terça-feira, 9 de julho de 2013

Cientistas dizem ter descoberto origem do câncer de mama

Tumor nasce a partir de mau funcionamento de células localizadas nos ductos mamários.



Tumor na mama tem origem nas células que formam os dutos mamários (Foto: BBC)Tumor na mama tem origem nas células que formam
os dutos mamários (Foto: BBC)
Em sua essência, o câncer é uma célula entre milhões de outras que começa a funcionar mal. No caso do câncer de mama, na maioria das vezes essa célula maligna fica nos ductos que levam o leite da glândula mamária até o mamilo. Mas, por que ali e não em outra parte? O que há nesta região?
David Gilley, da Faculdade de Medicina da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, e Connie Eaves, do Laboratório Terry Fox da Agência para o Câncer em Vancouver, no Canadá, ficaram perplexos ao descobrir a resposta..
Em seu estudo, publicado na revista especializada "Stem Cell Reports", eles explicam como descobriram que todas as mulheres - propensas ou não a desenvolver câncer de mama - têm uma classe particular de células-mãe com telômeros (estruturas que formam as extremidades do cromossomo) extremamente curtos.
Os cientistas se deram conta de que estes cromossomos, com as extremidades tão pequenas, fazem com que as células fiquem mais propensas a sofrer mutações que podem desenvolver o câncer.
Diferentemente de muitos estudos sobre o câncer, a investigação se deu em mulheres normais que doaram seus tecidos após terem se submetido a uma operação de redução de seios por razões estéticas.
"O que procurávamos eram possíveis vulnerabilidades em células normais que fizeram com que se tornassem malignas", explicou Gilley à BBC Mundo.
Prevenção
Eles explicam que as células-mãe se dividem em células chamadas de diferenciadas ou finais, que, por sua vez formam o ducto mamário. E é nessas células em que se origina o câncer de mama, afirmam os especialistas.
Eles observaram que quando os telômeros dessas células finais perdem sua função - que é a de manter a estrutura do cromossomo, evitando que suas extremidades se juntem ou combinem com os outros - pode ocorrer é "um verdadeiro caos" no ciclo celular que se segue.
Apesar de todas as mulheres terem células com telômeros bem curtos, nem todas desenvolvem câncer de mama. Em alguns casos, porém, a multiplicação dessas células pode funcionar mal e produzir uma célula maligna, explica Gilley.
Para os especialistas, o estudo lhes permite entender o que está por trás do início do câncer de mama e estabelecer marcadores que sirvam de parâmetros para exames a partir de amostras de tecidos e sangue, e poder monitorar todas as mulheres, especialmente as que têm alto risco de desenvolver o câncer.
"O que tentamos fazer foi olhar o câncer de uma forma distinta, nos focando em como começa", explica Gilley. "Porque uma vez que o tumor se desenvolve, particulramente em alguns tipos de câncer de mama, não há muito o que se pode fazer".

Grã-Bretanha vai oferecer tratamento preventivo para mulheres com risco elevado de câncer de mama

O uso de medicamentos por cinco anos pode reduzir em até 40% as chances de desenvolvimento da doença.

Cerca de meio milhão de mulheres da Grã-Bretanha com risco de desenvolver câncer de mama poderão fazer um tratamento preventivo fornecido pelo serviço público de saúde (National Health Service), de acordo com novas diretrizes médicas divulgadas nesta terça-feira.
O Instituto Nacional de Saúde e Excelência Clínica, que elabora as diretrizes de atuação para a saúde pública, acredita que o tratamento preventivo – um comprimido diário de tamoxifeno ou raloxifeno por cinco anos – pode reduzir o risco da doença entre 30% e 40%.
O tratamento será proposto a mulheres a partir de 35 anos de idade, com risco moderado ou alto de desenvolver este câncer. O câncer de mama é o mais comum no Reino Unido, e cerca de uma em cada cinco pacientes que contraem a doença têm antecedentes familiares.
Mastectomia — A medida deve reduzir também o número de cirurgias relacionadas à doença, como a mastectomia dupla, à qual se submeteu recentemente a atriz Angelina Jolie, de 37 anos, portadora de um risco genético elevado. De acordo com o Nice, o tratamento preventivo permitirá que o sistema público de saúde poupe verbas significativas neste momento de cortes nos serviços públicos.
O tamoxifeno tem sido utilizado há 40 anos no Reino Unido para o tratamento de câncer da mama, enquanto que o raloxifeno é utilizado especialmente para combater a osteoporose na menopausa.
Gareth Evans, consultor de genética clínica do hospital St. Mary's e um dos especialistas que ajudaram a desenvolver as recomendações, afirmou que este tratamento será um "avanço" para livrar as mulheres do "estresse e do trauma do diagnóstico, e potencialmente da radioterapia e da quimioterapia".
Fonte: Veja.

