipo de câncer recebem tratamento hormonal, com medicamentos como tamoxifeno ou inibidores da aromatase. Mas, em muitos casos, a célula adquire a capacidade de crescer sem necessidade de hormônio e o tumor se torna resistente ao tratamento.

O everolimo ajuda a “romper” com essa resistência, pois atua na inibição de uma proteína chamada mTOR, que atua como reguladora na divisão das células tumorais. “O benefício é poder adiar a necessidade de quimioterapia, o que ajuda a melhorar a qualidade de vida das pacientes”, ressalta o oncologista.

Os principais efeitos colaterais mais comuns, segundo ele, são estomatite e aumento do nível de glicose no sangue

Fonte: UOL Saúde.

"Mulheres devem ter consciência de que o câncer de mama pode ocorrer em qualquer idade", diz oncologista

Médicos de diferentes países ainda discutem sobre os riscos e benefícios de se pedir mamografias regulares a mulheres com idade entre 40 e 49 anos, já que o risco de ter a doença nessa faixa etária é menor que o da população acima dos 50. E como diagnosticar o câncer de mama precocemente antes dos 40, então?

A resposta para essa questão não é fácil, mas pode ser resumida em duas palavras: informação e autoconhecimento. A opinião é do oncologista canadense Sunil Verma, professor assistente da Universidade de Toronto e integrante do movimento Rethink Breast Cancer (rethinkbreastcancer.com). O projeto é voltado para mulheres jovens diagnosticadas com câncer de mama ou simplesmente preocupadas com a doença.

“As mulheres devem ter consciência de que o câncer de mama pode ocorrer em qualquer idade”, afirma o oncologista, que esteve semana passada em São Paulo. O objetivo do médico não é criar pânico – afinal, o câncer em mulheres jovens (com menos de 40 anos) é pouco comum. Segundo Verma, representa cerca de 15% do total de casos.

Mas ter essa noção pode ser fundamental para tratar a doença a tempo, caso ela aconteça. "As mulheres precisam de empoderamento - ter informação, educação e saber que é preciso fazer exames de prevenção", acredita. "Costumo dizer às pacientes que ninguém conhece melhor o corpo delas do que elas próprias."

O principal conselho do oncologista é olhar-se no espelho, conhecer os próprios seios e prestar atenção não apenas em possíveis caroços, mas também mudanças na cor ou no formato nos mamilos, secreções ou qualquer outra alteração. Essa autoconsciência é o que muitas vezes leva alguém a detectar a doença em estágios precoces, quando há mais opções de tratamento e chances de sucesso.

Quem possui casos da doença na família deve ter atenção redobrada, mas a proporção de mulheres que desenvolvem câncer por causa de uma mutação genética herdada é muito pequena.

O movimento Rethink Breast Cancer tem usado campanhas criativas para conscientizar mulheres jovens da importância de conhecer o próprio peito, observá-lo e tocá-lo com frequência. No ano passado, por exemplo, lançou um aplicativo para iPhone e Android que faz rapazes bonitões e sem camisa pipocarem na tela regularmente, lembrando a usuária de checar os seios.

O movimento Rethink Breast Cancer lançou no ano passado um aplicativo para celular que faz homens bonitões lembrarem a usuária de tocar nos seios o observá-los com regularidade

Números

De acordo com Verma, os casos de câncer de mama em jovens não têm aumentado. “Mas eles ocorrem e é preciso ter consciência disso”, enfatiza.

No Brasil, não existem estatísticas que indiquem o número de mulheres afetadas pela doença antes dos 40 anos. Mas o médico Ronaldo Corrêa da Silva, técnico da divisão de detecção precoce do Instituto Nacional de Câncer (Inca), também afirma que não há aumento de casos nessa população.

Mas então por que as pessoas, e mesmo alguns oncologistas, têm a sensação de que hoje é mais fácil encontrar mulheres na faixa dos 30 anos com a doença? O técnico explica que, se nos países desenvolvidos 80% dos casos ocorrem após os 50 anos, em países em desenvolvimento essa proporção pode ser um pouco diferente, já que o percentual de jovens é bem maior.

“O levantamento de um hospital pode indicar que houve mais atendimentos a pacientes jovens, mas esse dado não pode ser aplicado à população daquela cidade ou Estado”, acrescenta, também.

Além disso, ele lembra que mulheres em idade fértil em geral são mais ativas em relação à prevenção de doenças; elas vão mais ao médico e fazem mais exames. “O que se vê é que mulheres mais velhas, que são as que têm mais risco, são as que menos fazem mamografias”, observa.

O técnico do Inca explica que a indicação de exames para prevenção do câncer antes dos 40 em geral ocorre apenas para aquela parcela pequena de pacientes que têm histórico familiar. “Mesmo para essas mulheres, no entanto, ainda não existe consenso sobre qual o tipo de exame mais indicado.”

Silva esclarece que evitar exames desnecessários não é só uma questão de economia. “Há risco de falsos positivos, de encontrar tumores que jamais cresceriam e mesmo o risco de se induzir um câncer pela exposição à radiação”, diz.

Praticar 40 minutos de atividade física quatro vezes por semana previne o câncer e ajuda a evitar a recorrência do tumor em quem já teve a doença

Acima de tudo, é importante que as mulheres visitem o ginecologista anualmente para fazer o exame clínico das mamas. A partir da análise do histórico da paciente e dos fatores de risco, o médico pode decidir qual exame pedir e quando. E, como o oncologista canadense, o médico do Inca destaca a importância do autocuidado ("que não deve ser confundido com autoexame").

Prevenção

Assim como a atenção a possíveis alterações nos seios, é importante que as mulheres conheçam os fatores de risco para o câncer, como o sedentarismo.

“Quarenta minutos de atividade física quatro vezes por semana ajuda a prevenir a doença e, em
mulheres que já tiveram câncer, evitar a recorrência”, informa Verma.

Evitar o excesso de álcool, limitando o consumo a no máximo quatro doses por semana, é outra medida citada pelo oncologista.

Quanto à dieta, Verma acredita que a moderação é a palavra de ordem. É recomendável evitar o excesso de carne vermelha, por exemplo, mas não é preciso cortar o alimento do cardápio.

O único alerta que o médico faz para mulheres que já foram diagnosticadas, ou que têm risco alto de ter a doença, é evitar produtos à base de soja, que são ricos em fitoestrógenos.

Fonte: UOL Saúde.