Estudo com anticorpo está sendo considerado por especialistas como uma grande promessa
Apresentado no último domingo no maior encontro de oncologistas do mundo — o Congresso Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco), em Chicago (EUA) —, o estudo com o anticorpo trastuzumabe emtansine (T-DM1) está sendo considerado por especialistas como uma das maiores promessas para o tratamento do câncer mais agressivo de mama, o metastático HER2-positivo.
Além de impedir a progressão da doença com maior eficácia (as mulheres tratadas com o medicamento não apresentaram progressão da doença por um tempo 35% maior do que o grupo que recebeu outro tipo de medicação), o T-DM1 reduz de forma expressiva os efeitos colaterais, um ganho para as pacientes que estão em tratamento quimioterápico.
Ainda em fase final de testes — segundo especialistas, o medicamento pode começar a ser testado ainda neste ano com pacientes no Rio Grande do Sul, em hospitais como na PUCRS, no Clínicas e no Conceição, entre outros —, o T-DM1 funciona como um "míssil teleguiado", que não ataca as células saudáveis do organismo, explica Stephen Stefani, pesquisador e oncologista do Instituto do Câncer do Hospital Mãe de Deus.
— A novidade é que o medicamento possui a combinação do anticorpo monoclonal (produzido a partir de clones de uma única célula) trastuzumabe e pelo quimioterápico emtansine (DM1). O trastuzumabe já é usado há bastante tempo, mas não em combinação com o DM1. Os dois juntos, além de aumentar a sobrevida dos pacientes, reduzem muito os sintomas, como perda de cabelos e diarreias, comuns na quimioterapia — afirma Stefani.
Segundo o diretor-chefe médico e líder de desenvolvimento de Produto Global da Roche (indústria que que fabrica o medicamento), Hal Barron, a previsão é que, também em 2012, o medicamento seja submetido à aprovação da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e da Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA).
— A eficácia, a segurança e a qualidade de vida apontados pelo estudo levam a nossa crença de que o T-DM1 pode ter um papel importante para as pacientes — afirma.
No Brasil, a expectativa é que a droga esteja disponível nas farmácias entre 2014 e 2015, segundo Adriano Treve, presidente da Roche Farmacêutica do Brasil.
Estudo já foi realizado com 991 pacientes
O estudo internacional cujos resultados foram divulgados na Asco, batizado de Emilia, foi realizado com 991 pacientes (cerca de 50 brasileiros), sendo que todas já haviam sido tratadas apenas com trastuzumabe. Metade do grupo recebeu, então, T-DM1, e a outra metade o tratamento padrão com os quimioterápicos lapatinibe e capecitabina. Aquelas que tomaram o medicamento não apresentaram progressão da doença por um tempo 35% maior — ficaram, em média, 9,6 meses sem o avanço da doença, contra 6,4 meses no grupo controle.
Das pacientes que tomaram o T-DM1, 43,6% tiveram os tumores reduzidos, enquanto apenas 30,8% do grupo de controle apresentaram redução. A sobrevida com a nova droga também foi maior. No grupo que recebeu o medicamento, houve um aumento de 7,1 meses na qualidade de vida, sem nenhum sintoma. No grupo que recebeu os quimioterápicos tradicionais, o aumento foi de 4,6 meses.
O presidente da divisão latino-americana da farmacêutica Roche, Jörg-Michael Rupp, afirmou que há possibilidade do novo remédio também ser efetivo nas primeiras fases da doença, inclusive em outros tipos de câncer.
—Se o remédio funciona em uma fase avançada, há uma possibilidade maior de ser efetivo nas primeiras fases — afirmou.
Câncer de mama
O câncer de mama metastático do tipo HER2-positivo acomete de 15% a 20% das pacientes em todo o mundo. Somente em 2010, foram identificados mais de 10 mil casos de câncer deste tipo no Brasil.
Em 2012, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca) esperam-se, para o Brasil, 52.680 casos novos de câncer da mama, com um risco estimado de 52 casos a cada 100 mil mulheres. Sem considerar os tumores da pele não melanoma, esse tipo de câncer também é o mais frequente nas mulheres do Sul (65 para cada 100 mil pessoas).
