domingo, 28 de agosto de 2011

Obesidade central aumenta o risco de câncer de mama

Sabemos que a obesidade associa-se ao desenvolvimento de diversas enfermidades crônicas, como a hipertensão arterial, colesterol elevado, diabetes, doença cardiovascular e câncer.

Um estudo realizado pela pesquisadora Jussara Beatriz Borre Felden (Universidade Luterana do Brasil, Canoas, Rio Grande do Sul) sugere que o acúmulo de gordura na parte superior do corpo (obesidade central), ou seja, uma circunferência da cintura (CC) maior que 88 cm, é um preditor de câncer de mama, especialmente em mulheres na pré-menopausa.

O presente estudo tem como objetivo verificar a associação entre a distribuição da gordura corporal e o câncer de mama em mulheres do Rio Grande do Sul. Para este estudo, utilizou-se um delineamento de caso-controle, no qual foram avaliadas cem mulheres com diagnóstico de câncer de mama em comparação com o grupo controle ambulatorial (400 mulheres sem diagnóstico câncer mamário) durante os meses de janeiro a outubro de 2005.

As variáveis antropométricas coletadas foram: pseo (kg), estatura, circunferência da cintura (CC) e perímetro do quadril. Não foi encontrada associação entre o índice de massa corporal (IMC) e a razão cintura/quadril (RCQ) com ocorrência de câncer de mama. Já para CC, observou-se que mulheres com essa medida elevada (maior que 88 cm) apresentam 2,08 vezes mais chance de desenvolver a doença do que aquelas com as medidas normais ou moderadas (menos que 80 com ou até 87 cm).

Quando essas mulheres foram agrupadas por estado menopausal (pré e pós) e variáveis antropométricas, somente a CC apresentou associação.

A autora do estudo concluiu que o acúmulo de gordura na parte superior do corpo (CC maior que 88 cm) é um preditor de câncer de mama, especialmente em mulheres na pré-menopausa.

Fatores de risco para o câncer de mama

Segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer), um histórico familiar é um importante fator de risco para o câncer de mama, especialmente se um ou mais parentes de primeiro grau (mãe ou irmã) foram acometidas antes dos 50 anos de idade. Entretanto, o câncer de mama de caráter familiar corresponde a aproximadamente 10% do total de casos de cânceres de mama.

A idade constitui um outro importante fator de risco, havendo um aumento rápido da incidência com o aumento da idade. A menarca precoce (idade da primeira menstruação), a menopausa tardia (após os 50 anos de idade), a ocorrência da primeira gravidez após os 30 anos e a nuliparidade (não ter tido filhos), constituem também fatores de risco para o câncer de mama.

Ainda é controvertida a associação do uso de contraceptivos orais com o aumento do risco para o câncer de mama, apontando para certos subgrupos de mulheres como as que usaram contraceptivos orais de dosagens elevadas de estrogênio, as que fizeram uso da medicação por longo período e as que usaram anticoncepcional em idade precoce, antes da primeira gravidez.

A ingestão regular de álcool, mesmo que em quantidade moderada, é identificada como fator de risco para o câncer de mama, assim como a exposição a radiações ionizantes em idade inferior a 35 anos.

Fonte:Ciência & Saúde Coletiva p/ Dr. Tufi Dippe Jr



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