Pesquisa brasileira descobre que melatonina pode combater câncer de mama

Em experimento, ‘hormônio do sono’ foi capaz de reduzir pela metade o crescimento do tumor em camundongos

Câncer de mama
Hormônio responsável por regular o ciclo do sono pode atuar também no câncer de mama (Thinkstock)
A melatonina é conhecida por ser responsável pela regulação do relógio biológico e, portanto, regular funções do organismo como a fome e o sono. Alguns estudos já comprovaram a eficácia da melatonina na prevenção de distúrbios como a diabetes e a enxaqueca, mas seu papel no combate contra o câncer ainda era incerto. 
Uma nova pesquisa, realizada por um grupo de cientistas da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), porém, pode ajudar a esclarecer a questão. No experimento, uma linhagem de células metastáticas, ou seja, células cancerígenas com tendência a se propagarem pelo organismo, atingindo regiões do corpo diferentes daquelas onde foram encontradas, foram implantadas no dorso de um grupo de camundongos.
Uma parte dos roedores recebeu apenas placebo, enquanto a outra parte recebeu doses diárias de um miligrama de melatonina durante 21 dias após a implantação das células. Ao término do período, os camundongos que foram tratados com o hormônio apresentaram tumores que mediam aproximadamente metade do tamanho daqueles apresentados pelo outro grupo, que não teve contato com a substância – a média de volume dos tumores dos animais que receberam melatonina foi de 144,89 milímetros cúbicos, enquanto a dos outros foi de 282,03 milímetros cúbicos. 
"O objetivo geral do nosso trabalho foi verificar a angiogênese (crescimento de novos vasos sanguíneos, que servem para 'alimentar' os tumores) e metástase em resposta ao tratamento com a melatonina", explica Débora Zuccari, coordenadora do Laboratório de Investigação Molecular do Câncer (Limc) e orientadora da pesquisa, em entrevista ao site de VEJA. Em outras palavras, o propósito do estudo foi verificar se a melatonina era capaz de impedir que o tumor produzisse seus próprios vasos sanguíneos para poder crescer e, assim, impedir a metástase. 
Os experimentos com os camundongos foram realizados no Hospital Henry Ford, nos Estados Unidos, durante o doutorado em genética da aluna Bruna Victorasso, e fazem parte de um trabalho maior, conduzido por Débora Zuccari, que tenta identificar a relação entre o câncer de mama e a melatonina. Antes dos estudos com os camundongos, experimentos envolvendo as células cancerígenas introduzidas nos animais foram conduzidos em laboratório.
Segundo Bruna, mulheres que apresentam deficiência na produção de melatonina podem ser mais suscetíveis ao câncer de mama. "Existem estudos científicos que relacionam o trabalho noturno com o aumento do risco do câncer de mama, uma vez que a exposição à luz artificial à noite reduz a secreção da melatonina", conta. "Nesse sentido, pretendemos desenvolver um novo estudo para verificar se há diferença entre os níveis de melatonina entre mulheres com câncer de mama e mulheres saudáveis."
MELATONINAA melatonina, produzida pela glândula pineal, localizada no cérebro, é fundamental para regularizar o nosso relógio biológico e, assim, regular sono, fome e diversas funções no organismo. Em países como os Estados Unidos e os da Europa, ela é amplamente comercializada como uma vitamina e, em lugares como Argentina e Chile, como remédio. 
No Brasil, porém, ela não pode ser comercializada pois não possui registro na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). De acordo com o órgão, o último pedido para registro da substância foi feito em 2003 e foi indeferido por estar "em desacordo com a legislação vigente". Não houve um novo pedido desde então. No entanto, também não há uma proibição expressa ao uso da substância, de forma que o paciente que desejar pode importá-la para uso próprio. 
Fonte: Veja.

Peixes oleosos, como o salmão, podem reduzir risco de câncer de mama.

Pesquisadores chineses mostram que consumir de uma a duas porções de peixe toda semana reduz em 5% o risco de desenvolver a doença

Salmão
O hábito de comer duas porções de salmão por semana ajuda na prevenção do câncer de mama (Thinkstock)
Comer duas porções de atum, salmão ou sardinha por semana pode ajudar a reduzir as chances de uma mulher desenvolver câncer de mama. Essa é a conclusão de uma revisão de estudos publicada no periódico British Medical Journal (BMJ). A explicação deve-se ao fato de que esses peixes contêm gordura insaturada, que, ao contrário da gordura saturada, faz bem à saúde.

"A gordura desses peixes, ao contrário de uma gordura animal qualquer, é benéfica", explica o oncologista Ricardo Marques, do Centro de Oncologia do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. "Esse tipo de gordura poli-insaturada encontrada nos peixes marinhos substitui a gordura que leva a pessoa a engordar. Então, ao consumir peixes oleosos, é como se estivéssemos trocando uma gordura ruim por uma boa."