Apesar de ser considerado um câncer de relativamente bom prognóstico se diagnosticado e tratado oportunamente, as taxas de mortalidade por câncer da mama continuam elevadas no Brasil, muito provavelmente porque a doença ainda é diagnosticada em estágios avançados. A sobrevida média após cinco anos na população de países desenvolvidos tem apresentado um discreto aumento, cerca de 85%. Nos países em desenvolvimento, a sobrevida fica em torno de 60%.
Fonte: Zero Hora.
sábado, 9 de junho de 2012
Nova droga contra o câncer de mama
Medicamento em estudo retarda o agravamento da doença e tem poucos efeitos colaterais
CHICAGO - Uma droga poderosa contra o tumor sem os efeitos colaterais dos tratamentos tradicionais pode retardar a evolução do câncer de mama e ainda aumentar a expectativa de vida dos doentes, segundo estudo publicado no último fim de semana. Além de representar um avanço no tratamento do câncer, o sucesso no ensaio clínico valida a ideia de tratar as células cancerosas e poupar as demais.
— Imaginamos um mundo no qual o tratamento contra o câncer possa matar o tumor sem ferir o paciente e esta droga faz isso — diz Kimberly Blackwell, do Duke Cancer Institute.
A droga, conhecida como T-DM1, foi desenvolvida pela empresa Genentech (do laboratório Roche), que financiou o estudo e planeja a aprovação este ano. Isso significa que o medicamento pode chegar ao mercado em 2013.
T-DM1 e drogas similares em desenvolvimento consistem em toxinas ligadas a anticorpos. Os anticorpos trancam as células cancerosas onde despejam a carga tóxica. Como a toxina não é ativada até atingir o tumor, os efeitos colaterais são reduzidos.
O último estágio de testes da droga envolveu 991 mulheres com metástase com piora apesar do tratamento com a droga herceptin e o medicamento de quimioterapia chamado taxane. Metade das mulheres tomou T-DM1 e a outra metade recebeu duas drogas usadas nesses pacientes — tykerb, também conhecido como lapatinib, e xeloda, também conhecido como capecitabine.
T-DM1 retardou o agravamento da doença em cerca de três meses. Para as mulheres que receberam T-DM1, o tempo médio antes de a doença progredir foi de 9,6 meses, comparados com 6,4 meses para quem tomou outras drogas.
— Imaginamos um mundo no qual o tratamento contra o câncer possa matar o tumor sem ferir o paciente e esta droga faz isso — diz Kimberly Blackwell, do Duke Cancer Institute.
A droga, conhecida como T-DM1, foi desenvolvida pela empresa Genentech (do laboratório Roche), que financiou o estudo e planeja a aprovação este ano. Isso significa que o medicamento pode chegar ao mercado em 2013.
T-DM1 e drogas similares em desenvolvimento consistem em toxinas ligadas a anticorpos. Os anticorpos trancam as células cancerosas onde despejam a carga tóxica. Como a toxina não é ativada até atingir o tumor, os efeitos colaterais são reduzidos.
O último estágio de testes da droga envolveu 991 mulheres com metástase com piora apesar do tratamento com a droga herceptin e o medicamento de quimioterapia chamado taxane. Metade das mulheres tomou T-DM1 e a outra metade recebeu duas drogas usadas nesses pacientes — tykerb, também conhecido como lapatinib, e xeloda, também conhecido como capecitabine.
T-DM1 retardou o agravamento da doença em cerca de três meses. Para as mulheres que receberam T-DM1, o tempo médio antes de a doença progredir foi de 9,6 meses, comparados com 6,4 meses para quem tomou outras drogas.
Fonte: O Globo - Saúde.
EUA aprovam novo medicamento contra câncer de mama
Em testes clínicos, o Perjeta, da Roche, estendeu o tempo em que as pacientes passaram sem apresentar progressão da doença
São Paulo - Autoridades de saúde dos Estados Unidos aprovaram nesta sexta-feira um novo remédio contra câncer da empresa farmacêutica Roche, que aposta nele para ser o tratamento de referência para um tipo de câncer de mama bastante agressivo.
A Food and Drug Administration (FDA), órgão do governo americano que regula alimentos e remédios, aprovou na sexta-feira o injetável Perjeta (também conhecido como pertuzumab), para mulheres com um tipo de câncer de mama conhecido como HER2 positivo, que responde por cerca de 25% dos casos da doença e não tem cura.
