sábado, 14 de setembro de 2013

FDA: Perjeta (pertuzumabe).

FDA: Perjeta (pertuzumabe) pode ser opção para câncer de mama antes mesmo da cirurgia de remoção do tumor, a aprovação da FDA deve sair em outubro deste ano.


A agência Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos, está analisando o uso do Perjeta (pertuzumabe) como primeira opção no tratamento do câncer de mama antes mesmo da cirurgia de remoção do tumor, como uma tentativa de reduzir o tamanho dos nódulos. A decisão de aprovação deve sair em 31 de outubro deste ano.
O Perjeta já é aprovado para tratamento do câncer de mama agressivo, com presença de metástases. Esta nova indicação, que está sendo avaliada pelos especialistas daFDA, faz parte do projeto de aprovação acelerada de medicamentos que se enquadram na categoria de medicamentos inovadores que podem tratar doenças que colocam a vida em risco.
Um estudo clínico da fabricante suíça Roche Holding AG's Genentech, que fabrica o medicamento Perjeta (pertuzumabe), mostrou que mulheres que receberam o medicamento como tratamento inicial para o câncer de mama se mostraram 18% mais propensas a estar livres da doença depois de 12 semanas de tratamento, em relação àquelas que receberam combinações de medicações mais antigas, como o Herceptin.
Novos estudos ainda são necessários para que se tirem as devidas conclusões em relação à reincidência docâncer e à sobrevida das mulheres.
Fonte: News Med.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Cientistas querem provocar sistema imunológico a atacar câncer

Uma equipe de cientistas americanos do Hospital Infantil da Filadélfia descobriu uma forma de provocar o sistema imunológico a atacar células de tecidos do corpo e ajudar no combate ao câncer.
O sistema imunológico é delicadamente equilibrado para atacar invasores e não combater os próprios tecidos do corpo.
Assim, existem muitas doenças autoimunes, tais como a diabetes do tipo 1 e a esclerose múltipla, que ocorrem quando o sistema imunológico ataca e destrói tecidos saudáveis do corpo por engano.
Imunoterapia
Pesquisas feitas com células T, que ajudam na produção de anticorpos no organismo, têm sido bastante populares na área de estudos do câncer e de doenças autoimunes.
As células T fazem parte do sistema imunológico, e ajudam a equilibrá-lo impedindo que ataque o próprio corpo.
Os pesquisadores procuraram interromper a função da célula T, com a intenção de deixar o sistema imunológico atacar células cancerígenas.
Wayne Hancock, um dos pesquisadores envolvidos no estudo, disse: "Nós precisamos encontrar uma maneira de reduzir a função da célula T de forma que ela permita uma atividade antitumoral, mas sem reações autoimunes."

Pesquisa promissora

Os pesquisadores criaram camundongos que não tinham a química necessária para fazer as células T trabalharem de forma eficaz - e por isso elas não impediam um ataque do sistema imunológico a tecidos do corpo.
Para confirmar o experimento, os cientistas usaram uma droga que produziu o mesmo efeito em ratos normais.
Em ambos os testes, a mudança no sistema imunológico restringiu o crescimento de um tipo de câncer de pulmão.
"O estudo abre as portas para uma nova forma de imunoterapia para o combate ao câncer", disse Hancock.
No entanto, ainda há um longo caminho a ser percorrido para o tratamento de pacientes com câncer. Outros testes serão necessários para ver se os mesmos procedimentos podem ser usados no sistema imunológico humano, antes de testes clínicos.
Emma Smith, do Cancer Research UK, disse: "Colocar o poder do nosso sistema imunológico contra o câncer é um campo promissor de pesquisa, e algo que cientistas do mundo todos estão estudando."
"Estes resultados são mais um passo para o desenvolvimento de novos tratamentos que agem dessa forma, mas a pesquisa ainda está em fase inicial, e ainda não sabemos se essa abordagem será segura ou eficaz em humanos," concluiu Smith.
Fonte: BBC Brasil.

Imunoterapia

O tratamento do câncer que promove a estimulação do sistema imunológico, por meio do uso de substâncias modificadoras da resposta biológica, é denominado imunoterapia.

As reações imunológicas podem ser resultado da interação antígeno-anticorpo ou dos mecanismos envolvidos na imunidade mediada por células.

A produção de anticorpos está relacionada com os linfócitos B, enquanto que a imunidade mediada por células se relaciona com os linfócitos T. Os monócitos e os macrófagos também são células efetoras de imunidade e facilitam a atividade dos linfócitos T e de modificadores da resposta biológica, como a interleucina. Mais de setenta atividades biológicas diferentes são mediadas por produtos de linfócitos, monócitos e macrófagos. Esses mediadores podem ser classificados como fatores auxiliares, supressores, reguladores do crescimento e citotóxicos.

Há muito tempo se reconhece a relação entre competência imunológica e evolução favorável da doença maligna. Especificamente, a redução da atividade das células supressoras tem sido demonstrada em pacientes com câncer de ovário, neuroblastoma e carcinoma hepatocelular. Esta observação está mais relacionada à presença de doença avançada do que ao tipo histológico do tumor e também oferece as bases para a imunoterapia de pacientes com câncer, sob a hipótese de que a restauração da função imunológica pode levar a um melhor prognóstico do caso.


Tipos de imunoterapia

A imunoterapia é classificada em ativa e passiva, de acordo com as substâncias utilizadas e os seus mecanismos de ação.

Na imunoterapia ativa, substâncias estimulantes e restauradoras da função imunológica (imunoterapia inespecífica) e as vacinas de células tumorais (imunoterapia específica) são administradas com a finalidade de intensificar a resistência ao crescimento tumoral. A imunoterapia específica pode ser autóloga ou heteróloga.

Na imunoterapia passiva ou adotiva, anticorpos antitumorais ou células mononucleares exógenas são administradas, objetivando proporcionar capacidade imunológica de combate a doença.

TipoInunomoduladores
Ativa inespecíficaBCG e derivados
Levamisole
Isoprinosina
Corynebacterium parvum
Ativa específicaVacinas e soros produzidos a partir de culturas de células tumorais coletadas do próprio paciente (imunoterapia autóloga) ou de outro paciente com neoplasia semelhante (imunoterapia heteróloga)
PassivaFator de transferência
Interferon
Interleucina-2
ARN-imune


Indicações da imunoterapia 

A imunoterapia ainda é um método experimental, devendo se aguardar resultados mais conclusivos sobre sua eficácia e aplicabilidade clínica. O quadro mostra alguns imunomediadores utilizados em estudos clínicos experimentais e os tumores em que são mais indicados.


InunomoduladoresTumores
BCG*Melanoma maligno
Câncer superficial de bexiga
InterferonLeucemia de células cabeludas
Mieloma múltiplo, melanoma maligno
Linfomas malignos e outras leucemias
Interleucina-2Melanoma maligno, sarcomas, carcinoma de cólons e reto, sarcoma de Kaposi do portador de Aids e adenocarcinoma de pulmão
Fator de necrose tumoralMelanoma maligno
Anticorpos monoclonaisMelanoma maligno, neuroblastoma
LevamisoleMelanoma maligno e carcinoma intestinal
Corynebacterium parvum*Câncer de pulmão, melanoma maligno
* Já testados, com eficácia terapêutica questionável, exceto no câncer superficial da bexiga.

Fonte: INCA