O trabalho, realizado por pesquisadores da Universidade de Zhejiang, na China, analisou os resultados de 26 estudos feitos nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia, envolvendo 883.585 participantes e 20.905 casos de câncer de mama. Após a análise, os cientistas concluíram que consumir de uma a duas porções de peixes oleosos (no Brasil, as opções mais comuns são atum, salmão ou sardinha) por semana leva a uma ingestão de gorduras poli-insaturadas marinhas que é suficiente para reduzir em 5% o risco de desenvolver a doença.

Os grupos que apresentaram as menores chances de desenvolver câncer de mama foram os de mulheres asiáticas. Segundo os autores do estudo, isso aconteceu porque nos países da Ásia o consumo de peixe é maior do que nos países ocidentais. 

Perda de peso — Para Ricardo Marques, há duas razões que podem explicar por que a gordura insaturada dos peixes pode ajudar a evitar o câncer de mama. Uma está ligada ao fato de que esse tipo de gordura auxilia na perda de peso: "ao engordar, a mulher passa a produzir mais hormônios, e essa maior produção de hormônios aumenta sua chance de ter câncer. Logo, se a gordura encontrada nos peixes ajuda a não engordar, ela também diminui o risco de câncer", esclarece. A outra está relacionada à melhora do sistema imune, o que também favorece a prevenção do câncer. 
O câncer de mama foi responsável por 14% das mortes de mulheres por câncer no mundo inteiro durante o ano de 2008, segundo informações da Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (IARC, sigla em inglês), da Organização Mundial da Saúde. Para se prevenir da doença por meio da ingestão dos peixes oleosos, porém, é preciso fazer desse consumo um hábito. "O estudo simplesmente analisou pessoas que comeram esse tipo de peixe ao longo da vida. A prevenção só vai funcionar se a pessoa criar o hábito de comer as duas porções semanais de peixe", afirma Marques.
GORDURA INSATURADA
Diferente das saturadas, ajuda a reduzir os triglicerídeos, um tipo de gordura que em alta concentração é prejudicial, e a pressão arterial. Pode ser monoinsaturada ou poli-insaturada. Essa última pode ser, por exemplo, Ômega 3 e 6, que são os chamados ácidos graxos essenciais e são as gorduras encontradas em peixes, linhaça, castanhas e azeite.
Fonte: Veja.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Consumo de peixes marinhos n-3 PUFA foi associado a um menor risco de câncer de mama em estudo de revisão publicado pelo BMJ




Consumo de peixes marinhos n-3 PUFA foi associado a um menor risco de câncer de mama em estudo de revisão publicado pelo BMJ

Para investigar a associação entre a ingestão de peixes e ácidos graxos poli-insaturados (n-3 PUFA - Poly Insaturated Fatty Acid do tipo Ômega 3), e o risco de câncer de mama e avaliar a relação dose-resposta em potencial foi realizada uma meta-análise e revisão sistemática de estudos prospectivos utilizando dados do PubMed Embase, até dezembro de 2012, e referências de artigos relevantes recuperados.
A revisão foi publicada pelo British Medical Journal (BMJ). Os critérios de elegibilidade para a seleção de estudos foram: estudos prospectivos de coorte, com risco relativo e intervalo de confiança de 95% para o câncer de mama, de acordo com o consumo de peixe, a ingestão de n-3 PUFA ou biomarcadores teciduais.
Vinte e seis publicações, incluindo 20.905 casos de câncer de mama e 883.585 participantes de 21 estudos independentes prospectivos foram elegíveis. Onze artigos (13.323 eventos de câncer de mama e 687.770 participantes) investigaram a ingestão de peixe, 17 artigos investigaram a ingestão de peixes marinhos ricos em cadeias longas de ácidos graxos altamente poli-insaturados (n-3 PUFA) (16.178 eventos de câncer de mama e 527.392 participantes) e 12 artigos investigaram o consumo de ácido alfa linolênico (14.284 eventos de câncer de mama e 405.592 participantes). O consumo de peixes marinhos n-3 PUFA foi associado a uma redução de 14% no risco de câncer de mama e o risco relativo permaneceu semelhante se o consumo de n-3 PUFA era medido como a ingestão dietética ou como biomarcadores de tecido. As análises dose-resposta indicaram que o risco de câncer da mama foi reduzido em 5% pelo aumento da ingestão de peixes marinhos n-3 PUFA de por 0,1g/dia ou 0,1% de caloria/dia. Nenhuma associação significativa foi observada para a ingestão de peixe ou exposição ao ácido alfa linolênico.
Concluiu-se que o maior consumo de peixes marinhos n-3 PUFA está associado a um menor risco de câncer de mama. As associações de ingestão de peixes e de ácido alfa linolênico com risco avaliado demanda uma investigação mais aprofundada de estudos prospectivos. Essas descobertas podem ter implicações para a saúde pública no que diz respeito à prevenção do câncer de mama por meio de intervenções dietéticas e de estilo de vida.
Fonte: news.med.br.