O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres no Brasil. Estimativas do Inca (Instituto Nacional de Câncer) indicam que serão registrados 52.680 novos casos da doença em 2012 no país.
O Perjeta é um anticorpo monoclonal, medicamento produzido a partir de clones de uma única célula. Ele funciona combinado com o Herceptin (também conhecido como trastuzumab), que também combate o HER2 positivo, e o docetaxel, um tipo de quimioterapia. Em testes clínicos com 880 pacientes, demorou 18,5 meses em média antes que a doença progredisse em pacientes que receberam os dois medicamentos, contra 12,4 meses nas pacientes que receberam apenas Herceptin.
A HER2 é proteína envolvida no crescimento normal das células, mas que, em alguns tipos de câncer, aparece em grande quantidade e favorece o crescimento das células cancerígenas. O Perjeta, administrado de forma intravenosa, inibe a ação da proteína, evitando a proliferação do tumor.
"Desde que o trastuzumab foi aprovado há mais de uma década, pesquisas contínuas nos ajudaram a entender melhor o papel da HER2 no câncer de mama", disse Richard Pazdur, diretor do Escritório de Produtos de Hematologia e Oncologia do Centro de Pesquisa e Análise de Medicamentos do FDA. "Graças a elas agora se sabe que a combinação do trastuzumab com o Perjeta e o docetaxel reduzem a velocidade da progressão do câncer de mama."
Apesar dos bons resultados, o Perjeta em combinação com o docetaxel e o trastuzumab causa sérios efeitos colaterais como diarreia, queda de cabelo, náuseas, fadiga, problemas no sistema imunológico e danos nos nervos.
Esta semana, a Roche apresentou um outro medicamento, o T-DM1, que também age contra a HER2, em fase final de testes.
Fonte: Exame.
São Paulo - Autoridades de saúde dos Estados Unidos aprovaram nesta sexta-feira um novo remédio contra câncer da empresa farmacêutica Roche, que aposta nele para ser o tratamento de referência para um tipo de câncer de mama bastante agressivo.
A Food and Drug Administration (FDA), órgão do governo americano que regula alimentos e remédios, aprovou na sexta-feira o injetável Perjeta (também conhecido como pertuzumab), para mulheres com um tipo de câncer de mama conhecido como HER2 positivo, que responde por cerca de 25% dos casos da doença e não tem cura.
O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres no Brasil. Estimativas do Inca (Instituto Nacional de Câncer) indicam que serão registrados 52.680 novos casos da doença em 2012 no país.
O Perjeta é um anticorpo monoclonal, medicamento produzido a partir de clones de uma única célula. Ele funciona combinado com o Herceptin (também conhecido como trastuzumab), que também combate o HER2 positivo, e o docetaxel, um tipo de quimioterapia. Em testes clínicos com 880 pacientes, demorou 18,5 meses em média antes que a doença progredisse em pacientes que receberam os dois medicamentos, contra 12,4 meses nas pacientes que receberam apenas Herceptin.
A HER2 é proteína envolvida no crescimento normal das células, mas que, em alguns tipos de câncer, aparece em grande quantidade e favorece o crescimento das células cancerígenas. O Perjeta, administrado de forma intravenosa, inibe a ação da proteína, evitando a proliferação do tumor.
"Desde que o trastuzumab foi aprovado há mais de uma década, pesquisas contínuas nos ajudaram a entender melhor o papel da HER2 no câncer de mama", disse Richard Pazdur, diretor do Escritório de Produtos de Hematologia e Oncologia do Centro de Pesquisa e Análise de Medicamentos do FDA. "Graças a elas agora se sabe que a combinação do trastuzumab com o Perjeta e o docetaxel reduzem a velocidade da progressão do câncer de mama."
Apesar dos bons resultados, o Perjeta em combinação com o docetaxel e o trastuzumab causa sérios efeitos colaterais como diarreia, queda de cabelo, náuseas, fadiga, problemas no sistema imunológico e danos nos nervos.
Esta semana, a Roche apresentou um outro medicamento, o T-DM1, que também age contra a HER2, em fase final de testes.
Fonte: Exame.
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